[Ipanema] Edifício Campbell - Ponto de Encontro da Vingadores

O Senhor das Sombras desperta sozinho assim que a noite começa a tomar conta do Rio de Janeiro.

Sem pressa, Darius se levanta e segue para o chuveiro, para tomar um bom banho gelado. Enquanto se banhava o Ahroun pensava nas coisas que haviam acontecido desde sua chegada e do que precisava agilizar para que Zyzack não frustrasse todo o trabalho de sua vida.

Assim que saiu do chuveiro o Senhor das Sombras pegou roupas limpas, uma camisa preta, calças jeans e um tênis cinza e preto. A camisa quase rasgava com os movimentos do Ahroun que era extremamente forte.

Assim que devidamente vestido o Ahroun caminhou até seu armário e o abriu, revelando a armadura fetiche que trouxe consigo do futuro. Ao tocar nela Darius rapidamente se concentrou, fazendo-a vestir seu corpo todo e logo em seguida absorvendo-a.

Agora, devidamente equipado para o combate, Darius segue para a cozinha e começa a preparar um sanduiche enquanto esperava seus companheiros.

Greg desperta na aconchegante e bem equipada suíte que lhe foi designada. Estava tranquilo, apesar dos outros dois seres que continuavam a falar sem parar dentro de sua mente por causa da missão de resgate da Fênix e das outras atribuições que foram conferidas à Vingadores. Queria ver Ingrid, na verdade deveria ter encontrado com ela durante o dia, mas acabou não o fazendo porque não administrou muito bem seu tempo. Seu estômago avisava-o que estava com fome, enquanto que os dois na sua cabeça tentavam conversar com ele enquanto Greg os ignorava completamente.

[Reg]-Eu achei a mademoiselle Reis magnífica. Você poderia ter se encontrado com ela para um café da tarde ou almoço. Talvez ter entregado flores para ela, bombons de chocolate ao licor. Gregory...você não é nada romântico e eu tenho que lhe ensinar tudo?
[Gory]-Qui putaria é essa qui? Carai de asa....nada di fica dando em cima de garou ninhum. Qué perde o bingolim? Qué perde a honra? Fio di uma rapariga disgraçada. Ensiná? Vo ti ensiná uma lição bem dada cum varinha de marmelo. Ah si vô.

O Theurge revira os olhos. Já tinha problemas demais para resolver e suas personalidades pareciam estar em pé de guerra. Ainda no quarto e deitado na cama, Gregory fala com os dois.

-A missão que temos hoje é muito perigosa e vou precisar de vocês dois o máximo possível. Porque vocês sabem que se eu morrer...vocês também morrem. Posso contar com o apoio dos dois?

[Gory]-Cumigo pode, ié. Queru morre naum. Vô chutá umas bunda daquela tal FERSN.
[Reg]-É Fesn Gory, Fesn. Mon Dieu...você é tão iletrado que me causa arrepios.
[Gory]-Mimimimimimi...o armofadinha é frescu dimais.

Gregory já tinha entendido que teria o apoio deles. Tomou um banho rápido, trocou-se e resolveu descer até a cozinha. Não conhecia direito o ambiente, mas sabia que iria encontra-lo em breve.

[Gory]-Achu bão tu está inu para cumê. Queru uma carni sangranu de crua.

Meneou a cabeça positivamente e estava com um pouco de receio de não conseguir controlar Gory e nem Reg por tanto tempo assim. Fazia tempos que eles não tomavam o controle e ele sabia que quando isso acontecia, eles ficavam mais fortes e poderiam tomar o controle a qualquer momento. Achou que Gory estava com um pouco de medo do Rio de Janeiro, já que não conhecia o lugar muito bem, Reg por outro lado estava muito interessado em passear por aí e dar em cima das pessoas a torto e a direito.

Quando chega à cozinha, não foi tão complicado encontrá-la, vê Darius fazendo um sanduíche. Sorri e cumprimenta-o:

-Boa noite Darius. Como passou o dia?

[Gory]-U viajanti do futuru já tá de pé? Pareci apricado.

Gregory abre a geladeira e pega um bife. Coloca uma frigideira no fogão, coloca um fio de óleo e apenas sela-o. Queria o alimento sangrando. Coloca o bife selado em um prato, garfo e faca e se senta, comendo a carne praticamente crua enquanto Gory e Reg discutiam alguma coisa na sua mente sobre viver, morrer e apanhar.

Darius preparava seu sanduíche pacientemente e logo pode ouvir passos vindo pelo corredor de acesso a cozinha. Gregory era o primeiro a chegar e assim que o cumprimenta o Ahroun retribui o gesto com um aceno de cabeça.

