[CAERN] Alojamentos

Severino aparentemente queria participar da bebedeira que se mostrava para o futuro da Renascidos. Lili pisca de forma sensual para o Alpha e sorri. O Alpha os libera quando o Cris comenta sobre a assembleia e sobre o desafio de abertura da assembleia. A Galliard nunca tinha ouvido falar nisso. Mas Boom questiona o Siegfried antes que ela e a resposta vem em seguida. Podia imaginar que seria um desafio maravilhoso de assistir e que continha tradições das quais ela não conhecia e que precisaria aprender.

-Parece uma tradição importante. Nunca vi este tipo de desafio...e acho interessante que participe. Como você mesmo disse, seria bom que soubéssemos de suas habilidades e se for aquele que conseguir tirar a primeira gota de sangue do adversário, isso será bom para a Renascidos. Ira de Thor já lhe deu a autorização?

A assembleia seria ótima para mostrar a nova matilha, seu novo nome e que estava pronta para um recomeço. Também seria possível ver como a fama da matilha estava entre os outros garous. Sobre a recuperação da Gnose de Michel, ela nada diz. O Alpha que teria que liberá-lo para isso.

Uma assembleia era algo que fazia com que Sylvia sentisse um calafrio na espinha. Seria a primeira reunião perante toda a Seita depois do julgamento. Ainda sentia em sua alma a marca do escárnio e olhar para cada Garou da Seita de cabeça em pé seria uma tarefa de esforço hercúleo.

Respira fundo diante da novidade e ouve a história sobre o duelo inicial. Acha sem sentido, coisa de Fenris, mas nada ia dizer e pelo menos saberia o quão forte era o mais novo integrante da matilha. Aproveitando a deixa da assembleia, comenta com os demais:

- Essa assembleia pode ser uma boa chance de nos apresentarmos como Filhos do Vulcão, nosso primeiro passo para reerguer nossa honra. Nossa Galliard poderia pensar em algum tipo de apresentação pública.

Olha para a Fianna esperando que ela reagisse à sua proposta.

-Ótima ideia, Sylvia. Já tenho algo em mente para apresentar a Renascidos como Filhos do Vulcão. Além disso, se Siegfried ser autorizado a participar do desafio de abertura, isso dará mais importância às minhas palavras.

A assembleia que se seguiria tinha um peso importantíssimo para a Renascidos. Eles estavam na lama e precisavam sair dela e a responsabilidade de fazer uma apresentação que pesaria na honra da matilha era de Lilibeth. Não se lembrava da última vez que fizera uma apresentação da matilha que fazia parte, seria algo bem interessante de se relembrar, mas precisava da autorização do seu Alpha.

No mesmo momento em que é avisado da proximidade da assembléia Severino é avisado por uma pontada de dor que ainda estava ferido da bomba usada por John na caçada. Em Crinos estaria tranquilo, mas em sua forma racial o ferimento se fazia lembra as vezes.

"- É mesmo, tinha me esquecido da assembléia."

Ouvindo o resto da conversa ele complementa.

"- Tenho certeza de que lembrará de fazer isso durante o dia, Michel."

Severino se lembrava das palavras do PP sobre a inutilidade do Theurge durante a caçada e, somado ao comentário, ele registra que precisa ter um papo com o estrangeiro antes da próxima noite chegar. Na verdade era uma necessidade conversar com todos.

Sobre a assembleia em si e as possibilidades colocadas pelo novato, Sylvia e Lilibeth, Severino concorda e comenta:

"- Nessas horas honrar nossas tradições e cantar nosso renascimento, cumprindo o dogma de nosso totem, é fundamental. Devemos nos mostrar capazes para as arengas que virão."

O pernambucano começa a passar em revista as atitudes de todos ali, inclusive a dele, nesses momentos. Da recusa a cumprir um ritual ao ataque em frenesi ao líder da seita, todos já tinha tido problemas nesse tipo de resenha. Apesar disso, a confiança do alfa no verdadeiro renascimento de todos não lhe deixava duvidar do sucesso na assembleia. Podiam não ser a matilha mais importante do Caern, mas se colocaria novamente no páreo.

Sua ideia tinha sido aceita e seria a chance de Sylvia medir as capacidades da nova Galliard. O desafio do começo da assembleia também permitiria conhecer a força do Ahroun.

*Vamos ver...*

Estava curiosa mas ainda se sentia estranha. Ubuntu era a membro ali com que mais tinha empatia e, mesmo assim não era nem perto da empatia para com Danniel. Se sentia estranha em sua nova matilha, mas se esforçava para acreditar neles do mesmo jeito que buscava com sorrisos e belas palavras inspirá-los de alguma forma.

Ela olha para o Fenris e acena positivamente com a cabeça:

-Entendo. Então ele vai te escolher, mas podemos confirmar isso com alguém indo falar com Ira de Thor. Talvez Severino?

E as palavras que iriam compor a apresentação da matilha na assembleia começam a se formar na sua cabeça. Lilibeth queria ir falar com os outros membros de sua tribo, se tivesse tempo hábil para isso ainda, além de rever seu irmão mais novo, já que ela tinha saído antes dele para chegar ao Caern.

