A Umbra Rasa (Penumbra)

Uli absorve quase a totalidade do golpe, só caindo pelo impacto das garras lhe puxando. Quando levanta os olhos Bolvar e Iurd já haviam eliminado o inimigo e o Ahroun perguntava se estavam todos bem.

"- To bem."

Falava o Galliard enquanto levantava e dava uma batida no pé esquerdo no chão, ele doía um pouco, mas nada que afetasse seus movimentos.

"- Precisamos nos reunir com os outros. E descobrir pra onde caralho foi o Yuri."

Eles se reuniam e estavam discutindo estrategia. Yuri estava realmente perdido e Uli observava o terreno quando o Uktena tem seu rosto empalado e um monstro arvore surge para enfrenta-los, não teriam paz realmente. E sentia que precisava da ajuda de seus ancestrais pra durar ali.

Uli se concentra, buscando aumentar sua habilidade com armas brancas, para melhor usar sua Klaive, usando o conhecimento de seus ancestrais para tanto.

OFF: Preciso de uma rolagem de Ancestrais. Sucessos vão para Armas Brancas.

Ingrid não era uma Garou muito emotiva, mas paciênica era algo que tinha limite e todos haviam superados. Não aguentava mais ver a sua matilha desmantelada e os Garous caindo ao seu lado. Acreditava no sucesso da empreitada e sabia que não havia sentido em não seguir em frente. Perder Edwin era perder um Garou que a viu crescer como Theurge e que muito lhe ajudou nos caminhos que traçou.

Sentia a fúria crescer em seu coração e segura o cajado com mais força se colocando à frente da matilha e rompendo com sua invisibilidade. Os ventos sopravam com força proporcional enquanto a Theurge esbraveja:

- Exorcizamus te, omnis immundus spiritus, omnis satanica potestas, omnis incuriso infernalis adversarii, omnis legio, omnis congredatio et secta diabolica… Ergo… Perditionis venenum propinare. Vade, satana, inventor et magister omnis fallaciae. Hostis humanae salutis. Humiliare sub potenti manu dei. Contremisce et effuge. Invocato a nobis sancto et terribile nomine. Quem inferi tremunt… Ab insidis diaboli, libera nos, domine. Ut ecclesiam tuam secura tibi facias, libertate servire, te rogamus, audi nos.

A Uktena dá dois passos à frente e volta a esbravejar:

- Exorcizamus te, omnis immundus spiritus, omnis satanica potestas, omnis incuriso infernalis adversarii, omnis legio, omnis congredatio et secta diabolica… Ergo… Perditionis venenum propinare. Vade, satana, inventor et magister omnis fallaciae. Hostis humanae salutis. Humiliare sub potenti manu dei. Contremisce et effuge. Invocato a nobis sancto et terribile nomine. Quem inferi tremunt… Ab insidis diaboli, libera nos, domine. Ut ecclesiam tuam secura tibi facias, libertate servire, te rogamus, audi nos.

O espírito começa a recuar e Ingrid grita pela terceira vez:

- Exorcizamus te, omnis immundus spiritus, omnis satanica potestas, omnis incuriso infernalis adversarii, omnis legio, omnis congredatio et secta diabolica… Ergo… Perditionis venenum propinare. Vade, satana, inventor et magister omnis fallaciae. Hostis humanae salutis. Humiliare sub potenti manu dei. Contremisce et effuge. Invocato a nobis sancto et terribile nomine. Quem inferi tremunt… Ab insidis diaboli, libera nos, domine. Ut ecclesiam tuam secura tibi facias, libertate servire, te rogamus, audi nos.

O Maldito começa a se desmaterializar diante do grupo e a Theurge cai de joelhos no chão, se apoiando no cajado e repetindo:

- Exorcizamus te... Exorcizamus te...

Ofegante, só repetia as primeiras palavras do exorcismo:

- Exorcizamus te...

Quando Gregory pensa em fazer alguma coisa percebe que os inimigos já tinham caído. Por enquanto estava sendo um inútil e isso não era nada bom. Talvez pudesse curar os feridos, se eles existissem. A Vingadores aparentemente era bem coordenada e conseguia resolver os problemas muito bem.

Uma conversa se inicia e sangue e cérebro voam. O corpo do Uktena, desfalecido, cai na lama e desaparece como o corpo de Yuri. Mais à frente um espírito se preparava para outro ataque. A Theurge já começa a tentar exorcizar o espírito enquanto alguns membros da matilha atacavam o adversário. Gregory fica próximo de Ingrid para caso ela se tornasse um alvo. Tentaria protegê-la e se mantêm atento. O espírito parecia começar a enfraquecer. Queria que sua adaga não estivesse perdida.

