A Rede de Esgotos do Rio de Janeiro

O Theurge ouviu atentamente as palavras da Roedora. A coisa estava ficando mais séria e mais complexa. Dançarinos carregando feitiches antigos, armas, pra ser mais específico, falando sobre buscar pela última...era uma história um tanto quanto estranha, ainda que familiar. O Theurge lembrou-se da profecia sobre as armas de gaia, uma para cada tribo, que decidiriam o destino a favor da nação na batalha do apocalipse. Seria possível estivesse em posse de tais armas, e por isso a Nação falhava repetidamente em encontrá-las? O Senhor das sombras virou-se para o resto do grupo e chamou pelo alfa:

"-Kiba! Você precisa ouvir isso, é urgente!"


O Senhor-das-Sombras voltou-se novamente para a Roedora e falou bastante pausado. Deixou transparecer a urgência e a seriedade daquela informação para a Roedora. Deixou transparecer também que precisava dela para obter essa informação. Era importante dar a ela os créditos, seja lá qual fossem as diferenças de conduta.


"-Escute, Ellen" - Chamava-a pela primeira vez pelo nome - isso é de extrema importância. Pergunte se ela sabe para onde esses dançarinos foram e se ela pode nos levar até lá.

Era a cara de Darkness para Iurd perante o questionamento dele, sério ele responde:

"-Darkness não quebrar formação... Alpha ordenar ataque a Matilha a nossa frente, e Theurge ser última linha de defesa, único que ainda podia voltar Espírito da Wyrm contra Vingadores. Agora estar morto... Você fazer igual Darkness!" 

E olhando para o Presas de Prata com estranheza, como se aquilo não fosse uma atitude natural dele, apenas finaliza:

"-Darkness que pergunta, o que ta havendo com Presas de Prata? Olha a frente, ter mais Dançarinos impedindo nós de avançar até Brilho-Prateado. Quer parar pra bobagem agora ou focar na missão?"

Olha então para Ryan sem perder o foco nos inimigos, mantendo a visão periférica, aguardando as ordens de avançar ou nova formação.

Como um saco de batatas muito peludo, Hrist permanece desacordada nos braços de Arthur após a cotovelada de Jon Jones dada por Ryan, alheia a tudo o mais o que acontecia ao seu redor...

* Ryan avançava ditando o ritmo da matilha e pretendendo atroplear qualquer desgraçado restante que ainda estivesse no caminho da Vingadores. Via, em virtude de uma rapida olhada sobre os ombros, que o Rastejante Nexus estava sendo enfrentado por difersos garous e que os Dançarinos da Espiral Negra que outrora enchiam o campo de batalha jaziam quase todos dizimados. Prestava pouca atençao aquilo, mantendo apenas uma vaga ciencia ja que tinha outros problemas que exigiam sua atençao. Mantinha o foco em sua matilha e nos inimigos sobressalentes mas nao deixa de ouvir um aviso de Mary Campbell avisando que de agora em diente estariam sozinhos. A necessidade de acelerar a matilha acabava de se tornar ainda mais palpavel. *

''Esteja viva, Kathya..''

* O alpha jamais perdia o foco na missao de resgate da Ragabash de sua matilha e continuava avançando com seus irmaos. Nota o exato instante em que o Espirito Corrompido destroça o Espiral arqueiro e agora era soh questao de tempo ate a ritualista que duelava mentalmente com Ingrid cair. Nao tinha duvidas de que a formaçao simplesmente retalharia a theurge que estava sozinha mas, para sua surpresa e indignaçao, Darkness rompe a formaçao para avançar sozinho contra o inimigo que, de qualquer forma, ja nao tinha chances. Assiste incredulo enquanto o lupino avança para o ataque de maneira impensada e ineficaz. *

'' Puta que me pariu, lobo! NAO FODE! ''

* Seria o orgulho pessoal do lupino tao grande a ponto de coloca-)o acima de toda a matilha?! Pensava brevemente nisso, avançando, quando Iurd entende o problema e brada que terminaria o serviço e comeria o rabo de Darkness no processo. O Alpha meramente acena positivamente com a cabeça, liberando o Athro e ainda estarrecido com a sede por gloria individual do lupino. A matilha vinha atuando brilhantemente e Ryan tinha responsabilidades maiores do que ficar bancando a baba do filho rebelde. Ve Iurd dilacerar a theurge, fazendo sangue jorrar e brada para todos os vingadores, principalmente aos que ainda avançavam ao seu lado: *

- Em frente e sem paradas! Avancem!

