[CAERN] Cemitério

Esquecido faz um discurso em nome dos seus irmãos que caíam e ouvi-lo lembra à Ahroun que as responsabilidades que caíam sobre os ombros do roedor eram enormes. Não tinha apenas que liderar os filhos da Doninha, mas também os do Rato e era compreensível a sobrecarga do mesmo. Pensava nisso, na verdade, para desviar seus pensamentos depressivos. Tinha que evitá-los para não se entregar ao desânimo.

As palavras de Sombra de Loki falam em um julgamento da Arautos do Trovão e de uma mini assembleia de Renome. A história do julgamento ainda não era bem compreendida por Mayra, que na Arautos do Trovão só conhecia uma Garou, a Theurge Feiticeira das Sombras que já havia sido sua beta no passado. Não tinha mais muito contato com ela, mas não tinha porque desejar mal a quem lhe foi leal enquanto correu ao seu lado e sinceramente deseja sorte à matilha que seria emparedada.

Era chegada a hora da Esquadrão homenagear os que caíram ao seu lado e, sem sair de onde estava, a Fianna apenas fica aguardando que Kor faça as honras em nome dos filhos da Doninha.

Finalmente a Arautos estava quase toda reunida mais uma vez. Agora era hora de partirem e Boom não via a hora de sair dali.

- Podemos ir pra entrada norte do Caern... Lá é a nossa entrada mesmo... Deve ter uma clareira por lá que ninguem vai bisbilhotar a gente.

Bil se mantinha em silêncio e observava tudo o que acontecia a sua volta. Mesmo nos tempos mais sombrios ele nunca presenciara o enterro de tantos Garous de uma única vez. Embora não conhecesse nenhum dos falecidos, o pernambucano também uiva em sinal de respeito pela perda de tantos filhos de gaia.

A cerimônia prossegue e o Uktena escuta cada líder tribal honrar os mortos. Primeiro os Crias de Fenris, tribo do líder da seita, seguidos pelos Fiannas, peregrinos silenciosos, portadores da luz interior, presas de prata, senhores das sombras. O irmão mais velho e o irmão mais novo também se despedem. Por fim, surge o líder dos roedores de ossos para falar pelos seus.

Nesse momento outro Garou se encaminha ao centro da clareira convidando a todos os presentes uivarem em respeito aos mortos. Bil acompanha o uivo coletivo com respeito e consternação.  Quando todos parecia começar a se dispersar outro Garou avisa sobre o roteiro de reuniões que ainda ocorreriam. Para espanto do jovem Uktena a matilha para a qual estava designado iria enfrentar um julgamento.

Ainda surpreso pela notícia do julgamento e pelo fato de agora fazer parte da matilha a ser julgada, Bil observa o grupo que se forma em volta do Garou que convocara o último uivo em homenagem aos mortos e resolve se aproximar. Precisava se apresentar à matilha e seu chute era de que se eles não fossem dela saberiam lhe indicar quem seria.

"- Cês são da Arautos?"

Após o uivo coletivo, que ela acompanha de forma simbólica mais uma vez, ela volta-se novamente para Ira-de-Thor e diz, com renovada determinação e ainda em sua língua materna:

- Eu agradeço, Ulrich...

E realmente, a gratidão que sentia não podia ser mesurada. Aquele seria um começo... Ela continua olhando em seus olhos de forma séria e diz:

- Nós somos as Crias de Fenris... Nossa história é de conquistas e vitórias, e nós iremos cumprir com nosso papel da mesma forma que temos feito desde que Gaia nos criou. Não fomos a primeira tribo, mas seremos a última...e eu vou fazer tudo o que for necessário para ajudá-lo a cumprir este destino, irmão. A começar pelo julgamento.

Era o mínimo que podia fazer por Svenn, ser forte e trazer justiça. Ela então olha para Sombra-de-Loki e diz, surpreendendo até a si mesma:

- E vou precisar de sua ajuda, Egon... mais do que eu gostaria de admitir. Vou precisar de algumas aulas. Mas agora preciso me juntar à minha matilha para a nossa própria cerimônia...

Ela olha mais uma vez para o corpo sem vida do Theurge e mais uma vez para os dois:

- Vocês podem pedir para os Galliards cuidarem dele e prepararem uma cerimônia apropriada? Eu vou falar com a Thea e as crianças assim que sair daqui...Svenn merece uma despedida de acordo com nossas próprias tradições.

Bardo Forasteiro - Arautos

Tão logo termina o uivo, a cerimonia havia terminado. O Garou observa que Aman já foi para próximo da matilha e a passos lentos ele caminha até a Arautos também, chega junto a tempo de ouvir Steven perguntar para um outro garou qual era o problema, então o Fianna apenas diz:

-'Problema? Mais um??'

