A Rede de Esgotos do Rio de Janeiro

Se tinha um lugar que a Fianna nunca pensou em conhecer, esse local era o subterranêo da cidade. Haviam lendas de criaturas que habitavam tais espaços em todas as cidades mas a Fianna nunca se importou com as mesmas. Sabia que algumas matilhas desciam e enfrentavam inimigos, mas nunca tivera essa experiência... até hoje.

A Ahroun ao cair e tocar com seus pés e mãos no nojento esgoto se levanta sem frescuras. Balança suas mãos para secar enquanto seus pés ainda estavam submerssos à imundice. Pensa em farejar para ver se sentia algo, mas o odor repugnante do local logo lhe demonstra que isso não era uma boa ideia.

Olha para cima, para ver se tinha como voltar à superfície, embora tivesse ciência que se estava li embaixo ou era porque haviam inimigos para destruir, ou porque alguém queria ela ali por algum motivo. Procurando algo que lhe desse uma luz de por onde seguir, a Fianna fica a observar, tentando ver se havia alguma forma de subir e sair e, se haiva rastro de alguém por ali...

-EI! Você está bem!?

Uma voz ecoa sobre o breu que encobria a vastidão incalculável diante de seus olhos. Se alguma alma viva se encontra-se ali, poderia ver a silhueta de meia cabeça espionando através da fenda aberta no teto daquela câmara.

Ao ouvir a voz do Ragabash, a Fianna responde para ele, ao passo que se limpava na medida do possível:

- Acho que sim. A queda foi grande mas não me machuquei.

Após falar, Mayra ouve passos e, imediatamente assume a forma Glabro, falando com a voz mais rouca devido à mudança de forma para o Wendigo:

- E, pelo visto, não estou sozinha...

Fala e começa a tentar ver de onde vinham os passos, ao mesmo tempo que buscava encontrar algum lugar no qual pudesse, quem sabe, ficar um pouco menos visível ao que pudesse estar vindo ao encontro dela.

O ragabash ouvia as palavras de Mayra vindas da escuridão e sentia-se aliviado, bom, pelo menos por um breve momento, até ela retificar que não estava sozinha, neste momento um calafrio percorre sua espinha. Não podia larga-la sozinha lá, mas não seria de grande ajuda se não pudesse usar sua visão.

-Segura aí! - ele fala enquanto retira-se da visão, levantando-se do chão.

Diante da situação, Mayra assume a forma Hispo ali embaixo. Não via os humanos, mas seus comentários atraplhavam sua concentração. Na forma do primeiro lobo, a Fianna emite um uvio assustador que colocaria todos aqueles humanos - e com sorte seus inimigos - para correr. A voz do uivo tem um quê de assustador e invade a alma de todos, arrepiando suas espinhas e lhes causando nada menos do que o pânico que a Banshee é capaz de causar com aqueles que se deparam cara a cara com ela.

Um homem adentrava o bueiro de forma abrupta decendo através de uma corda. Ele então roda e lança uma marmita fedorenta no meio da escuridão, mas não longe, mas nem tão perto. Mantia os pés na parede e uma das mão segurando a corda.

*Isso deve atrair os ratos locais provocando uma distração entre ela e quem estivesse ali.*


-Ei! Você está bem? Vamos sair daqui, venha segure minha mão. - Ele esticava a mão para baixo o máximo que podia. -Rápido!

Mayra podia reconhecer a voz, era Balik, agora na forma Glabro.

Balik tenta ajudar Mayra, mas acaba caindo também. A Fianna não sabe como que ele caiu, mas viu o vulto se chocando ao chão e na forma Hispo, imediatamente partiu para perto dele, mantendo a postura de rosnar para todos os lados.

Entre os rosnados, a Fianna tenta ver de onde vinha a movimentação. Ela não enxergava nada e sua audição a confundia. Não sabia de onde viria o ataque, mas sabia que estavam em situação deligada. No meio dos rosnados, ela diz ao Wendigo:

- Temos que dar um jeito de sair daqui! É armadilha!

