Ruas - Zona Oeste

Bianca estava pronta. Cancelou o contato telepático pois precisava de toda sua atenção. Não acreditava que seu senhor a colocaria em uma situação de risco. Mas como sempre repetia para si mesma: ninguém vive 500 anos sendo desleixada.

Observou que a sala tinha uma janela e foi lentamente em direção a ela. Se tivesse que sair voando, quebrar a máscara poderia ser melhor do que morrer ali. Olhou mais uma vez para seu sapato. Será que conseguiria correr sem destrui-lo completamente?

Focou seus sentidos na parede de onde vinha a movimentação e esperou o que quer que viesse.

OFF GAME: Uso percepção de aura na parede (auspícius nível 2)

Agora a situação havia se complicado. Ela estava cercada por auras com tons amargurados. A leitura de auras era uma coisa subjetiva, mas cainitas ali estavam e se mesclavam com as paredes de alguma forma. Rituais tremere? Forma de sombras? Sangue ou névoa? Algo novo. Teve que resistir a tentação de seguir por esses pensamentos pois se fosse algo que não conhecia ia querer estudar. Atendeu o telefone, a última vez ele tinha salvo sua vida (ou dos atacantes, isso ela nunca iria saber).

- Alô? Quem é? Respondeu enquanto continuava se movimentando. Seus rituais recém ativados a protegeriam de diversos ataques, mas esse tipo de pensamento tinha custado a vida de 2 arcontes e alguns candidatos a príncipe.

Ficou atenta aos movimentos enquanto falava.

OFF GAME: Mais 2 pontos de sangue em vigor, 1 em força e 1 em destreza

'- Não tenha medo, estás segura. Seu carro já deve estar chegando. Meus servos a protegem.' - Dizia a sombria voz de seu senhor no telefone enquanto Bianca podia ouvir o barulho do carro estacionando. Após uma pausa, a voz segue falando:

'- Não há um passo que vocês três não deem que eu não veja, Cosette. Nunca se esqueçam disso.'

A ligação é encerrada sem esperar respostas.

Seu senhor é rápido e resolve suspender os medos de Bianca. Ao chama-la de Cosette, traz deliciosas lembranças do passado, que a distraem daquele lugar horrível em que se encontra. Teria ficado chateada com o desperdício de sangue, se não fosse o fato de seus pés estarem em estado lastimável. O sangue daquela estúpida Toreador ainda estava manchando seus sapatos e o pior é que não combinavam com as lindas solas vermelhas do seu Louboutin. Se ela estivesse viva, Bianca jurou que a mataria.

Saiu do local olhando insistentemente para as paredes incrustadas por vampiros amargurados. Gostaria muito de poder fazer isso. Se imaginou colocando Thomas e Claudia naquele local e deixando os dois gritando para toda a eternidade. Ah, os pequenos prazeres da vida.

Saiu do armazém e foi até o carro do seu carniçal. Estava ainda ansiosa e nem se sentia muito segura. Ele percebeu imediatamente seu desconforto, e questionou se ela estava bem.

- Obrigada pela preocupação. Agora está tudo bem. Leve-me para esse endereço. E deu as orientações para a chácara de sua irmã Beatrice. Precisava discutir os acontecimentos da noite e decidir os rumos da Camarilla na cidade.

Adentra na noite veloz uma trindade blindada, sem sirenes, sem ostentação, os carros do exército costuram pelo vago trânsito noturno.

Três unidades de transporte das Forças Especiais em alta velocidade, soldados atentos, gatilhos destravados. Um helicópetro acompanha o movimento dos céus, na altura das nuvens.

" Estou acá de volta "

SMS, um texto curto para Jéssica. Problemas demais, o velho não queria ser mais um.

Os Blindados encontram os portões da Vila Militar abertos.

Entram

A blazer blindada de Duque de Caxias desliza potente pela avenida brasil. Seu negro fosco transforma o carro em uma mancha preta na escuridão daquelas ruas.

