Segredos do Apocalipse
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Cobertura na Praia de Botafogo - Refúgio de Bruno Modenesi

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Mensagem  Bruno Modenesi Sáb Set 19, 2015 12:25 am

O Bicheiro permanece apenas observando a sua própria beleza e bom gosto enquanto repassa mentalmente tudo que teria pra realizar naquela noite.
Bruno Modenesi
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Cobertura na Praia de Botafogo - Refúgio de Bruno Modenesi - Página 3 Empty Bruno

Mensagem  Bruno Modenesi Ter Set 22, 2015 11:43 pm

Bruno caminha para a sala, estava na hora do desjejum. Senta-se à cabeceira de uma bonita mesa de madeira maciça onde havia uma confortável cadeira feita sob encomenda para agüentar o bicheiro. Na mesa um lenço branco com suas iniciais bordadas com fios de ouro aguardava para protegê-lo de eventuais respingos. Não havia pratos e nem talheres.

O Bicheiro abre o guardanapo com uma rápida e precisa sacudida e o prende à gola de sua blusa. Em segundos uma de suas crioulas se aproxima e se aninha em seu colo. Era a vez de Amélia. A negra fazia jus ao nome com um sangue doce e leve, acrescido de sua prostração diante o beijo do Toreador. Enquanto Bruno se deliciava em seu pescoço,ela enroscava os braços em volta dele e esperava, como toda mulher deve fazer, que o macho alfa saciasse sua sede.

Quando saciado Bruno retira os dentes, beija seu pescoço e afasta o rosto do cangote da negra. Em segundos as marcas somem e a negra volta a abrir os olhos acompanhados de um sorriso brejeiro que amoleceriam o coração do bicheiro, se ele ainda tivesse um. Ganha um beijo apaixonado e molhado antes de Amélia se levantar e sair rebolativa como sempre.

Retira o guardanapo e o coloca sobre a mesa enquanto observa Ana e Claudio tomarem seus lugares para o checklist diário. A secretária chega com um copo de uísque para o chefe e uma pesada pasta, sabia dos gostos do toreador. Ambos tinham o ar sério e o semblante preocupado. Bruno os olha ainda com o leve sorriso proporcionado por sua neguinha e se distrai nos próprios pensamentos.

*- Amélia é que é mulher de verdade...*

Quando retorna ao mundo real, Bruno pergunta para Ana sobre as novidades. A secretária lhe repassa as informações que estavam em todos os jornais da cidade: O Rio de Janeiro estava mergulhado no caos. O bicheiro escuta o relato de sua lacaia e faz alguns questionamentos que são rapidamente respondidos por ela. Essa era a parte fácil do serviço.

Depois de alguns minutos ela entra no que era espinhoso: Rildo Borges. Ana relembra Bruno da perda do Morro dos Macacos com o queda de Nêgo, fazendo com que o sorriso que insistia em permanecer no rosto do bicheiro fosse embora. Em seu lugar temos um gordinho pensativo enquanto alisa o cavanhaque. Quando ela termina ele se volta para Claudio e pergunta num tom sério:

“- Já cuidamo pra que isso não aconteça de novo, certo?”

“- Claro, chefe! Já tomamo as providência.” – se apressa em afirmar o segurança

Nesse momento outro funcionário aparece na porta carregando uma caixa, um pouco maior do que as usadas para embalar panetones, acompanhada de um cartão. Ele aguarda até que Ana gesticula para que se aproxime. Ao se aproximar ele entrega o cartão para Ana e permanece com o pacote em mãos. A lacaia abre o cartão que tinha apenas o nome do bicheiro escrito e o mostra para Bruno com cara de dúvida. O bicheiro, que já estava começando a ficar contrariado, faz menção para que colocasse o pacote sobre a mesa enquanto ele afasta a cadeira e se levanta para poder abrir a caixa. O funcionário obedece e se afasta um pouco esperando a ordem para sair. Sem demora Bruno abre a caixa e para fissurado no presente que estava lá dentro. Foram os segundos mais longos de sua não-existência, só comparados a outros perdidos há muito tempo.

Palidez nunca foi problema para Bruno. Na verdade sua pele gozava de uma cor cultivada desde os tempos dos fins de semanas ensolarados nas lajes regados a cerveja e pagode. Porém, nenhum de seus funcionários já o vira tão vermelho quanto ele estava naquele momento. O sangue parecia correr ainda mais rápido por suas veias, fazendo com que algumas delas se tornassem salientes sob sua pele.

O bicheiro afasta a caixa de lado e pergunta para Cláudio:

“- Já tomamo as providência, né?”

Sem esperar qualquer resposta do reticente e espantado segurança, Bruno estica o braço e saca do interior da caixa, pelos cabelos, uma cabeça. Ele a coloca diante de Claúdio enquanto Ana, de sobressalto, arregala os olhos, se levanta e se afasta assustada com a familiar cabeça. Claúdio permanece estático, paralisado pelo medo, enquanto o semblante de Bruno transparece toda sua ira através da vermelhidão, das veias saltadas e de um tique nervoso no olho esquerdo que contraía involuntariamente.

