[PENHA] Santuário da Penha (Igreja da Penha)

Aquela era a conversa errada para o Toreador, ele era extremamente prático. E estavam discutindo poderes estranhos e seres mitológicos. A lobisomem insistia na ligação que fizera à Jéssica, mesmo assim, Guille não confiava inteiramente nela, e achava que Uther havia sido um pouco leviano acreditando nela daquela maneira.

Mesmo sob o teto daquele pacto de proteção que parecia existir naquele lugar, lá fora estava tudo valendo, e o Toreador não tinha certeza que um pacto com os lobisomens era de interesse de toda a Camarilla, nem de todos os próprios lobisomens.

"- E fogo costuma ser a arma favorita do Sabá, a seita rival a nossa, que costumam ter membros mais violentos e menos preocupados com sua humanidade..."

O Toreador pensava em sua própria humanidade e em como ignorara e ainda não havia caído a ficha do massacre que cometera, talvez aquilo fosse um passo para sua perdição, ou novos caminhos se abririam.

Os questionamentos sobre o Sabá continuam, os Cainitas estavam passando muitas informações e não recebendo nenhuma. Mesmo assim.

"- O Sabá não liga pros seus atos, não se importa de passar por cima de nada e ninguém para chegar a seus objetivos, que teoricamente é matar todos os Antigos. Eles não se importariam, por exemplo, de queimar toda a floresta pra encontrar vocês. Não mesmo."

O Toreador finaliza aquela frase, ainda mantinha seu tipico tom simpatico, mas tinha um aviso em suas palavras.

Sylvia ouvia tudo calada. Já tinha avançado demais e a prudência era necessária ao lidar com os seres da noite. Muitos erros eram cometidos por se ir com sede demais ao pote e já tinha avançado bastante naquela noite. Havia sido uma noite com muitos avanços nos objetivos da matilha e Sylvia estava satisfeita com isso (até o momento ela não tem nenhuma noção da situação que vive a matilha). Entrando na conversa em meio ao rumo que ela tomava, Sylvia pergunta:

- Não existe uma diferença física entre vocês e esse tal de Sabá então? É impossível saber com que tipo de vampiro estamos lidando quando cruzarmos o caminho de um?
 
Aquela era uma real curiosidade pois seria a resposta para muitas perguntas e para toda uma base de ação. Enquanto aguardava que algum dos vampiros respondesse, comenta com Zivon:

- Eu também não acho que seja uma boa ideia menosprezarmos os espíritos do fogo e as artimanhas da Wyrm. O prudente é retornarmos ao Caern e redobrar a segurança. Se evitarmos qualquer que seja o plano dos inimigos, evitaremos a guerra e poderemos focar na destruição desse mal que vem pelo mar.

Aquilo era algo que conseguia ao mesmo tempo que preocupar, motivar a Senhor das Sombras. Se o Caos seria sua maldição, pelas palavras do padre ele poderia se transformar em um dom no futuro. A Theurge olha para o vampiro e pergunta:

- Existe alguma coisa que eu possa fazer para afetar menos àqueles que estão à minha volta ou avançar no controle dessa força?

Evita falar sobre o Caos ou ser detalhista. O padre sabia que falava e aquela era uma última dúvida a tirar antes de partirem.

Enigmas e mais enigmas. Sylvia não conseguia entender porque as pessoas eram práticas. Agora, enquanto o relógio jogava contra eles, o padre trazia mais enigmas e queria mostrar algo. Não estava em condições de dizer não e a diplomacia era importante. Alguém com o poder que ele tinha para curar era um aliado interessante.

A Senhor das Sombras seguiu e, depois da discussão de quem sobe e em que ordem, começa a subir as escadas, atenta ao vampiro nas suas costas.

Enigmas não eram o forte do Toreador, que era muito mais pragmático, até mesmo o enigma de quem subiria a porta antes era algo que ele não entendia. No final das contas, ele ficara por último, e assim que vê a belíssima (só agora notara na beleza da lobisomem) mulher subindo, ele começa seu caminho logo atrás, se perguntando onde iriam parar e o que havia para ser revelado sobre o tal 'caos'.