Bolvar se preparava para uma nova investida quando Iurd termina o serviço. Ficava feliz de ver que tudo tinha acabado por um instante, mas a morte repentina do Uktena lhe põe atento novamente.

- MALDIÇÃO!

O Philodox se posiciona entre o espírito e o falecido, na tentativa de proteger o corpo do mesmo para ver se ele conseguiria uma reativação milagrosa, mas antes que pudesse fazer algo o corpo some no meio do pantano.

O Fianna já se preparava para atacar o espírito árvore e transforma-lo em um palito de dentes quando Ingrid age, dando fim ao infeliz, ao menos era o que parecia, pelo menos por enquanto.

O Philodox imita Gregory e já se posiciona perto da Uktena e sinaliza para o que o Filho de Gaia ficasse atrás de seu escudo. Não podiam abaixar a guarda nem um instante ali.

- Alpha... Precisamos seguir em frente o mais rapido possível.

Não tinha mais piadas para aquele momento, pois dois companheiros haviam acabado de tombar diante dele e ao menos um tinha a morte confirmada.

Com um pouco de dificuldade, Ingrid se levanta e responde para o Presas de Prata:

- Sim, consigo. Vamos adiante.

A Uktena bate três vezes com o cajado no chão, fazendo com que uma luz prateada brilhe quando ela entoa uma palavra em idioma incomum:

- Protegit!

O brilho do cajado se espante e forma uma cúpula de 10 metros de raio. Ingrid diz para todos que ali estavam:

- Fiquem perto de mim. Estou cansada de perder membros nessa jornada. Vamos andando em frente que dentro da cúpula estaremos seguros. Acho que eu consigo aguentar até terminarmos a travessia.

Estava profundamente irritada e olha para Iurd esperando cumplicidade dele. Sua matilha era uma estranha para si, acabara de perder um grande irmão de tribo que era um de seus maiores aliados e não estava com o melhor dos humores. Concentrada, Ingrid espera que uma formação se estabeleça para que comecem a caminhar. Teria que ficar totalmente concentrada na barreira, mas sabia que ela podia ter salvado seu irmão de tribo e isso lhe faz sentir ainda mais ódio crescer dentro do seu coração.

O Theurge percebe que Bolvar pensa da mesma forma que ele e se posiciona para proteger Ingrid. O espírito inimigo se desfaz como ar na frente de todos enquanto Ingrid entoava os cânticos desconhecidos pelo Presas de Prata. Estavam seguros, pelo menos por enquanto.

Tinham que avançar logo e rápido. Dois membros já estavam perdidos e aquele pântano demonstrava seu poder corrompido a cada momento. Acena positivamente diante das palavras de Bolvar, mas ainda permanece em sua posição, protegendo Ingrid.

Uma cúpula de proteção é feita e Gregory fica imaginando se poderia aprender aquilo. Todos estavam preocupados com Ingrid, Gregory não era exceção. Olhando para a Theurge, Gregory observa a criação de uma cúpula gigante e que provavelmente os protegeria durante a jornada, mas o Impuro acreditava que aquele pântano poderia esconder mais surpresas do que eles poderiam imaginar.

Greg se coloca ao lado de Ingrid, mas mudaria de posição seguindo as ordens do Alpha, se necessário. Olhou para os membros da matilha e disse para que todos o ouvissem:

-Alguém precisa ser curado?

Olhou para Uli que tinha sido atingido por um dos espíritos.

O comentário de Gregory faz com que Ingrid se lembre de que ele era um meia-lua e isso a faz pensar por um breve instante no futuro. Mas não ocupa muito sua mente com esses pensamentos pois necessitava da sua concentração para manter a barreira e, assim, seguia concentrada enquanto aguardava que os de lua cheia organizassem a forma como seguiriam adiante.

A Theurge mantém uma postura concentrada enquanto Falcão de Prata assumia a liderança e dava ordens de posicionamento. Ingrid não se mete - e nem poderia. Fica concentrada em manter a barreira e esperando que todos dessem os primeiros passos para seguir. Seu semblante demonstrava toda a seriedade e irritação que tinha naquele momento.

Águia Real - Vingadores

Tudo acontece extremamente rápido e logo Ingrid já havia exorcizado o espírito (no melhor estilo supernatural) que surgiu, a matilha toma uma formação defensiva e logo Wolfhere toma as rédeas da situação, Iurd tinha que se manter atento à retaguarda enquanto Wolfhere e Arthur iriam tomar a dianteira.

