Ruas - Zona Oeste

Curiosa, mas sem alternativas, Lauren começa a seguir pelo entorno do hospital sempre observando o local atenta. As emanações da Wyrm lhe deixaram com vontade de entrar ali e ver o que era, mas não tinha como entrar sem ser vista. Talvez o Ragabash tivesse alguma ideia.

Caminhando com passos sempre curtos e leves, Lauren dá a volta e acaba encontrando Anksu, de quem se aproxima e diz:

- Não vamos achar nada aqui fora. Sinto muita Wyrm emanando lá de dentro, mas não temos como entrar sem ser vistos... a não ser que você tenha alguma ideia...

Lauren termina de falar e olha para o hospital mais uma vez. Sua expressão facial deixava claro para Anksu o quanto ela estava intrigada com aquele local.

O ragabash notou que ela só havia notado agora, talvez esta não tenha sido uma das melhores ideias de hoje. Ele nunca havia os humanos se comportarem assim ao ver um Garou, era impressionante.

*Ela realmente deve ser um guerreira formidável em campo de batalha.*

-Sim, não queria deixa-la sozinha aqui, mas não pretendo voltar sem nenhuma informação. Vou até aquele segurança ali - apontando para o segurança discretamente - e tentarei conseguir alguma coisa. Manterei meu olho em você, tente ficar... discreta. - Ele disse isso sem nenhuma certeza de que ela conseguiria.

O ragabash então segue atravessa a rua e adentra o estacionamento em passos levemente acelerados, mantendo sua atenção completamente divida entre a Fianna e seu alvo. Ele tenta manter um contato visual de longe, e quando o consegue abre um leve sorriso.

-Boa tarde... Saulo(nome escrito no crachá de identificação) - estende a mão e o cumprimenta. Wando Pereira, te lembra alguma coisa?

Lauren não sabia se era chata ou implicante, mas a formalidade de Anksu ia contra tudo que ela acreditava e, após respirar fundo, apenas diz para o Peregrino:

- Primeiro de tudo, sou Adren, mas sou sua irmã de matilha e sua opinião é fundamental pra decisão que vamos tomar juntos. Você é mutio formal rapaz, trate-me como alguém da sua matilha e não como uma superior que está aqui para tomar decisões e lhe dar ordens! Não é esse o espírito...

Em seguida, Lauren olha no entorno e encontra um bar. Seria ali que esperaria por Anksu e, então ela diz:

- Fique à vontade para terminar de olhar o local, eu vou lhe esperar ali naquele bar enquanto envio uma mensagem para Kiba...

Assim que termian de falar, Lauren pega o celular e segue caminhando até o bar, onde se senta, pede uma outra água e envia uma SMS para o alfa da sua matilha.

-Ah, perdoe meus modos, Shelby, Scott Shelby. Sou investigador particular, e minhas fontes me disseram que este, Wando, poderia me ajudar, você não o conhece? - Ele aguarda a resposta negativa do segurança e prossegue.

- Droga! Agora estou zerado. - Ele olha ao redor, observando se não havia ninguém por perto, e Mayra para ver se tudo estava bem com ela. Então ele se aproxima, e com um sorriso afavel, fala mais baixo e pausadamente - Então Saulo, será que você não poderia me ajudar, estou atrás do cara que provocou aquele incidente aqui no shopping, e ele é dos bons, qualquer informação já ajudaria.

*Droga! esqueci de pedir um trocado a Mayra. Que o Grande Wendigo e Gaia me ajudem!*

Enquanto o Wendigo tentava arrancar informações com o segurança, Mayra permanecia próxima à entrada do estacionamento tentando não chamar muito atenção. Para surpresa da Fianna, no entanto, uma sensação muito ruim de estar sendo observada toma conta dela. Mayra passa a mão pelo cabelo, como de hábito quando estava tensa, e busca com o olhar de onde seria possível vir essa indesejada observação.

Sozinha, Mayra comenta:

- Puta que pariu, era só o quem e faltava... agora tô num BBB e nem sei de onde o Bial tá me olhando...

A Garou dá alguns passos mas não se afasta muito, apenas queria se mexer e, enquanto fazia isso tentava descobrir de onde estavam a lhe observar...

Sem saber de onde vinha a sensação, a Fianna começa a andar na direção da saída do estacionamento, sem sair do mesmo para ver se a sensação passava. Fazia tudo com calma e naturalidade, embora seus olhos buscassem incansavelmente de onde poderia ser observada, quais as possibilidades que existiam. Não estava à vontade e desejava por um fim o quanto antes ao que lhe incomodava...

