Manifesto Jazz Bar - Lapa

Na Lapa está localizado um modesto bar-balada, com estilo de música americana, baseado em jazz, blues e também um pouco de Rock. Tal local também é o refúgio de Stevie Lee Armstrong.

Seu andar térreo contém um bar, algumas mesas, uma mesa de sinuca e em seu canto esquerdo do fundo, de quem entra pela porta está o palco, onde todas as noites ocorrem shows desses três estilos. O andar de cima contém mais algumas mesas, outro bar, e outras mesas de sinuca mais afastadas.









As paredes do bar são totalmente decoradas com fotos e guitarras autografadas das celebridades do Jazz, Blues e Rock n' Roll que já passaram por ali.

E finalmente, no porão, longe dos olhos dos mortais, e com acesso apenas externo ao bar, pelo beco de trás, que é uma rua sem saída, fechada com um portão, está o refúgio protegido do sol de Stevie, também protegido acusticamente, para que ele possa tocar seus instrumentos sem ser incomodado e sem incomodar o show do andar superior.

O Brujah chega ao seu bar e destranca a porta da frente, entra e a tranca atrás de si, aquela hora estaria vazio, os funcionários e a banda só chegariam a partir da tarde, hora que o Brujah já estaria quase acordando, eles sabiam que o porão era proibido e também não tinham a chave para lá.

Dessa maneira, Stevie vai até atrás do balcão, se serve do seu whisky mais caro, e espera dois minutos para ver se estava sendo seguido, como aparentemente não estava, arrasta o frigobar para abrir o alçapão disfarçado no chão, entra pelo alçapão que destrancara e posiciona o frigobar no lugar antes de fechar a porta do alçapão, ser muito forte e conseguir arrastar o frigobar cheio com uma mão por uma alça soldada embaixo dele ajudava muito a esconder essa entrada de seu refúgio diurno.

Então se senta na poltrona em frente a entrada principal, que eram as escadas que davam nos fundos do bar, com seu copo de whisky no braço da cadeira, e um violão no qual tocava o hino nacional da Irlanda na outra, para surpreender seu amigo quando este entrasse.

Mick lança um olhar disfarçado em volta antes de virar subitamente na viela indicada, procurando a saída dos fundos do bar de Stevie, agora com a mala na mão. Testa a chave na porta que acredita ser a correta, e ela se abre. Então Mick caminha sem susto entre engradados e geladeiras, procurando o alçapão indicado; tampouco tem problema de entrar e trancar por dentro da forma como fora ensinado.

Então é surpreendido pelos acordes conhecidos da Canção do Soldado. Uma deliciosa nostalgia traz um sorriso a seu rosto, trazendo memórias do dia em 1917 quando fora a Dún Laoghaire esperar os prisioneiros do Levante da Páscoa libertados das prisões britânicas, do nervoso comício em Armagh onde ressurgira das sombras da clandestinidade em 1921, e do momento supremo de toda a sua vida, por mais anos que ainda passasse como vampiro: quando o cantara pela primeira vez no Castelo de Dublin, no dia em que o símbolo da opressão britânica fora entregue a mãos irlandesas - as suas mãos, como chefe do Governo Provisório. Poderia ter esganado Cosgrave com as próprias mãos se não a reconhecesse como o hino nacional da Irlanda, anos depois.

Por isso, quando irrompe na sala, está cantando com sua voz forte e intensa, mas áspera e pouco afinada, a versão em irlandês da letra:

- Sinne Fianna Fáil,
Atá faoi gheall ag Éirinn,
Buíon dár slua,
Thar toinn do ráinig chugainn,
Faoi mhóid bheith saor,
Seantír ár sinsear feasta,
Ní fhágfar faoin tiorán ná faoin tráill;
Anocht a théam sa bhearna bhaoil,
Le gean ar Ghaeil chun báis nó saoil,
Le gunna scréach faoi lámhach na bpiléar.
Seo Libh canaidh amhrán na bhFiann.

Por um instante, ao despertar, Michael Collins pergunta-se que lugar é aquele, e já está sentado quando se lembra. Sorriria ao ver seu velho amigo Stevie perto de si, se não tivesse tanta consciência do horrendo rasgo atrás da orelha direita com que anoitece diariamente. É cedo; nunca em todos os seus anos desde o abraço Mick acordara mais que alguns minutos depois de anoitecer.

