Ruas - Zona Sul

Guille apenas sorri para o pintor e segue Hotel a dentro.

O carro com o Carniçal de Guille e Henry seguia pelas ruas da Zona Sul, o rádio estava ligado, talvez Henry pudesse captar alguma notícia caso elas estivessem tocando, senão, rap em alto volume saía pelos falantes da Mercedes.

Assim que o carro partiu e seguia pelas ruas, todas estranhas pela visão de Henry que tentava assimilar a paisagem. O rádio foi ligado num volume alto. Rap tocava e isso parecia de alguma forma agradar o motorista.
Aquele tipo de música não era a preferida de Henry, e o volume naquela altura o incomodava um pouco. Havia cogitado colocar seus fones de ouvido para bloquear um pouco o som, mas talvez tal ato fosse ofensivo ao grandalhão.
Passou apenas mentalmente a tentar encaixar qualquer melodia de violino entremeio a batida do rap para se distrair e se sentir menos incomodado, ás vezes, chegando a fazer algum murmúrio com a boca quando aos sons do violino que internamente visualizava.
Esperava que aquela programação da rádio fosse interrompida, de repente por alguma notícia de ultima hora, ou sobre o homem voador, apenas para quebrar a música e talvez fazer com que o motorista decidisse desligar o rádio. nem era seu foco ali de informar, era ter menos barulho. Mas, poderia ter a não sorte de aquilo não ser parte da programação da rádio local, e sim algum mp3player conectado ao veículo.

- Os princípios acima de qualquer porra de seita *concorda Mick, depois pilheria, esfregando o lábio inferior, um gesto bem seu* Eu não! Richard O'Brien, um súdito fiel da Camarilla... Unidos contra o Sabá, então? Vai ser um caralho de uma luta estar a seu lado de novo, colega! Até a gente terminar com esses desgraçados eu penso o que vou fazer com você... *lança um olhar divertido para Stevie

A feiticeira seguiu com o motorista em direção à maternidade!

O telefone de Armstrong tocou. Na tela, o número do malkaviano John Smith.

Stevie sorri e dá um tapa no ombro de seu amigo, mantendo a mão pesada ali por um segundo.

"- Tenho pena do Sabá, agora que estamos os dois aqui... E depois a gente vê o que acontece..."

Aparentemente o Brujah ia continuar falando, quando seu celular toca, o GPS do carro indicava que não estavam muito distantes, Stevie olha o número, não o reconhece, mas atende.

"- Stevie falando."

O carro entra na rua do Hotel, então o motorista para na frente do local, abaixando o som para ser ouvido pelo coreano.

"- Chegamos, o senhor França o encontrará ai."

Ele não parecia fazer nenhuma menção de estacionar o carro no Hotel, nem de descer para ajudar Henry, no entanto, estavam parados exatamente em frente ao portão de entrada.

- Boa noite, senhor Armstrong. - do outro lado da linha, o malkaviano Jonh Smith. - É John Smith!

Ia esperar pela reação do primogeno, afinal, da última vez que se encontraram o malkaviano fora capturado por agentes da Fesn, o que deu tempo para que o primogeno brujah e o xerife escapassem dos mesmos agentes.

Quando o som do rádio diminui, o coreano sente um alívio interno e então ouve a voz profunda do motorista sabendo que o hotel a frente era o ponto de encontro.
-Obrigado...
Espera ali por alguns segundos sem se mover. Esperando alguma indicação de movimento do motorista para ajudá-lo ou alguma instrução a mais. Realmente aquele homem não deveria se tratar de um verdadeiro motorista profissional.
Num dar de ombros resignado, como expressão de entendimento que teria que seguir dali sozinho e com algum desconforto por isso, Henry começa a se mover lentamente abrindo a porta do carro e saindo puxando consigo suas malas de pertences e caixa com o violino.
Quando fora do carro, para o lado do vidro onde estava o motorista e lhe da um sozinho gentil. Tentado ser pacificador de qualquer tensão.
- Obrigado novamente pela gentileza do transporte... – faz um menear de cabeça mostrando agradecimento.
Não espera muito em receber alguma resposta do outro, pelo que já teve de amostra de seu comportamento até o momento. Então apenas termina o agradecimento e sai até a calçada e por uns instantes encara o hotel a sua frente. Talvez o tentando reconhecer ou esperando que alguém dele viesse encontrá-lo talvez o tal senhor França ou o senhor Lyon.

((OFF: continua no Hotel Glória))

Stevie franze a testa assim que escuta o nome John Smith, Mick poderia perceber a preocupação no semblante de Stevie, esse no entanto não deixa transparecer nada disso em sua voz, só responde com surpresa, voltando finalmente ao português com claro sotaque yankee.

"- John! ... ... Como você escapou? Você está bem?"

*Mick dá sua gostosa gargalhada, mas antes que Stevie possa dizer mais o celular do americano toca. O irlandês volta-se para o GPS, olhando com o canto do olho para o amigo e ouvindo tudo que possa da conversa*

- Eu poderia fazer a mesma pergunta, mas acho que fico mais feliz em ouvi-lo vivo do que nas preocupações usuais de todos os dias. - ele respondeu, sem falhas em suas palavras. - Quando estava a caminho de uma das bases de operações da Fesn fui encontrado e libertado por uma ninhada de nosferatu, liderados por Calebros Malebolgium. Não me feriram, acho que queriam um espécime vivo para que pudessem nos estudar.

