Capela Tremere - Chácara em Vargem Grande

Conversas e mais conversas. A parte prática da reunião tinha sido encerrada e agora tudo se resumia a futilidades. Xica sorria, magnificamente. Fútil era sua palavra preferida. Não tinha dúvidas de que viveria muito melhor em uma corte organizada do que num antro de guerra como envolvia o Rio de Janeiro, mas também tinha certeza de que cresceria seus tentáculos e influência muito mais facilmente em meio à tempestade do que se vivesse na bonança. Seu corpo reagia a estímulos diversos. a paixão que Beatrice provocou tornava os pensamentos da negra contraditórios. Se fosse capaz de amar estaria apaixonada pela primogena tremere. Mas era frígida como um cadáver. E o despeito falava tão alto quanto o fascínio. Não era possível que uma bruxa de capela fosse mais bela que um jardim cheio de rosas. Onde estavam as velhas lendas das bruxas com o nariz comprido e cheio de verrugas? Por outro lado, a maldita não ocupara o cargo de príncipe. Seria muito mais agradável bajular a macabra Linda Wilson do que se deixar embaraçar pelos fios de seda da aranha italiana.

- Senhor Vincent, não estou tão longe de casa, mas aceito de bom grado o vosso convite. Dessa forma poderemos nos preparar para o que esta por vir e falarmos a mesma língua. - se pudesse, completava a frase com a palavra ferina, mas achou melhor deixar o veneno escorrer em outra ocasião. - Só precisarei repassar algumas orientações a meu querido José.

O comentário de Calebros para Guy não passa despercebido pela Príncipe que dá um sorriso na direção do Nosferatu. Aquilo podia demonstrar a Calebros que ela estava atenta a tudo à sua volta. Natanael pede a reunião para a madrugada e Linda, com um sorriso no rosto, diz sorrindo ao belo Toreador:

'- Sem maiores problemas Primógeno Lacerda, o Clã Nosferatu deseja que a reunião do Clã Toreador atenda às expectativas do Clã e, já que preferes, tentarei modificar minha agenda para que eu possa lhe atender na alta madrugada, antes do amanhecer.'

É nessa hora que Thomas e Ian conseguem chegar na sala (a tempo de ouvir toda a fala) depois de ter sua passagem liberada por um dos servos de Beatrice (o mesmo que vigiava à porta na hora da confusão).

_Obrigado, Majestade. Aguardo notícias, então. Tenha um bom dia de descanso e meus parabéns, novamente.

Se despede de Linda fazendo uma leve curva com o corpo, novamente aos modos vitorianos e depois se dirige a Durriex:

_Não vimos o pequeno Thomas desde o incidente no Elísio, mas ele parecia bem ao entrar em contato comigo. - não pôde deixar de rir ao se lembrar a cena. Então Xica diz que passará o dia na casa de Vincent, mas Guille e Emilie não aceitam. Natanael ignora o Toreador/Brujah e a Malkavian/Salubri, apesar de ficar sensível pelo tom de tristeza da loirinha, e se volta a Xica respondendo com um sorriso enigmático. Estaria o ménage garantido? Esperava que sim... Então, já próximo a Vincent, diz:

_Podemos partir agora, já que a reunião está encerrada. Descansemos bem, pois amanhã temos muitos assuntos a discutir. - Vê Thomas se aproximando e resolve jogar sua última cartada - E falando em reuniões e pautas a serem discutidas, precisamos ver qual de vocês ocupará o cargo de Secretário do Clã Toreador, meus belos Xica e François.

Os chama pelo primeiro nome propositalmente para dar a entender uma certa proximidade. Agora esperaria para saber qual deles queria ser o Secretário, pois seja lá quem for, terá de apoiá-lo como Primógeno. Além disso, observa com certo deleite a reação de Durriex ao ver Thomas entrando na Capela, claro, lançando um olhar cúmplice a Vincent.

O telefone de Guy Falkes toca.

(Telepatia)_Bom, vou passar a analisar esse tal modus operandi para não ser pego desprevenido ou fazer algo que contradiga as superiores. Veremos se elas compartilharão as informações ou se terei de provar alguma coisa a elas primeiro. De todo modo, creio que serei eu o enviado do Clã para fazer as patrulhas de reconhecimento junto aos demais. Assim eu penso, mas vamos primeiro ouvir o que elas têm a dizer, se forem dizer...

O telefone de Natanael toca.

Vincet havia respondido Linda maravilhosamente. Parecia ter gostado da atitude do pintor de ter oferecido sua mansão para os membros do clã e para a Primógena Malkaviana. Estariam seguros lá. Vincent então toma a mão direita de Natanael e a leva a seus lábios, beijando-a e dizendo:

-Não há o que agradecer Natan.