Sylvia sobe e tem a visão panorâmica da cidade. Era uma cidade bonita e mesmo após a tempestade seus olhos se sentiam mais vivos ao observar o Rio de Janeiro noturno. Sua atenção, no entanto, se foca no que conseguia enxergar na escuridão do céu. Que formas seriam aquelas? E porque estariam ali? Sylvia sem entrar em detalhes apenas pergunta para o Padre:

- O que são essas formas que enxergo na escuridão? São mais um sinal?

Aquilo era estranho e o sexto sentido da Senhor das Sombras dizia que era perigoso. Estava preocupada. Sabia que Quimera era o totem dos Portadores da Luz e que Serpentes eram o símbolo dos vampiros que haviam caçado há pouco tempo. O que seriam as formas em movimento? O que aquilo tudo queria dizer? Estava realmente confusa e indaga Oráculo do Abismo:

- Zivon, você também enxerga as formas na escuridão?

O Toreador não conseguia ver o que tanto era impressionante nos céus, ele não imaginava o que poderia ser, mas aparentemente estava sendo considerado uma imagem fantástica, uma mensagem de Deus. Guille presta sua máxima atenção aos céus, amplificando seus sentidos com sua Disciplina Auspícius, já que aparentemente ele não era iluminado o suficiente para entender aquilo.

OFF: Ativo Auspicius 1

Os sentidos aguçados de Guille indicavam que a Floresta da Tijuca estava queimando. Ponnto pro Sabá. A tatica de usar zeppelins era obscenamente antiga e uma afronta a Máscara, mas cativa o Toreador, os lobisomens provavelmente queimariam.

Então, em um instante fugaz ele capta uma cena que não entende muito bem. A fumaça e a escuridão se uniam para dar os contornos daquela imagem assustadora e bela. Uma mulher cigana, envolta por uma serpente que carregava um cranio em sua mão. Aquilo era impensavel, e mesmo assim belo.

E se queria dizer o que imaginavam, o Sabá agora seria imparavel, os 3 independentes tinham se unido a eles, e agora todos e a humanidade sofreriam as consequencias. Porém, estarrecido, Guille não esboça reação, talvez o fascinio de seu Clã tenha o mantido ali parado, talvez o fascinio da vida e da historia acontecendo o tenha paralizado, ou, mais provavelmente, o temor que aquelas fossem realmente as Noites Finais e que estavam fadados a morrer em breve.

Uma cigana envolvida numa serpente gigante com uma caveira na mão? Mas o que diabos aquilo poderia dizer? Sylvia não sabia e nem tinha tempo para decifrar o enigma. Seu Caern era atacado e explodido e aquele era o ataque do qual o padre lhe falara. Realmente não iria haver paz nenhuma depois daquilo e Sylvia sabia que agir era urgente.

A Theurge transforma parcialmente seu antebraço em um punho de crinos e rasga a palma de sua mão normal. Deixa que tudo volte ao normal e diz ao Padre em tom de desculpas:

- Perdão, Padre, mas eu preciso agir e tem que ser aqui para que sua Fé impeça que a minha maldição jogue contra nós.

Sylvia olha para Oráculo do Abismo e fala com ele:

- Eu vou cuidar do fogo e dos inimigos. Você derruba os dirigíveis.

A Senhor das Sombras começa a fazer um desenho com sangue no próprio sino enquanto suas mãos tinham uma energia estranha que podia ser vista pelos lobisomens. A energia se misturava com o sangue e o símbolo brilhava enquanto Sylvia falava aos ventos:

- Furacão, senhor da ira da natureza, pai de todos os ventos e da fúria da mãe Gaia, eu lhe clamo por mais uma vez nessa noite. Traga a fúria das tempestades tropicais para essa cidade, socorra a Mãe Gaia com as lágrimas de Luna e puna aqueles que ferem o solo sagrado com a ira de Avô Trovão.

