Manifesto Jazz Bar - Lapa

Stevie se supreende tanto quanto Mick quando o vê ali. Se não tinham sido atacados o que acontecera consigo? Isso ele não sabia, mas pretendia descobrir, o seu colega de clã estava ensopado de sangue, enquanto o abraçava o sujava com a Vitae deste que escorria pelos olhos, em seu inglês de Chicago, o guitarrista responde.

"- Não sei que porra aconteceu, eu tava acabando com sua raça e do nada apaguei... Achei que a gente tinha sido atacado, mas você tá bem... ao menos parece."

Stevie, ainda tentando se orientar, busca em seu bolso pela moeda que Uther lhe havia dado, sem perceber, começa a mexê-la de um dedo para o outro, em movimentos sincronizados e frenéticos.

O cantante sotaque de West Cork de Mick soa tão forte pela emoção que alguém menos acostumado poderia ter dificuldade de entender.

- Eu estava porra de revidando e de repente você cuspiu sangue e apagou. Não foi nada do que eu fiz! - aos poucos o anarquista vai começando a se acalmar, ainda esfregando os olhos e xingando a perda de sangue. - Eu ia chamar alguém que entendesse mais dessas porras sobrenaturais que eu... será que é possível que alguém tenha atacado você á distância? Porra, estou cheio de sangue! Você também...

"- Não sei, mas é provável que seja um ataque, coisa de magia de sangue, não sei. Bom, eu vou me limpar desse sangue e me encontrar com o resto do Clã. Se você quiser vir."

Mick estava nervoso, Stevie também, e o movimento frenético da moeda cartaginesa em sua mão revelava isso. O Brujah então se levanta finalmente da cama, pega o abajur que tinha derrubado e tenta arrumar seu quarto, procurava as manchas de sangue que teria que limpar.

Uma mensagem escrita em bretão, de um número criptografado, chega ao celular de Michael Collins.

"Olá, é a Emilie. Podemos conversar?"

Mick coloca no ombro de Stevie mão - suas inacreditáveis mãos belas e delicadas, totalmente em desacordo com seu corpo grande e másculo.

- O que quer que seja, vamos descobrir, e vou estar a seu lado. Não sempre porra de estivemos?

Força um suspiro exasperado, mas num instante conforma-se. Teria que fingir ser um bom cavalheiro da corte para manter seu disfarce, pelo menos nos primeiros dias. E depois de passar um par de horas com ele poderia inventar qualquer desculpa para debandar e encontrar com os seus de verdade.

- Está bem, eu vou com você.

Quando Stevie começa a se arrumar, Mick também se levanta e vai até o banheiro para lavar o rosto e a camiseta interior ensanguentados. Acaba decidindo trocar a camiseta, e já está se vestindo quando escuta o sinal de mensagem. Termina primeiro de colocar a camisa e a calça antes de ver do que se trata. O fato de Emilie ter escrito em bretão faz Mick pensar de que se trata de algo grave e secreto. Escreve para ela de volta.

O brujah recebe, em poucos minutos, uma resposta espirituosa.

"Pelo visto seu bretão continua bom. Estou à caminho de lá"

Stevie estava arrumado e pronto para sair, e com isso decide mandar uma mensagem para o Xerife Luis, para Uther e para Lampião. A mensagem dizia:

Precisamos conversar algumas coisas e botar os problemas em dia, nos encontramos no Centro da Cultura Nordestina?

Agora apenas aguardava Mick.

"- Pronto?"

Stevie observa que seu companheiro demorava, mas ainda o aguardava.

Alguns minutos depois chega uma mensagem de Filippi:

"Novata na área, onde você se meteu? Venha para o Elísio."

Mick finalmente termina de se aprontar, ainda penteando os belos cabelos castanhos volumosos postos no lugar com muito gel. Coloca no bolso a carteira, o celular e a arma.

- Para onde vamos?

Stevie obtém a resposta de Mick, porém nota uma mensagem em seu celular, era a resposta de Luis Fillipi.

"- Aparentemente o Xerife está no Elísio e ele precisa de mim. Não sei se você vai querer ir ou tem outros planos."