"Chego em 15 minutos." - Dizia o SMS enviado a Montecchio

O condomínio Santa Cicília não estava longe.

A malkaviana sai do submarino e caminha diretamente até um dos veículos emprestados por Terry. Ela observa ao redor e entra em um deles, esperando que os outros viessem e ocupassem seus espaços para que seguissem em direção à capela.

Natanael se adianta, chegando ao cais. Respira fundo, mesmo sem precisar, já que estava feliz por chegar ao ar fresco da noite infernalmente quente do Rio de Janeiro. Infelizmente seus pulmões, há muito murchos, doem no processo e ele para, já caminhando em direção a um dos carros. Claudia já deveria estar em um deles. Ele se aproxima e aguarda Vincent chegar para lhe abrir a porta. Quem sabe não teriam algum momento de privacidade ali embaixo do céu claro de lua cheia enquanto os outros ainda se despedissem? Claudia certamente não se importaria...

Natanael a encontra em um dos carros e fica do lado de fora aguardando. Apenas acena para a menina sorrindo da forma que sempre faz.

Ela estava sentada no carro e tinha aberto os vidros quando Natanael e Vincent surgiram ao seu lado. Ao sorriso e aceno do primeiro ela respondeu com um gesto de mãos. Para Vincent Lyon, entretanto, ela sorriu. A pequena malkaviana abriu um sorriso gigante e encantador. Apesar das vestes esfarrapadas pelo fogo e pela água, algo nela parecia violentamente luminoso.

- Entrem no carro, Vincent e Natanael. - ela disse com a voz suave e tranquilizadora. Prosseguindo com uma pequena gargalhada. - Espero que algum de vocês saibam dirigir!

Um SMS de Xica chega no celular de Natanael:

"Essa rosa ainda é apenas semente. Vão ter que esperar por um longo tempo até que ela brote e floresça. Se quiserem seguir para o casamento e me passar o endereço me junto ao buquê na Igreja."

Assim que deixa a máquina submarina Vincent percebe a maldita presença de Claudia. E pior, ela dava ordens como se comandasse o Toreador ali. Ele a olha sem muita animação e sorri para Natanael. Claudia lança um sorriso nojento para Vincent que retribui sem entusiasmo algum.

-Ah...oui mademoiselle Denbrought. Acredito que tenhamos vindo para isso não? Para entrarmos no automóvel e partirmos para nosso destino. Oui....sei dirigir um automóvel.

Natanael por sua vez aguarda Vincent para abrir-lhe a porta e ele agradece, dizendo:

-Obrigado querido. Posso tomar o controle do automóvel? Espero que não se importe com isso.

E antes de entrar no bando do motorista ele diz ao pé do ouvido de Natanael, apenas ele poderia ouvir:

-Quero você depois desta reunião.

E dera-lhe uma mordida de leve na orelha do irmão de clã e se afastou, acomodando-se no banco do motorista. Ele arruma o retrovisor, para que ele conseguisse ver o diabinho chamado Claudia por ele e de dentro do automóvel abre a porta do carona, ao seu lado. Se Natanael fosse se sentar com Claudia todos ali morreriam em um acidente trágico. Chegou a sorrir de sua ideia interessante.

”Talvez se eu travar as portas e jogar este carro em outro os dois explodam e tudo vire cinzas.Claudia primeiro....é claro.”

Aguardava Natanael e os outros para saírem em comboio. Ligou o tablet e havia uma rota para a Capela Tremere. Estavam muito próximos. Apesar de Terry ser estranho, havia deixado-os quase na entrada do refúgio Tremere. Uma dádiva.