Sorri. Ele esperava as respostas de François, que infelizmente não vieram. O pintor poderia tomar aquilo como uma afronta, mas o Toreador tinha passado por muitos problemas naquela noite e ele entendia seus motivos. Além de recusar educamente seu convite para ficar na sua residência. Vincent diz à François:

-Entendo perfeitamente suas razões monsieur Durriex. Minha residência é muito bem protegida e, além disso, veja as vantagens que ela poderá lhe proporcionar. Estará já no local da nossa reunião da próxima noite. Caso mude de ideia avise-me.

Tocou mais uma vez no ombro do irmão de clã. Estava realmente preocupado com ele e de certa forma contente por ele ainda estar vivo. Guile se despede do grupo e leva Emilie com ele. Vincent entendera aquilo muito bem. Guile não estava com eles, infelizmente. A Malkaviana, pareceu esperar a resposta do blefador para se decidir, o que demonstrava que ela estava cem por cento com Guile e cem por cento contra a aliança do submarino. Uma pena realmente.

Vincent despediu-se de Guile e de Emilie. Imaginou que ela aceitaria a hospitalidade de sua residência para que pudessem conversar. Ledo engano. Lunáticos, como entendê-los? Xica aceita o convite quase que imediatamente e Vincent a responde:

-Merci mademoiselle da Silva. Considere minha residência...a sua residência.

Sorriu para a bela negra e já começava a gostar dela. Depois que Linda fala, Thomas e Ian, o oriental estava sem o braço direito, entram no local. Vincent arregala os olhos e fica sem palavras. Natanael então faz um comentário sobre o Secretariado do clã e quase ri. Sabia que Natanael estava fazendo aquilo somente porque Thomas chegara. Sorri de volta à Natanael. E então o telefone de Natanael começa a tocar. E então Vincent profere finalmente:

-Poderemos partir quando desejarem.

Talvez o comentário sobre ser Secretário do clã pudesse fazer com que François mudasse de ideia. Aguardou que Thomas reconhecesse pelo menos Vincent, Natanael e François para se aproximar deles.

Ian chega com Thomas à Capela Tremere sem nenhum agravante no caminho. Seu braço faltante doía e parecia que ele estava levando facadas em intervalos contínuos. A dor era excruciante e ele fazia o possível para poder aguentar.

Depois que adentram a Capela, Ian percebe vários grupos de cainitas presentes. Vê Eva, Beatrice, Johanna e Bianca próximas e se dirige à Thomas:

-Com licença senhor Haulot, mas preciso me juntar ao meu clã no momento. Obrigado pela hospitalidade que me ofereceu. Espero poder nos encontrar em breve.

Despede-se do Toreador e passa pelo grupo de Toreadores, cumprimentando-os com um menear de cabeça. Ele poderia chamar um pouco a atenção já que estava sem o braço direito. Se aproxima do grupo de Tremeres e se pronuncia diretamente à Johanna, Bianca e Eva, já que Beatrice parecia ocupada.

-Boa noite. Peço desculpas pela demora em chegar. Acabei tendo alguns contratempos......no caminho.

Sentia a dor lancinante em seu ombro. Precisava descansar logo. Não conhecia os outros próximos (Petrus e Fátima), e apenas meneia a cabeça positivamente aos dois. Não tinha visto o tablet ainda para identificá-los.

O Nosferatu aproveita que o celular de seu Primogeno havia tocado para se distanciar deste, já que percebera suas ideias de como se portar em guerras não eram as mesmas...

Percebera que a Príncipe aprovara seu comentário... Afinal não é arriscando o pescoço na linha de frente que se chega a um Principado... Calebros já havia enfrentado algumas situações de guerra, afinal sua missão pessoal sempre o levou a se imiscuir nesse tipo de situação... A gehenna sempre permeava o Caos e a Destruição...

Se aproxima de Linda e comenta

-Talvez devamos ir minha Principe... Nada mais servirá permanecer aqui do que senão esperar o beijo de Hélios... A noite foi satisfativa para o Clã, deveríamos nos afastar no auge da mesma. Que achas?

Vincent retribui o sorriso, os dois pareciam se entender mesmo nas sutilezas. O telefone de Natanael toca e Vincent diz que poderão sair a qualquer momento. Como queria ver se Thomas iria conversar com eles, Natan resolve atender ao telefone para ganhar algum tempo.

_Já vamos, Vincent. Deixe-me apenas atender a essa ligação.

