[CAERN] Templo da Justiça

Não esperava menos do Alpha de uma matilha. Apesar de o líder da Arautos ter mudado em poucas horas, achava que Severino era capaz. Recebeu de bom grado as boas vindas secas e mudou para Hispo imediatamente. Ordens são dadas e Lilibeth aguarda o seu grupo para seguirem por outra trilha que não a do Leste.

Dois Ahroun são designados e o Senhor das Sombras fala com a Fianna que o responde:

-Pode deixar Garras do Trovão.

Lilibeth se concentra nos seus Ancestrais para a caçada que se seguiria. Assim que termina de se concentrar nos seus Ancestrais, a Fianna comenta com Garras do Trovão:

-Já estou pronta.

OFF – Solicito rolagem de Ancestrais.

A Hispo negra em forma de chacal segue seus companheiros de matilha para a Entrada Leste.

O alfa da matilha Arautos do Trovão retorna à região do templo da justiça na esperança de encontrar o líder da matilha ou alguém que pudesse indicar sua localização.

Bil agradece aos filhotes e se dirige para a Clareira Central.

A Theurge sai do templo arrastando o corpo de Flávio e entrando no templo da justiça à procura de Sagittarius. Suas expressões denotavam profundo mau humor.

Kiba chega a entrada do templo da justiça e respira fundo. Com certeza tinha muito que falar e iria ouvir bastante, mas agora, longe da raiva da vampira, pensava em resgatar Scott o quanto antes. Nem queria tentar imaginar o que o Presa de Prata estava passando na mão daqueles loucos.

Com passos rápidos o Ahroun adentra ao templo e lá se depara novamente com Selene, um outro Garou que não conhecia, Sagittárius, Falcão Vingador, Trovão Inquisidor, Fenix de Prata e Ira de Thor.

Não faz cumprimentos, pois não conseguiria dizer "boa noite" depois do que aconteceu, então preferiu apenas acenar a todos com a cabeça e dizer:

- Asa Solitária, Ahroun, Fostern dos Presas de Prata e líder da Esquadrão da Fúria se apresentando...

Nymmeria atravessa a película com uma certa sensação de alívio. Sentia ali a capa-fetiche se materializar sobre seus ombros e ajudar a proteger seu corpo. Preocupou-se com Selene por não ter este recurso, embora sua irmã parecesse irritada demais com outras coisas para se incomodar com isso.

A chegada de Kiba surpreende um pouco a Galliard, já que haviam acabado de se despedir do Garou na Clareira central, mas logo, Sagittarius esclarece o motivo, e o fato do líder da Seita estar lá poderia ajudar a unir mais de uma coisa útil. Responde com grave seriedade a pergunta do juiz.

- Testemunhamos uma manifestação da Fênix. Guardião-da-Honra se transformou nela depois de um confronto com inimigos robôs que quase matou todos nós. Ele salvou nossas vidas, mas foi capturado por nossos inimigos. A morte de Nunca-Mais é em parte consequência disso. Contarei todos os detalhes sobre o que aconteceu, para que avalie a minha conduta e a de Âmago-de-Medeia diante de nosso irmão de Matilha, porém, diante da dimensão e da gravidade dos acontecimentos, acredito que Ira-de-Thor poderia se interessar em me ouvir...

Nymmeria não achava que um "breve relato" de um não-Galliard apresentaria ao líder da Seita uma visão completa dos fatos, nem lhe agradava a ideia de ficar se repetindo sem necessidade, mas não retruca o juiz.

Aceita, de bom grado, a túnica que os filhotes a oferecem.
- Obrigada.
Veste-a por cima da capa-fetiche, muito mais aliviada por estar decentemente coberta, e avança um passo a frente para começar a falar.

