A Rede de Esgotos do Rio de Janeiro

Henry termina a música, parecendo mais leve e relaxado, voltando a prestar atenção a sua volta e então olha Petrev.
-Agradeço o elogio senhor Petrev, mas creio ser melhor como violino, porém talvez hoje eu estava inspirado admite, talvez foi a falta do violino. Novamente agradeço.
Poderia se alongar falando sobre música, instrumentos, inspirações teorias musicais, mas não era momento para isso agora, e também Andreas precisava se afastar. Apenas terminou então por acenar com a cabeça a ele, antes que ele se dirija até Emilie.
O coreano se levanta a passa a mão pelo piano delicadamente, quase como se estivesse fazendo um carinho nele enquanto passava pelo instrumento e se afastava dele seguindo para perto de Vincent que parecia terminar sua interação com os homens estranhos, e estando ele perto do anfitrião,ofertou a Hans um sorriso mostrando a satisfação por ele o ter ofertado o piano.

Kazak escuta as palavras de seu irmão de clã e precisa se esforçar muito para não demonstrar reação à tentativa dele de acabar com sua existência. A frase parece não ter tido a devida atenção e ele resolve mudar de assunto. Quando Vicent menciona seu contato o assamita puxa o celular do bolso e digita o número do toreador. Antes de realizar a ligação para registrar o número e compartilhar o seu Kazak resolve fazer, secamente, uma amigável pergunta:

“- E para quem estou passando meu contato?” – o assamita permanece com o celular na mão aguardando a resposta daquele que até agora só tinha dito seu nome.

Kazak foca sua atenção em Vicent. O diálogo entre os demais presentes já tinha se mostrado infrutífero e o assamita não gastaria mais sua atenção com banalidades.

'- Um antigo Tzimisce, não alinhado com o Sabá, residia no Caju há mais de 200 anos. Nem mesmo a antiga guerra havia feito ele cair, mas agora ele caiu.' - Comenta François Carlent enquanto Linda expõe:

'- As duas Giovannis são grandes diplomatas da família e devem possuir conhecimentos avançados na arte da magia dos mortos. Dominação também deve ser um talento formidável das duas. Vieram pra cá sozinhas comandar o império. Possuem uma grande força militar de carniçais e muitas conexões com o mundo mortal. De algum modo conseguem fazer as armas entrar e sair da cidade, por isso nós tomamos o porto dos Brujahs, mas ao que parece, não é por lá que as armas tem entrado...'

Bruno questiona o caitiff sobre sua profissão e Vincent ri internamente. O Toreador ligado ao samba era muitas vezes insuportável, mas sabia como ninguém a tirar a tensão do ar. Maus estende o contato dele para Vincent que observa o cartão muito bem feito e guarda-o dentro do terno. Escreve uma mensagem rápida para Maus e estende o celular para ele ler:

Mensagem: Tenha certeza que entrarei em contato, senhor Maus. Se precisar de alguma coisa, este é meu número xxxxxxx.

Apaga a mensagem depois que Maus a lê e ouve o que Mansur tinha a dizer. Recuava em sua afobação e isso era do agrado do primógeno. Para Vincent, ele dirige a pergunta de como deveria prosseguir para fazer parte da Camarilla na cidade. Pensou um pouco antes de responder para o Caitiff. Nem sabia se Caitiffs eram permitidos na Torre de Marfim na cidade do Rio de Janeiro. Lembrou-se de sua ideia de trazer os Independentes para o berço da Camarilla e foi rechaçado veemente pela príncipe.

Ergueu um pouco a cabeça, observando o teto do local e por fim escreveu a mensagem que estendeu para os dois Caitiffs e quem quisesse ler:

Mensagem: Acredito que devam permanecer no refúgio do senhor Maus até serem solicitados a fazerem suas apresentações. Gostaria muito de ciceroneá-los para suas apresentações, mas possuo alguns compromissos que envolvem meu clã. Se me dão licença.

Meneou a cabeça em tom positivo em forma de despedida e tocou no ombro de Bruno, fazendo um gesto para que ele o seguisse. Precisavam sair dali e seguir para a casa e enfrentar a possivelmente enfadonha reunião com Victoria. Também precisava contatar Alanys para que viesse buscá-los. Quando pensa em caminhar na direção de Henry, ele ouve Kazak ressurgir das cinzas na conversa. Já tinha perdido o interesse nos dois Caitiffs e a questão que ele levanta é de certa forma recebida com estranheza por parte do Toreador que deixa isso bem claro em sua feição, em parte dela.

Digita então uma mensagem rápida e estende ao Caitiff:

-Mensagem: Como escrevi anteriormente. Vincent Lyon do clã Toreador.

