Ruas - Zona Oeste

Kiba pilotava sua moto acelerado pelas ruas da cidade que ja começava a ficar movimentada pelo horario. Usando sempre o visor do capacete abaixado o Presa de Prata observava os carros pelo qual passava. As pessoas ali eram bem diferentes, mas ja se acostumava com elas pouco a pouco, mas não era isso que procurava.

Precisava encontrar logo a Legião, mas para isso precisava evoluir seus recursos. Disso ele tinha certeza. Depois de estar praticamente entre o destino de Lauren e a saida do território da matilha o Presa de Prata estaciona e puxa seu celular do bolso. Nada. Nem uma mensagem de Lauren.

Aquilo visivelmente agonia Kiba. Será que ela havia entrado antes dele ter percebido que a mensagem estava la? Aquela sensação ruim havia vindo para ficar pelo visto. O Garou fica ainda alguns minutos parado, olhando para a tela do celular, mas nada chega em resposta.

Ele então guarda novamente o aparelho no bolso, abaixa o visor do capacete e acelera a moto em direção ao hospital. Tinham muitas coisas a resolver, mas não podia deixar Lauren e Anksu correndo risco de vida.

O Presa de Prata leva alguns minutos para chegar ao hospital "abandonado" e passa bem lentamente na frente do mesmo. Aparentemente não estava tendo confusão la dentro, mas ainda era muito cedo para ter certeza.

Kiba decide então dar a volta pelo lugar para ter certeza que Lauren e Anksu não estavam por perto. Contudo, assim que dobra a primeira esquina o Garou consegue ve-los conversando com alguem. Anksu vira-se em sua direção e chuta o que parecia ser um copo de suco e Kiba apriveita-se disso para chamar sua atenção com uma buzinada rapida da moto. Ele então para no meio fio um pouco afastado do trio e tira o capacete para que vissem de quem se tratava.

O ragabash observa a sua volta, mas repensa, ele não poderia coloca-los nesta situação. Então corre até Saulo, ele deveria ter uma lanterna.

-Ei amigo! Preciso de uma lanterna emprestada, cinco minutos apenas. Você teria alguma por aí?

Um olho permanecia no bueiro, certificando-se da permanência de sua companheira no mesmo.

*Quem está lá com ela? Isso está parecendo que foi planejado, alguém sabia que estávamos vindo. Mas como!?
Ninguém sabia, ninguém no seguiu.... Será!? Será!? Não.....*

Assim que Kiba nota que Anksu (ou seria Ariovaldo? ) vinha em sua direção ele passa a acompanha-lo com os olhos. Quando Anksu lhe etrega o cabo o Ahroun ergue uma sobrancelha e se prepara para abrir a boca, mas a resposta rapida do Peregrino o faz mudar de ideia.

Guardando então o cabo no bolso o Garou apenas acena com a cabeça para Anksu, colocando logo depois o capacete e olhando para Lauren e o estranho que com ela estava. Não fazia ideia de quem era, mas pelo visto devia ser um conhecido dela.

Ele então da duas aceleradas na moto e acena para Lauren e o estranho, saindo com a moto de forma rapida e seguindo para as ruas a frente.

Assim que Anksu se afasta e chama Sandro de Diego, Lauren fica a sós com ele. A Galliard aproveita a segunda perguntra para escapar da primeira, respondendo ao homem:

- Foi um lapso. Mas, Sandro, a gente precisa mesmo ir. Obrigada pela carona, mas realmente não é necessário.

A Galliard aproveita para se despedir com um beijo no rosto de Sandro e diz:

- A gente se encontra por aí. Se cuida.

E, sai andando e já chama Anksu para seguir com ela com um gesto de cabeça. Seguia na direção em que Kiba partira e esperaria sair do campo de visão de Sandro para se manifestar. Não era a melhor saída, mas se não fosse abrupta as coisas podiam se complicar...

O ragabash agradece ao segurança com um sorriso, tentando segurar toda a pressa que ele tinha, suas mãos se esfregavam uma na outra, e ele olhava para o boeiro e para o segurança, então Saulo pára no caminho e começa uma conversa que parece agradável com outro amigo da segurança. E a conversa começa a demorar, ele não tinha muito tempo.

Seus olhos reparam que ele deixou a guarita sozinha, ele olha de volta, e ele realmente parece muito entretido na conversa, ele não podia deixa-la sozinha. Vagarosamente o Ragabash começa esgueirar-se para dentro da guarita, e quando dentro, ele se abaixa para que os de fora não consigam observá-lo, e começa a procurar uma lanterna, deveria haver alguma ali, em algum lugar.