Leva, com seu braço direito, o telefone ao ouvido. O esquerdo ainda doía, mas quando Ian passa por eles e acena, Natan viu que poderia ter sido bem pior. Pobre rapaz, ele era belo e simpático, não merecia ter passado por aquilo. Natan o respondeu com um menear triste de cabeça se arrependendo por não ter levado consigo pela janela. Poderia ser um bom aliado...

_Alô, com quem falo?

Calebros não parecia um guerrilheiro. Não, ele não o era. Não que Guy fosse um. Não como Lampião ou outros Brujahs. Guy entendia a lógica de Calebros perfeitamente, mas achava que os Nosferatu eram destinados a mais. Ele não responde ao comentário de Calebros e seu telefone toca. O número é desconhecido. O Nosferatu atende:

"- Fawkes."

Quando Falwkes atendeu a ligação, Andre se apresentou.

- Boa noite, senhor Falwkes. Sou Andre Gabrois, nosferatu, recém chegado ao Rio de Janeiro. E me informaram que eu devia entrar em contato com o senhor para me estabelecer na cidade.

A Tremere com excesso de gostosura observou feliz a saída dos Brujahs, que pareciam não ter levado nada. Precisou admitir um certo prazer em ver os tais Steve e Joanna. Dele esperava a substituição imediata das boas relações que tinha com Jorge e dela esperava muitas coisas, pela sua fama histórica. Talvez até ela queimasse finalmente em uma cruz nas mãos do Sabá, afinal a história acabava se repetindo e uma feiticeira sabia que os contos tem poder.
Observou os Nosferatu se preparando para sair com alegria. Não tinha especial desprezo por sua feiura, mas o cheiro de esgoto de todos (em especial de Carlent), deixavam-na desconfortável.
Os magos pareciam contentes (apesar de que olhando ninguém poderia dizer isso, todos com suas caras fechadas em silêncio circunspecto), suas irmãs estavam satisfeitas por ver o impacto de suas ações e Fátima vinha mais calada do que esperou dela. Possivelmente a leve demonstração de autoridade a tivesse deixado desconfortável, mas Bianca duvidava. Os Tremere sabiam seu lugar e a capela estava em boas mãos. A cria de Fátima tinha sido impecável, ficou em um silêncio astuto, observador e com olhos aguçados, demonstrava grande controle das emoções e devia estar pronto para agir em caso de necessidade. Tinha um belo futuro aquele ali.
E nessa hora finalmente chegou Ian. Deu um sorriso animado em sua direção demonstrando que estava feliz por vê-lo vivo, mas jamais iria intervir na repreensão de Eva e provável repreensão de Johanna. Elas certamente ficariam felizes de demonstrar sua autoridade para o jovem, e além do mais o oriental havia passado a noite na companhia desagradável da criança da noite. O único prazer que Bianca podia tirar em encontra-lo era do fato de que não era o primógeno e corria por fora da concorrência para qualquer cargo que fosse, pois chegara muito atrasado na reunião do Ellisium. No seu íntimo esperava que a príncipe Linda o punisse com uma caçada de sangue, e que ela tivesse o prazer pessoal de arrancar seus belos olhinhos simpáticos de suas órbitas. Mas divagava, por melhor que as coisas estivessem, nunca estavam tão bem assim.

Bruno estava sentado em seu refúgio de copo vazio e com um pouco de sono quando sua ligação é atendida. Ele escuta a voz desconhecida fazer um pergunta e com seu habitual tom grave de voz responde:

"- Natanael Lacerda?" Não ia sair por aí dizendo seu nome pra alguém que não deveria saber. Com o péssimo serviço prestado pelas empresas de telefonia na cidade, era normal que as ligações fossem atendidas por pessoas que não tinham nada haver com o negócio. Depois de confirmar que era realmente o sujeito com quem deveria falar, ele continua:

"- Boa Noite, sou Bruno Modenesi. Me disseram para ligar pra você pra me apresentar."

- Não faça esse tipo de oferecimento, senhor Lyon. - ela respondeu com um sorriso irônico e sensual - SOu um tanto quanto folgada. Se disser para que eu tome sua casa como minha, logo estarei com liberdades demais.

Respondeu assim ao francês enquanto imaginava a resposta que poderia dar a Lacerda. Xica não se interessava em cargos. Não esse tipo de cargo. Nem nesse momento. Observar era mais interessante. Ouvir e ser ouvida.