- Devo lembrar que a missão que levou a Tribo dos Presas de Prata, a Matilha Esquadrão da Fúria, os membros da Titãs: Âmago-de-Medeia, Nymmeira e Nunca-mais, e a juiza Tolerância-Zero a correr esta noite juntos, foi enfrentar uma vampira, responsável pelo sequestro de dois filhotes, primos de Asa-Solitária. Pretendíamos procurar em seguida um outro vampiro, aproveitando as habilidades de rastreamento de Sombra-do-Rei e Tolerância-Zero, mas diante do fatos, tivemos que abolir esta missão. Contudo, fomos bem sucedidos na primeira. Seguindo o plano de Asa-Solitária, cercamos o perímetro do local onde a vampira estava, a rastreamos e ela foi morta por ele. Porém, em seguida recebemos um ataque inesperado: bombas, homens com armaduras robóticas, com armas acopladas de prata. Um ataque maciço de um inimigo que conhece bem nossas fraquezas. Os theurges tiveram a ideia de recuarmos para a Umbra, mas não houve tempo, a maioria do grupo foi exterminada, apenas eu e Asa-Solitária sobrevivemos o bastante para testemunhar o que aconteceu, algo que eu só consigo definir como um milagre...

Faz uma breve pausa.
- Guardião-da-Honra se transformou na Fênix, como você já está ciente, e soltou suas chamas sobre todo o lugar, chamas que destruíram todos os soldados que nos atacavam, queimou prédios, carros e tanques, mas não feriu a nenhum dos Garous, apesar de ter destruído as nossas roupas. O poder dela curou os que estavam feridos, e fez voltar à vida aqueles que tinham morrido, inclusive a vampira, que há poucos havíamos destruído.

Pensou se deveria entrar em detalhes que não diziam respeito à Titãs, depois da consideração importante que precisava fazer.
- Foi neste momento que Nunca-mais pôde fazer jus à confiança que depositamos nele para participar da missão. A vampira tentou fugir, mas rapidamente, ele correu para agarrá-la e imobilizá-la, com o auxílio de Âmago-de-Medeia que acertou uma flecha na inimiga e retardou os movimentos dela. Com a inimiga sob controle, Tolerância-Zero e alguns Presas de Prata foram para a Umbra, mas a Titãs e a Esquadrão da Fúria ficaram para decidir o que fazer com a prisioneira. Asa-Solitária decidiu então solicitar à Sombra-do-Rei que interrogasse a vampira, e ela passou informações reveladoras sobre os esconderijos dos vampiros no Rio de Janeiro, que eu posso expor em um momento mais oportuno, mas agora, cabe lembrar que Nunca-mais manteve a vampira presa durante todo o diálogo, até ser pego no contra-ataque da criatura, que criou uma jaula de prata separando os dois do resto dos Garous. A vampira foi abatida por mais uma flecha de Âmago-de-Medeia e encontrou seu fim definitivo. A jaula, porém, permaneceu, prendendo o Senhor das Sombras, até que todos, inclusive ele, conseguimos passar para a Umbra, e acreditamos, por um tempo, que poderíamos nos encaminhar para o que precisávamos fazer...

Continuou com pesar o relato.
- Então, Nunca-mais começou a apresentar ações desonradas. Desobedeceu uma ordem clara e direta da alpha de sua Matilha para que fosse com todos ao Caern, e tentou retornar ao campo de batalha de onde havíamos acabado de sair. Depois de detido por ela e Asa-Solitária revelou que havia trazido, sem informar a ninguém, um espírito gato, parte da Chiminage que esqueceu dentro do carro. Ãmago-de-Medeia exigiu que ele fosse conosco até o juiz, mas ele se recusou, dizendo só iria à julgamento se nós levássemos seu cadáver. Tentei apelar para o bom senso do ahroun, dizendo que o gato não deveria ter morrido pelo fogo que ressuscitou as criaturas de Gaia, que ele tinha uma dívida com a Fênix  que acabara de salvar-lhe a vida, e que deveria mostrar que ainda tinha alguma honra, seguindo conosco voluntariamente até o juiz, mas ele se recusou a ouvir a mim, e a Filho-da-Alvorada, que tentou me ajudar a convencê-lo. Nunca-mais, ferido demais para lutar conosco, literalmente implorou para ser morto, ajoelhando-se diante de nós.