* continuava correndo, ignorando os corpos mortos e o espirito que acabava de ser exorcisado por Ingrid. Em meio a marcha, percebe que Iurd e Darkness discutiam sobre o ocorrido mas nao se atem aos detalhes ante a necessidade de seguir com a missao. Independente da comida de Iurd, resolveria isso quando a vida de Brilho-Prateado nao estivesse mais em jogo. Grita o ultimo comando para Iurd e Darkness: *

- Voces dois! De volta na formaçao!

* Dito isto, sem nunca interromper o avanço, passa por visceras e corpos dilacerados, guiando os Vingadores pelo caminho que deveriam seguir. *

Continuava preparado em sua posição da formação como o Alpha havia ordenado. De relance, viu os 3 Presas de Pratas lutando em um combate mortal com o Nexus Rastejante. Os Dançarinos, que eram muitos no início da invasão, reduziram-se praticamente a nada, podendo contar nos dedos os que sobraram. Kor conseguiu ver exatamente a hora que Coração-Valente foi surpreendido pelo Nexus petrificando seu braço direito fazendo-o cair de cara no chão. Viktor dava suporte para Isaack junto com Mary Campbell, que tinha largado a retaguarda da Vingadores exposta ordenando que seguissem em frente.

Kor respondeu em uma aceno de cabeça positivo indicando que havia entendido a ordem. Não viu e nem se importou se Mary Campbell tinha visto sua confirmação. Sabia que a Presas de Prata tinha muito mais para se preocupar naquele momento e torceu para que aqueles três Presas de Pratas finalizassem o Nexus.

Pronto para seguir com o novo comando do Alpha que estava por vir, assiste Ingrid exorcizar o Espírito que estava controlando até então. Para o Galliard, isso era uma alivio. Se por algum azar do destino esse Espírito tivesse saído do controle da Theurge, teriam perdido muito mais tempo, talvez até vidas. Antes que pudesse desfocar sua atenção de Ingrid, vê Darkness quebrar a formação sem autorização de Ryan para atacar o Theurge, que estava sozinho agora. O Lupino errou todos seus ataques, o que acabou despertando indignação em Iurd, que avisando o Alpha, matou o Theurge que faltava e ainda deu uma bronca no lobo que ficou sem entender exatamente o porque tinha sido chamado atenção. Um desentendimento começou a rolar entre os dois, mas era visível que Darkness não estava nos seus melhores dias. Tinha certeza que era um bom guerreiro, mas nessa noite não tinha visto o Lupino matar um Dançarino se quer.

Ryan acaba com essa discussão ordenando que os dois voltassem a formação e continuassem avançando em frente e sem paradas. Realmente não havia tempo para ficar de discussãozinha. De fato o Lupino não deveria ter quebrado a formação, mesmo que não trouxesse mais nenhum perigo para a matilha. Viu Arthur seguir com Hrist no colo desacordada por causa da cotovelada estilo "Jon Jones" que Ryan tinha dado e imaginou como seria mais difícil lutar com o que estava prestes a encontrar sem a guerreira para dar suporte. Sério, pensativo e acompanhando o Alpha conforme ia avançando, Kor diz para todos sem olhar para ninguém em especial.

- Depois vocês resolvem isso... Não esqueçam de Kathya!! Essa é nossa missão!! Precisamos ser rápidos!! Não podemos nos dar o luxo de perder mais tempo aqui!! Em frente, Vingadores, rápido, vamos!!

Seguia Ryan no seu lugar da formação e deixou sua opinião sobre aquela pequena divergência de opiniões entre Darkness e Iurd, afinal, era também seu papel manter a matilha unida a todo custo.

* Julian avançava para ajudar Mayra a finalizar aquele espirito bizarro mas a Fianna se resolve sozinha e despacha o desgraçado de volta pro inferno, rasgando-o do ombro a cintura. O Roedor interrompe a corrida quase imediatamente, se aproximando agora em passos pesados. Mayra estava visivelmente cansada e nao era de se espantar, havia arrebentado aquela noite! Mas uma coisa era certa, agora que ja nao haviam inimigos visiveis ela voltaria a direcionar seu odio pra cima do Roedor. *

'' Logo menos ela vem pesar na minha e fingir mais um pouco que nao me queh aqui.. ''