O Brujah franze mais ainda o cenho, não estava gostando nada daquela história.

"- Entendo... Que bom que o delegado Calebros o encontrou... E que a FESN não tem um dos nossos vivos para estudo..."

Ou talvez tivesse, não confiava naquele Nosferatu, e pelo telefone seria muito difícil acreditar que aquele era realmente John Smith, começa a contar os segundos da chamada, não podia se deixar ser rastreado.

*Mick continua dirigindo o carro segundo o GPS até chegar ao hotel Glória. Vai parando no estacionamento, com o cuidado de manter a aba do chapéu bem baixa sobre o rosto para evitar qualquer câmera*

OFF: segue no tópico do Hotel Glória.

O malkaviano permaneceu alguns instantes em silêncio, antes de prosseguir.

- Liguei apenas para isso. Devia uma satisfação àqueles a quem acompanhei. Estou vivo.

Stevie não entendeu o motivo da ligação, apenas responde.

"- Ok, tome cuidado."

E desliga o telefone. Vira-se para Mick e fala.

"- Chegamos, vamos lá falar com a burguesia."

A SUV levando o bicheiro mais gente boa da cidade cruza as ruas da zona sul em direção ao Hotel Glória. No caminho ele aproveita pra conferir o visual da orla e a qualidade das primas que disputavam o calçadão com as mulheres de tromba.

*E aquele viado do Ronaldinho tem a coragem de dizer que confundiu!* - É o pensamento que invade a cabeça do bicheiro ao se deparar com um traveco que parecia o André Grabois.

"- Que foi?"

Bruno era seco pois estava concentrado no assunto que teria com a príncipe.

Bruno recebe a notícia da queda de seu amigo Nêgo. Sabia que Ana não era afeita a brincadeiras ou dúvidas sobre as informações que passava para o bicheiro. Diante da novidade Bruno fica mudo e enquanto ouvia a voz de sua lacaia do outro lado da linha tentando saber se ele ainda a ouvia, seu rosto apresenta apenas alguns espasmos em seu lado esquerdo. Sua ira era clara e se manifestava numa espécie de tique nervoso que dava a seu rosto a clara impressão de que algo era represado.

O telefone escorrega de seu ouvido e a ligação é encerrada. Não precisava dizer nada. A essa altura o protocolo de segurança já estaria em curso e, além do mais, já havia perdido o morro mesmo. Seu motorista evita até mesmo de respirar um pouco mais fundo para não atrair a ira de seu chefe sobre si.

O carro segue e o bicheiro, cerrando os pulsos, mantém seu roteiro.

O táxi teria que fazer uma volta e demoraria algum tempo para chegar ao Leblon pela Linha Vermelha. Era meia noite e o trânsito parecia tranquilo, pelo menos por enquanto. Resolveu puxar assunto com o taxista e utilizar mais uma vez o poder adquirido pela dádiva de Nahash.

-Faz muito tempo que trabalha de taxista aqui no Rio?

Tentava puxar conversa enquanto esperava o poder fazer efeito. Era possível que o taxista fosse puro? Talvez sim, talvez não.

OFF – Utilizado Daimonion nível 1 – Sentir o Pecado

O taxista era puro. Pelo menos tinha um nível de pureza aceitável para ser sacrificado para Nahash. Infelizmente George não tinha um local adequado e muito menos tempo de sacrificar o mortal de uma forma que pudesse agradar de fato seu senhor. Teria este local em breve, isso era certo e teria que utilizar o que tinha em mãos para satisfazer seu novo senhor.

Começou a sussurrar baixinho, tão baixo que o taxista não o ouvia, enquanto já chegavam no Leblon e o mortal estaciona o carro:

-Ó meu senhor das trevas, lhe ofereço este ser de carne e espírito puros para satisfazer seu pedido. Que a carne dele seja seu alimento, assim como seu espírito imaculado e que os céus chorem por sua perda e por sua negligência em não protegê-lo. Nahash, ó grande Nahash...

George fecha os olhos e, quase cronometrado, o táxi cessa o movimento e o Baali utiliza a linha do Movimento da Mente para quebrar o pescoço do taxista sem nenhum remorso e rapidamente. O taxista não tem nem tempo de fazer nada. Estava morto. Uma morte rápida e grosseira na opinião do cainita, mas que deixaria seu senhor satisfeito. O corpo do taxista nem se move, parecia alguém vivo no banco do motorista. Para ver que ele estava morto, alguém teria que abaixar para ver a janela do táxi.

Ele abre a porta do taxi e caminha pelas calçadas do Leblon com um sorriso ótimo no rosto, mais exatamente pelas calçadas que margeavam a avenida Delfim Moreira. Estava pensando em se hospedar por ali durante o dia.

OFF – Utilizado Linha do Movimento da Mente para quebrar o pescoço do mortal.