Para não incorrer em uma ação desonrosa, assassinando um Garou sem julgamento, Âmago-de-Medeia invocou uma Aranha Guerreira que imobilizou o ahroun com suas teias, e na forma Hispo, pegou perna dele com seus dentes para arrastá-lo até o Caern. Acredito que neste momento, a Fúria tomou conta de Nunca-Mais, de uma forma que poderia ser um risco a seus companheiros Garous, e por isso, a coroa que ele recebeu como punição por você, nesta mesma noite, apertou a cabeça dele até explodir...

Coloca então a coroa, que estava em suas mãos, por cima do corpo morto de Flávio.
- Estes foram os fatos que culminaram na morte de Nunca-Mais. Por isso, nossa primeira medida ao retornar ao Caern foi procurá-lo, Sagittarius. Peço que julgue minhas ações e as de Âmago-de-Medeia com a sabedoria dada a ti por Gaia, e decida como devemos proceder com o corpo de Nunca-mais.

Kiba cumprimenta novamente Selene e Nymméria com um aceno de cabeça e, depois das ordens de Sagittárius, segue em direção a Ira de Thor.

A pergunta de Fenix de Prata lhe faz olhar para trás, para ver o corpo morto de Flávio mais uma vez, e dizer:

- Depois que fomos pra Umbra e já nos preparávamos pra partir o Senhor das Sombras simplesmente queria voltar até o carro, sem nem explicar o porque. Eu disse a ele que não, pois colocaria o véu em risco e ele ainda assim insistiu. Amago de Medeia deu outra ordem e ele ainda assim recusou. Então fomos obrigados a detê-lo antes que ele viesse pro mundo físico. Filho da Alvorada e Nymmeria tentaram convencer ele da estupidez que ele estava fazendo, mas ele não queria ouvir, pois tinha que voltar pra buscar um gato...

Deixou essa ultima parte em destaque e deu um tempo para eles verem que por mais estúpido que fosse o motivo Kiba não estava brincando.

- Depois de recusar uma nova ordem da Alpha eu me preparei para traze-lo a força, mas Amago de Medeia comandou uma aranha padrão e a fez envolve-lo em uma teia. Quando começamos a traze-lo pra cá ele mudou para a forma de batalha e a coroa explodiu a cabeça dele. Foi por isso que demoramos...

O Presa de Prata então fica em silencio, olhando para os antigos enquanto esperava um comentário ou nova pergunta.

Selene ouve o relato sempre perfeito de Aryanne. Tinha orgulho do desenvolvimento de augúrio de sua irmã e ver aquele crescimento diário era um alento em uma noite tão ruim. Outro sopro de alívio vem com as palavras de Sagittarius que evita qualquer tipo de julgamento formal por conta das atitudes deploráveis de Flávio. A Theurge olha para o juiz e fala para ele:

- Obrigada pela atenção e desculpe por tomar seu tempo, Sagittarius.

O novo Fianna da matilha parecia se esforçar em ser prestativo e, Selene não queria mesmo ter que olhar pra cara de Flávio nunca mais. Séria, fala com o Ahroun:

- Por favor, faça isso. Nos encontre na Penumbra da Clareira Central. Irei iniciar os trabalhos pra transformar o molde de seu irmão num fetiche para Nymmeria enquanto o restante da matilha não vem.

Selene olha para Aryanne e rasga a película. Aguardava que a irmã de tribo entendesse o sinal para que passasse primeiro.

Kiba ouve o pedido do Inimigo da Wyrm e nunca se sentiu tão de mãos vazias em toda sua vida. Além de não esperar que a pergunta viesse dele, não tinha a menor ideia de por onde começar a procurar os desgraçados e principalmente como eles conseguiram chegar até a FESN.