- Na verdade não tenho interesse imediato em ocupar cargos. Talvez se eu pudesse organizar a nossa guilda, mas colocar-me como secretaria do clã não está nos planos dessa rosa negra. Mas talvez monsier Durrieux esteja interessado. Ou quem sabe Guille França ou o pequeno senhor Haulot. Realmente temos muitas flores para montar esse ramalhete!

Ela tinha percebido certo desconforto entre os membros do clã toreador, mas não se importava com isso. Intriga. Esse era o principal alimento dos vampiros, mais do que o próprio sangue. Assim, a ex-escrava, fingiu que não tinha percebido e falou como se todos estivessem do mesmo lado.

Telepatia - Fique atento, como sempre foi. Não abaixe a guarda, em nenhuma ocasião. Fiz isso por um instante e fui repreendida. Beatriz, Bianca e Johana parecem agir como três cabeças em um mesmo corpo. Não acredito que permitiram que os outros saiam de suas sombras. As derrotas do clã, serão nossas derrotas. as vitórias serão delas. Tenho a ligeira impressão de que ficarei reclusa na biblioteca, pelo menos por algumas noites.

Petrus se assusta com o comentário de sua Senhora. Fátima havia sido repreendida? Poderia ficar na biblioteca, como uma punição para Aprendizes dos Primeiros Círculos de Mistérios? Não podia acreditar que as três irmãs não conheciam a precedência e o talento mágico de sua Senhora. Beatrice também era bem antiga e pelo pouco que a conheceu na Itália sabia que ela detinha grande poder, mas Fátima não devia nada a ela, muito pelo contrário... No entanto, elas chegaram primeiro e tinham os cargos mais altos na Capela. Em relação a Petrus, elas também tinham um cargo muito superior na Pirâmide. Devia se manter calmo e resoluto, como de costume, e galgar seu espaço sem cair no mesmo erro de sua Senhora. Já havia chegado ao Sétimo Círculo, mas qualquer deslize ou comentário inoportuno poderia fazer com que seus esforços anteriores não significassem nada aqui no Rio. Se tornar Astor seria o ideal para o austríaco pois se livraria, em parte, dos afazeres internos de uma Capela, mas até lá, seguiria de acordo com a tradição do Clã e como foi ensinado: obedecendo aos superiores. Ao menos os que se provam realmente superiores.

(Telepatia)_Então basta conquistarmos apenas vitórias. Obrigado, mais uma vez, pelos conselhos, minha Senhora. Vou segui-los, como sempre.

Nisso um oriental se aproxima e pede desculpas pelo atraso. Devia ser o outro Magus do qual Fátima havia falado. Certamente passou por muitas coisas e, ao cumprimentar, Petrus meneia a cabeça sem olhar diretamente para o local vazio onde antes havia um braço. Pensou que poderia aprender com Ian sobre a vida após a morte nas culturas orientais depois que as coisas estivessem mais calmas, mas sabia que essas suas pesquisas deveriam parar um pouco. Outras mais urgentes o aguardavam.

Sorri erguendo as sobrancelhas demonstrando que Xica havia tido uma ótima ideia ao pedir para organizar a Guilda, no entanto, antes de respondê-la o homem do outro lado continua o diálogo. Ele faz um gesto pedindo para que os outros aguardassem e responde:

_Sim, está falando com ele.

Quando ele diz seu nome e que deveria se apresentar, Natanael viu que poderia ser um Membro e logo procurou por seu nome do tablet, vindo a encontrá-lo.

_Ah, boa noite, senhor Modenesi. Vou deixar as cerimônias de lado, pois o dia já está chegando. Se o senhor faz parte das Rosas, precisará se encontrar com o restante do jardim para se apresentar a mim de forma adequada. Passarei o endereço por mensagem para evitar maiores complicações. Se não estiver muito ocupado no início da próxima noite, por favor, se junte a nós.

Esperava a resposta de Modenesi, a decisão definitiva de Durriex e a aproximação hipotética de Thomas, mas já se inclinava a deixar o local. Ainda precisaria se alimentar e queria fazer algumas coisas com Vincent antes de cair no sono.

Ela não disse mais nada. Encerrou a conexão mental com petrus. Os outros cainitas já estavam deixando a capela. Os brujah saíram, os toreador estavam fazendo o mesmo assim como os nosferatu. Em pouco tempo estariam apenas os feiticeiros. E assim poderiam, quem sabe, falar abertamente. Fátima sorria. Johana tinha pedido que Tiago Bragança se afastasse. O garoto provavelmente seria punido de alguma forma.

