Capela Tremere - Chácara em Vargem Grande

Bianca colocou os frascos com a preciosa vitae dos irmãos da camarilla em uma caixa e guardou em um armário próximo. No fundo não tinha nenhuma intenção de causar nenhum tipo de mal a eles. Ela jamais causava dor sem necessidade, e não acreditava que aqueles dois pudessem ser um perigo. De qualquer forma havia sido enganada naquela  noite por Rurik Price e não permitiria que isso ocorresse novamente tão facilmente.
Observou os movimentos delicados da Toreadora Xica e pensou que ela devia ter sido uma humana muito sedutora em seu tempo mortal. Deu um sorriso caloroso e compreensivo pelo sacrificio que essa fazia pela família e respeitou a coragem da negra. Ela era um pouco magra para o gosto de Bianca, mas tinha uma beleza impressionante.

- Será tratada com todo respeito de nosso clã com isso. Posso ser ousada e lhe dizer que você é muito linda? Vivi muito anos em Moçambique e não é fácil me lembrar de outros membros na cidade que rivalizariam sua beleza.

Durriex demonstrava toda sua androgenia quando se cortou para retirar o sangue. Ele tinha um rosto bastante feminino e Bianca imaginou o que seu senhor havia visto nele? em alguns momentos era impossível determinar seu sexo. Certamente sua maior virtude era sua coragem, pois humilhou o pequeno Thomas na frente de toda corte ainda presente na capela. Se Bianca estivesse certa ele se vingaria e ela esperava que fosse de uma forma tola para que a caçada de sangue fosse declarada logo. Ela teria prazer em destrui-lo nesse momento. Mais tarde interrogaria Ian para ver se ele havia trazido sangue do pequeno Thomas para os Tremere, ou pelo menos um pouco de cabelo em uma peça de roupa. Se assim fosse faria com que Johanna o perdoasse pela incompetência nessa noite.

- Mas é claro senhor Durriex. Você demonstrou em todas as suas atitudes confiar e respeitar os Tremere e está mais do que convidado a se instalar na nossa capela. Nenhum lugar é totalmente seguro no entanto e precauções como essas são necessárias.

Quando o arremedo de vampiro deu as costas e saiu sem falar nada, nem com os outros membros do próprio clã, que ficaram claramente chateados, e nem com Johanna e Beatrice, as anfitriãs da noite, Bianca ficou levemente incomodada. Ela achava que o pequeno seria uma presa escorregadia e um desafio a altura, mas na verdade ele era um bruto não civilizado que veio de algum lugar em que não recebeu nenhuma educação! Se na corte de Moçambique ele entrasse em um território sem se apresentar ao proprietário seria morto sumariamente como um invasor. Que arrogância! Esperava que Beatrice e Johanna se indignassem, mas pelo adiantado da hora acreditava que isso ficaria para amanhã.
Depois da saída dele, comentou com um tom menos indignado do que sentia realmente:

- Senhores, eu não esperava uma atitude dessas de um membro do clã das Rosas! Nem mesmo se apresentou às anfitriãs dessa noite! Mas não se preocupem Mounsieur Durriex, Senhora da Silva (e se Natanael e Vincent tiverem saído depois eles poderão escutar também e ela menciona os seus nomes), eu estou muito bem impressionada pela educação de todos os outros para me ofender com o clã. Esse pequeno no entanto foi rude e descortês, uma vergonha para qualquer que seja seu senhor ou buraco do qual tenha saído.

OFF GAME: Bianca examina a aura de Durriex e de todos os vampiros que ficarem para dormir na capela essa noite. Seria bastante cuidadosa com isso.

Ian entendera perfeitamente o meneio de cabeça da Regente da Capela. Era hora de perder o outro braço devido a afronta que cometera se demorando na residência de Thomas. Seu ferimento latejava como se não houvesse amanhã. Era como uma ferida aberta que gangrenava e pulsava com vida própria e desejava devorar todo seu braço, que já não existia, e seu ombro.

Imaginou se aquele ferimento não estava envenenado e poderia corrompê-lo por dentro até sua não vida esgotar-se. A dor era repugnante, mas a fome parecia bem mais latente e poderia a qualquer momento usurpar qualquer outro sentimento do oriental que seguira a regente em mudo silêncio.