- Na verdade eu precisava mesmo ir para lá, fiquei de encontrar Emilie. Eles devem ter como guardar meu Parabellum, espero... O que aconteceu?

Enquanto fala, mexe na mala até achar um pente de munição, que também guarda junto à arma, e vai se preparando para sair atrás de Stevie.

Uma nova mensagem do número criptografado de Emilie chega ao celular de Mick, com a direta e alarmante mensagem em bretão.

“O Elísio está sob ataque”

Outra mensagem chega do xerife para o primógeno:

"O Elísio está sob ataque. Junte forças com Lampião e traga reforços."

- Na verdade eu estava mesmo precisando ir ao Elísio, esperava encontrar uma pessoa por lá - responde Mick calmamente. Não haveria mal em dizer que essa pessoa é Emilie, acredita, mas o hábito do sigilo é mais forte para o brujah, e não sabe o quão sensível é o que a malkaviana poderia querer falar com ele.

Mal termina de falar, seu celular avisa mensagem, e ele imediatamente diz alarmado:

- O Elísio está sob ataque! Precisamos ir ajudá-los! - tira a Browning do bolso e começa a colocar o pente de balas nela - Devia ter trazido a porra da minha Armalite*. Você por acaso não tem um fuzil ou uma submetralhadora sobrando?

*Armalite: fuzil AR-15.

O Brujah escutava seu companheiro quando mais uma mensagem chega, novamente do Xerife e preocupante, aparentemente ele tinha sido avisado também. Assim que escuta seu companheiro segue para o quarto e diz.

"- Ainda não tive tempo de me armar, não esperava ter tanto calor por aqui tão rápido, só tenho minha Taurus. Atrás do balcão do bar tem uma escopeta e munição."

Assim que retorna do quarto, Stevie trazia em sua mão a pistola Taurus 845, uma .45 que guardava embaixo de seu travesseiro. Ele estava pronto para sair, tinha que se comunicar com Lampião.

"- Sai pelos fundos e busca as motos que a gente largou ontem, eu vou subir no bar e pegar a escopeta, te encontro na entrada do bar."

Ao falar issoem seu inglês apressado e agitado o Brujah já se dirige para a escada que levava à saída do portão, pegando uma jaqueta de couro no caminho e jogando uma chave para Mick que abria a porta dos fundos que dava atrás do bar.

Terminando de subir as escadas, vai diretamente para o balcão, cumprimenta apressado o barman que não tivera muito tempo para conversar com, e já pega a escopeta e a munição, o barman olha preocupado, mas sabia que não devia fazer perguntas caso quisesse manter seu emprego.

Assim que carrega a escopeta, coloca seu celular no ouvido e liga para Lampião.

Mick também esperava se armar por ali, com seus companheiros verdadeiros, mas não disse isso a Stevie. A 45, é lógico, era a arma de escolha do seu Squad, Webleys britânicos e Colts americanos; com a Taurus, ele tivera apenas algum contato em sua passagem pelos Estados Unidos. A escopeta nem de longe se equipararia a um fuzil em termos de alcance e precisão, mas o ex-guerrilheiro está acostumado a lidar com o que dispõe, e quem sabe Lampião poderia ter disponível algo melhor, quem sabe até um AK.

- Certo, espero você lá - diz agilmente, quase todo seu sotaque de Cork disfarçado na fala ágil.

Vai atrás das motos e procura deixar tudo em posição para saírem imediatamente.

Vendo que Lampião não atendia, Stevie, preocupado, sai do Bar, e logo encontra Mick já com as motos a postos. Ele joga a escopeta para o colega de Clã que havia pedido, e então sobe em uma das motos, pronto para ir para o Elísio, não sem antes digitar uma mensagem apressada para Uther.

Ataque. Venha Elísio.

Então olha para Mick e fala.

"- Vamos acelerar, me segue, vou pegar uns atalhos, não paramos por nada."

Nesse instante ele liga a moto, e sem pensar duas vezes, acelera em alta velocidade para o Ellysium.

OFF: segue nas ruas Centro.