Depois de pensar algum tempo o Ahroun cruza os braços e diz:

- Quando fomos emboscados pela FESN os desgraçados usaram armas bem diferentes do que eu já vi. Alguns humanos até resistiram ao "delírio" quando viram Filho da Alvorada e eu em Crinos. Eles tinham robôs com eles. Robôs fortes o suficiente pra quebrar o pescoço de um Garou como se quebra o pescoço de uma galinha. Eram praticamente uns 50 e tinham carros que mais pareciam tanques de guerra.

- Quando estávamos praticamente derrotados Scott virou a Fênix e curou nossas feridas, reviveu nossos mortos e matou vários dos nossos inimigos. Ela estava prestes a acabar com tudo, mas uma nave surgiu com uma gaiola gigantesca e prendeu a Fênix, fazendo-a voltar a ser Scott e sumiu em pleno ar... Nenhum de nós já tinha enfrentado a FESN antes, mas eles tinham armas feitas pra nos neutralizar... E alguns deles lutavam Klavaskar.

Kiba queria ter mais o que acrescentar. Até chamaria Selene ou os outros se achasse que algum deles poderia acrescentar mais aquela conversa, mas como ele foi um dos poucos a ficar de pé até o final do combate duvidou que aquilo fosse possível.

Nymmeria esperava que o juiz iria ser brando com elas, diante das circunstâncias, mesmo assim, fica aliviada que ele as dispense sem nenhuma acusão.

Fica com um olhar sério e determinado quando ele diz que ela deveria ser procurada por quem fosse resgatar a Fênix.
- Consegui guardar alguns detalhes da nave que capturou a Fênix. Acho que pode ser útil. Precisando de mim, estarei no Caern. Obrigada, Sagittarius.

Aprecia a disposição de Bryan em ajudar, e acreditou que com essa postura ele seria facilmente integrado à Matilha. Ao ouvir que Selene iria aproveitar o tempo livre pra transformar sua espada em um fetiche, a Galliard não resiste a dar um sorriso animado, embora o desfaça, em respeito as circunstâncias não muito alegres.

Lança um último olhar de despedida ao corpo de Nunca-Mais, sem deixar de sentir que tirou um fardo de seus ombros por não precisar se responsabilizar pela passagem dele. Lamentava, porém, ele ter que partir daquela forma, que seu potencial tivesse sido desperdiçado por sua irresponsabilidade. Se ao menos ele tivesse morrido no confronto com a vampira... a lembrança dele iria ser digna e saudosa, não amarga e repulsiva

Terminando essas reflexões, olha amigavelmente para Bryan.
- Até breve, Lua Sangrenta. Obrigada, mais uma vez por trazer minha espada.

Dá uma breve sorriso para ele, e sem demorar muito para entender a deixa de Selene, avança até o rasgo da película e adentra na Penumbra.

OFF: Próximo post: Umbra Rasa (Penumbra)

Selene entra na Penumbra.

A conversa entre os anciões segue e logo Ira de Thor fala sobre o resgate, deixando a opção da Esquadrão da Fúria liderar o resgate com mais 4 matilhas. O Ahroun, por mais que tivesse certeza que participariam do resgate, não esperava que fossem lidera-lo.

Ao final das palavras de Trovão Inquisidor o Presa de Prata olha para todos, por fim para Ira de Thor e diz com um tom de confiança:

- A Esquadrão da Fúria está apta e aceita a missão de resgatar a Fênix e limpar o Véu da cidade. Eu gostaria de escolher as matilhas na reunião de lideres de matilha e gostaria de pedir que os Andarilhos participem da montagem do plano, assim como a presença na missão de mais uma Garou... Bardo Forjador.

Seus pedidos haviam sido feitos. Antes mesmo da resposta, Kiba já trabalhava em sua mente com as possibilidades. Sua maior dificuldade seria em descobrir onde diabos a FESN se escondia.