Mansão Lyon - Jardim Botânico - Refúgio de Vincent Lyon

Não entendeu o porquê de Natanael estar proferindo um poema, poesia ou seja lá o que fosse aquilo para Francisca da Silva. Aquelas palavras deveriam ser dirigidas à Vincent e não á bela bela negra. E andou trabalhando no texto quando, se eles estavam juntos durante o dia? Francisca da Silva seria a encarnação maldita de Claudia? Porque se fosse a negra sentiria suas presas em seu pescocinho até que seu sangue se esgotasse.

O poema era belo, isso Vincent tinha que concordar, mas deveria ser um poema para ele. Enquanto esperava Guile fazer sua jogada, qualquer um poderia perceber que Vincent apertava o taco em suas mãos como se desejasse que ele se destruísse entre suas mãos. Na verdade Vincent queria que o taco fosse o pescoço de Francisca.

Talvez o ódio que crescera em Vincent não tivesse lhe dado a oportunidade de apreciar melhor o poema. Victoria que traz Vincent de volta á realidade, o que era um pouco incoerente, já que Victoria parecia embebedar os presentes com seu charmoso sorriso e suas ações graciosas. Mas quem faz as vezes de acompanhar Victoria é sua cria, Natanael. Melhor assim, pois o ódio seria completamente canalizado em Francisca e Natanael seria poupado, de novo.

-Eu mesmo iria acompanha-la mademoiselle Ash, mas acredito que está em melhor companhia que a minha.

Sorriu e colocou o taco de bilhar escorado na parede, caminhou na direção de Victoria, tomou a mão da senhora de Natanael e beijou-a de leve, proferindo:

-Foi um prazer inenarrável tê-la conosco esta noite. Só lamento que tenha sido em condições tão adversas.

Sorriu e completou:

-Sempre que desejar venha me visitar mademoiselle Ash. Se me permitir....gostaria muito de pintar um retrato seu em óleo sobre tela quando estivermos em situação mais favorável.

Aguarda Victoria se pronunciar e se despedir para então voltar ao jogo com Guile. Natanael já tinha findado a reunião e conversa com sua senhora. Vincent já havia deixado o casal e retomado o taco de bilhar em suas mãos, aguardava apenas Guile quando Alanis se aproxima informando que havia uma ligação para o pintor. Ele arqueia a sobrancelha e diz para Guile e todos:

-Com licença mademoiselles e monsieurs.....tenho que atender uma ligação.

Se retira do recinto e vai atender a ligação na sala de estar. Ele atende e então profere com a maior educação do mundo:

-Boa noite monsieur Gabrois. Aqui quem vos fala é Vincent Lyon. A que devo a ligação? Aconteceu alguma coisa?

Apesar da pergunta ele não parecia nada preocupado.

Bruno escuta em silêncio considerações sobre os Tremeres e dá o assunto por encerrado diante das palavras de Victoria. Enquanto Guille e o anfitrião se distraem numa conversa durante uma partida de sinuca, Natanael toma a palavra e encerra a reunião com um bonito poema. Bruno admira a performance e ao ver  Victoria se despedir de todos aproveita para, depois dos cumprimentos do anfitrião, lhe entregar seu cartão.

“- Quando quiser conversar sobre negócios, Victoria, é só me ligar.”

Aproveita a deixa e se dirige ao primogeno que acompanhava a anciã

“- Espero seu contato para cumprir a tradição, Natanael.”

Diferente da Anciã, Bruno imaginava ainda ter algo de útil a fazer ali. Ele então se volta pra Xica, no caminho para a mesa de sinuca, e lhe entrega um cartão:

“- Quem sabe mais tarde a gente não toma um drink e conversa um pouco?”

Ele sorri amigavelmente para a Toreadora e caminha até a mesa de sinuca onde Guille estava jogando sozinho depois que Vicent se retira.

“- Quer dizer então que gosta de luta, Sr. França?”

O formoso toreador da mais um gole no uísque que tinha em mãos enquanto aguarda a resposta do lutador.

E mais um interlocutor de Guille parte, antes que ele possa dar uma resposta, ele diria que o Primógeno não parecia feliz em deixá-los sair em uma empreitada Tremere.