- Aproveitei o dia pra reconhecer alguns lugares na cidade... E também investigar sobre nossa futura missão do ninho de vampiros. Quis ter certeza de que a vampira que fala com Gaia não estava envolvida nisso. Seria péssimo que fôssemos nós quem matássemos ela.

Finalmente terminou o sanduíche e foi se sentar na mesa de frente para Gregory. Depois de dar duas grandes mordidas o Ahroun olha para o Theurge e sinalizou com a cabeça para que ele contasse sobre o dele.

Enquanto comia, ele ouvia o que Darius tinha para dizer, sem nada comentar. Os comentários vinham da sua cabeça e ele usava sua força de vontade para reprimi-los ao máximo antes que alguém percebesse e o taxasse de louco.

[Gregory]-Fiquem quietos, por favor.
[Reg]Oui monsieur. Minha boca será um túmulo....por enquanto. Onde está mademoiselle Reis?
[Gory]-Num vem cum fica quetu que eu arranco seus chifri du demoniu.

Iria revirar os olhos diante da conversa dentro da sua cabeça, mas Dariu estava na sua frente agora e ele poderia e iria tomar isso como se fosse algo desagradável e apenas sorriu de leve. Em um primeiro momento não se tocou que seu, agora irmão de matilha, queria que ele dissesse sobre o seu dia.

-Ah...claro. Desculpe...acho que estou um pouco aéreo hoje.

[Gory]-Só farta vuá entaum.

O riso de Gory em sua cabeça era como uma pontada em seu cérebro. Levou o dedo indicar na têmpora e massageou, começando a falar sobre seu dia.

-Não vou questioná-lo sobre o que descobriu. Acredito que falará o que conseguiu durante o dia quando todos estiverem presentes. Assim evito que se repita aos outros. O meu dia....

Pensou sobre a aula de seu irmão de tribo sobre o Ritual da Ponte da Lua. Uma aula um pouco grosseira e que causou certo mal estar em Gregory. Resolveu não comentar sobre isso.

-Tive uma ótima aula sobre rituais com Fênix de Prata. Preciso me fortalecer um pouco sobre rituais, já que teremos missões terríveis pela frente. Também consegui criar uma Rede Espiritual com alguns espíritos da água...e aprendi um novo Dom...infelizmente com todas a estas tarefas, não tive tempo de me encontrar com Ingrid. O que lamento muito.

[Reg]-Quem lamenta sou eu, monsieur Valentine. Adoraria que meus olhos fossem preenchidos pela beleza incomparável da Impura Theurge da Vingadores. Mon Dieu...como eu gostaria que isso acontecesse.

Realmente tinha feito bastante coisa, mas nenhuma investigação das quais combinaram durante a reunião da matilha na caverna. Olhou para trás, imaginando que Kyle poderia ter se materializado ali como a Ragabash fizera dentro da caverna. Ela era tão sorrateira que isso causava certo espanto por parte do Theurge.

-Assim que os outros membros chegarem...pedirei um conselho para Ingrid de colocar os espíritos da água ou pedir a um espírito falcão para procurar a vampira que fala com Gaia. Isso se ela já não tiver feito isso. Como é mesmo o nome dela?

Era Emy? Emilia? Emily? E antes que Darius pudesse responder, Gregory se dá conta do nome da corrompida pela Wyrm:

-Emilie não é?

O Senhor das Sombras fitava o Presa de Prata em silencio. Ele parecia estar nervoso, mas aquilo era algo extremamente plausível, afinal iriam para uma missão de nível altíssimo.

Depois do ultimo questionamento de Gregory Darius responde:

-Isso mesmo... Emilie...

Olhou então por cima do ombro, na direção dos quartos, e disse:

- Ingrid e Uli ainda não devem ter acordado.

-Aparentemente ainda estão descansando.

Abriu um sorriso preocupado.

[Reg]-Vamos ir acordar mademoiselle Reis com um beijo. E vamos sem roupa e com uma rosa na boca. Aposto seus chifres que ela vai adorar.
[Gregory]-E eu aposto que ela vai nos matar sem pensar duas vezes e dependurar minha cabeça como um troféu no quarto dela ou em um local visível para servir de exemplo aos outros garous.
[Gory]-Seu troxa cum sutaque franceis...cala a boca ou eu vou aí calá eu mermo.

Mais uma vez Gregory massageia sua têmpora direita e faz uma careta como se estivesse sentindo dor. Uma pontada é sentida em seu cérebro, mas não tão dolorida ao ponto de uma das duas personalidades estar tomando conta de seu corpo.

Darius concorda com um aceno de cabeça para o comentário de Gregory e então nota que havia um bilhete preso na porta.

O Senhor das Sombras se levanta e vai até ele, retirando-o e lendo seu conteúdo. A expressão de Darius fica bastante séria e ele caminha até Gregory sem dizer uma palavra sequer. Após entregar o bilhete ao Presa de Prata o Senhor das Sombras senta novamente em seu lugar e quebra o silencio.