_Sim, já vamos entrar, ma petite poupée. - diz com um sorriso para Claudia enquanto abre a porta para Vincent. Este lhe sussurra algo no ouvido e lhe dá uma mordida, à qual o poeta responde com um sorriso safado, a resposta era óbvia. Depois, dá a volta, olha ao redor, e entra se assentando ao lado de Vincent. Suas roupas molhadas o incomodando ao se assentar. Ele então olha para o lado do submarino e diz para Vincent:

_Gostaria de poder passar em casa para trocar de roupa primeiro. Ir a uma reunião desse jeito não é nada elegante. - olha para Vincent com o mesmo olhar devasso, se aproxima do pintor e começa a ajeitar o colarinho de sua camisa amassada por tudo o que havia acontecido. Abotoa um botão que havia se soltado, fazendo seus dedos quentes roçarem na pele fria de Vincent, e continua, falando mais baixo: - aliás, não vejo a hora de retirarmos essas roupas molhadas.

Sorria olhando para o francês. Na mente de Natanael, Claudia não entenderia o duplo sentido da frase e, por isso, ele não se importou em dizê-la. Natan sente seu telefone vibrar, mas resolve olhar depois...

Caminhando na direção dos carros, Emilie conversa ao telefone enquanto entra em um deles, sentando-se no banco da frente e deixando a porta aberta.

OFF: Conversa nas Ruas do Centro

Guille termina sua subida e caminha para o cais atrás da Malkaviana. Ele observa que o outro trio estava entrando no outro carro e Emilie se senta na frente do carro que estava vazio, ela falava ao telefone, então Guille, não querendo incomodá-la espera Fillipi subir, um pouco antes do carro, e assim que o Brujah passa por ele o Toreador fala.

"- Minha casa é nesse bairro, e eu morei aqui no começo do século passado, conheço essa cidade perfeitamente. Podemos deixar Emilie se resolver com seu companheiro de clã, eu posso te guiar pelo Rio perfeitamente. Só me dizer o endereço que te traço a rota mais simples e segura."

Guille falava sério com o Brujah e ele podia perceber que não tinha nenhum tom de gracinha ou de frescura em sua voz, era um tom sério e sóbrio, de quem realmente sabia o que estava falando, não apenas uma Rosa pouser como claramente o Brujah percebia os outros membros do clã Toreador.

O Toreador acompanha o percurso ao lado do Brujah e quando chegam ao carro ele entra no banco de trás, sentado atrás de Emilie, deixando-o com uma visão clara do motroista, para quem daria direções.

*Filippi lança um olhar belicoso ao carro onde se instalam Natanael, Vincent e Cláudia antes de sentar-se no lugar do motorista e prender o cinto. Acena para Guille*

- Não agora, temos que deixar todo mundo em segurança. Mas diga um ponto de referência para Emilie... *pensa por um segundo* e para os caras do outro carro, para que o pessoal possa chegar aqui. Depois podemos vir buscá-los nesse lugar, ou pedir que alguém venha. Guille, tu me faria o favor de ligar para Lampião e pedir que ele venha para cá? Quando chegarmos vejo se tem mais gente do meu clã no tablet. Como podemos chegar ao lugar X daqui? *refere-se ao primeiro ponto de referência dado por Beatrice*

*Dito isso, faz um gesto para o outro carro pelo vidro e começa a dirigir*

Guille sabia que eles não iam buscar ninguém naquele momento. Mas sabia também que provavelmente nenhum deles sabia chegar na Capela Tremere. Notando novamente que o Brujah insiste em não dizer o endereço do lugar, o Toreador presta muita atenção e faz anotações mentais precisas do caminho que percorreram, com pontos de referência e nomes de ruas.

Enquanto passa pelo outro carro, ainda lentamente, o Toreador se dirige aos três que lá estavam e fala.

"- Se mais alguém que não está aqui precisar de um endereço, mandem aguardar no Parque Chico Mendes, buscamos depois."

Já colocando a cabeça para dentro do carro, o Toreador se dirige a Luis Fillipe explicando o caminho detalhadamente por onde iriam. Ainda sem saber o endereço final não podia dar a rota mais segura para o local, porém os guia perfeitamente até o primeiro ponto de referência passado pelo Brujah. Telefonando pro Brujah Lampião

"- Vou ligar para ele sim. Pede pra ele esperar aqui ou no (lugar X)?"

