[Barra da Tijuca] Condomínio Nova Sicília

*Marie-Amélie dá um sorriso cortês, saudando Jéssica com a cabeça*

- Bonsoir, madame Montecchio, passei muito bem, obrigada. Estou pronta para dedicar a noite ao trabalho de nosso clã... Alguma novidade esta noite?

- Oh... *Marie-Amélie consegue conter qualquer expressão de emoção diante do nome do novo reforço. Nunca fora muito amiga da violência, apesar de seu temperamento esquentado, mas reconhece que alguém tão firme faria bem ao clã e àquela situação caótica em que a cidade está* Tenho certeza de que não poderia haver melhor nome para auxiliar o clã nestas noites...

O Ventrue, que havia aceitado a hospitalidade de Jéssica Montecchio, desperta nos aposentos designados a ele. Não havia retornado a seu refúgio nos últimos dois dias, e isso não era um bom sinal. Banhou-se, vestiu-se, e perdeu alguns minutos em frente ao espelho. Olhou a face pálida e imortal e dentro dos próprios olhos vazios. Era Lucas Boaventura, Primógeno Venture na cidade do Rio de Janeiro, o que não significava absolutamente nada naquela cidade. Os nomes e os cargos mudavam mais frequentemente que os ventos na cidade maravilhosa. Lucas esperava uma noite de ventos que soprassem a seu favor. Esperava consolidar-se como Primógeno e como um dos líderes do clã Ventrue. Precisava firmar suas bases para que os ventos que soprassem contra ele não fossem capaz de derrubá-lo. Com esse pensamento em mente, Lucas desceu para a sala de estar.

Ao descer pode ver que a Praetor e Montecchio já se encontravam despertas. Ele desceu as escadas com um sorriso no rosto e um ar de confiança que venderia gatos a ratos, ou pelo menos ele assim se sentia.

"- Buona Sera senhoritas. Vejo que já se encontram despertas e magníficas. Senhorita Montecchio, gostaria de agradecer novamente a hospitalidade, foi como descansar em meu próprio lar. Temos alguma novidade para o inicio desta noite?"

*A praetor lança um breve sorriso para Jéssica*

- Compreendo... É realmente uma pena, mas tenho certeza de que sua presença nos bastidores será tão importante quanto na linha de frente. Talvez mais. Vamos precisar saber como está nossa situação com os lobos, a última coisa de que precisamos é de uma guerra contra eles agora...

*Levanta-se e estende a mão, com o sorriso mais encantador que consegue encontrar ("é senhora Bourdon", pensa), quando Lucas entra na sala*

- Bonsoir, monsieur le primogène. Parecem boas notícias, não?

O telefone de Jéssica começa a tocar...

Viva-voz era quando todos podiam ouvir e participar de uma conversa por telefone, à distância, uma ou várias vozes invadindo seus tímpanos sem permissão. A voz era irritante para Luís, a voz era a única coisa que lhe deixava indefeso. Quando caminhava pelos esgotos com as criaturas mais baixas, Luís simplesmente deixava de respirar e o odor era anulado. Quando a luz era forte demais, poderia fechar os olhos, sensações táteis poderiam ser suportadas graças ao poder do sangue. Mas a voz... a voz era impossível. Não havia como cortar sua própria audição, e mesmo que colocasse as mãos nos ouvidos, algum ruído ilícito seria detectado.

Luís lembrou-se por um segundo todas as décadas que demorou para aprender a se comunicar telepaticamente e do ódio que sentiu por Graham Bell naquela fatídica noite em que apresentou seu invento ao imperador Pedro II.

_ Boa noite, irmãos, estou me preparando para proceder com minha apresentação à príncipe Linda. Já entraram em contato com ela?

Lucas respondia a Marie-Amelie quando o telefone de Jéssica toca.

"- Gostemos ou não, são tempos de guerra. Paul G. pode ser de grande valia aqui, como já foi em muitos lugares."

A voz de Luiz Alves ecoou no viva voz. Como falava através do aparelho de Montecchio, deixou que ela respondese, apenas balançando a cabeça negativamente.

*A praetor fica calada, esperando que Jéssica faça toda a fala para Luís, mas prestando atenção. Quando a ventrue fala com ela, acena positivamente*

- Oui, oui, bien sûr.

