[Barra da Tijuca] Condomínio Nova Sicília

Palavras eram vento para Luís, o que importava sempre era saber o que fazer, como fazer e ter condições para tal. A Praetor não tinha demonstrado para ele nenhuma dessas qualidades. Esperaria mais, um membro tão renomado quanto ela merecia tempo para se provar. Se em alguma corte europeia ela pudesse fazer a diferença, estava claro que nesse momento apenas Boaventura e Jéssica eram peças-chave entre os Ventrue sediados no Rio.

Luís olha para seu relógio de pulso, presenteado pelo seu amigo Pedro em 1869. Estava tarde.

_ Meus caros irmãos, a hora avança. Parece que já estamos acertados quanto ao que deve ser feito. Sugiro que na noite de amanhã mantenhamos nosso primógeno informado de cada avanço e ou recuo em nossa tática e que ele então nos oriente conforme surpresas aconteçam pelo caminho.

Olha para Jéssica e responde:

_ Aceito sua oferta, cara irmã. Seu favor será retribuído sempre com respeito e admiração que mereces. Juntos, os Ventrue podemo conquistar essa cidade e salva-la da barbárie sabá.

E olhando para o Primógeno completa:

_ Caro primógeno, se não resta mais nenhum assunto a ser tratado nessa magnífica reunião, vos parabenizo pela noite de alto nível que tivemos hoje e peço permissão para me retirar em segurança pra minha residência.

*Marie-Amélie faz um ligeiro aceno positivo para Eugênio, apesar de ter a absoluta certeza de que ele seria incapaz para essa tarefa. Falaria com o menino gallo antes que aquele incompetente pudesse estragar tudo, é claro, mas era bom que ele tivesse a ilusão de alguma responsabilidade. Quem sabe até aprendesse alguma coisa. Espera também a manifestação de Lucas.*

A reunião encaminhava-se para um término quando Eugênio tomou a palavra. Lucas fitou o companheiro de clã por um tempo antes de lhe responder.

"- Tens razão Eugênio. Essa noite foi deveras atípica para todos nós. Mas jamais podemos esquecer nosso papel dentro da Camarilla e dentro do clã Ventrue. Não podemos esquecer, nem mesmo em meio a uma situação conturbada com essa, o que nos torna a realeza dos vampiros e por que somos, num geral, líderes dessa sociedade. Fico satisfeito que tenha se manifestado para essa tarefa, e não vou me opor a tua oferta."

Lucas se volta para Marie-Amélie.

"-Se nossa Praetor não se opor, peço a ela a gentileza de fazer a ponte entre tu e o contato dela."

Lucas assume uma postura um pouco mais relaxada e prossegue, dessa vez falando à todos.

"- Ademais, gostaria de antemão de termos uma nova reunião marcada para daqui há duas noites para alinharmos as ofertas e as demandas de cada clã. Como a senhorita Montecchio muito bem posicionou, certamente é impossível agradar a todos, e quando necessário, teremos de estabelecer prioridades. Mas o mais importante é que, ainda que estejamos delegando tarefas, ninguém está sozinho. O clâ Ventrue deve ser sólido, ser um só. Então, não hesitem em procurar uns aos outros em necessidades."

*Marie-Amélie volta a fazer um aceno positivo*

- Perfeitamente, monsieur le primogène. Monsieur Beauharnais, depois da reunião passarei o contato de M. Thomas Haulot. É meu contato no clã toreador.

*Por um instante imagina a língua ferina de Thomas agindo contra aquele arremedo de ventrue, ou o contrário, e aquilo lhe dá um segundo de prazer, que não se reflete em seu semblante. Então volta-se para Lucas*

- Gostaria de oferecer novamente a estrutura do hotel Glória para a reunião depois de amanhã. Como disse mais cedo, há um espaço bastante adequado para tal, e o local é bem acessível.

Eugênio se resume a menear a cabeça diante das palavras do Primógeno e da Praetor. Restava aguardar o final da reunião para pegar o contato do Toreador com a Sr. Bourdon.

Luís Alves apenas concorda com as palavras de todos. Sorri satisfeito e balança a cabeça positivamente. Já estava no hora de ir embora.

Luís já demonstrava impaciência, o relógio marcava 5 hs e em breve o Sol nasceria.

_ Irmãos e irmãs, creio que não há nenhuma deliberação ainda a ser feita. Caso exista alguma, é necessário deixá-la para amanhã. Já são 5 horas e o Sol nascerá em minutos. Se me derem licença, tenho um longo caminho até minha residência.

Luís se levanta e, de pé, olha para Jéssica com um sorriso amigável:

_ Espero notícias de como nossos planos em relação ao exército evoluem. Manterei a todos informados sobre como as relações com os nosferatu progridem. Cabe ao primógeno felicitar a nova príncipe. Se me dão licença...

O Ventrue já começa a retirar seus pertences da mesa e a digitar um número em seu celular. Seus lacaios precisavam se colocar a postos para um retorno tranquilo.

O semblante de Lucas se mantém impassível à notícia dada por Montecchio. Os Nosferatu haviam tomado o principado e Lucas tinha dificuldades de digerir essa notícia. Não saberia dizer se era algo bom, ou ruim. Mas pelo menos era algo real. Algo com que podiam lidar. Se manteve ems ilêncio por um tempo, analisando a informação, e decidiu que aquilo era positivo. Manifestou-se.

"- Antes os Nosferatu, do que outros, eu imagino. Os Nosferatu não passam muito tempo expostos dessa forma, logo, o principado deve passar para quem fizer a melhor oferta no futuro. Estou certo em pensar dessa forma? Ou temos motivo para temer Lind Wilson?"