E na sequencia, Bruno se aproxima, querendo puxar assunto, aparentemente todos os Toreadores estavam revezando para conversar com ele, talvez para distraí-lo de algo, havia sido o último a chegar, eles tinham tido tempo de planejar, é claro, ideia de Natanael para não deixar ele se concentrar na política, aquela cantoria e poemas era parte disso, Victoria era parte disso, todos eram parte disso.

Guille dá sua tacada meio sem olhar para Bruno, mas então tenta se recompor, deveria participar do jogo que Natan estava armando, ele fica de olho na porta, esperando que ele voltasse, para ter uma palavrinha com o Primógeno que parecia fazer de tudo para investigá-lo.

"- Mais do que gosto Sr. Modenesi, a luta é meu estilo de vida, acredito que seja o de todos os Cainitas, em alguma maneira falando. Mas o jiu-jitsu é a representação de tudo isso, na minha modesta opinião e de meu grande mestre Maeda."

Victoria falava sério, e Natanael sabia exatamente sobre o que ela estava falando. As histórias contadas por sua Senhora vieram à mente do poeta, que deixou um ar pesado tomar conta de seu rosto. No mesmo instante, a queda rápida de energia e a luz azulada do raio que caia no horizonte quase arrebatou o Toreador em um êxtase quando a bela face de mármore da vampira foi iluminada, mas ele sabia que sua atenção deveria estar focada em sua Senhora.

_Tem toda razão, Senhora. Confesso que daqueles aqui reunidos, apenas Vincent é de confiança, embora eu não conheça nenhum deles por mais de um dia.

Sua mão vai de encontro com a de Victoria em seu rosto.

_Mas sua vingança não tardará. Meus esforços para angariar uma aliança com a Príncipe deverá contribuir com nossa empreitada contra... aquilo. Até porque ele é uma ameaça aberta a toda a Torre de Marfim.

Faz uma pausa e olha para a direção onde estavam reunidos os demais, enquanto Victoria retirava sua mão do rosto dele. Sua Senhora sabia muito bem a quem ele se referia.

_Além disso, seus interesses são meus e suas dores são minhas. Farei o impossível para ajudá-la.

Victoria sabia que Natanael preferia uma vida desregrada ao trabalho duro, mas sabia também que quando ele falava sério, era realmente sério.

Natanael sorria ao ouvir o pragmatismo de sua Senhora. Victoria sabia o que estava fazendo.

_Farei o que tiver de ser feito, Senhora. Meus objetivos estão sendo alcançados.

Sorri e termina de acompanhá-la até a porta.

_Me diga depois onde é sua nova residência que eu mesmo passo por lá para levá-la ao encontro com a Príncipe. Se for de seu interesse.

Alguns instantes depois e o toreador estava na linha. André sorriu, enquanto sentava-se em seu carro.

- Boa noite, senhor Vincent Lyon. Desculpe-me incomoda-lo. Sou André Gabrois, dos nosferatu. - aguardou um momento antes de prosseguir. - Se possível gostaria de conversar convosco pessoalmente.

A toreador somava tudo o que tinha visto e feito naqueles instantes, enquanto Victoria Ash se despedia de todos ali. Algum momento depois e a aproximação de Bruno Modenesi, convidando-a para um drinque. Havia como negar? Xica duvidava.

- Assim que quiser, senhor Modenesi. Temos muito o que conversar. E fazer; - concluiu o pensamento com uma pequena piscada.

-

O outro Toreador tomava seu tempo para responder, talvez estivesse querendo enrola-lo mais. E cade Natanael? Maldito não voltava, deve ter saido com aquela vadia da Victoria,
Eles iam acabar com Guille, ah se iam.

Ele segura o taco com firmeza, e da uma tacada na bola branca um pocuo forte demais, ela voa pra fora do tablado verde da mesa e vai se alojar a uns 5 metros, em um carpete, Guille torce o taco como se fosse destrui-lo e eentão dá uma grande bufada, soltando todo o ar dentro dele, entediado, bravo, varias emoções misturadas, então ele foca seus olhos firmemente em Bruno, quais eram as intenções dele? Guille tentava ver sua aura, mas aparentemente apenas esperava sua resposta, pois o rosto do lutador era da mais perfeita paz, como se seu nervosismo com o taco não tivesse acontecido jamais.

OFF: Peço rolagem para Percepção da Aura em Bruno.

Natanael pega o pedaço de papel e o guarda no bolso do paletó.

_Passarei por lá para levá-la ao encontro com sua Majestade, minha Senhora.