Era possível perceber que Ian estava muito bem vestido. As roupas que lhe caíam eram um pouco maiores do que seu tamanho, mas não haviam sinais de dejetos, ratos, baratos e vermes dos esgotos nele. O único contraste estranho era a falta de seu braço direito.

Assim que estavam em um local mais privativo, Ian profere com culpa na voz:

-Regente Meisneir.

Estendeu seu braço esquerda á mulher, como se o oferecesse para que ela o arrancasse, e disse:

-Estou preparado para ser punido por minha afronta contra os outros membros, contra a senhora, nossa Regente, contra a primógena Verlanghieri e o mais importante, contra o nosso clã. Deseja que eu me faça ser ouvido pelos membros presentes da corte para que meu erro seja explicitado a todos os outros?

Aguardou piedosamente as palavras da Regente. Não a conhecia direito e portanto não sabia o que poderia acontecer com ele e quais as punições que ele ganharia. Mas se submeteria aos desejos do clã, e se o desejo da Regente fosse findar sua não vida, ele aceitaria de bom grado. O clã falava mais alto e se ele fosse um empecilho, que assim fosse. E a dor permanecia. Ian sentia que poderia entrar em um estado de êxtase a qualquer momento, ou talvez fosse apenas sua imaginação.

Todos estavam de partida. Os Toreador fizerem um pequeno show, como sempre, para chamar a atenção para si e até os Nosferatu não foram nada discretos. O que havia de errado com essa corte Petrus ainda não sabia. Depois, Johanna e o tal Ian vão para um local mais reservado. Petrus não sabia o que era, mas se importava, já que era assunto do Clã. Fátima estava em silêncio e ele fez o mesmo, esperando que as Tremere dissessem algo ou o liberassem para descansar. O dia estava clareando rapidamente. Malditos trópicos e suas noites curtas...

Bianca se despede dos últimos que saem da capela e divide os quartos para os que ficam. Dá algumas orientações para os serviçais de Beatrice e pede que preparem algumas pessoas para a manhã seguinte. Se não houvessem doadores teriam problemas, principalmente com Ian que deveria acordar faminto com seus graves ferimentos.
Ligou para seu carniçal e, confirmando que as meninas estavam bem, iria finalmente partir para seu banho. Seu companheiro corpete que estava com ela desde as primeiras noites de vampira já fazia parte de seu farto corpo vampírico, mas estava justo demais nessa noite. Além disso precisava tirar o sangue da maldita Eloá de seu corpo e guardaria um pouco. Se ela estivesse viva, ia aprender que quando você está sob ataque Assamita e vomita sangue por todos os lados, você tem que evitar os sapatos Louboutin de uma Tremere. Existem punições piores do que a morte.

Logo que Ian acordasse, ele poderia ver que seu celular estaria tocando, no identificador de chamada era Kamuriel

O Tremere estava muito ferido. A dor lancinante da falta de seu braço direito o incomodava muito. Suas reservas de sangue estavam no fim e somado a isso ainda havia a punição a ser dada pela Regente. Tirando todos estes pontos negativos, seu tablet tocava. Ainda meio zonzo pelos ferimentos e com seu celular destruído, Ian estende seu braço esquerdo para o tablet e então verifica um número incomum. Um número que ele não imaginava receber. Preocupou-se e imaginou que poderia ter acontecido alguma coisa com seu senhor ou mesmo com seu irmão.

Atendeu e sua educação oriental falara mais alto:

-Boa noite senhor Sephim. Confesso que me impressiona sua ligação. Como vai?

Kamuriel podia perceber certo afeto nas palavras de Ian, mesmo que escondidos por sua educação.

Kamuriel escutava o afetuoso Ian com sua habitual educação recebendo bem o Irmão. Kamuriel respondia com serio e reto.

- Deveria estar melhor, Tokunaga, mas não está, por isso vim até o rio.


Dando uma breve pausa ele continua:

- Mas claro, sem deixar os bons modos de lado, e o sr? Espero que esteja tudo em ordem.

Kamuriel era direto e rero e a educaçãoe bons modos para ele não passavam de meras formalidades, Ian lembraria-se disso, era apenas o jeito do irmão rabugento, nada pessoal, nunca é pessoal.

O oriental já estava acostumado ao jeito do irmão e profere:

-Acredito que aqui as coisas só poderão piorar irmão. Mas fico contente que tenha vindo. Nosso clã tem muito trabalho a fazer aqui.

Sentou-se na cama onde estava e depois da pergunta de Kamuriel olhou seu braço direito, melhor, a falta do braço.