-Severino...se mais nenhum assunto importante for tratado, gostaria de ir falar com o restante da minha tribo e tentar encontrar meu irmão.

Aman também não tinha nada o que dizer, e a matilha caminhava para o silêncio, aparentemente, finalmente teriam um momento para apreciar o choque que havia sido todo o julgamento e aquela noite... No entanto agora estavam renascidos, e esperava que não decepcionassem mais a Seita, e muito menos a Mãe.

Depois da explicação do Fenris Amanda fica em silencio pensando no desafio. Por ser um Fenris, talvez Ira de Thor botasse alguém que soubesse que ele era capaz de derrotar para mostrar a “superioridade Fenris”, mas tenta não pensar muito naquilo.

As conversas pareciam se acabar e quando Lili fala em sair dali para ir encontrar sua Tribo a Andarilha lembra do inicio da noite e do mistério que Michell tinha feito da conversa com o líder da Esquadrão da Fúria.

- Tem uma coisa sim...

Esperou ter a atenção de todos e virou-se para Michell:

- Maninho... Você tinha dito que iria nos contar sobre a conversa com o chefe da Esquadrão da Fúria quanto terminássemos o julgamento do John...

Imaginou que ele pudesse ter esquecido disso e como ninguém alem deles dois sabiam desta conversa acreditou que era bom expor o que foi conversado, mesmo que agora, com a morte de John, não adiantasse de muita coisa.

Até mesmo Boom se surpreende com a euforia de Michell, mas logo vê o porque ele estava assim. Não sabia se seu mais novo irmão iria reagir bem a comparação feita aos Fenris, mas como ele mesmo disse que não estava ali para ser estereótipo talvez levasse numa boa.

A estória prossegue e se Michell não explicasse o que eram os tais fetiches Boom não saberia dizer. Não era muito ligada nestas armas ultrapassadas que as outras Tribos teimavam em usar. Para ela, uma boa e velha metralhadora era tudo que precisava pra mandar os malditos para o inferno.

O tal reino que “brotou” na Umbra era definitivamente uma novidade para ela, mas será que só para ela? Neste instante ela observou seus irmãos e irmãs para ver suas reações.

Ao final das palavras de Michell a Andarilha fica um pouco pensativa. Será que depois dessa noite a Esquadrão ainda teria interesse em levar a Renascidos? E por que diabos eles queriam a Renascidos em uma missão assim? Diante dos questionamentos que se formavam em sua cabeça Boom questiona:

- Não sei... Alguém aqui já ouviu falar nesse lugar? E tem mais... Por que nós? Não me entendam mal, mas os Presas de Prata não costumam ser legais com transgressores das leis. Na verdade eles nunca costumam ser legais...

Quando achou que iria seguir para conhecer o restante de sua tribo e beber um ótimo hidromel, Boom questiona Michell sobre algumas informações que deveriam ter sido reveladas e o que o Theurge fala impressiona da Galliard que conhecia bem as histórias para deduzir que os fetiches eram das lendas Margrave e Albrecht. Fetiches eram armas muito poderosas e que ajudariam e muito a Nação Garou e principalmente o Caern da Cura no Rio de Janeiro.

-Reino do Pesadelo?

Balbucia. Mas não se lembrava direito de ter ouvido falar nele, talvez por ter aparecido recentemente na Umbra. Não diz nada até que Boom termine sua frase.

-Não conheço o Reino do Pesadelo e nunca ouvi falar nele...mas se outra matilha estava contando com nosso apoio para seguir para lá, esta seria a oportunidade perfeita para mostrarmos a capacidade da Renascidos. Na minha opinião, nosso Alpha poderia ir procurar o Alpha da Esquadrão para oferecer o apoio que ele estava esperando.

”Mas o Presas aceitaria a ajuda da matilha que tinha caído em desgraça? Boom colocou um ótimo ponto em questão.”

-E esperar que ele não tenha mudado de ideia.

Incursões na Umbra atrás de Reinos geram histórias fantásticas, histórias que Lilibeth gostaria muito de ver para contar com suas próprias palavras. Abriu um sorriso de satisfação. Talvez seu irmão pudesse ajudá-los nessa empreitada. O apoio de Thris seria ótimo.

Boom ouve a proposta de sua irmã e se mantém em silencio a principio. Queria ter certeza primeiramente se iriam ou não topar aquela missão, pois não conhecia a Esquadrão tão bem ao ponto de poder confiar nela. Talvez eles estivessem pensando em usar os recursos da Renascidos e no fim das contas roubar as glórias da conquista. Depois de tudo que aconteceu naquela Seita na noite passada, não conseguia confiar na boa vontade de ninguém dali.

*Como diabos um Theurge quase se esqueceu disso?*, essa era uma pergunta que talvez habitasse para sempre a mente de Sylvia. Pouco depois de acreditar ter visto potencial em Michell pela habilidade na discussão do Totem a Theurge descobre em duas tacadas que ele não tinha recuperado Gnose pra aquela noite e que ainda por cima quase se esquece de uma informação daquele naipe. Gaia estava testando suas forças mais uma vez e Sylvia sabia que precisava passar por aquela prova.