* Quase sorri com as proprias conclusoes mas estava cansado e, como agora notava, bastante ferido. Seu sangue se misturava com o dos desgraçados que havia matado e seus pelos brancos estavam bastante encharcados em vermelho. Mantinha a lamina de gelo segura na mao direito e fica satisfeito em te-la alimentado com carne e sangue da Wyrm. Seu pai o havia visto lutar com a arma da familia e certamente estaria orgulhoso do que presenciou.. E nao era pra menos! Julian tinha consciencia que havia matado como um demonio naquela noite! Olha ao redor para ver o estado de seus irmaos de matilha e assiste o exato momento em que Kiba coloca Anksu e Edward pra dormir com pancadas violentas. Uma pena.. Aquele era um trabalho que teria prazer em fazer pessoalmente.
Procura Balik com os olhos, antevendo a oportunidade de poder deita-lo de pancada mas, para sua tristeza, o Wendigo havia passado longe do frenesi. *

'' Eh.. a diversao vai ficar pra proxima.. ''

* Somente entao nota o theurge Amir devorando pedaços de carne de um dos Dançarinos abatidos. A cena era grotesca e era visivel que a Wyrm o dominava por completo. Uma coisa nao podia ser negada: o Andarilho tava com fome e nao queria deixar a janta esfriar. Afasta os olhos daquele banquete de visceras e fixa os olhos em Mayra. Mantinha um silencio especulativo enquanto a olhava e ouvir Ellen e Mercador-Sombrio discutindo sobre a pedra da lua. Sabia que somente ele e a Fianna poderiam carregar a pedra.. Sorri ao pensar: *

'' A ruivinha vai ter que se conformar em ficar pertinho, rs.. ''

Não haviam mais feridos. Mayra respirava cansada enquanto Kiba dava conta dos frenéticos e o Theurge, junto cm a Impura, verificavam a pedra. Mayra parava, após todos aqueles combates, diante de Julian. Naturalmente encara o Roedor por alguns instantes. O desgosto ainda era muito forte e, esse encarar não dura muito tempo, evitando que a Fianna articulasse qualquer ideia e atraindo a atenção da mesma para o caminho que se fechava.

Não sabia de Balik e por conta disso não se preocupa com ele. A Ahroun apenas olha para Esquecido, fazendo um gesto com a cabeça para que ele fosse para trás, ficando mais longe de onde veio o som, ao passo que ela toma a frente e fala com Mercador Sombrio:

- Mercador Sombrio, cure Esquecido. Estamos em uma colmeia e não podemos abaixar a guarda. Precisamos de todos os Ahrouns cem por cento.

Assim que termina de falar, a Ahroun dá mais um passo pra frente, indo na direçao de onde viera o som, observando todo o caminho com atenção para não ser pega de surpresa.

Ingrid seguia com sua matilha em formação. Pouco se importou com a polêmica envolvendo a saída de formação de Darkness e Iurd. Não haviam grandes riscos naquele momento e a Theurge preferia se concentrar na sua parte. Cabia ao Alfa resolver esse tipo de questão. Concentrada, Ingrid apenas toca em uma das mãos de Hrist e canaliza sua Gnose através das mesmas. Todas as feridas, sem exceção, são cicatrizadas e a Fenris, em pouco tempo estava pronta para agir novamente.

Não for tão simples curar Hrist, mas havia feito e agora andavam por um caminho que fazia com que se deparassem com o que deixava Uktena invisível preocupada. Kathya presa de forma doentia. Palavras afiadas ditas por um traidor tentando fazer com que a matilha perdesse o foco. Ingrid, ainda invisível fala em um tom que sua matilha lhe ouça:


- Não caiam nesse jogo! Autocontrole! Autocontrole!

Pregava para seus irmãos pois via ali um desafio não tão difícil perto dos desafios pelos quais eles passaram. Eram inimigos feridos, que tinham pouca chance de sobreviver. Nesse instante Ingrid se dá conta que ainda não curou Iurd e já foca no Ahroun para, assim que possível, curar os ferimentos dele mesmo que para isso tivesse que se arriscar.

As revelações eram fortes. Darkness, o mais estourado do grupo, era quem mais preocupava Ingrid. Ao que parecia, seu pai era um traidor e estava diante de si. Hrist também preocupava, era uma Fenris, que pela explicação tinha contas a acertar. E, por fim, Iurd preocupava muito, principalmente porque se este saísse do controle, estariam todos perdidos.
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1 de Gnose para Toque da Mãe
1 de Força de Vontade p/ Toque da Mãe
Curei todo sofrido por Hrist.

Disse aquilo de forma alta e convincente para toda a matilha mesmo sabendo que o ataque seria inevitável. Não era intenção de Kor impedir que seus irmãos destruíssem cada inimigo da Wyrm ali, na verdade isso era o que o Senhor das Sombras mais queria nesse momento, só estava pedindo para que não esquecessem o porque estavam ali, que era salvar Kathya acima de qualquer coisa. Dito isso, Kor parte para cima do inimigo que estava a frente do Darkness. Passou pelo lupino imaginando que seu trabalho seria muito maior, pegar o traidor que estava fugindo. Se não fosse ele, teria que ser alguém, mas além de salvar Kathya, não poderia deixar em hipótese alguma aquele traidor que se dizia Pai do Darkness fugir fazendo toda aquela afronta. Enquanto corria para cima do Dançarino, rosnou para Iurd lembrando do seu dever:

- Iurd...!!! Foco na Kathya!