-Digamos que eu poderia estar melhor. Mas mudemos de assunto....já sabes o caminho da Capela?

Estava indeciso se deveria ir buscar o irmão ou se poderia falar o endereço da Capela abertamente pelo tablet. A Espada de Caim poderia estar registrando todas as conversas.

Kamuriel logo responde:

-Então somos dois desafortunados, irmão, e não... preciso do endereço para seguir até a capela e em seguida ate o Elisio cumprir a tradição. Basta me dizer a licalização e o taxista fará a parte dele.

Ela não esperava que a noite fosse tão tranquila, apesar da aparente proteção da capela tremere. Xica da Silva acordou, deslumbrante como sempre. Infelizmente teria que repetir o mesmo traje da noite anterior, mas isso não era motivo para preocupação da toreador que sabia que mesmo nua, ou melhor, especialmente nua, encantaria a todos, especialmente aos seus irmãos de clã.

E fora nua que ela tinha adormecido durante o dia, para que não amarotasse a roupa que repetiria. Ao despertar fez sua higiene matinal e, então, se dirigiu à sala onde tinham conversado na noite anterior. Esperaria por seus anfitriões, para as despedidas formais. E, só então, seguiria para a reunião na casa de Vincent Lyon.

-Entendo. O problema é que não sei se esta linha é segura.

Ian ponderava se deveria dizer a localização da Capela ou não.

-Não temos Elísio.....ele foi destruído na noite anterior pela Espada de Caim. Estamos com problemas sérios e peço que fique atento no trajeto até a Capela. Muitos ataques na noite anterior culminaram em um caos na cidade. Sugiro também que veja as notícias para se inteirar melhor dos acontecimentos recentes.

Ficou um momento em silêncio e por fim proferiu:

-O endereço da Capela é este xxxxxxxxxxx. Certifique-se de não estar sendo seguido e mais uma vez.....mantenha-se atento a tudo.

Petrus desperta em um dos quartos de hóspedes que serviriam como seu dormitório a partir de agora. Seu carniçal estava no apartamento, mas mandaria que viesse para cá. Era mais seguro. Petrus se levanta, toma um banho rápido, apenas para tirar a poeira acumulada durante do voo, o trajeto pela cidade e, claro, retirar o mal cheiro deixado no ar pelos Nosferatu. Após o banho, veste um terno preto com uma camisa vermelha. Gostava do contraste. Em seguida segue para o salão principal e se depara com a Toreador que havia oferecido seu sangue de bom grado para os Feiticeiros na noite anterior. Não subestimava ninguém, mas aquilo não tinha sido um ato inteligente. Ou então os demais Membros conheciam muito pouco sobre os Tremere e era assim que devia ser!

Se aproxima, com as mãos nos bolsos, olha ao redor e vê que não havia chegado ninguém. Olha para a bela moça e mostra um leve sorriso, estendendo sua mão para que ela depositasse a sua na dele.

_Boa noite, senhorita Silva. Espero que tenha apreciado a hospitalidade de meu Clã.

Quando ela lhe oferece a mão, a beija levemente em cumprimento.

Acordar em uma nova capela sempre era estranho para Fátima, que por tantos anos permaneceu sem se mudar. Antes de Praga não sabia há quanto tempo não deixava Viena e a biblioteca de Celestyn. Ainda mais em uma noite como aquela, em que não pudera pedir permissão às suas superioras para realizar o ritual de união com a terra. Assim, Fátima sentia-se mais do que deslocada.

Agora precisava aguardar. Provavelmente Johana reuniria todos os membros da capela para determinar as funções de cada um para o crescimento da família. Enquanto esperava ela se dirigiu para a biblioteca da capela.

Bianca teve um sono agradável, se é que se pode chamar de sono aquilo que mais se parece com a morte. A sensação é que havia morrido e voltado a viver, mas felizmente a Tremere guardava o drama para a corte. Sozinha em seu quarto era direta e eficiente.
Ao acordar iniciou alguns rituais básicos, afinal haviam Toreadores em seu ninho e um único momento de distração poderia ser desastroso. Percebeu que suas habilidades naquele país evoluíam rapidamente, o que deveria refletir a emoção das novidades e descobertas. Lembrou-se do porque estava ali e ficou feliz. Melhor que isso somente se tivesse suas meninas por perto.
Com um pensamentos leve se comunicou com seu carniçal e orientou qual das garotas queria ver hoje na capela.