Eugênio escuta a novidade proferida pela Sra. Montecchio e a reação de seu primógeno. Embora achasse relevante o assunto tendia a concordar com o Sr. Alves pois o avançar da hora já começava a lhe incomodar. Além disso, estava sem transporte próprio e por mais que seu refúgio não ficasse longe, não podia se dar ao luxo de continuar por ali mais alguns minutos apenas conversando. Ele então, mantendo a discrição para não atrapalhar quem quisesse continuar a conversa, pega o celular e liga para seu motorista

"- Venha me buscar." Eugênio é discreto e direto. "- O endereço é XXXXXXX."

Restava ao Ventrue aguardar a chegada de seu motorista para ir embora. Enquanto isso, escuta o resto da conversa e procura a oportunidade para pegar o contato do Toreador com a Praetor.

*Paciência. Esperar o momento certo e a condição propícia. Nem todo o gênio impetuoso de Marie-Amélie seria capaz de sufocar essa virtude superior. Com um ar tão impassível como se tivesse sido informada de que choveria numa quinta-feira, movimenta a cabeça positivamente*

- Melhor um nosferatu que um toreador, decerto... Mas temos de descobrir melhor sobre as correlações de forças para sabermos exatamente onde estamos pisando e o que teremos de fazer para nos firmarmos em nossa posição de direito. Com certeza não será nesta noite que faremos isso.

*Volta-se para Jéssica*

- Toda segurança é bem-vinda, mademoiselle. Eu aceito o reforço.

*Vira-se então para os outros*

- Há ainda algum assunto a ser debatido? O dia não tarda.

Luís ouvira muito bla bla bla pra uma noite só. Seu limite tinha estourado quando o relógio batera 5 horas e ele não ficaria ali para chover no molhado. Sorri para todos e se despede:

_ Até breve, nobres irmãos.

Cumprimenta a todos com um aceno de cabeça: _ Senhor Eugênio, senhora Montechio, senhora Praetor e senhor Primógeno, tenham um bom dia. Foi um prazer.

Vira-se com seu celular na mão e retira-se

Eugênio escutara a novidade proferida pela anfitriã sem muita atenção. Não que o assunto não fosse relevante, mas ele já estava um pouco incomodado pelo avançar da hora. Passado alguns minutos ele recebe uma mensagem de seu motorista informando que já estava na entrada do condomínio. Por coincidência o refúgio de Eugênio era muito próximo ao local da reunião e isso possibilitara que seu motorista não tardasse a chegar. Eugênio responde orientando William a se identificar na portaria e a aguardá-lo na porta da casa, ele já estava de saída.

A pergunta da Praetor dá a Eugênio a oportunidade de pedir o contato que precisava do Toreador. Já as palavras da anfitriã e do Sr. Alves indicavam que a reunião se encerrava. Estava na hora de ir embora. Eugênio reponde ao cumprimento do Sr. Alves com um meneio de cabeça e se levanta, abotoando o paletó e se dirigindo à Praetor:

"- De minha parte resta apenas pedir-lhe o contato do Toreador, Sra. Praetor." Eugênio aguarda a resposta já com o celular em mãos para anotar o nome e o número.

Após isso, Eugênio aproveita para se dirigir aos demais.

"- Com sua licença Sr. Primógeno, Sra. Praetor e Sra. Montecchio, mas a hora já avança e também preciso me retirar." Eugênio cumprimenta a todos de forma educada e, se não houver mais o que dizer, se retira para seu refúgio.

*Marie-Amélie aproxima-se de Luiz e dá a mão a beijar, com um sorriso charmoso como despedida. Diante da hospitalidade oferecida por Jéssica, agradece polidamente e diz que sua carniçal está esperando por ela. Mas, ao verificar as horas, muda de ideia. Não conhece o suficiente as distâncias e o trânsito do Rio de Janeiro para confiar que chegariam em tempo hábil ao Flamengo.*

- Muito obrigada, mademoiselle, por sua hospitalidade. Gostaria que soubesse que, sempre que necessitar, terá o mesmo de mim.

*Então pede licença e vai com Eugênio até o carro. Pede a Martine que verifique no tablet, que na verdade estava o tempo todo em sua bolsa, o telefone de Thomas e o passa ao ventrue*

- Se não funcionar, posso tentar amanhã com a senhora dele em Rennes.

*Então despede-se educadamente também dele e espera que Lucas se decida se vai ficar ou partir*

*Depois que Eugênio parte, Marie-Amélie passa algum tempo dando instruções detalhadas a Martine, inclusive para que lhe leve roupas durante o dia, e depois apenas espera a orientação da lacaia de Jéssica para se dirigir ao quarto reservado a si, sem nenhum tipo de comentário. Não seria o tipo de hóspede que abusaria da hospitalidade alheia.*

Eugênio se dirige à entrada da casa da Sra. Montecchio acompanhado pela Praetor que lhe passa o contato do Toreador. Ele agradece e se despede da Sra. Bourdon beijando sua mão. Entra no carro e parte em direção a seu refúgio que, coincidentemente, não ficava muito longe dali.


OFF: continua no refúgio de Eugênio

*Marie-Amélie possivelmente é a primeira a acordar, o que não lhe é estranho. Mas dessa vez tem à sua disposição suas roupas bem limpas e arrumadas, um tailleur azul-marinho perfeito, sapatos Chanel peep-toe de salto estratosférico, seu perfume favorito e sua própria escova de cabelos. Gasta o tempo necessário para estar escovada, perfumada e perfeitamente alinhada antes de, equilibrando-se nos esbeltos saltos, sair do quarto em busca dos demais ventrues*