A possibilidade da manopla ser o que ela estava pensando a deixa em silêncio por um tempo. Tinha que arrumar um jeito de descobrir. Tinha que ir até esse tal Reino e todas as discussões ali pareciam sem importância perto dessa decisão que ela já tomava em sua mente. Conversas sobre se iriam ou não ser chamados começam a acontecer, mas Sylvia é mais enfática. Não queria depender da boa vontade de nenhum filho de Falcão para aquilo.

Olhando para Severino, Sylvia diz:

- Falcão de Prata não é mais líder de nada, eu acho que devemos pedir essa missão à liderança da Seita para nós. Com todo respeito a todos aqui, mas minhas qualidades como Theurges já foram mais do que testadas e ninguém melhor que uma Theurge dos Senhor das Sombras em uma matilha liderada por um Uktena para entrar num reino desconhecido da Umbra que, ao que tudo indica, lida com alguma relação com os pesadelos. É uma missão perigosa, um reino desconhecido e uma ótima chance da Seita por nossa capacidade à prova sem riscos para o Caern.

Amanda esperava uma manifestação sobre a missão que Michell falou, mas visivelmente a ideia de Sylvia lhe espanta. A Ragabash fica meio desconcertada e tenta se recompor:

- Tia... Sei não... Tá certo que eles não são "donos" de nada... Mas da forma que você tá falando parece boicote... Pode acabar criando um mal estar entre as matilhas na verdade. Se formos pedir a missão pra gente eu acho que vale apena primeiro conversar com o chefe da Esquadrão da Fúria, pra não parecer que passamos uma rasteira neles.

A Andarilha fica realmente incomodada com aquilo, porque por mais que ainda achasse estranho a atitude do Presa de Prata em querer ajudar a matilha, simplesmente assumir a missão dessa forma era mais estranho ainda aos olhos de Boom.

Amanda se surpreende com a manifestação do Fenris, não pela dedução equivocada de alguém que literalmente “pega o bonde andando” sobre o que aconteceu, mas sim pela forma como falou. Por um instante, ela esqueceu-se que ele era um Fenris, mas a lembrança já tinha sido feita.

- Não... Ela não é minha tia... Vai julgar agora como eu chamo as pessoas?

Havia verdadeiramente se irritado com o Fenris e isso era evidente em seu rosto, mas logo foca seu Alpha:

- Chefe... Só to dizendo que é melhor conversar antes de acabar arrumando brigas com as outras matilhas. Se você achar que deve pedir ao Ira de Thor sem nem conversar com a Esquadrão da Fúria antes, ok, mas eu não acho isso certo. Só to dizendo isso...

Boom escuta aquelas palavras e novamente o olhar irritado se destina ao Fenris. E eis que a Ragabash pode ver Steven, sempre Steven, morrendo de rir logo atrás do Ahroun. A Andarilha cerra os dentes de raivas e esbraveja:

- FODAM-SE VOCÊS DOIS! EU NÃO TO NEM AI PRO QUE VOCÊ PENSA MIM! EU NÃO ACHO CERTO VOCÊ SER UM CUZÃO DE MERDA, MAS AS VEZES GAIA NOS MANDA ESSAS MERDAS PRA MATILHA!

Steven, o outro Fenris, John e agora mais um Fenris. Sempre Ahrouns dando dor de cabeça para a Ragabash e se metendo em sua vida sem nem ao menos a conhecer.

As palavras de Sylvia estavam repletas de razão. E não era para menos, afinal um dos fetiches roubados eram dos Senhores das Sombras. Lilibeth abre um imenso sorriso de satisfação e já poderia imaginar as canções que seriam feitas da Renascidos. E era claro que seriam canções sobre honra e glória. Abriu a boca para falar quando Boom fala.

Arqueou uma sobrancelha e Siegfried responde Boom, que o responde e que Siegfried faz uma tréplica. Parecia debate político até que Boom começa a gritar que nem uma louca com o Fenris. Lilibeth se posiciona na frente de Boom, pega nos ombros dela e fala com ela com sua belíssima voz e com tranquilidade:

-Boom...não...Amanda? Está tudo bem? Não tem mais ninguém ali. Só o Siegfried. Quem mais você está vendo?

Olhou para Siegfried e depois para Boom de novo.

-Você está bem?

O tom maternal de Lilibeth era visível.

Amanda já se preparava para explodir novamente conforme as risadas continuavam, quando Lili se põe entre ela e o Fenris. As mãos em seu ombro a tiram do “transe” em que estava e a Ragabash, ainda com cara de irritada, começa a se recompor.

- Eu... Vou ficar... Vou ficar...

Ela leva a mão ao rosto, como quem tenta buscar por razão, mas a raiva ainda queimava forte dentro de seu peito. As risadas sumiam, mas Amanda ainda estava com raiva.

- Só quero ir descansar... Vocês decidam o que quiserem fazer... Já disse o que penso disso tudo.