*Thomas se despede de Ian com um sorriso e se aproxima de Natanael, Vincent e Xica com um sorriso tão encantador que não parece nem um pouco zangado*

- Como vão? Oh, Vincent, Natanael! Que felicidade vê-los bem depois de tantos acontecimentos horríveis! E a senhorita deve ser uma rosa também? *volta-se para Xica e beija-lhe a mão com a elegância de um pequeno lorde, sua voz aguda, deliciosamente bem modulada e harmoniosa, e seu sotaque francês acrescentando a seu charme* Sou Thomas Haulot, cria da senhora de Rennes, Maëlle Riou.

*Volta-se então, num movimento elegante, para onde vira Emilie ao entrar. Dá uma risada alegre, acenando para ela, ainda mais ao ver que Guille lhe fazia companhia. Então vira-se sobre os pés e dirige-se direto para a única pessoa que parecia uma nosferatu fêmea na sala, parando a dois passos de distância e caindo sobre um joelho numa reverência teatral*

- Nossa nova príncipe, eu suponho. Thomas Haulot, do clã das rosas, a seu serviço.

A concordância de Guille deixa Emilie aliviada. A malkaviana segura o braço dele, mas sem esquecer da cortesia, vira-se para Vincent.
- Agradeço seu gentil convite, monsieur Lyon, mas preciso voltar ao meu refúgio. Preciso ficar a sós com a minha loucura...

Com essas palavras enigmáticas ela deixa os demais toreadores, pronta para ir ao carro com Guille, até que Thomas cruza com ela. A bailarina estaca no mesmo momento, apertando os braços de Guille enquanto olha para o pequeno. Tinha o ímpeto de correr para abraçá-lo, mas conteve-se. Intuitivamente, sabia que quanto mais tentasse protegê-lo mais em perigo ele estaria. Falhara com Cláudia, não falharia também com Thomas. Ele estaria mais seguro longe dela.

Uma nova lágrima se forma e escorre em seu rosto, já marcado por outros traços vermelhos.
- Thomas... - diz com a voz quebrada - fico feliz em ver que está bem...
Retribui trêmula ao aceno dele, percebendo que ele estava lidando bem com a situação, e então, segue com Guille para fora da Capela, passando pelos jardins até entrar no carro, sentando-se no banco ao lado do motorista. Fecha o cinto e logo em seguida lança-se aflita aos braços do toreador, num movimento que, embora muito em parte passional, escondia algo de calculado.
"Se eu entrar em frenesi, não vou avançar sobre ele mais do que isso"

- Por favor, me leve pra casa.

Assim que se solta dos braços dele e ele começa a dirigir, a malkaviana começa a contemplar a paisagem pela janela, com um olhar aparentemente perdido, vagando principalmente no local onde Cláudia falecera. Sua loucura emergia em seus olhos desordenados e era com esse caos* que ela tentava se reconectar aos confusos sinais que ainda pairassem pelo jardim, tentando ter um mínimo vislumbre do que teria acontecido à sua pequena irmã de clã.

*OFF: Uso Olhos do Caos

Guille vê em sua saída que Thomas chegara, e sorri para o toreador, aquilo faria Emilie mais tranquila e então deixava o lutador feliz.

Já no carro, assim que sentam a Malkaviana se joga em seus braços, implorando para ser levada para casa, Guille com seus braços fortes segura a bailarina apertado, falando baixo e com uma voz firme para ela.

"- Está tudo bem, você pode relaxar agora. Nada vai acontecer com você, eu garanto."

Seu olhar passa pelo ponto onde Claudia tinha morrido, ele não pudera salvá-la, entrara em Frenesi também, mas garantira a si mesmo que nunca mais teria o mesmo problema, queria meditar naquele momento e voltar a treinar seu auto-controle, por ele, por Emilie.

O Toreador não queria deixar a Malkaviana se afastar dele, sentia que aquilo ia lhe fazer mal, e a ela também, seria como com seu irmão, ou com o que ele fez com o seu criador, ele não podia deixar ela partir, não podia abandonar sua Humanidade, se fizesse isso não era mais ele, seria uma casca do garoto que se encantava com cada nova tecnica do mestre Maeda.

Não, ele defenderia Emilie com unhas e dentes, e seria controlado, e se manteria são, precisava fazer isso por ela, não sabia porque, apenas sentia aquilo.

O Toreador acaricia os cabelos da Malkaviana e então se separam do abraço, ele olha para a bailarina e dá um meio sorriso, porém era muito confiante, e havia um grande brilho em seus olhos, um propósito, uma paixão.

"- Vamos para um lugar seguro."

Guille liga o carro e sai da Capela Tremere indo para as Ruas da Zona Oeste.

OFF: segue nas ruas zona Oeste.