Assim que o Presas de Prata diz, Iurd se dirige para a retaguarda e fala:

-'Vingadores, Elo Espiritual está certa, não podemos perder mais ninguém aqui!'

Então se mantém atento à qualquer perigo que pudesse surgir pela retaguarda, já mantinha sua Gran Klaive em punho e se concentrava em harmonizar com o espírito de seu medalhão.

Off: Narração, poderia rolar para mim a ativação do medalhão, por favor.

O Fianna ouve suas ordens e logo se posiciona entre os três Theurges. A barreira que Ingrid havia feito era impressionante, mas Bolvar se perguntava se valeria a pena ou não já gastar a gnose que ganhou na meditação.

Decidiu arriscar em apenas acompanha-los sem sair de perto do trio. Conforme andava, Bolvar tentava se manter atento a tudo a sua volta. Nunca se sabe quando um daqueles monstros iria surgem embaixo deles.

Uli segue as instruções e se posiciona atrás da formação atento aos seus arredores, seguindo dentro da Cupula de Ingrid.

OFF: narrador, pode rolar por fabor o teste de Amcestrais pra mim? Se já não rolou.

A dificuldade em se mover naquele ambiente pantanoso era um inimigo a mais. Desde que entraram por aquele caminho maldito já tinham tido duas baixas e Ingrid não estava afim de perder mais ninguém. Não morria de amores pelos seus companheiros de matilha, mas sabia que tinha que buscar laços para que uma matilha se forjasse e para tal sobreviver era preciso.

Andando no mesmo ritmo que os demais, mas sem dizer nada pois estava focada única e exclusivamente na manutenção da barreira que havia os defendido de outros ataques, Ingrid segue. E a cada coisa que é tacada na barreira, a Uktena sente uma ponta de raiva por não ter feito isso antes. Talvez Edwin estivesse vivo ainda se ela tivesse sido mais astuta. Como Athro não podia errar como errou. E jurava por Edwin que não erraria mais.

Gregory estava pronto para partir ao primeiro sinal, já estava ao lado de Ingrid e tinha oferecido ajuda para os feridos, caso tivesse algum. Falcão de Prata indica uma formação e o Theurge esperava alguma resposta à sua pergunta. Ninguém parecia ferido, pois nenhuma resposta vem.

Enquanto avançavam, Gregory tem uma sensação ruim. A água lodosa do pântano estava em seus joelhos, na verdade, quase na sua cintura devido a sua baixa estatura. Se ela aumentasse um pouco mais teria que ir nadando.

Era de certa forma engraçado ver que inimigos tentavam atravessar a barreira de Ingrid sem sucesso. Jogavam coisas em vão. A escuridão começa a tomar conta e mal enxergava um palmo a sua frente. Caminhavam há quanto tempo? Uma hora? Duas? Quatro? Já tinha perdido a noção do tempo.

O cheiro era terrível e a escuridão também. O olfato e a visão não poderiam ser usados ali e a audição teria que ser priorizada. Pensando na barreira e no possível gasto de gnose de Ingrid, ele se dirige à ela:

-Se precisar de Gnose me avise....posso doar um pouco para você...Elo Espiritual.

Apesar de ela não ter se apresentado à Gregory, ele tomou conhecimento dela através de Uli e Bolvar. A Theurge não aparentava ter um trato social muito elevado.

O Fianna caminhava sempre proximo dos 3 Theurges e pouco a pouco a claridade os deixava, ficando completamente tomados pela escuridão:

- Isso não é nada bom...

A ordem de Wolfhere vinha, mas se guiar pelo som era complicado, pois hora ou outra ouvia os grunhidos dos espíritos e barulhos de coisa se chocando contra a barreira de Ingrid.

Imaginando que estavam realmente com problemas se não vissem onde estavam pisando o Fianna diz:

- Presas de Prata... Que tal iluminar um pouco o lugar, hein?

Sabia que os Presas poderiam emanar luz, mesmo que não fosse algo extremamente forte ao menos permitira que se vissem.

A Uktena seguia caminhando junto com os demais. Tentava se manter concentrada e falar o mínimo possível, mas diante do comentário do Garou que ainda lhe era um total estranho, responde para ele que já tinha mencionado ser capaz de curar:

- Guarde sua gnose para a cura, eu vou deixar isso nas suas mãos se algo acontecer e me concentrar em nos manter o mais seguros possível.

