Ruas - Zona Sul

O questionamento de Guillermo caira no vazio... Mas relevara a falta de etiqueta de seu Serviçal... Percebera o trabalho que estava tendo para fugir daquele Caos que se tornara a cidade do Rio de Janeiro.

As ruas começavam a encher e o transito estava estagnado... Nessas horas se amaldiçoava por não possuir um Helicoptero... Mas é claro que com aquela chuva não poderia alçar voo. Tinha que se submeter aquela situação.

Preferia então buscar em seu telefone mais informações acerca das alianças politicas do Governador e do Prefeito do Rio de Janeiro, para duas coisas: Saber aonde teria que lidar, bem como para verificar quais jornais eram tendenciosos a favor e contra os mesmos.

O Ventrue percebia que deveria tambem atuar na seara municipal... Afinal tambem precisaria do controle do baixo clero...

Faltava um ano para as eleições... Provavelmente o sucessor ja havia sido escolhido para o Estado... Mas não custava sondar como a atuação municipal poderia influenciar.

Procura em seu telefone o contato do Pastor e Vereador Galdemiro, que, como Carlos da Agua, só havia chegado a vereança com ajuda do dinheiro do Ventrue e liga para o mesmo.

Marcaria uma reunião para a noite seguinte se fosse o caso.

A chuva escorria pela janela do veiculo... As luzes dos demais carros que como o de Guillermo se aventuravam naquela Tormenta refletiam no canto do olho do Ventrue...

Do outro lado da linha seu patrocinado atendera....

-Meu nobre Pastor... Crow falando... Como andam as coisas frente à vereança e no seu Templo... Espero que meu dizimo continue ajudando as obras do Senhor

O tom do Ventrue era amigavel e confiante

Tenho interesse em me reunir com o Sr. para discutirmos alguns assuntos de mutuo interesse. Como está sua agenda?

Nao tenho dúvida que o trabalho do Senhor toma bastante tempo, meu caro Pastor.

Guillermo nao entendia como as pessoas podiam se agarrar a uma idéia de fé... Ele somente acreditava em poder. Quando rezava e para si próprio que endereçava as orações. ..

Seu gabinete deve viver atribulado. .. mas ficaria grato de lhe prestar uma visita no templo amanhã a noite... Digamos umas 8 horas?

Antes mesmo que o Pastor pudesse responder o Ventrue arremata

O assunto que gostaria de tratar e do interesse do Sr. e de toda a bancada que Vossa Senhoria lidera. Falando nela... Comone a relação da bancada e do Sr. com nosso caríssimo Dirigente Municipal?

O Ventrue percebia que podia utilizar esse recurso nas manobras que planeja a médio prazo.

Com um sorriso no canto da boca que deixa aparecer seus alvos dentes, Guillermo responde

Muito bom então. Vejo que temos muito o que discutir meu caro colega. Aproveitarei e renovarei meu dizimo quando nos encontrarmos. Abraços

O Cainita desliga e repassa a seu Lacaio o encontro da noite seguinte, para que o mesmo estivesse a disposição.

Olhava o transito se perguntando o quanto demorariam para chegar ao Hotel

O Toreador dirigia enquanto a voz feminina do gps informava o caminho. Segundo o gps o trajeto poderia ser feito em oito minutos, mas a chuva estava tão forte que o trânsito parecia infernal. Vincent não conseguiria, de forma nenhuma chegar ao café Severino em oito minutos, mas também não via possibilidade de cancelar o encontro com o Nosferatu. Só esperava chegar antes dele. Chegar atrasado a um encontro era terrível para Vincent.

Demora um pouco mais do que ele imaginava para chegar ao café Severino. Vincent estaciona o automóvel e segue até o local e se depara com uma livraria. O tal café ficava dentro da livraria. Adorou a ideia e muito simpático se acomodou em uma das mesas do local. Abriu o cardápio e folheou-o por alguns instantes, aguardando o Nosferatu que desejava encontrá-lo.

Enquanto folheava o cardápio do café ficou imaginando que tipo de homem André seria. Educado pareceu-lhe, pelo menos, pois sabia que beleza não seria o forte do homem. Pelo nome diria que o Nosferatu poderia ser francês. Apenas aguardava agora.

Poucos instantes depois que Vincent Lyon entrou no café, André Gabrois chegou. O nosferatu estava vestido com um traje esporte fino, mocassins no pé e cabelos um pouco desgrenhados. Ali não estava disponível toda a bizarrice física dos ratos de esgoto, mas o recém chegado não era uma virtuose em beleza. Na verdade, sua aparência era bem a média do mundo mortal. Um rosto comum, que não chamaria a atenção na multidão, nem mesmo em um café livraria pequeno como aquele.

Como André já tinha visto a foto de Vincent, por meio do tablet, se aproximou da mesa que o toreador tinha escolhido, cumprimentando-o com um aceno de cabeça.

- Boa noite, senhor Lyon. Andre Gabrois, a seu dispor. - estendeu-lhe a mão.