Dizia se despedindo com um leve sorriso. O assunto tinha ficado sério, não havia mais lugar para galanteios. Ele assiste a Victória descer e sair com seu carro embaixo daquela chuva torrencial. Fecha a enorme porta da mansão, lembrando-se de trancá-la, e vai voltando em passos lentos para onde havia deixado as outras Rosas. No caminho, liga para Júlio:

_Mon cher, preciso que venha me buscar no mesmo lugar à meia noite. Estou sem carro, como sabe, mas fique certo de que lhe recompensarei por mais esse esforço seu.

_No te preocupes, señor, o hago con placer. As meninas já estão em segurança, a propósito... - faz uma pausa - mas sem querer ser intrometido, senhor, sua voz me parece um tanto quanto séria.

_Aconteceram novos incidentes preocupantes, meu querido. Mas nada disso irá lhe atingir, lembre-se apenas de pegar as vias o mais movimentadas possível para chegar até aqui. Isso certamente levará mais tempo, então, venha mais cedo.

_Como queira, Natan... errr, senhor.

Ao terminar a ligação, retorna para onde estavam os demais:

_Peço perdão pela demora, senhores.

E se dirige a Bruno, que conversava com Xica:

_Lamento interrompê-los, mas gostaria de me desculpar com o senhor Bruno por ter saído sem lhe responder. Vou me encontrar com a Príncipe no início da madrugada, por volta de uma da manhã. O senhor não precisa esperar meu contato, pode ficar aqui conosco até o momento exato.

Dá um sorriso mais sério e se assenta no sofá. Toma uma das meninas pela mão e a faz se assentar em seu colo. O poeta ainda estava ferido da noite passada e sabia que essa noite seria tão perigosa quanto. Ele não queria amor, não queria prazer, queria outra coisa que aquela garota podia prover. Mas havia outros humanos por perto. Ele a acaricia esperando os próximos passos de seus irmãos de Clã.

Vincent ouve as palavras de André e sorri. Era perceptível ao Nosferatu que Vincent estava sorrindo do outro lado da linha:

-Não há com que se desculpar monsieur Gabrois. Mas é claro que podemos nos encontrar pessoalmente.

”Apesar de eu preferir que seja um local público. Odiaria ver sua verdadeira forma de perto.”

O Toreador olha o relógio e ouve a chuva torrencial lá fora. Não conhecia o Rio de Janeiro suficientemente bem para saber como a cidade se comportava em chuvas daquele tipo e imaginou que nada demais poderia acontecer para tornar a cidade um caos.

-Bem....já que monsieur está querendo um encontro, presumo que algum problema tenha acontecido. A príncipe Wilson... Vincent se recusava interiormente de chamá-la pelo primeiro nome.-...está bem? Houveram outros ataques na cidade vindo diretamente da Espada de Caim?

O pintor questionava o Nosferatu, mas sem deixar transparecer qualquer tipo de preocupação, na verdade ele não estava nem aí.

- Na verdade não, senhor Lyon. - ele respondeu com um tom de voz ameno. - Apesar de todos os problemas que envolvem a cidade, sou da opinião que não podemos deixar que nossos inimigos controlem nossos movimentos, meu caro. Os cainitas são seres sociais, por isso gostaria de encontra-lo.

-Fico feliz em saber que nada está errado.

Aguardou um momento e se lembrou da reunião Toreador. Mas a reunião estava tão chata que socializar com o membro de outro clã, mesmo que Nosferatu, era mais interessante.

-Podemos nos encontrar onde monsieur Gabrois? Monsieur escolheu muito bem as palavras....socializar é meu hobby.

Dera uma risada breve.

O celular de Natanael informa que havia chegado uma msg...

sms:

Natanael ainda acariciava a jovem esperando pelas ações de seus demais irmãos quando uma mensagem chega ao seu celular. Qualquer coisa, por menor que fosse, seria mais interessante do que ficar ali plantado, tento vários humanos nus à disposição e ninguém fazendo nada com os órgãos genitais, nem com o sangue deles! Que tipo de Toreador cismado e melindroso ele veio encontrar no Rio???

Pega seu celular e sorriu vendo que era uma mensagem daquele Nosferatu. Não poderia ser mais oportuna. Ele dá dois tapinhas na coxa da menina e ela se levanta. Depois, faz sinal para os outros de que precisa usar o telefone e se afasta um pouco, tal como Vincent.