Percebeu as rosas vermelhas no criado mudo do quarto. haviam sido deixadas por Vincent Lyon. Charmoso como sempre. A cada dia se mostrava um excelente aliado e Bianca estava ansiosa por reencontra-lo. Precisaria agradecer pessoalmente pelo ato.
Ao terminar seus ritos saiu do quarto para cumprimentar os hóspedes. Não esperaria as irmãs, havia muito a ser feito.

Não haviam cinco minutos que ela tinha chegado até o salão principal quando viu a aproximação de um outro membro. Ela lembrava-se dele da noite anterior. Era um tremere. Seu primeiro nome lembrava uma pedra. Parou por alguns instantes, tentando se lembrar e finalmente recordou. Petrus Muller.

- Boa noite, senhor Muller. Fiquei imensamente encantada com a hospitalidade dos feiticeiros. Não pensei que dormiria tão bem fora de meu refúgio. - e estendeu a mão para que ele a beijasse.

Kamuriel por mais que quisesse não poderia ficar impassível diante a informação de que o Elísio fora atacado, a situação estava ruím como Ian disse.

- Estarei aí o mais rápido possível, boa noite, irmão...

E por fim, encerra a ligação.

_Fico contente ao ouvir isso, senhorita Silva. Responde recolocando as mãos nos bolsos.

_Bom, vi quando a senhorita chegou se apresentando. Somos dois recém chegados à Corte e notei que nossos Clãs possuem uma relação, no mínimo, amistosa. Pretendo ajudá-los com isso, se a senhorita não se importa.

Sorria com o canto da boca. Não era carismático e sua aparência não o destacava em uma multidão comum. Mas seu esforço por parecer agradável era visível. Nunca fora bom com conversas com belas mulheres desde sua vida mortal. Isso deve ter contribuído para que se reclusasse no trabalho e nos livros.

O oriental ouve as últimas palavras de seu irmão de clã e senhor e desliga o tablet. Mais um membro estava chegando à Capela para reforçar as forças do clã na cidade e isso era muito bom. Sentado na cama, ele sente a dor latejar sem parar. Precisa curar-se, mas não iria conseguir fazê-lo sem perder o controle. Se perdesse o controle dentro da capela sua não vida seria findada, com toda certeza.

Levantou-se e percebeu que haviam roupas preparadas para ele. Ian segue o banheiro do local, lava seu rosto, escova seus dentes e depois troca-se. As roupas que estavam com ele era do carniçal de Thomas Haulot, talvez pudessem ter alguma utilidade para a Regente.

Deixou as roupas em cima da cama e saiu do quarto em direção ao salão da Capela, onde percebeu, haviam duas pessoas das quais ele não tinha nenhum conhecimento prévio. Se aproximou, cauteloso e proferiu, tentando segurar a dor insuportável que sentia:

-Boa noite senhorita.....senhor. Sou Ian Tokunaga, do clã Tremere.

Os dois poderiam ver que o braço direito de Ian estava faltando.

Dali ela não esperava que saísse muitas coisas, mas boas relações com membros de outros clãs nunca eram desperdiçadas, especialmente em uma cidade sitiada como o Rio de Janeiro. E se o outro clã fosse como a casa dos feiticeiros, aparentemente os mais organizados junto aos nosferatu, melhor ainda. As atividades sociais eram as prioridades de Xica e se pudesse tratar delas, inicialmente, com um feiticeiro, assim o faria.

- Exatamente, senhor Muller. Acabei de chegar ao Rio de Janeiro, apesar de já ter conhecido a cidade antes. - ela ampliou seu sorriso, quando o feiticeiro disse que pretendia ajudar na relação entre os clãs. É lógico que isso era do interesse da negra. Espalhar tentáculos, criar raízes, ocupar espaços. Espalhar o perfume das rosas e o seu próprio perfume.

Alguns instantes depois um outro vampiro se aproximou. Era oriental. E parecia ter sido gravemente ferido. Um dos braços do homem faltava. Ele se apresentou como Ian Tokunaga, tremere. Não poderia esperar coisas muito diferentes. Dormira na capela. Feiticeiros ali seriam como ervas daninhas crescendo selvagens em um jardim abandonado.