Ignorava a presença dos vampiros. Não podia pensar neles agora que o Caern estava sendo atacado. Tinha que tentar algo para ajudar seus irmãos e buscava em sua mente alternativas possíveis para ajudar de onde estava. Conforme o ritual avança o tempo começa pouco a pouco a se fechar ali no entorno da Igreja e trovoadas podem ser ouvidas. Os ventos ficam mais fortes. Em breve a tempestade chegaria e se espalharia por toda a cidade.

O Toreador vê as ações de Sylvia e Zivon, e a tempestade surgindo, não imaginava que eles teriam tal poder, mas acha interessante a lingua maluca que eles falavam. Porém aquilo realmente foderia tudo. E o Toreador chega proximo de Uther pra falar.

"- Se aquela imagem que apareceu nas sombras quiser dizer o que eu imagino que queria... Realmente fodeu... A gente vai ficar isolado."

Era a verdade, e ele não fazia questao de escoder dos lobisiomens, um inimigo a mais não era nada. E talvez eles pudessem ser aliados, afinal, o inimigo do meu inimigo...

Não importavam mais os vampiros ali. Sylvia sequer lembrava de suas existências. A Tempestade havia sido invocada pelo Ritual do Furacão e agora a Senhor das Sombras sabia que precisava ajudar o Caern. Estava longe, não tinha muito o que fazer mas pega o sangue que ainda escorria pelo sino e começa a desenhar outro Glifo enquanto repete:

- Héli...

Para e começa a limpar o símbolo. Invocar Hélios podia resolver mas ia ser a destruição total do véu. Tinha que acabar com os vampiros mas o fogo não era por eles temido. Tinha que pensar em como dar um fim naquelas criaturas à uma distância que impedia de os enxergar e tinha que derrubar os dirigíveis. A noite teria que ser a aliada de mais uma vez. Mudando o desenho para o glifo dos espíritos da Noite, Sylvia fala:

- Noturnos, espíritos da escuridão profunda, da casa de Luna e da sabedoria oculta, eu vos invoco à minha presença. Vide a mim, Espíritos da Noite. Feiticeira das Sombras os chama à sua presença!

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Pf, teste de Conjuração
Uso força de vontade na conjuração

Sylvia concordava que não era seguro ficar ali com dois vampiros, mas o Padre era um vampiro que tinha ganho alguma confiança da Theurge e que tinha mais poder que todo mundo ali junto. Se o Padre quisesse lhe matar, já teria o feito então Sylvia apenas fala para o seu irmão de tribo:


- Vá para o Caern. Eu sei me virar e qualquer um que chegar perto de mim vai se arrepender de fazer isso.

Diz enfática e sabia que qualquer um que se aproximasse seria vítima da sua maldição. Usada da forma correta poderia ser um escudo e Sylvia sabia que uma Senhor das Sombras tinha que tirar proveito do que a enfraquecia e tornar-se mais forte.

Decidira que ficaria ali e depois tinha boas opções de onde poderia descansar e lamber as feridas. Não via lugar mais seguro que a Igreja durante o ataque. Assim que o espírito da noite se manifesta, Sylvia ordena sem cerimônias:


- Chegou a hora da grande prova da nossa aliança! Chegou a hora de mostrarmos que somos um só! Minha matilha está defendendo nosso Caern e eu não tenho como chegar lá. Preciso de toda a rede reunida e materializada sob comando da Arautos do Trovão para combater aqueles que atacam o solo sagrado de Gaia.

Falava em tom firme. Sua relação com eles era muito sólida e Sylvia confiava que eles iriam entender o recado e partir o quanto antes.

O Toreador escutava a ideia sensata de Uther e já ia acatando quando vê o maldito Dementador que havia sido invocado ali. Parecia que aquela lobisomem tinha uns truques de varinha de condão nas mãos, além de ter feito uma coisa absurda e transformado sua pata em pata de lobo ali na frente de todos.

Guille estava estarrecido, e não sabia o que fazer, a aliança dos Independentes seria um fator determinante, e pelo potencial dos dirigíveis e etc que havia visto, seria muito difícil e improvável que os lobos sobrevivessem.