-Oque...q.. houve..?

Edward falava para si e para nínguem. Que porra de dor de cabeça era aquela? Sua nuca latejava e um galo era perceptivo ao toque?

-Por Garm... - Ele se reerguia ainda tonto - se não fosse esse cheiro de merda teria certeza que estava morto...

Seus pensamentos eram recuperados a medida que ele olhava ao redor.
O uivo de Mayra foi forte demais para o Philodox. O juiz da matilha perdeu o controle. Condenável.

Visivelmente abalado, ele olha para a matilha, aparentemente intacta e diz:


-Não sei quem foi, mas obrigado por me impedir de fazer o pior...

Ele olha o portao fechar-se e quando seu Alpha corre para o portão, ele mesmo se junta para tentar abri-lo.

-Alguém tem alguma carta na manga para contactá-lo? Ouvi-lo ou qq coisa?

A philodox estava começando a recuperar a consciência com a maior dor de cabeça que já sentira na vida quando a Thergue se aproxima e a cura por completo, restabelecendo suas forças e reconstruindo sua fuça. Ela levanta do colo do Fianna, dando-lhe um tapinha no ombro em um agradecimento silencioso, tentando compreender o que estava acontecendo agora, uma vez que o local onde adentravam era diferente daquele no qual apagara...vê Kathya diante de si, presa, e respira fundo. A matilha estava reunida...e todos os desgraçados que fizeram isso com ela iriam pagar, um por um, e iriam começar pelo que estava ali, de costas para eles.

Porém, quando ele se vira de frente para eles e ela o reconhece, por alguns segundos Hrist volta no tempo até a tarde em que o vira pela primeira vez. A tarde na qual Fenris lhe aparecera e lhe chamara para tomar um lugar entre as suas Crias, para caçá-lo e levá-lo à justiça de Gaia. E talvez, se ele não começasse a falar com Darkness, ela tivesse se perdido em lembranças fortes demais para serem esquecidas...mas a revelação de que Assassino das Sombras era o pai do lupino a trazem de volta para aquele momento pelo qual ela tanto ansiara, mas com a sensação de que seu ar fora roubado para todo o sempre. No começo ela não entendera bem com quem ele falava. Quem ele chamava de filho? Como aquilo era possível? Como Darkness podia ser filho de seu maior inimigo? Como as duas maiores motivações que Hrist tinha em sua vida pudessem ser tão diametralmente opostas em seus sentimentos e tão intrinsecamente ligadas pelo destino? 

"Você... precisa... se focar. Você precisa se focar! Se pensar nisso agora, tudo estará perdido... Tudo terá sido em vão."

Enquanto o traidor fala com o lobo, ela se aproxima dele em suas costas, passando na frente de Arthur na formação e falando mais baixo em sua orelha:

- Darkness... nós somos a Mão de Tyr. Nossa vida é de Fenris...E hoje vamos entregar para Ele este desgraçado.

Hrist estava voltando para seu lugar, mas nesta hora Assassino-das-Sombras consegue prender novamente sua atenção com maestria: Ele também se lembrava dela. E não era nada esperto lembrá-la de sua mãe, ou de Hagen, ou de todos do seu povo que ele matara. Não era nada esperto e ele iria descobrir o porquê. Naquela tarde distante Fenris lhe prometera que Assassino-das-Sombras seria punido... E finalmente este momento chegara. O Pai Espiritual de sua Tribo sopra-lhe a fúria novamente, a incitando ao frenesi sem permitir que a Wyrm toque seu coração, e nesta hora Hrist irrompe da formação da matilha, empurrando Ryan e Iurd com os ombros sem nem mesmo enxergá-los e partindo correndo nas quatro patas em direção à Assassino das Sombras sozinha. Não iria deixá-lo escapar por nada neste mundo.

Com uma habilidade impressionante, usando sua fúria, Hrist salta os Espirais Negras da primeira linha e cai sobre seu inimigo mortal, engalfinhando-se com ele e rolando pelo corredor, se batendo pelas paredes enquanto se atacam mutuamente. E conforme se atacam, conforme o sangue quente de Assassino das Sombras enchia sua boca e manchava suas garras e pelos, Hrist voltava à sua consciência aos poucos. Em um golpe surpreendentemente violento, usando suas garras, Hrist separa os ossos das pernas de Assassino das Sombras do restante do corpo, amputando-as imediatamente e espalhando seu sangue maculado por todo o lugar.