- Boa noite, senhor Tokunaga. Francisca da Silva, toreador a seu dispor. - parou um instante e se voltou novamente para Petrus, apontando a cabeça de um para o outro tremere. - Estava justamente conversando com seu irmão a respeito das boas relações que pretendemos solidificar entre nossas famílias.

Bianca estava banhada e vestida. Não teria sido fácil achar nada de Beatrice que coubesse nela, mas seu carniçal sempre se preocupava com isso e havia deixado uma muda de roupas quando trouxe sua senhora na noite passada. Cheirosa e com um longo vestido negro saiu do quarto. Se vestia bem para seu porte e não queria se sentir intimidada pelas belas presenças de Xica e Beatrice.

- Boa noite meus queridos companheiros de clã e nossos convidados especiais - olhou para Xica com uma leve malícia. Ela era uma bela mulher e se não fosse útil como vampiro serviria como um belo bibelô. Imaginou se quando foi transformada havia sido escolhida por sua força ou por sua beleza. Mas subestimar a beleza seria um erro, vide ela mesma - pensou.

- Ian, você está ferido. Pedirei para os servos de Beatrice providenciarem alimento para você. Petrus querido, pode acompanhar nossa convidada até a saída? Imagino que tenha muitas coisas para resolver essa noite. Certifique-se de que irá partir em segurança e quero que saiba que será bem vinda aqui se houver qualquer problema. Sempre recebemos bem nossos convidados e acreditamos que os Toreador foram aliados importantes na noite passada e não esqueceremos isso.

Olhou para os servos presentes e ditou rapidamente alguns comandos e orientações, inclusive pedindo que todos os vampiros presentes estivessem prontos em 20 minutos para uma reunião do clã. Algumas posições seriam tomadas e quanto mais rápido agissem essa noite melhor seria para toda a Camarilla na cidade.

Sorriu diante das palavras de Francisca e ela informou que o outro homem era um irmão de clã. Sorriu à ele também. Fez uma reverência comedida á Francisca e a respondeu de imediato:

-É um imenso prazer conhecê-la senhorita da Silva.Ouviu sobre as possíveis boas relações com os Toreador e lembrou-se de Thomas Haulot.-Ah sim, claro. Estive a maior parte do tempo da noite anterior com o senhor Haulot, um membro de sua casa. Acredito muito bem que nossas casas possam manter relações muito boas entre si. Precisamos nos fortalecer para que a Torre de Marfim se estabeleça finalmente e destrua os traidores da Espada da Caim.

Nisso Bianca de Nice chegara. Ian meneia a cabeça positivamente e aguarda todas as palavras da Tremere para só depois então responde-la:

-Agradeço a preocupação senhorita De Nice.

Não ousaria chama-la por magus na frente de outro cainita que não fosse um Tremere. Aguardou a saída de Francisca para finalmente despedir-se dela ou iria se despedir quando seguisse com um servo para poder alimentar-se, o que viesse primeiro.

Ela não deixou de notar o olhar malicioso com que Bianca fitou-a. Dessa forma, Xica correspondeu com um sorriso de vestal, mas que por um ínfimo instante se transformou no mais belo reflexo dos succubus mitológicos. Não disse palavra alguma, como resposta ou continuação ao sorriso. Não imediatamente. Antes concluiu o dialogo com o oriental Tokunaga.

- AInda não conheci o senhor Haulot, quero dizer, não tive tempo hábil para conversar com ele. E sim, precisamos falar a mesma língua, nos entendermos suficientemente bem para que possamos pisar em nossos inimigos como os humanos matam baratas e fazer do Rio de Janeiro o paraíso vampírico no novo mundo.


Ao terminar de falar, finalmente dirigiu-se verbalmente à Bianca, agradecendo pela hospitalidade e pelo convite.

- Boa noite, senhorita de Nice. Agradeci ao senhor Muller e ao senhor Tokunaga e, mais uma vez, repito os agradecimentos. Estou encantada com a vossa recepção e não me esquecerei disso. Realmente tenho muito o que fazer... pelo que vi ontem os toreador fomos os únicos cainitas a não escolherem seu representante no conselho de anciãos e pretendemos nos reunir ainda nessas primeiras horas do anoitecer. Antes, entretanto, de deixar a capela, gostaria de saber se já obtiveram o resultado da análise da vitae.

DE uma coisa não podiam duvidar, da cortesia e da forma direta com que Xica da Silva agia. Parecia ser dona de si, mesmo pisando em ovos.