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Off: Zero, pf, rola investigação pra mim?

Não havia como não ficar surpresa. Como que aquele homem, que a envolveu tão facilmente na Lapa, estava ali? Que ironias o destino queria fazer com a vida de Lauren? Não bastava ter que aturar um filho de Angus na matilha? A Galliard perde as palavras por um instante. Lauren é abraçada e leva um beijo no rosto do homem que, por sua vez se apresenta para Anksu.

Com o pouco de agilidade com que pode raciocinar no momento, Lauren apenas diz, sem conseguir disfarçar um certo nervosismo com a situação:

- Sandro, esse é o... Ariobaldo, meu primo do interior.

Olha para Anksu e diz:

- Aroibaldo, esse é Sandro, um amigo que conheci há algumas noites na lapa.

A Galliard olha para Sandro e, com um sorriso nervoso no rosto, indaga o homem:

- Quanto tempo, homem! O que você faz por essas bandas?

O ragabash ouvia cada palavra com atenção e calma equanto rabiscava tópicos em seu bloquinho com um lápis, ele franzia a testa com um ar de muito interessado e atento ao que o segurança dizia. Suas expressões iam mudando de acordo com as palavras e os tons que o segurança dava a sua história. Um ar de desprezo passa pela sua mente na ultima estrofe mencionada por este individuo.

*ele não sabe o que esta falando, olhe para ele, apenas um senhor de idade tentando guanhar a vida, o que eu vou fazer, dar uma lição nesse velho? Ele não reparou que tenho sangue indigena? Será os indios daqui diferentes de mim? Será que são realmente malignos? e Mayra? ela não parece bem, precisamos sair daqui! O que é deste velho está guardado, os próprios espíritos indigenas estão o observando agora, e sabem, sim eles sabem.*

O segurança nota uma breve pausa de boca aberta do Sr. Shelby, enquanto apontava o lápis para o cima.

- Errrr... Ultima pergunta para nós dois irmos para casa e ainda conseguirmos dormir. Você sabe os nomes, dia e hora da morte de algum deles?

Irritada, a Fianna andava de um lado pro outro quando, do nada, o chão que estava abaixo dos seus pés desaparece e, como uma Jaca que cai de madura no pé, a Fianna despenca rumo aos esgotos, restando-lhe apenas tempo para emitir um grito de susto, após a surpresa:

- AAAAAAAAAAAA!

O ragabash ouvia atentamente a confissão do segurança, não parecia que iria conseguir mais nada ali. Era melhor se apressar pois a fianna estava começando a se irritar, e ele provavelmente iria ouvir ela resmungar muito até chegar em casa. A última coisa que ele desejava era uma fêmea, Ahroun, reclamando em seus ouvidos por horas.

Foi nesse instante que pensava em se despedir que a voz de Mayra ecoa ao longe numa queda no chão, e sem pensar duas vezes:

-Por Gaia! Obrigado Saulo pelo seu tempo, preciso ir. - dando apenas um tapinha e saindo correndo em direção à Mayra.

*Não devia ter saído de perto dela, não devia! Ela não deveria ter vindo, isso sim, isso não é minha culpa. É claro que é, ela veio, e você estava com ela, deveria ter ido embora. E sem nenhuma resposta? Não, eu estava agindo certo. Era isso que viemos fazer e foi isso que eu deveria fazer.*

Atravessando a rua o mais rápido possível, muitas buzinas e uma freada brusca chamaram atenção. Finalmente chegando onde Mayra estava, o buraco negro no chão o encarava, e rapidamente se jogou ao chão:

- EI! Você está bem?

Lauren nota a postura do Peregrino. Estavam pensando de forma sincronziada sem sequer abrir a boca e isso era muito bom. Passa a mão no cabelo, como se estivesse apressada também, olhando para a direção do ponto de ônibus e comenta com Sandro, com sua voz sempre encantadora:

- A gente veio visitar um um amigo do Ari. Mas já estávamos partindo, conversamos tanto que acabamos perdendo a hora. Você mora por aqui?

Mesmo sabendo que o melhor era se livrar logo, Lauren lança uma última pergunta. No fundo achava estranho encontrar com Sandro em dois lugares tão distantes da cidade. Após a pergunta, Lauren joga uma deixa para Anksu:

- Ari, estamos muito atrasdos? Falta quanto tempo pra gente chegar lá? Que horas você marcou com a Tia, mesmo?