- Estamos com menos um pra missão de hoje...

As palavras saem com desanimo, mas Darius não comenta mais nada além disso. Uli era a única linha de frente da matilha além dele, e isso deixava a Vingadores bastante enfraquecida para uma missão do porte que era.

“Terei de dar 120% de mim... Ao menos já passei tudo que sabia pra Sagittárius...”

Darius imaginava que se seu temor se concretizasse ele não sobreviveria aquela missão, mas era melhor morrer para garantir o futuro deles do que condenar aquela realidade a um futuro similar ao dele ou pior.

Assim que abre a porta de seu quarto, Ingrid permite que seus familiares saíssem primeiro. O primeiro a fazer isso era Sparrow, o Falcão que cortava o ar pelo ponto de encontro até se alojar no ponto mais alto do prédio e ficar observando a rua. Logo em seguida, Alf sai rastejando pelas dependências da cobertura, para longe dos demais Garous, buscando um espaço seu naquela selva vertical de pedra e vidro.

Ingrid sai somente em seguida. Estava com uma bata ritualística toda negra com vários símbolos (a maioria que não fazia o menor sentido para os que viam). Sua aura era tranquila, embora o semblante fosse fechado e assim que chega perto de Darius, Gregory e Ághata diz:

- Boa noite... onde está Uli?

Vai direto ao ponto, não era de ficar fazendo rodeios ou diplomacias desnecessárias.

Darius ouve os passos vindo do corredor e logo Agatha surge em seu campo de visão. Os olhos dos dois Garous se encontram e ele sente o típico calafrio que a Fúria Negra provocava.

- Não necessariamente...

Responde desviando o olhar para o quarto de Ingrid, por onde os familiares da Uktena saiam. Logo depois Ingrid, com seu manto ritualístico e runas estranhas pintadas por todo o corpo. A pergunta era curta e grossa e merecia uma resposta tão direta quanto. Então, Darius responde:

- Saiu para cumprir uma missão da liderança da Seita que também fazia parte da passagem de posto dele. Deixou um recado dizendo que a Esquadrão da Fúria marcou uma reunião conosco as 19 horas na Clareira Central do Caern.

A Uktena ouve os comentários do Senhor das Sombras e da Fúria Negra e comenta com os dois:

- Bom, eu ia comentar com Uli que resolvi o problema de Erick, mas fica para a próxima. É menos algo para nos preocuparmos.

Troca olhares com Darius ao falar de Erick e ao ver no relógio que as horas avançavam diz:

- Estamos atrasados para a reunião. Darius, você se incomoda de assumir enquanto Uli ou Iurd não retornam ao seu posto?

Darius não da muito ouvidos para Agatha, pois o horário marcado pelo Alpha da Esquadrão era algo complicado de cumprir. Certamente ele não havia pensado direito.

O Senhor das Sombras se levanta do sofá para se preparar pra partir quando Ingrid diz ter resolvido o problema de Erick. Darius troca olhares com ela e percebe por suas palavras que ela tinha terminado o que começou.

Sabia da frieza da Uktena, mas fica feliz de saber que até em situações de amizade ela entendia que o futuro vinha acima de qualquer outra coisa.

A proposta feita por ela o surpreende um pouco, pois ele imaginou que como Anciã ela iria assumir a matilha. Com um aceno o Senhor das Sombras diz:

- Se você não se incomoda com isso não há problema nenhum pra mim. Se todos estiverem prontos vamos seguir então para a garagem. Temos uma reunião pra ir...

Quando Darius troca olhares com Ingrid, a Uktena mantém a mesma expressão casual. Aquele era um assunto superado e suas cicatrizes estavam guardadas num local onde só ela teria acesso. Ao ouvir a resposta de Darius, apenas fala:

- Vindo do futuro deve saber que eu trabalho melhor em certas circunstâncias.

Dá alguns passos em direção a garagem, mas antes chama Sparrow e Alf, falando na língua das cobras e dos falcões com os dois:

- Achem Emilie.

Ambos se dispersam e a Uktena segue com Darius.

O Senhor das Sombras conhecia bem como Ingrid trabalhava, mesmo que fosse uma Ingrid do futuro. Com um aceno de cabeça ele concorda e segue em direção a garagem.

Ao chegar lá, Darius entra no carro da matilha, assumindo o volante, e esperando apenas que o restante da matilha entre no carro para partirem pro Caern.

Darius esperava que seus companheiros entrassem no carro e depois do comentário de Agatha o Senhor das Sombras apenas da um sorriso de canto de boca para a Fúria Negra e liga o carro.

Logo, o veiculo toma as ruas da cidade em direção ao Caern.

Off:

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