Como se já não bastasse terem o julgamento contra eles, será que teriam mais problemas?? Então o garou vai retornando a forma hominídea.

Bil sente pela recepção que o clima não estava nada bom na matilha. Parecia até que era um dos Crias de Fenris se aproximando do grupo tamanha a animosidade. Mantendo a tranquilidade e mostrando as palmas das mãos em sinal de paz e como forma de se precaver também o Cliath fala com Steven e o grupo:

"- Calma aê boy! Tem bronca não. Irá de Thor mandou me apresentar na Arautos do Trovão. Sou Severino de Araújo, Lapada-na-Escuridão, Ahrou, Cliath dos Uktenas. Mas pode me chamar de Bil. Tu é o Alfa?"

- Obrigada. Vejo vocês mais tarde...

Eles podiam ver o quanto ela estava cansada e quão miserável se sentia. Ela diz aos dois apenas isso, porque não conseguia dizer mais nada... Sentia-se infeliz e furiosa, e desta forma e em silêncio ela volta para junto de sua matilha para acompanhá-los na cerimônia dos falecidos.

- É um prazer conhece-los...

Draven acena em cumprimento para a dupla de Portadores e para logo em seguida ao lado de Pantaneiro. O Alpha da matilha da a rápida explicação do que sabiam do inimigo e Draven, com certeza, precisava saber o que lhes esperava no futuro próximo.

Sem ter nada a acrescentar sobre o assunto, o Theurge apenas esperava por uma resposta dos dois para poder começar a fazer perguntas.

Igor finalmente chegou ao Cemitério, pouco depois do uivo de encerramento do ritual da Arautos.

O Presas olhou ao redor e finalmente pôde se dar conta do tamanho do fracasso que as missões daquela noite significaram. Ainda que os mais inflamados Ahrouns gritassem o contrário aos ventos, não havia glória na morte. Havia dor, e ele sabia que a Mãe a sentia em suas entranhas, enlutada pelos filhos que encontraram seu fim. O Theurge quase podia também senti-la.

Quieto, aproximou-se de sua matilha. Em respeito à dor de seus novos companheiros, permaneceu em silêncio, aguardando que o ritual começasse.

Aman olha para o recém-chegado que os interrompia, ela dá uma olhada de soslaio para Steven que planejava um lugar que poderiam conversar.

O Uktena se apresenta como mais um reforço para a Matilha, mas naquele momento, com um julgamento iminente, a Philodox acha por bem testar o novo 'reforço', nunca saberia se estavam sendo vigiados se não conversasse com ele usando os dons de Gaia, principalmente a Verdade de Gaia.

"- Quando você chegou na Seita? E quando foi indicado pra Arautos?"

A Peregrino interroga ele, já tentando descobrir se a primeira parte do que ele falara era verdadeira.

OFF: Narrador, testa Verdade de Gaia quanto a afirmação do Uktena por favor?

Severino olha para a negra que lhe interrogava. Com certeza não era ela o alfa já que o contato passado pelo líder da seita era de um homem. Não querendo parecer rude ele responde.

"- Cheguei enquanto vocês tavam em missão. O líder da seita me disse que esperasse o retorno e me juntasse à matilha."

Como não tinha vocação para Seu Lunga, Bil estava a disposição para outros questionamentos.


OFF:
Joaquim dos Santos Rodrigues, mais conhecido como Seu Lunga, (Caririaçu, Ceará , 18 de agosto de 1927) é um poeta brasileiro, repentista, vendedor de sucata residente em Juazeiro do Norte, ao qual são atribuídas diversas piadas sobre seu temperamento, criando um personagem do folclore nordestino. Seu Lunga é conhecido pela falta de paciência nas respostas.

Hal - Titãs, Portadores


Heitor chega ao cemitério em sua forma hominídea. O lugar ainda lhe despertava pesar, os eventos daquela noite, talvez, lhe assombrariam para sempre. Mas o sereno portador ainda assim toma seu lugar junto à sua matilha e, quando anunciado, assume a forma crinos e uiva junto aos demais.
Todos são filhos de Gaia, todos retornarão ao ciclo e à Mãe Esmeralda...
Foram várias as perdas naquela noite, a matilha parecia esgotada. Junto a eles, Hal pode acompanhar quando seu irmão de tribo invoca as borboletas...