A Fianna olhava para os dois lados, preocupada e tentava não dar chance para serem atacados de surpresa, o que sabia que seria bem difícil.

*Que cheiro podre! Minha cara está molhada?"

O ragabash havia caído de cara no esgoto, tudo acontecera muito rápido, em um instante ele estava como slvador da Fianna noutro estava ali de cara no esgoto. Aquilo fedia, ele iria ficar uma semana lavando seu rosto depois disso - "Isso não foi legal, não mesmo" - pensara consigo mesmo enquanto levantava do chão pensando em apenas uma coisa: Matar o filho da mãe que tinha feito isso com ele.

Enquanto levantava, em um movimento ágil, um arco surge em sua mão esquerda e uma flecha é retirada de suas costas, onde agora existia uma aljava com algumas flechas, antes que seu alvo pudesse sequer pensar uma flecha o acerta, e rapidamente o vulto se esgueira para dentro de uma cobertura à esquerda, talvez um corredor. Impressionantemente ele não emitira um som sequer - *Será que realmente o acertei?* - isso intrigava o ragabash, que estava austero em sua posição.

Alguns passos ainda podiam ser escutados através do eco que o corredor provocava. Estavam a espreita, mas o que aguardavam?
Ele então avança vagarosamente alguns passos em direção a seu alvo, até que a luz vinda do bueiro não o atrapalhasse a enxergar.

-Atente pela minha retaguarda. - preconizou o wendigo. - Eu vou acabar com esse Maldito.

O Wendigo então aumenta seu tom de voz para que posssa ser escutado por todos naquele recinto.

- Irá continuar se escondendo como um verme medroso? Venha dizer um Oi para mim.

Na medida do possível, Mayra tentava manter protegida a retaguarda de Balik. Não sabia se viria alguém por trás e, na forma Hispo, a Garou continua atenta a tudo que pudesse vir a se mexer no local. O fedor dos esgotos incomodava, mas nada que tirasse a concentração da Ahroun que estava pronta para agir.

Em meio a seus rosnados, a Fianna comenta com Balik usando o idioma Garou:

- Eles, sejam lá quem forem, devem estar tentando nos atrair para uma armadilha.

Aflito, Balik começava a ponderar, eles tinham a vantagem, estavam escondidos e conheciam aquele local, talvez uma armadilha como a Mayra sugeriu estivesse ali, uma tremenda emboscada. Seu suor escorria pelo lado do rosto e seu olhar fixo na escuridão buscava seu alvo. Seus múculos tencionados com a flecha na corda começam vagarosamente abaixando o arco, em centésimos de segundos quando Balik decidira que estava na hora de tentar virar o jogo.

*eles não devem ter uma arma de fogo, não atiraram até agora, mas não posso excluir tal possibilidade.*

-É, vcs me pegaram, vcs são realmente bons, estou abaixando minha arma. - o arco então é colocado no chão ao lado dos pés e levemente chutado para o lado, o barulho da madeira arrastando em pedra ecoa pelos corredores - O que vocês desejam? Sou um homem muito poderoso e influente, vcs não ganham nada nos matando. Além do mais pessoas espertas como vcs são de grande valor para mim. - as mãos estavam na altura dos ombros e com as palmas viradas para frente.

A Fianna começava a ficar muito impaciente com toda aquela situação. Estava na sujeira do esgoto, com aquele fedor e não tinha perspectiva nem se sair e nem de encontrar quem fora o engraçadinho que lhe fez aquela brincadeira de péssimo gosto. A Ahroun dá alguns passos para frente, voltando-se para o Ragabash e diz:

- Fica atrás de mim. Eles não vão vir e eu já tô cançada de brincar de esconde-esconde.

A Ahroun começa a, na forma Hispo, caminhar na direção da luz que surgia. Seja quem for e o que quisesse, queriam levar eles até ali e se não havia outro jeito de tirar os engraçadinhos do esconderijo, Mayra ia até a armadilha que eles preparavam...

Balik tem seu raciocinio cortado pelas palavras da Fianna, seu olhar penetrante logo fica confuso por alguns segundos enquanto tentava compreender o por que de querer entrar no jogo em desvantagem. Ele caminha e pega seu arco de volta.