Não gostava de cura, mas sem saber os poderes dele deixava ele com essa tarefa para que ela e Bênção de Gaia pudessem usar todos seus recursos quando tivessem problemas. Ia voltar a sua reclusão, concentração e silêncio, mas diante da proposta de Bolvar, ao mesmo tempo que ativa o olho de gato responde em tom baixo dialogando com ele e com os demais:

- Não sei se é uma boa ideia, Bolvar. Um ponto de luz no meio da escuridão nos torna alvo fácil. Alguém além de mim tem o dom de enxergar no escuro? 

Não sabia, mas a resposta era importante para saber se a ideia de Bolvar era necessária ou se podiam tentar seguir adiante na escuridão.

O odor era impossivel de aguentar e a escuridão os fazia serem alvos faceis das coisas que eram arremessadas. As criaturas que ali viviam com certeza enxergavam na escuridão e eles não.

Ele sente a presença de seus ancestrais, um guerreiro de sua tribo havia sido invocado e lhe permitia lutar melhor com armas brancas. Uli agradece mentalmente a ajuda e recebe a resposta.

Prata-Banhada-a-Sangue não deixar filho na mão.

Era um Lupino, isso faz o Galliard imaginar o que o levara a lutar com espadas e talvez se perderia nas historias mentais da familia se não se concentrasse no aqui e no agora. E é isso que faz. Procurando forçar seus olhos a enxergarem melhor.

OFF: ponto vai em Armas Brancas.

Sua ideia é ignorada e Wolfhere começa a piscar como um vagalume paraguaio. Ingrid decide se focar na sua concentração e quando nota o que há do lado de fora, trata ainda mais de fechar os olhos e continuar a andar enquanto esvaziava sua mente. Sabia que aquilo ia lhe deixar um bocado cansada, mas mais do que nunca sentia o peso de manter todos vivos sob seus ombros.

Seguia em frente, concentrada. Tentando manter a barreira de proteção ativa até saírem daquele pântano.

A escuridão se tornava tão densa que ele não conseguia enxergar absolutamente nada. Bolvar dá a ideia de iluminarem um pouco o lugar, se dirige aos Presas de Prata presentes que tinham uma habilidade de iluminação, habilidade esta que o Impuro não tinha. Mas clarear o lugar era uma faca de dois gumes, poderia atrair inimigos e poderia ajudá-los a caminhar com maior segurança.

Ingrid não aceita sua gnose, caso fosse necessário e pede que ele cuidasse das curas posteriores. Meneou a cabeça positivamente já que o carisma da Uktena era tão grande quanto um grão de areia. Discutir com ela não seria sensato e é claro que menear de cabeça não seria visto por ninguém quando Ingrid informa que conseguia enxergar no escuro. Gregory não tinha esta habilidade e agradece por não ter feito uma careta diante das palavras da irmão de matilha. Não respondeu sobre ver no escuro, era perceptível que ele não tinha esta habilidade tão interessante.

Falcão de Prata começa a brilhar e a imagem que se abre diante de seus olhos, descortinada pela luz do Presas de Prata, é impressionante. Muitos espíritos preenchiam a barreira que Ingrid conjurara e tentavam, a todo custo, criar uma entrada. Ainda bem que já era insano, pois se não o fosse teria desenvolvido alguma insanidade. Espíritos corrompidos, o cheiro terrível e a escuridão criavam uma mistura de emoções gritante. Era como se o ódio, dor, depressão, resignação, raiva, e todo o vasto número de sentimentos ruins se concentrassem em um único lugar, ali naquele pântano. Teve vontade de vomitar, mas conseguiu se conter.

-Com toda certeza.

Foram as únicas coisas que Gregory conseguiu dizer em resposta às palavras de Benção de Gaia. Com a luz era possível perceber que Ingrid fechara os olhos, talvez para não ser levada pela loucura ou se desconcentrar diante da barreira, sendo assim, Gregory segura o antebraço da Theurge de leve e diz, tentando passar uma sensação de calmaria:

-Vou te guiar....feche os olhos e se concentre.

Seria imperdoável deixar Ingrid a cargo de tudo e ainda mais de olhos fechados. Poderia cair em uma área lamacenta e perder-se para sempre. Se Ingrid sumisse, estariam em sérios problemas.

Ao ver que sua ideia era apreciada pelo líder da Seita o Fianna se sente um pouco mais aliviado, porém aquela sensação dura apenas alguns instantes, pois a visão dos incontáveis espíritos lhe faz desejar ter continuado cego.

O Fianna aperta o passo, mas sempre mantendo proximidade aos Theurges. Se aquela barreira começasse a rachar eles teriam que lutar por suas vidas mais uma vez.

Off:

Solicito a narração a ativação do fetiche Presa de Javali.