Hal compreende o que o Portador queria dizer. As borboletas simbolizavam muito bem o caminho da Wyld e da mutabilidade... A chuva, que também representava a renovação havia cessado há pouco, como notara Pedro. Então as borboletas surgiram como a mudança que sai da terra e voa... Pois elas, Hal ainda nota, eram como os garou: Criaturas de metamorfose... Mas principalmente, criaturas de esperança e fé, pois toda lagarta passa por um período de quase-morte, onde no final, há apenas vida em sua forma mais vibrante.

Ele apenas baixa a cabeça ao entender a mensagem. Acompanhando Pantaneiro, Hal se aproxima da conversa de maneira serena, os olhos ainda baixos, quando Draven também se apresenta. Ele aguarda as introduções e, no silêncio da resposta dos irmãos de tribo, apenas faz uma reverência como as que Yao-Fei lhe havia ensinado, aguardando ser apresentado pelo alpha.

* Julian se aproximara da dupla de Ahrouns Presas de Prata após se despedir de seus irmãos tribais caídos e recebe o elogio de Kiba pelas palavras de adeus. Esquecido não estava acostumado a ouvir que suas palavras eram bonitas em absoluto, e por isso olha desconfiado para Asa-Solitaria por um instante. Tenta captar qualquer sinal de escarnio no jovem Valentine mas chega a conclusão de que ele estava sendo sincero. O olhar desconfiado se transforma imediatamente em algo mais agradecido, e o Ahroun nitidamente ainda pesaroso apenas concorda com a cabeça e comenta baixo: *

- Preferia não ter que falar é porra nenhuma, os cara eram sangue bão.. Mas valeu brother..

* E então olha para Remly e deixa que ele discorra sobre o motivo do chamado. Sem interromper o que estava sendo dito, ouve o Presas de Prata mais graduado chamar atenção do mais jovem quanto à hierarquia da sociedade Garou para logo em seguida deixar uma reserva bastante dura com relação ao numero de frenezis na Esquadrão da Fúria. Julian concorda em total medida com ambas as considerações feitas por Falcão-Vingador e por isso apenas olha para Kiba enquanto este se retrata, reconhecendo o erro. Pretendia falar com o Cliath sobre isso de qualquer forma quando estivessem em matilha, mas ver que aquela era também a orientação de um outro membro graduado da nação indicava que estava no caminho certo. Prefere não tecer comentários à Kiba quanto ao assunto naquele momento, e foca em Remly para dizer com um tom de voz tranquilo que indicava concordância: *

- No final da porra toda, eu confiei minha vida na tua mão e você na minha.. e acho que nois tava morto agora se nao fosse desse jeito. Se isso num ti da o direito de trocar uma ideia comigo sobre o que quer que for, então num sei o que mais pode dá..

* Encara o Presas de Prata da familia de seu mentor e percebe o quanto ambos eram parecidos, embora não pretendesse comentar nada sobre o assunto naquele momento. Simplesmente prossegue: *

- Eu to junto ca ideia que cê mando. O lance dos frenezi tem que parar, e isso vale inclusive pra mim.. A matilha tem muitos membros novos, minha liderança é nova, e ainda falta consertar uma pá de coisa.. Mas essa pica com certeza é uma delas.

* Sabia que havia muito trabalho pela frente e não se sente ofendido pelas palavras de Falcao Vingador, porque as julgava sensatas e verdadeiras. Em verdade, talvez estivesse um pouco surpreso por Remly ter quebrado o estigma de ser um babaca do caralho e isso certamente levava o Roedor de Ossos a simpatizar com a pauta em tela. De qualquer forma, retoma para encerrar o assunto: *

- Num tive tempo de dizer antes e talveis nem tenha depois, mas eu e a Esquadrão agradecemo por hoje. De Ahroum pra Ahroun..

* E não diz mais nada. Julian não era dos melhores com palavras mas nesse momento estende a mão num cumprimento para Remly e o gesto deveria ser o suficiente para expressar todo o resto que ficava por ser dito. Remly, independente de quem fosse seu mentor, tinha o respeito de Esquecido. *

Sem perder mais tempo, o Theurge segue os Portadores da Luz Interior em direção aos alojamentos.

Amanda já esperava que a matilha começasse a se mover quando uma chegada repentina chama sua atenção. Um estranho que se apresentava como Ahroun dos Uktenas e que havia sido enviado por Ira de Thor.

"Ah ta bom... Ahroun Uktena... Isso não existe... É a mesma coisa que ser Cria de Fenrir e não ser Ahroun.."

A Andarilha cruza os braços e encarava o estranho. Normalmente não era rude, mas qualquer coisa relacionada aos Fenrir nesse momento seria vista como ameaça pela Garou.