Numa demonstração sobre-humana de autocontrole o bicheiro tenta manter a civilidade e pergunta pausadamente:

“- É des...se jei...to que vo...cê es...tá cui...dan...do...”– infelizmente era demais até para ele – “...DAS MIINNNHHHHAAASSSSS COOOOIIIIISSSSAAAASSS????????"

Bruno não era mais dono de si.

Numa explosão de ira sobrenatural o bicheiro passa a mão na capanga retirando dela um Cutelo, puxa o entregador que aparentemente não fazia a menor ideia do que estava acontecendo, o deita sobre a mesa em frente ao segurança e grita:

"- TÁ DE SACANAGEM COMIGO?" - Uma "cutelada" é proferida no meio da cabeça do funcionário, respingando sangue no rosto de Claudio.

"- TÁ ESCRITO IDIOTA NA MINHA TESTA?" - o Bicheiro puxa o cutelo e repete o golpe no mesmo lugar espirrando mais sangue sobre o atônito seguranca.

"- FALA FILHO DA PUTA!!!" - ele volta a puxar o cutelo que traz junto um pouco da massa encefálica do morto.

"- VOCÊ QUER ME FUDER?" - mais um golpe é desferido na ensanguentada cabeça.

"- RESPONDE DESGRAÇA!!!" - o cutelo é puxado mais uma vez para golpear logo em seguida no mesmo local - "- RESPONDE FILHO DA PUTA" - e de novo "- FALA!!!" - e de novo -"- FALA!!!".

Nesse momento o Bicheiro muda o alvo das "cuteladas" e começa a golpear o pescoço do corpo já sem vida. Uma, duas, três, quatro e a cabeça é separada do corpo que tomba aos pés de Bruno. O toreador coloca a cabeça ao lado da do gerente de da quadra de sua Escola de Samba, enviado na caixa, e com o rosto vermaelho também pelo sangue alheio sentencia:

"- É ASSIM QUE SE CUIDA DESSA PORRA!!!"

Ele olha ofegante para Claudio por alguns instantes e ordena:

"- SUMA DA MINHA FRENTE!!"" - o segurança obedece o Bicheiro e foge da sala apavorado enquanto Bruno vocifera - "- E SÓ ME VOLTE COM ESSA PORRA LIMPA, SEU MERDA FILHO DA PUTA, OU A SUA CABEÇA VAI COMPLETAR MINHA COLEÇÃO!"

Bruno deixa as cabeças onde estavam e volta se sentar. Já não estava tão ofegante, apenas pensativo. Sua cor habitual retornava ao rosto e, depois de alguns instantes, se volta para Ana e profere:

"- Arrume outro segurança!"

A secretária que estava meio curvada com uma pequena poça de vômito aos pés, ajeita o corpo e acena positivamente com a cabeça.

Vendo a cena deprimente, Bruno faz um gesto para que ela saia dali

"- Suma daqui você tambem!"

Ele estava cercado de idiotas.
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Cobertura na Praia de Botafogo - Refúgio de Bruno Modenesi - Página 3 Empty Bruno - Narração

Mensagem  Bruno Modenesi Qui Set 24, 2015 2:58 pm

Apesar do “cuidado” a roupa de Bruno acabou sendo outra vítima da seção terapêutica do bicheiro. Pintado de vermelho ele caminha para o quarto e depois de minutos retorna com outra roupa igual à primeira. Como a cena ainda estava montada opta pelo sofá na sala de estar. Com um copo de uísque na mão senta e, finalmente, tira o telefone do bolso. Confere se recebera alguma ligação que passara desapercebida e, para sua surpresa, encontra uma mensagem de seu primogêno mencionando a “doação” de sangue solicitada pelo príncipe.

Sem entender direito do que se tratava, resolve ligar para Vicent.

OFF: ligação para Vicent
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Cobertura na Praia de Botafogo - Refúgio de Bruno Modenesi - Página 3 Empty Bruno bolado

Mensagem  Bruno Modenesi Qui Out 01, 2015 9:00 am

A conversa com Vicent é encerrada e Bruno retorna a seus afazeres. Ele se levanta do sofá e caminha para a saída de seu apartamento. Quando passa diante das cabeças sobre a pesada mesa de madeira, Bruno para por alguns instantes e se perde observando aqueles dois infelizes sortudos. Sortudos por não terem mais problemas e infelizes por não poderem gozar desse fato. Bruno se aproxima e cospe no chão próximo a elas. Não faziam a menor idéia do que aquilo significava, mas achava estiloso quando via a cena nos filmes de gangster.

Sai em silêncio e com cara de poucos amigos. Caminha em direção ao elevador e desce para a garagem. O carro já estava esperando, orientado por Ana, que não queria ser a próxima a enfeitar a mesa. Ele entra e dá as coordenadas para o motorista que segue rumo ao Hotel Glória.
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Mensagem  Narrador Seg Abr 11, 2016 9:18 am

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