Vestindo apenas cuecas e uma camiseta regata, um velho hábito de seus tempos mortais, quando aquilo era usado embaixo da camisa, vai até o banheiro olhar no espelho sua regeneração. Mais sangue gasto inutilmente; Mick precisaria se alimentar essa noite, ou começaria a ficar fraco e faminto. Em seguida, volta e abre sua mala, checando o funcionamento de sua pistola Browning - BAP 9 mm Parabellum, seu calibre preferido -, descarregada, antes de escolher um terno limpo azul-marinho, uma camisa e uma gravata cinzenta de seda. Já está vestindo a calça quando seu olhar cai de novo sobre Stevie, ainda adormecido, e os olhos claros do brujah se apertam com a ideia de uma travessura.

Atravessando a sala com seu passo amplo e veloz, agarra o tornozelo do amigo, puxando-o com toda a força até atirá-lo no chão, exclamando com sua voz grave:

- Levante-se, preguiçoso! Já anoiteceu!

E se prepara para se atirar sobre Stevie. Nada melhor que uma luta livre para despertar do sono, pensa.

Stevie estava em seu sono diário, quando começa a escutar barulhos em seu apartamento, ele abre os olhos e vê a luz do banheiro ligada, ai então, antes de se levantar que lembra que Mick havia ficado ali, então ele podia cochilar só mais um pouquinho, estava seguro.

Mas tinha pensado errado, o irlandês safado entra na sala fazendo um estardalhaço, e com um puxão trás Stevie ao chão, ele tinha acordado de bom humor, e aparentemente pronto para ter a bunda chutada.

"- Ah seu bastardo, acordou querendo tomar uma surra?"

E antes que Mick conseguisse se atirar sobre o guitarrista, este lhe puxa pelo braço dando uma rasteira com as pernas, trazendo o revolucionário ao chão com este golpe.

Mick dá uma gostosa risada, dizendo em sua expressão característica:

- Acordei a fim de um pedaço de orelha!

Mas perde o humor ao ser atirado no chão, lançando-se com fúria redobrada - e todo o peso de seu corpo musculoso e robusto - para a tentativa de imobilizar Stevie no chão.

Mick aproveita seu peso para forçar o peito de Stevie para baixo. Busca apoiar o joelho sobre as pernas do amigo enquanto usa seus braços fortes na tentativa de travar os braços dele. O primeiro golpe já o deixa mais ou menos perto de seu objetivo: uma vez que conseguisse imobilizar Stevie, a orelha dele é que sofreria!

OFF: Mick tem 6 sucessos no teste de imobilizar, 1 to go ^^

Seu amigo tinha acordado insano, ele não se lembrava mais que era costume deles saírem na porrada tão cedo, se não já estaria preparado previamente, porém, não se deixa levar pela surpresa, e com um movimento rápido, inverte o golpe de Mick, o agarrando pelo pela nuca, trazendo até si em uma guarda próxima, e então com um movimento de quadril gira o corpo, de modo que já estava por cima, porém, a montada não estava totalmente encaixada, e Mick tinha sua liberdade de movimentos quase completa, só não podendo se levantar sem antes tirar Stevie de cima de si.

OFF: 8 Sucessos na Imobilização, passei 1 na frente XD

A iniciativa é de Michael Collins.

INICIATIVA DA RODADA: Michael Collins 18 x 16 Stevie Lee Armstrong

Mais lento que seu adversário, o guitarrista estava na mesma posição, ainda tentando se desvencilhar.

Mick resmunga um xingamento quando é atirado no chão, e primeiro firma o corpo, antes de dar um golpe com as pernas e puxar Stevie para baixo de seu corpo. Agora está por cima, em vantagem de novo, muito mais concentrado, com uma cara enfezada, porque o oponente superara a surpresa inicial.

OFF: Quatro sucessos, três na frente agora =)

Stevie se prepara para reagir a ficar novamente quase imobilizado.

Stevie reage e novamente fica em situação de vantagem contra o outro Brujah. A pequena diversão dos dois era uma disputa equilibradíssima.

INICIATIVA DA RODADA: Michael Collins 19 x 16 Stevie Lee Armstrong

PLACAR DA RODADA: Michael Collins 11 x 12 Stevie Lee Armstrong

Quem olhasse para o rosto de Mick perceberia que quanto mais equilibrada a luta, mais séria ficava para ele. Mais uma vez sua vantagem é revertida, e mais uma vez volta a jogar todo seu peso e força para tentar empurrar Stevie para o chão.