Liga para Calebros.

Bruno enquanto se dirigia à mesa de sinuca escuta a resposta de Xica e de Natanael. O bicheiro meneia positivamente a cabeça diante das palavras de ambos,  especialmente Xica, mas concentra suas atenções na conversa com o deslocado Toreador que parecia ansioso.

"- Se gosta tanto de luta parece que veio à cidade certa." Bruno dá mais um gole no uísque que tinha em mãos e continua: "- Já eu prefiro apostar. Por falar nisso, é uma pena que sua academia tenha tido problemas. Já sabe o que fará? Se precisar de qualquer ajuda pode contar comigo. Além de procurar notícias com meus amigos, posso mandar uma equipe pra averiguar o lugar."

Bruno mantinha o ar tranquilo e amigável.

Mais alguém queria oferecer um favor, algo escondia a aura de Bruno e Guille só sabia que ele era um morto-vivo, aquilo era estranho e com certeza ele trabalhava para Natanael.

"- A minha academia ficou bem Senhir Modenesi, melhor ainda, agora que toda a classe baixa e o populacho foram aparentemente exterminados das redondezas dela. Melhor assim, menos gente pedindo dinheiro na porta do meu estabelecimento, menos pontos de droga, menos tiroteio."

Guille fala com uma frieza na voz descomunal, sem nem um pingo de preocupação com as mortes e dá mais uma tacada.

Bruno não esperava que o lutador mandasse rezar uma missa em nome dos mortos, mas a frieza com que ele falou da chacina chamou a atenção do bicheiro. Com um sorriso amarelado ele continua a puxar papo.

“- De qualquer forma você não acha isso ruim pros negócios? Fora que é muita coincidência isso acontecer na frente do seu estabelecimento. Com a atenção que isso vai chamar fica difícil atrair bons apostadores pro lance de luta que você falou.”

Bruno permanecia de pé sem se aventurar a dar uma tacada. Queria evitar a fadiga.

O Toreador responde, mais simpatico do que antes, talvez tentanto esconder sua frieza anterior.

"- Com o caos que essa cidade está acho que a melhor aposta que podemos fazer é em quem estará vi... Não-vivo na noite seguinte. Mas me diga Senhor Modenesi, o senhor teria alguns amigos interessados em apostar também? Claramente seriam muito bem vindos. E pessoalmente garantirei que o ocorrido na região afete apenas positivamente a segurança do local."

O Toreador apoia o taco no chão e o segura com as duas mãos, meio inclinado nele, tentando distrair sua tensão dos ombros.

- Sabia que acertaria em cheio nessa, senhor Lyon. - ele respondeu do outro lado da linha com um sonoro, mas discreto sorriso. - Aceito sugestões para nosso ponto de encontro. O convidaria para o meu refúgio, entretanto tenho a opção de que não toparia um drink nos esgotos.

Vincent também sorri do outro lado da linha e pega seu celular imediatamente procurando por um café próximo de seu refúgio. O google era uma ferramenta muito boa atualmente. Encontra um café qualquer no Leblon, que não era tão distante assim de sua residência e responde André sobre o convite ao refúgio do Nosferatu:

-Se me convidasse eu não recusaria de forma nenhuma. Seria uma gafe terrível recusar um convite. Eu posso impressioná-lo monsieur Gabrois. Sou um Toreador e não um homem de frescuras exacerbadas.

Aguardou que André digerisse suas palavras e completou:

-Se me convidares para seu refúgio irei sem problema algum, apenas preciso saber onde exatamente ele é. Caso contrário....encontrei um café no Leblon que fica aberto até meia noite, na Rua Dias Ferreira, 417. Se nossa conversa se estender além da meia noite posso convencer o gerente do café a ficar aberto até mais tarde apenas para nos servir como desejarmos. O nome do café é Café Severino.

Natanael olha com cara de tédio para seus irmãos, tão dedicados a não fazer nada. Com um gesto de mão disse para os rapazes que ali estavam começarem a acariciar e beijar as moças.

Nem mesmo os mortais NUS se divertiam na primeira reunião da guilda Toreador... que lástima!

O Primógeno se assenta para observar os mortais (os seres mais interessantes ali, por sinal) começarem sua luxúria. Enquanto isso, conversa com seu interlocutor.