E percebe a chegada de Henry na hora certa. Enquanto aguardava a resposta de Kazak a sua pergunta, ele escreve uma mensagem para Maus:

Mensagem: Senhor Maus...poderia por gentileza nos guiar para fora dos esgotos? Ou nos indicar por onde podemos sair e em qual região da cidade vamos aparecer?

Percebendo a aproximação de alguém, Emilie vai encerrando a ligação com Terry.
- Sim, este é o maior dos problemas. Precisamos debatê-lo pessoalmente depois. Agora preciso desligar, obrigada por ligar.

Com o celular ainda no rosto, olha para Andreas e responde.
- Ah... estou bem, sim, à medida do possível... - pendura sua besta no ombro para apertar a mão dele - Emilie Blanc, primógena do clã malkaviano. Lembro de tê-lo visto lutar ao nosso lado ontem.

Andreas sorri para a primógena e muito educado responde:

-Não queria atrapalhar sua ligação...posso me retirar caso precise de privacidade.

Estende a mão para cumprimentar Emilie quando ele percebe que ela já tinha encerrado a ligação e agora lhe dava atenção.

-É um prazer conhecê-la senhorita. Sim...cheguei há pouco na cidade do Rio de Janeiro, espero ter sido de alguma valia na batalha da noite anterior e que seja de alguma valia nas batalhas vindouras.

O Tremere era bem carismático e após cumprimentar Emilie, ele aponta para a besta dependurada no ombro da malkaviana.

-Bela arma que a senhorita possui. O uso dela na noite anterior foi muito eficaz. Uma pena que tenha acontecido tudo tão rápido e não tenhamos conseguido trazer uma das atacantes para interrogatório.

Sorriu mais uma vez:

-A senhorita precisa de alguma ajuda para deixar os esgotos? Posso escoltá-la, caso queira. O senhor Lupinatti pediu que eu cuidasse de todos em sua ausência.

Kazak observa a reação de Vicent e percebe que aquela conversa tinha chegado ao fim. O prestativo toreador tinha outros compromissos e mesmo sem saber o motivo de tanta presteza Kazak liga para o celular de Vicent para informar seu número.

“- Precisando é só ligar, Vicent do clã Toreador.” – o assamita esboça um leve sorriso no canto da boca

Lupinatti pensa no que é dito pelos dois Nosferatus e analisa as possibilidades. A revelação de que o antigo Tzimisce havia tombado preocupa o Tremere, afinal de contas era evidente que as duas tinham talento.

- Acho que sei como resolver isso... Mas antes preciso nomear meus delegados... Quanto aos Brujah, mais precisamente o de nome Lampião, podemos contar com ele para o ataque em uma das frentes?

Leio o pedido de Vincent e antes de dar uma resposta observo todos os vampiros ao meu redor, era meio evidente que assim que eu saísse dali, aos poucos eles também acabariam tomando o seu rumo, mas para mim isso não era lá um grande problema, pelo menos poderia ficar eu e a "cambada" sozinhos.

Aceno positivamente enquanto assobio na esperança de ser ouvido pelos meus ratos, pouco ao pouco eles chegam, diversos tamanhos e cores saindo de buracos diferentes e passando pelos "olhos dos crânios".


- Certo, levo vocês, mas acho que deveria terminar de recuperar a sua mandíbula antes. -

Falo para Vincent apontando para a região onde supostamente estaria a sua boca enquanto me volto para a saída da câmara circular, logo a minha frente sete ratos correm ágeis e atentos com tudo enquanto Behavior, grande, gorda e branca os encara meticulosamente em meu ombro. "Em nome de Lilith, o que essa rata pensa?"

Abro a porta metálica e todos os roedores em solo passam por ela, se adiantam no caminho para não serem pisados por eventuais vampiros desatentos e do lado de fora fico no aguardo dos Toreadores.

Bruno escuta a conversa quando sente que Vicent toca seu ombro. O primogeno queria ir embora e o gesto vai de encontro ao desejo do bicheiro.

“- Té mais pastor! A gente se vê por aí.” – fala para Rashid.

Ele se despede do outro caitiff com um aceno de cabeça e acompanha Vicent e o anfitrião em direção à porta de ferro recém aberta.

Ratos tomam a frente e saem pela porta fazendo com que o bicheiro levante um pouco o pé descalço na tentativa de dar passagem a algum possível retardatário e para evitar tomar uma mordida no pé desprotegido.
*Só me falta tomar uma mordida dessas merdas*

Enquanto caminha Bruno se lembra do Xing-ling e questiona Vicent:

“- Vai deixar o Ki-suco aí?”- e aponta para o coreano que conversa com outro membro

Meneou a cabeça para Kazak diante de seu comentário sem deixar nada transparecer em sua face. Estava bem tranquilo e tinha gostado de conhecer dois novos membros da Torre de Marfim.