A luta estava encerrada, Hrist vencera. A Fenrir o agarra pela cabeça e o ergue enquanto se levanta, mantendo-o afastada de si, ofegante e plenamente consciente. Seu frenesi todo passara. Podia ver que Assassino das Sombras estava vivo apenas por porque a Wyrm queria... E por um segundo Hrist quase se esquece de quem era porque nada poderia lhe dar mais prazer do que esmagar o crânio daquele desgraçado com as próprias mãos, mas por mais que ela quisesse, ela não era uma executora... ela era apenas a juíza. Mesmo neste caso. Ela o olha nos olhos, sentindo-se viva como há muito tempo não sentia, sentindo em cada pedaço de si a enormidade do ódio que tinha daquele Garou que lhe tirara tudo, e segurando-o à sua mesma altura, ela lhe fala de forma dura e fria como o gelo:

- Agora olha bem pra mim, seu filho da puta, porque vai ser a última coisa que você vai ver...

Seu tom era sério, impressionante e intimidador.

- Talvez você se lembre de mim, seu maldito, mas você nem mesmo faz ideia de quem eu sou: Eu sou Hrist Thordsvedt, "Fúria-da-Justiça-Implacável", Cria do Lobo Fenris, Mão de Tyr,  vitoriosa sobre a morte e renascida pela fúria. Meu sangue é o sangue dos heróis da Nação e minha é a Lua da Justiça. Você pode ter visto minha primeira transformação, mas eu te condeno à sua última: Assassino-das-Sombras, pelos seus crimes contra Gaia, pelo assassínio de parentes, pela destruição, dor e sofrimento que causou em sua queda para a Wyrm... eu o declaro culpado.

Não desvia o olhar, mas sua percepção capta sua matilha próxima de si. Sabia que eles dariam conta dos outros bastardos que estavam com ele, mas o que Hrist realmente desejava era que Darkness estivesse próximo, porque ele tinha o sangue daquele desgraçado e isso fazia com que fosse mais do que seu direito enviá-lo para o quinto dos infernos. A Fenrir aguarda que o Ahroun o faça, que ele livre Gaia e o mundo daquela escória de uma vez por todas e, enquanto isso, apenas ergue o braço livre, atraindo de volta para si o Martelo que seria reabsorvido em seguida, que fora acidentalmente deixado na outra sala pela matilha e que causaria uma ou duas mortes e uma crise interna sem precedentes se fosse deixado para trás na colmeia ().

Ellen ouve as palavras de Mercador Sombrio e acena positivamente para ele. A Roedora de Ossos olha para a Pedra e diz:

- Pedra, você sabe para onde esses Dançarinos com essas armas foram? Você pode nos levar até lá?

Ellen passa a mão na cabeça algumas vezes enquanto ouvia a resposta em sua mente. Assim que a Pedra termina de falar em sua mente, Ellen diz:

- Entendo, de qualquer forma muito obrigada.

A Impura olha para Mercador Sombrio e diz:

- Ela é uma pedra. Ela não pode fazer nada, só quem a manipula que pode. Ela disse que eles foram para o Reino dos Pesadelos.

A Roedora então ouve o barulho da porta que travou Balik. A Galliard olha para Mercador Sombrio e diz:

- Mais alguma pergunta? Porque eu acho que é melhor fazer logo porque parece que temos problemas...

Eu não havia dado 10 passos quando ouço um estrondo arrastando-se atrás de mim, me viro rapidamente vendo que uma enorme e pesada porta de metal me lacrava naquele corredor escuro e comprido. Corro de volta em um ato desesperado, como um cachorro buscando uma saída, arranho as bordas buscando uma fresta e uma oportunidade de cavar uma saída.

*argh! Droga!*

Em vão. A superfície era resistente demais para ser penetrada, e neste momento ouço Kiba me chamando do outro lado, busco arranhar com mais força para ele me ouvir, não podia me comprometer uivando naquele local. Meu uivo ecoaria pelos corredores denunciando minha posição, mesmo sabendo que a porta o já fizera, continuo ali por uns instantes, mas volto meu olhar para a escuridão, ela me chamava, eu precisava saber o que havia no final do corredor.

Mais do que nunca precisaria de meus instintos afiados, a visão não me ajudaria naquela situação, tinha que contar com minha audição e meu olfato. Sigo em passos lentos adentrando a completa escuridão do cumprido corredor.

* Espirítos do Vento, guiem-me me minha jornada. *