"-Agora vocês me deixaram irritado seus insetos medrosos."

Neste instante o corpo dele começava a se contorcer, e barulhos de ossos quebrando e estalando ecoava pelo bueiro, seus músculos e pele rasgavam-se e davam origem a um couro mais resistente e seus pelos começavam a crescer e ficarem mais claros, indo do cinza escuro na raiz a completamnte brancos na ponta. Seu arco desaparece junto com suas roupas.

Agora em crinos, Balik começava a seguir a Fianna devagar, seus olhos saltavam na escuridão buscando qualquer indício de perigo, seus instintos estavam afiados e sua boca sedenta de sangue.

Uma voz gutural e de péssimo entendimento era pronunciada em garou:

"-Acabe com eles."

A Fianna caminhava em hispo na frente. Ouvira a recomendação de Balik e sorrira diante dele. Estava pronta para o combate e sejam quem fossem os seres malditos que estavam brincando de esconde-esconde com eles iam pagar caro. Muito caro. A Ahroun dá alguns passos e, de repente, o chão abaixo de si se abre.

Em queda livre, o corpo em hispo gira em torno de si mesmo até mergulhar na putridez dos esgotos. A Hispo afunda no canal no qual caíra e, assim que retoma à superfície segue para um local que fosse possível se manter o mínimo possível submerssa na imundice. Rosnava e procurava por Balik, olhando também para cima, notando que era inviável tentar escalar para voltar ao nível superior.

Irritada, Mayra busca farejar algo, mas o fedor dos esgotos embaça eu olfato e a Fianna percebe que, cada vez mais, estavam se embrenhando em uma armadilha. Tinham que sair dali rápido, Mayra só não sabia ainda como...

Os olhos dos garous forçavam a enxergar na escuridão, e seu olfato era inutil naquele lugar pútrido. A única coisa que lhe restava era seu instinto de caçador, que nunca o abandonara. Ele caminhava vagarosamente, quando um estalo leve riscou o som de seus passos, sem pestanejar o chão se abriu, e tirou todo o apoio do garou, ele tenta se agarrar na borda rochosa mas ela esfarela e desaba junto com o garou.

Seus corpo foi submerso no esgoto, mas agora era o que ele menos se importava, o que importava era tirar Mayra com segurança dali. Seja o que for que estivessem os ameaçando, não era o dia de sorte deles.

O ragabash olhava ao redor após emergi da água observando mayra e alguns corredores que saíam em 4 direções. Ele rosnava puto da vida enquanto olhava em volta em busca de alguma solução para que pudesse levar Mayra e sair daquela piscina fedorenta.

*Agora esses vermes iram me pagar! ARRRRRGH!*

A Fianna se balança para se secar daquela imundice. Sentia nojo daquele local. Sentia ódio de quem estava brincando com ela e com o Wendigo. Queria caçar. Era uma questão de honra. Rosna baixo e depois diz ao Wendigo:

- Merda! E agora?

Eis que uma criatura humanóide passa por Mayra que, imediatamente, sem pensar duas vezes parte correndo atrás da criatura. Rosnando como quem quer deixar a presa com medo antes de acabar com ela.

O Ragabash, estava caad vez mais irritado, ele devia estar preparado para o quer que viesse a acontecer. Ele começa a se esfregar no esgoto, tentando camuflar seu cheiro e sua pelagem, neste momento Mayra indagava o que fazer, mas ele ainda não estava certo sobre o que fazer, ele olhava para os cantos e para cima, enquanto suas mãos se esfregam pelo corpo.

Seu ouvido detecta passos e seus olhos saltam sobre uma criatura asquerosa que atravessava os dutos e sem pestanejar a Fianna corre atrás como um cachorro buscando uma bola, mas para rasfga-la ao meio. Seria esta a criatura que o Wendigo acertara?

O wendigo segue a Fianna pela retaguarda, esgueirando-se para não ser notado, mantinha-se escondido, e alerta, esperando pela oportunidade adequada.