Guille chega de repente e Natanael se achega novamente ao seu lugar. Enquanto ele fala, o poeta pega seu celular e vê a mensagem de Xica. O lutador termina de falar e Natanael deixa que Vincent o agradeça... depois, manda a mensagem para Xica.

Guille ouve a resposta com sotaque nordestino, o que tras de volta muitas lembranças de casa, sua casa real, quando era mortal, com seu irmão Luiz. Aquilo faz com que ele demore um segundo a mais que o necessário para responder.

"- Senhor Lampião, aqui é Guille França, do clã Toreador, estou ligando a pedido de Luis Felipe de seu clã. Ele me pediu pra informá-lo que a reunião vai acontecer na zona Oeste, e que o senhor pode vir vindo para cá e nos encontrar no Parque Municipal Chico Mendes."

Guille tenta ser o mais direto possível pois imagina que o Brujah gostaria diaso, sendo um ancião e pensando na personalidade do mítico Lampiáo também.

Enquanto falava ao telefone ainda guiava Luis por onde necessário com as mãos, sem nunca tirar sua atenção do caminho e marcando mentalmente a rota.

O Brujah fala que já estava indo para a Capela, o que era bom, e em seguida uma notícia que não era boa, Guille demora, talvez um segundo a mais que o necessário ou o educado, pois pensava se repassaria para Luiz contar de Jorge, ou contaria ele mesmo.

"- Ótimo senhor, também estamos nos dirigindo para lá. A respeito de Jorge, infelizmente, necessito dar uma notícia não tão boa, ele encontrou a Morte-Final no ataque do Sabá ao Elysium, ainda não sabemos mais informações, lamento."

Guille temia que o Ancião reagisse mal, mas esperava que ele mantivesse a calma, senão ele passaria o celular para Luis Fillipi que certamente saberia lidar melhor com seu companheiro de clã.

Algo nela parecia incomodar Vincent. Cada uma das frases que a pequena malkaviana pronunciava, mesmo sem a intenção de ferir ou de parecer arrogante se tornava farpa que arranhava a pele morta do toreador. Depois que ele entrou no carro e começou a dirigir ela resolveu ver o que se passava na aura daquela rosa murcha, pois só uma auto-estima mínima poderia gerar uma criatura como aquela. Vampira! De novo o óbvio. Mas dessa vez conseguiu ir além. Sentimentos negativos. Misturados. E parte dos pensamentos da malkaviana fizeram eco. Ela não ia voltar a falar com Natanael por algum tempo. Quem sabe fosse ciúmes? Ela riu sozinha no banco de trás do carro, enquanto seguiam a caminho da capela tremere.

- Cláudia pede desculpas, Vincent. Se o incomodou de alguma forma. Ela não quis ofender, nem parecer autoritária. Esse é apenas o jeito dela.

OFF: A raiva de Vincent diminui no próximo e apenas no próximo post.

Assim que Guille e Filippi entram no carro, Emilie bate a porta aberta de seu lado, e segurando o celular com uma mão, vai puxando o cinto com a outra até encaixá-lo no fecho. O acessório iria, pelo menos, evitar que policiais o atrasassem.

Como Guille se ocupa em orientar o brujah pelo caminho que, ela nota, ele conhecia muito bem, a malkaviana mantém-se apenas acompanhando-os com o olhar, conversando com o irmão de clã que parecia também hesitante ao telefone, e nessas pausas tentava ouvir o que era falado para Lampião.

Ao perceber que o toreador estava mencionando Jorge, Emilie arregala os olhos para ele, girando a cabeça, numa expressão que dizia "não faça isso", mas era tarde demais. Assim que ele termina, a malkaviana dá um murmúrio contrariado, e com o bocal do telefone tapado, ela repreende de leve, olhando para Luiz Filippi.

- Você deu a Guille uma tarefa ingrata. - gira o olhar para o toreador, e depois, buscando ambos alternadamente, ela lamenta - isso tinha que ter sido feito pessoalmente. -