*Ainda não se manifesta quando é mencionado se os ventrues se apresentariam ou esperariam um comunicado formal, mas já tem uma opinião formada. O clã já havia cometido tantas gafes, prejudicado tantas alianças, que não poderia se dar ao luxo de se pensar superior aos outros, naquele momento. Não procurar a príncipe poderia ser visto como arrogância e uma ofensa - e o clã já tem o suficiente dessas acusações.*

O telefone de Lucas toca. No visor o número de Eugênio.

O telefone de Lucas toca durante a conferência com Luis Alves. Antes de atender, Lucas dá um parecer ao posicionamento de Jéssica.

"- Certamente. O Sr. Alves e eu iremos tratar com Príncipe Wilson. Apenas precisamos colocar nossas ações em curso. Peço um minuto, o Sr. Eugênio está a me ligar."

O Ventrue se afasta o suficiente para evitar cruzamento entre as duas conversas, e atende a ligação.

"Sr. Beauharnas, boa noite, em que posso ajudá-lo."

“-Boa Noite Primogêno. Como passou o dia? Espero que bem. Temos um novo príncipe na cidade e nossas tradições dizem para nos apresentarmos diante dele. Temos algo pensado sobre isso?”

Eugênio fala de forma tranquila, buscando uma orientação em como o Clã se apresentaria diante do Príncipe.

*A praetor apenas olha para o movimento de Lucas, sem expressão, aguardando a manifestação de Luís Alves*

*Marie-Amélie não esconde uma expressão de revolta quando Luís Alves diz que vai sair da cidade novamente. Vira-se para Jéssica*

- Parbleu! Conheço toreadores mais valentes que isso...

*Não tem tempo de completar seu raciocínio, quando seu celular toca. Estranha o número desconhecido, mas atende, com seu fortíssimo sotaque francês*

- Qui est a l'appareil? Quem está no aparelho?

Guillermo ja ouvira bastante coisa no que se afeta a sua companheira de clã. Marie era o que se podia chamar de bad to the bone... Sua posição frente aos brujah era conhecida dentro do clã. Guillermo sabia que podia explorar algo dali.

Sua voz melodiosa contrasta com a da cainita que atendera ao telefone.

Senhora Marie Amelie e um prazer fazer contato com um dos luminares de nosso clã. Apesar de nao nos conhecermos ja ouvi falar muito bem da sua pessoa e a da forma como lida com os demais de nossos primos.

Mas que falha a minha.... Decerto nao me apresentei. Chamo me Guillermo Crow, creio que ja tenha ouvido falar de minha pessoa... Cheguei a ao Rio de Janeiro na noite de ontem após um pequeno exilio

Guillermos nao deixava sua ouvinte falar.... sua tecnica de envolver com a fala era sempre necessária em um primeira impressão.  No entanto nao parecia rude, mas tão somente um bem direcionado interlocutor. ..

Acaso sua agenda nao esteja tomada nessa noite, seria um imenso prazer receber nossa praetor para um encontro mais intimista

*Marie-Amélie não se deixa impressionar pela tagarelice bem intencionada de seu irmão de clã, mas fica bem impressionada pela elegância dele. Pensa se finalmente não teria encontrado um ventrue digno desse nome dentro das fileiras do Rio de Janeiro, à parte a elegantíssima Jéssica, evidentemente.*

- Enchantée, monsieur Crow! Já ouvi falar sim de seu nome, é uma honra falar com o monsieur. Eu... *dá uma olhada para Jéssica* terei um tempo mais tarde nesta noite. Gostaria de me encontrar no hotel Glória mais tarde? Sei que ainda não foi reinaugurado, mas creio que já haja um espaço em que possamos conversar...

Guillermo sabia que havia tocado a Praetor... delicado como um torniquete medieval que lenta mas inexorávelmente chega ao exito de sua meta.

Nao senhora Praetor. Como disse alhures o encantamento eh todo meu. Decerto sera uma honra encontra-la no Hotel Glória. So me diga o horário que adequarei minha agenda.

O tom do ventrue era respeitador e amistoso.  Como se falasse com uma superiora mas de alguma forma intima