Enquanto Hans comentava sobre leva-los para fora, vários e vários ratos surgem de todos os lugares como um exército bem treinado. Era visível a curiosidade de Vincent diante daquilo. Infelizmente ainda a mandíbula de Vincent estava meio destruída. Faltava pouco para que os ligamentos finalmente se encontrassem e os músculos de fato se regenerassem. O osso já estava bem visível e para qualquer um aquela visão era digna de um filme de terror. Mas queria deixar os ferimentos visíveis para que Victoria soubesse da gravidade do problema pelo qual o Elísio tinha passado.

Apenas meneou a cabeça para Hans em tom positivo. Precisava mesmo se regenerar por completo ou poderia dilacerar a Máscara quando saísse dos esgotos. Bruno chama sua atenção sobre Henry, mas ele já estava próximo deles. Talvez o bicheiro não tivesse percebido que a conversa com o Tremere já tinha se encerrado.

Vincent avança na direção por onde Hans se dirigia, já em direção à saída do refúgio do Nosferatu. Se pudesse, ficaria ali o restante da noite, mas tinha que aguentar Victoria Ash em uma reunião de clã. O que ela inventaria desta vez? Alienígenas? Bichos papões embaixo da cama dela conspirando para roubar os vestidos dela? Vampiros fadas? Vampiros lobisomens?

Pegou seu celular e escreveu duas SMS. O primeiro destinatário, na verdade a primeira, era sua carniçal. A SMS era bem direta:

SMS para Angelique: Querida...espero que esteja bem. Sei que a cidade está um caos, mas preciso que venha me buscar assim que for possível. Lhe mandarei o endereço em breve.

E envia a mensagem imediatamente. Saberia onde sairia dos esgotos assim que deixasse o local para as ruas da cidade maravilhosa e então avisaria Alanis.

E parte para a segunda mensagem. Não sabia com quem deveria falar a respeito da apresentação dos dois Caitiffs, mas adiantaria o processo. Resolveu escrever a mensagem para Linda.

SMS para Linda: Peço desculpas por incomodá-la príncipe Wilson, mas achei necessário informá-la que existem dois membros no refúgio de monsieur Maus que se apresentaram como Caitiffs e que desejam se apresentar à Torre. Seus nomes são Kazak e Mansur. Parecem um pouco estranhos e sugiro cautela.

Henry estava próximo posicionado atrás de Vincent que se despedia dos vampiros e pedia que o Anfitrião fosse o guia para a saída. Talvez estivesse num ponto onde não podia ser visto por Bruno que questionou sua presença, errando novamente meu seu nome, o coreano já começava a achar que o gordinho fanfarrão tinha sério problemas de fala ou auditivo para conseguir pronunciar coisas além do português básico.
-Lee Sung... Senhor Modenesi... é Lee Sung.
Disse com calma de onde estava numa forma de talvez dar-lha a forma certa de falar seu nome, não era ‘ki-suco’ inclusive ele não fazia ideia do que fosse um ‘ki-suco’.
Com o fim das despedidas de Vincent, Henry apenas se torna para o nosferato lhe fazendo uma breve reverência, junto a um pequeno sorriso, a ele, em sinal de despedida.
- Obrigado novamente...
Iria falar mais, porém, foi surpreendido pelos muitos ratos que surgiram no local e ser organizaram em formação frente a eles. Era uma peculiar ‘entourage’ para os guiar caminho a fora.

Lupinatti escuta as palavras de Carlent e fica mais tranquilo, não pelo Nosferatu ter explicado algo que ele já sabia, mas sim porque ele entendeu que Lampião ainda lutava pela Camarilla mesmo depois do porto ter sido tomado pelos Brujah.

- Certo Sr Carlent. Acredito ter todas as informações que necessito de imediato. Vou começar a trabalhar na queda das duas Giovanni.

Dito isso Lupinatti apenas espera para ver se Linda gostaria de falar mais alguma coisa para então se preparar para partir.

Henry conversa com bruno enquanto Vincent recebe de pronto uma mensagem da príncipe Linda, que de Linda nada tinha. Vincent lê a mensagem rapidamente e responde:

SMS para Linda Wilson: Considere feito.

E então escreve mais duas mensagens, uma para Kazak e outra para Mansur, enviando-as logo em seguida:

SMS para para Kazak: Monsieur Kazak...a apresentação do senhor e de seu irmão de clã se dará por volta das 4 da manhã. Em breve confirmo o local. Atenciosamente, Vincent Lyon.

SMS para para Mansur: Monsieur Mansur...a apresentação do senhor e de seu irmão de clã se dará por volta das 4 da manhã. Em breve confirmo o local. Atenciosamente, Vincent Lyon.