*Marie-Amélie segue pela zona sul buscando chegar ao hotel Glória*

Não demora para um homem adentrar a livraria. Vincent não tinha ideia de como o Nosferatu poderia ser e também não estava munido de seu tablet para verificar sua aparência. E mesmo que o tablete estivesse em suas mãos, a forma verdadeira do monstruoso Nosferatu estaria lá e não a imagem que ele adotaria para perambular pelos mortais.

Baixou os olhos enquanto folheava o cardápio e pediu um expresso e um croissant. Força do hábito e então outro homem o aborda, apresentando-se. Vincent abre um largo sorriso e percebe que a beleza do homem era normal. Nada exuberante como Vincent ou Natanael.

O Toreador se levanta e vê que André estende a mão para ele. Educado, ele aperta a mão do Nosferatu e antes de tocá-lo pensa que tipo de sensação ele teria ao tocar a pele do Rato.

-Boa noite monsieur Gabrois. É um prazer conhecê-lo pessoalmente. A meu dispor? Cobrarei isso em outra hora.

Ele sorri novamente. Depois do cumprimento, Vincent estende sua mão para a outra cadeira da mesa e profere:

-Acomode-se por gentileza. Deseja comer ou beber alguma coisa? Teve algum problema com o trânsito para chegar até aqui monsieur Gabrois?

Era abundantemente carismático, educado e bonito. Estava vestido com um terno perfeitamente cortado. Percebeu que André até se vestia bem para os padrões Nosferatu.
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Stevie percebendo o mau-humor do outro Brujah permanece calado e esperando se secar, mentalmente ele cantarolava, e levemente sua mão se dirige novamente à moeda, será que Uther tinha ficado ilhado na conversa com a Príncipe? Talvez o encontrasse lá, tomara.

Quando Vincent ofereceu-lhe um lugar onde pudesse se sentiar, assim Andre o fez. Tinha um sorriso nos lábios e guardou as mãos nos bolsos da calça. Preferia ficar assim por alguns instantes.

- Apenas água, mineral e sem gás - disse dirigindo-se ao garçon que estava próximo. - Na verdade eu estava bem próximo do café. Quase não tive problemas com o trânsito, senhor Lyon. Gostaria de agradece-lo, por me atender, dado o avançar da hora.

Em poucos instantes o garçon retorunou com as bebidas que Andre e Vincent tinham pedido. Sensações. Não houve nada de estranho no toque do rato de esgoto, que poderia surpreender o toreador. A mão de Andre era fria, como a mão da maior parte dos vampiros quando estes não se preocupavam em passar-se por humanos. Mas havia algo mais. Bem pequeno, mas parecia impregnada por liquido viscoso, embora se Vincent olhasse para a própria mão perceberia que tudo não passou de uma peça que sua mente lhe pregou, talvez pelo receio em encontrar uma mão fétida e podre.

O Toreador realmente se surpreende a respeito do apertar de mãos. Imaginava que tocaia alguma coisa nojenta, áspera, de material duvidoso, mas sentira apenas algo meio gosmento e quando olhou para sua mão, disfarçadamente é claro, não se deparou com nada. Estava até um pouco decepcionado.

Sempre muito carismático e simpático, Vincent profere:

-Por gentileza monsieur Gabrois...chame-me apenas de Vincent. Deixemos as formalidades para o Elísio. Aqui podemos nos considerara amigos. E não agradeça....minha residência estava um tédio tão lastimável que eu estava quase me enforcando com as cortinas de seda da sala.

Riu baixo para o Nosferatu diante da piada sem graça. Assim que o garçom trouxe o café e o croissant que Vincent pedira e a água de André, Vincent pega a xícara e sente o aroma gostoso da sua bebida quente, mas devolve a xícara intacta no pequeno pires.

-Que bom que estava próximo. Parece então que escolhi o lugar perfeito para lhe encontrar.

Pegou o garfo e a faca e cortou um pedaço do croissant que fumegava. Passou um pouco de manteiga e a viu derreter aos poucos, levantando os olhos para André:

-Mas me diga monsieur Gabrois...o que deseja da minha humilde pessoa?

Espetou o pedaço de croissant encharcado com manteiga e levou-o para próximo do nariz para que, novamente, sentisse o aroma agradável das duas substâncias. Era realmente uma pena que não desenvolvera a habilidade de comer como vira Bruno Modenesi fazê-lo com o uísque. Quase suspirou por isso. Pousou o garfo e o pedaço encharcado de manteiga no pequeno prato e agora olhava para André. Estava muito falante aquela noite.

*Filippi continua dirigindo em silêncio até avistar a Marina da Glória. Só então resmunga*

- É bom meu carro estar intacto, ou...

*Depois de conversar com Guillermo, Marie-Amélie segue seu caminho pela zona sul na direção do hotel Glória*

- Que seja feita a sua vontade, Vincent. - ele respondeu com um sorriso no rosto. O primeiro passo fora dado com tranquilidade. Travar contato com um toreador, mestre das harpias, e que foi anfitrião de uma das primeiras reuniões das rosas no Rio de Janeiro era tudo o que ele queria a princípio. Não precisava de moedas de troca, ainda.