Stevie percebe que seu amigo estava ficando sério, e levando aquela disputa até o fim, e também endurece sua pegada, evitando perder terreno.

O celular de Stevie começa a tocar, número de Filippi.

A batalha segue estável enquanto o celular de Stevie seguia tocando.

INICIATIVA DA RODADA: Michael Collins 19 x 16 Stevie Lee Armstrong

PLACAR DA RODADA: Michael Collins 11 x 12 Stevie Lee Armstrong

Mais uma vez, o peso e a técnica de Mick revertem o golpe de Stevie, com um empurrar de mãos enquanto tenta, com um sucesso apenas parcial, imobilizar o braço de Stevie para evitar que o jogue de volta mais uma vez. Escuta perfeitamente o celular tocar, mas agora está concentrado demais na luta para pensar se é importante ou não - ou mesmo se é o seu ou o do amigo.

OFF: Quatro sucessos, três na frente de novo.

Mick sente o corpo de Stevie ceder e sente o cheiro de sangue antes mesmo de entender o que está acontecendo.

- Stevie. Stevie! - já vira-se com o corpo dele nos braços, aninhando-o e sacudindo-o ao mesmo tempo.

Sente as lágrimas espessas de sangue correndo pelo rosto sem que possa evitar, e por alguns instantes refaz seus movimentos sem entender como a luta equilibrada poderia ter causado aquilo, se algum golpe levara força demais, mas logo percebe que não é isso. Nada do que fizera podia justificar aquele súbito torpor.

- Stevie... meu amigo... não me abandone... não você... - soluça como um mortal, o sangue pingando sobre o rosto do amigo, tal como um dia suas lágrimas haviam pingado sobre o rosto de Peadar Clancy e Dick McKee, seus dois amigos, dois dos tantos que morreram sob suas ordens, dois dos muitos que não pudera salvar...

Mas Stevie não estava sob suas ordens, não lutara contra inimigo nenhum, não fora ferido por culpa dele. Mick soluça, sem saber o que fazer, ao som irritante do celular, que chega a estender a mão para agarrar e esmagar, mas o peso da cabeça de Stevie em seus braços o faz voltar a si. E então o som passa, deixando Mick com seu vazio e um cérebro que começa a trabalhar.

Emilie. É a única pessoa em que pode confiar naquela cidade além de Stevie. Mas Emilie não deixara seu contato, e não sabe se pode esperar que ela o procure como prometera. Precisa saber o que acontecera com o companheiro, precisa de alguém que possa ajudá-lo a entender. Seu cérebro trabalha... Enquanto isso, Mick ergue o corpo de Stevie em seus braços poderosos e coloca-o na cama, ficando ainda a seu lado por um pouco de tempo, esfregando o próprio rosto manchado enquanto tenta ajeitá-lo confortavelmente.

Depois, vai até a sala e pega seu próprio celular. Manda uma mensagem para alguém que com certeza saberia encontrar Emilie: a senhora dela na Bretanha.

E de repente, com um soluço alto, o Brujah retoma a consciência, arfando. Ele lembrava de estar lutando com Mick, e agora não sabia onde estava, porque apagara, não se lembrava de nenhum golpe que fosse fatal, ou que o pudesse paralisar, mas mesmo assim, estava ele ali, acordando de um desmaio.

Aparentemente estava em sua cama, mas o movimento abrupto de acordar assustado lhe tinha feito atingir com o braço seu abajur, que nesse momento caia com um estardalhaço no chão, o Brujah senta rapidamente na cama, e agora pensando em uma possibilidade, talvez tivessem sido atacados, tinha que procurar seu amigo irlandês.

Ele grita, mas sua voz sai fraca e esganiçada, como tivesse esquecido como falar.

"- Mick..."

Mick já começara a digitar o número de Emilie no celular quando escuta um ruído de coisa quebrando no quarto. Mais que depressa abandona o telefone e salta, entrando no quarto um segundo após o chamado de Stevie, os cabelos emaranhados, o rosto manchado de sangue, mergulhando o amigo num abraço de urso que poderia ter incomodado um mortal, falando aos soluços:

- Stevie, seu filho da puta desgraçado, que porra aconteceu! Eu fiquei numa puta preocupação!

Vai soltando-o, esfregando os olhos:

- Porra, seu puto, você me fez derramar sangue por uma semana! O que aconteceu?