Mensagens enviadas, Vincent apenas aguardava que Maus o guiasse esgoto afora. E relembrou o cargo que ele possuía antes dos acontecimentos recentes, Secretário da príncipe. Sentiu um gosto amargo subindo pela sua garganta.

Observei Vincent e os devidos Toreadores saírem da câmara para me acompanharem e quando estavam prontos me coloquei a andar pelos caminhos nos esgotos, levou alguns segundos para que eu falasse com eles novamente.

- Desculpe, sabe... provavelmente foi a pior forma para se conhecer alguém, o ataque ao Elysium e a vocês, uma enorme Scheiße (Schei-za). Agora eu estou "no jogo", agora sabem sobre mim, não é? -

Observo devidamente a movimentação do grupo de ratos, eles correm de forma coordenada entrando em corredores e atalhos numa busca por possíveis problemas, fico na torcida para que não encontrem nada demais, isso é claro a menos que seja para nos avisar mesmo sobre um risco iminente.


- Vou deixa-los a uns dois quarteirões do Elysium, certo. -

Bruno mal acabara de falar e uma voz com sotaque repetia Lee Sung...Lee Sung. O Bicheiro se volta rapidamente e ao dar de cara com o coreano não consegue evitar o, aparente, susto.

“-PUTA QUE O PARIU!!!” – diz Bruno que se curva, levando uma das mãos ao peito e a outra pousando sobre o ombro do coreano que, surpreendentemente, estava ali junto.

“- Porra China, liga o alerta da próxima vez.”

Nesse momento o pianista cumprimenta o anfitrião e o grupo segue seu caminho. Bruno se refaz rapidamente do susto e também segue pelos esgotos.

Kazak observa o grupo de toreadores sendo conduzido pelo anfitrião para fora da câmara com certa desconfiança. Ele observa os demais membros que permaneceram enquanto pensa o que fazer. Rashid e sua boca grande permanecem a seu lado.

Antes que pudesse tomar qualquer atitude uma mensagem de Vicent chega dizendo que a apresentação deles estava marcada para as 4 da manhã. Não tinha mais o que fazer ali.

“- Vamos embora!?” – pergunta secamente ao irmão de clã

Foi impossível para o coreano manter-se na pose séria e educada, com o susto do vampiro corpulento, sua reação dramática e exagerada, fez com que ele acabasse caindo na risada, de forma espontânea, como se fosse um adolescente comum vendo algum filme de comédia na TV sozinho. Mas tal risada não durou muito, apenas alguns segundos enquanto o assustado mantinha a mão sobre seu ombro.
-Desculpa... - disse baixo para Bruno – E... sou coreano... não chinês... – riu mais um pouquinho.
Recomposto, seguiu então caminho junto ao resto do clã, o guia e o comboio dos ratos, mantendo um pouco mais a pose quieta e sóbria que costuma ter.
Coloca os olhos sobre nosferatu, mas sem desatentar-se do caminho, não gostaria de pisar num rato ou em qualquer outra cosia estranha no caminho.
- Hm... Sabemos agora de sua existência Senhor Maus... E bom, além do agradecer o que nos fez quando a salvar e nos dar abrigo pelo dia... Talvez possamos resolver essa questão e termos, num outro momento, uma apresentação e uma reunião menos atribulada e mais agradável, certo, Primógeno Lyon? - abre um pequeno sorriso educado a Vincent – Seria um prazer lhe acompanhar no piano com meu violino num momento mais tranquilo.
Sorri para o nosferatu, e falar dos instrumentos traz um brilho em seus olhos por instantes, voltando logo a monotonia do coreano.
- E agradeço também em nome do clã a gentileza de nos guiar para a saída. E onde nos deixar estará sim ótimo. Obrigado.
Faz um leve menear de cabeça, mesmo que este não seja visto pelo guia que seguia na frente do grupo, o gesto lhe era quase automático.

- Você foi de grande valia, senhor Petrev. Será também nas outras.

Lança um olhar com profunda melancolia para a besta em seu ombro.
- Na verdade não é minha, era da zeladora Marie-Amélie. Ela a confiou a mim e saiu para procurar a príncipe. Não a encontrei mais depois disso, não sei o que aconteceu com ela... - seus olhos se abaixam inconsoláveis, sabendo que tinha que contar com o pior.

Não confiava muito em tremeres, mas a polidez de Andreas não deixava de ser cativante. Lançando um olhar ao redor, ela repara.
- Vejo que os outros estão saindo, acho que devemos nos juntar a eles... acho que não precisarei de ajuda, mas aceito sua companhia - há algo de galante no esboço de um sorriso que Emilie estende a ele, embora logo seu semblante mergulhasse na tristeza.