- Além da sua agradável companhia? - ele perguntou, sério. - Por enquanto, nada, Vincent. Como eu disse por telefone, apesar da crise pela qual a cidade passa não podemos nos deixar abater, nem permitir que os porcos do sabbat impeçam a interação entre os membros. Nossa capacidade de socialização sempre foi a maior vantagem que temos contra eles.

Ele fez uma pausa dramática, esperando alguns instantes, para prosseguir com suas palavras.

- O senhor, entretanto, deve estar pensando que eu o acho um idiota. Quem, especialmente um nosferatu, se preocuparia em socializar num momento como esse. Obter vantagens também é outra das características que distinguem a raça de caim. Não vou negar que há interesse em travar amizade contigo, mas não interesse imediato. Não sei no que posso ajuda-lo, nem em que você poderá me ajudar. Mas se nos entendermos bem, esse dia vai chegar e, então, saberemos.

Vincent estava deveras curioso a respeito do que o Nosferatu queria com ele. Uma noite de sexo selvagem? Dicas de moda? Um quadro da príncipe para ser dependurado no novo Elísio? Aulas de etiqueta? A mente do Toreador fervilhava com várias possibilidades. André por sua vez não queria absolutamente nada de Vincent.

”Que lástima.”

Mas não deixara sua decepção transparecer em sua face. Queria ter amizade com o clã Nosferatu, afinal de contas a príncipe era uma deles. Mas André até que é mais direto em suas palavras do que alguns irmãos de seu clã. E aquilo aguça o interesse de Vincent que sorri de canto de boca, respondendo André:

-Hum.....devo confessar que está me impressionando bem mais do que alguns membros mais mortos do que vivos monsieur Gabrois. Concordo que não devemos ficar em casa como bichinhos de estimação engaiolados enquanto a Espada de Caim toma conta de tudo e de todos.

Arqueou seu corpo de uma forma nada elegante na direção de André:

-Idiota? Mon Dieu monsieur Gabrois....quem sou eu de julgar alguém que acabara de conhecer? Para eu julgá-lo como idiota ou não ainda levará um tempo. Mas confesso-lhe que a balança está pendendo para a área dos não idiotas.

Recostou-se novamente na cadeira onde estava e sorriu ao Nosferatu. Não queria de forma nenhuma desagradá-lo:

-Gostei muito do seu ponto de vista. E no dado momento ainda não tenho nada em mente do qual eu possa ajuda-lo e do qual você pode me ajudar. Mas o futuro dirá....oportunidades não faltarão...tenho plena certeza disso.

Vincent pega a xícara de cáfe e a leva as suas narinas novamente para sentir o aroma delicioso da bebida.

-E se nos entendermos bem? Ah monsieur Gabrois.....já estamos nos entendendo muito bem. Muito bem mesmo.

- Impressionar não era bem o meu objetivo, mas causar uma boa impressão estava entre os atos que eu queria realizar. Ouvindo suas palavras fico feliz por ter alcançado pelo menos isso, nesse instante.


Estendeu a mão de uma forma levemente sensual, fazendo com que ela tocasse o rosto do toreador.   André Tinha curiosidades, tinha que ver até onde os entendimentos entre eles iriam. O nosferatu não era humano, nem se aproximava da humanidade, mas os toreador gostavam daquelas brincadeiras e dos jogos de sedução.

André continua a impressionar Vincent. Quando ele estende a mão para tocar o rosto do Toreador, Vincent o deixa concluir o ato. Nunca imaginara que um Nosferatu estava querendo fazer um jogo de sedução mesmo ele tendo uma beleza mediana. Não que Vincent se atentasse somente neste quesito, mas era um grande diferencial.

-Parece que monsieur desejava mais do que me impressionar então....

Sorriu e após o toque do Nosferatu, o pintor levanta da cadeira onde estava acomodado e arqueia seu corpo na direção de André por cima da pequena mesa, a boca de Vincent buscava a boca do Nosferatu para beijá-lo. Se André possuía tanta coragem assim, o Toreador iria tirar a prova naquele instante.

-....vamos....me impressione agora monsieur Gabrois.

Vincent se deixara envolver pela jogada de Andre e o nosferatu, com um sorriso no rosto, deixou que seus lábios tocassem os do toreador. As cartas estavam na mesa e a partida teria de ser jogada, querendo ou não. Algo apenas poderia intrigar ou talvez enojar o Mestre das Harpias. O que ele sentiria ao ser tocado pelos lábios e pela língua de um verdadeiro cadáver? Os toreador se envolviam na sensualidade humana, mas André era um leproso e não fazia questão de esconder isso e se aproximar da humanidade. Ele envolveu Vincent Lyon em um abraço e começou a acariciar os cabelos do vampiro, enquanto sua boca violava a rosa com volúpia sobrenatural.

Os dentes do nosferatu eram desproporcionais e a língua do vampiro dos esgotos tinha falhas por toda a sua extensão, como se ela tivesse servido de alimento para vermes ou outras criaturas inimagináveis. O corpo dele era frio como um cadáver esquecido no necrotério, mas seu toque acendia paixões. Com toda a certeza a experiência pela qual Vincent Lyon era única em sua vida de frívolos prazeres.