*vamos, vamos, deve ter uma aqui!*

Quando vejo Lauren se despedindo de Sandro e acenando com a cabeça para que eu a acompanhasse dou um meio sorrido e comento para ratificar o disfarce:
-Pensei que iriamos nos atrasar ainda mais. Não temos muito tempo, vamos andar um pouco mais rápido.

Acelero o passo e aceno um adeus a Sandro. Volto a agir descontraidamente.

Um tiro na nuca. Uma bala que perfura a nuca de Lauren e arremessa a Portadora da Luz no chão, ensanguentada. A Galliard, dada a potência do tiro, a região atingida e o dano causado não consegue fazer nada a não ser emitir gemidos de dor no chão. Sua mão direita vai até a nuca e, sem que ela conseguisse se por de pé, a Galliard cosegue enxergar seu próprio sangue:

- Maldição...

Balbucia Lauren entre os gemidos de dor. A Portadora olha para um lado, olha para o outro e, enquanto tenta se levantar para ver de onde fora atingida, assume imediatamente, com a Fúria conquistada com o dano tomado, a forma Glabro. Era a única forma de sobreviver a um impacto daqueles e, desse jeito, sangrando muito e com muita dificuldade, Lauren começa a se levantar, tentando virar-se para olhar para aquele maldito que era seu agressor.

Lauren conhecia Sandro muito pouco. Achava estranho o magnetismo que ele exercia sobre ela, mas jamais o viu como ameaça. Ficava a lição para que a Galliard nunca mais abaixasse sua guarada para ninguém.

Apoiando sua mão na parede, Lauren, em Glabro, começa a ficar de pé novamente.

Kiba estava estacionado pouco mais a frente como Anksu havia pedido. O Presa de Prata notava que o clima começava a mudar, mas antes mesmo que pudesse encontrar um abrigo sua atenção é tomada por um barulho muito alto.

Por um instante ele pensou que podia ser o barulho de um trovão, mas logo a movimentação das pessoas faz o Presa de Prata sentir um frio na espinha.

"Lauren... Anksu..."

Kiba coloca novamente o capacete e acalera a moto com força, ja tomando o caminho para voltar na direção dos dois Garous. O Presa de Prata dava tudo de si para chegar la o mais rapido possivel e, no caminho, ja se aproveita da furia para mudar para Galbro, tornando-se um homem bem forte e mantendo sua aparencia humana.

*hum deixe me ver....*

O ragabash olhava rapidamente a guarita em busca de uma solução, uma lanterna seria ótimo mas ele não a encontrava, e estava ficando sem tempo, Mayra devia estar em apuros. Um trovejar rompe o barulho da novela, começava a chover forte, parecia que os Espíritos dos ventos estavam mais uma vez presentes quando ele precisava.

*Ah maravilha! Veio no tempo apropriado. Nenhum humano irá se prontificar a ajudar agora, criaturas egoístas dignas de pena.*

Não havia lanterna, ele deveria improvisar com o que tinha. Ele apanha uma barra de chocolate e enfia no seu bolso, pega uma pequena corda com uma mão e amarra uma das pontas em sua cintura com firmeza, e apanha uma marmita fedida. Ele agora precisaria de um lugar tranquilo, livre de cameras e olhares. Disfarçadamente sai da guarita e caminha até as escadas de emergência onde assume a forma Glabro. Solta os cabelos para assumir uma aparência diferente, e caminha em direção a rua discretamente.

Chegando à rua, o aglomerado de pessoas já estava dissipado pela chuva, mas algumas, incrivelmente, ainda estavam ali reunidas tentando prestar algum auxílio. Enquanto andava até o local ele prepara um nó na outra ponta da corda, foi quando um uivo assustador penetra nos ouvidos de cada ser vivo daquele local, afastando todo o resto de seres vivos que ali estavam presentes. Ele vinha do bueiro, só podia ter sido a Mayra. Ela devia estar ralmente com problemas.

Rapidamente o Wendigo corre até o poste mais próximo laçando-o e dando um nó reforçado com a ponta da corda, ele então corre em direção ao bueiro se jogando no chão, fazendo com que fosse deslizando até ele, adentrando de costas no bueiro enquanto torcia a corda como se estivesse fazendo rapel, descendo o máximo que dava.
[...]

Não há tempo de reagir. Enquanto Lauren levnatava outro tiro atinge a Garou que, mesmo na forma Glabro, acaba não conseguindo absorver nada do dano, mas conta com a Fúria para evitar que o fim chegasse. Uma cicatriz ficaria marcada no local onde Lauren tomou o segundo tiro. Seu pulmão havia sido perfurado pela bala e lidar com isso seria um desafio para a lua gibosa caso ela conseguisse sobreviver.

Por ora, Lauren estava novamente jogada ao chão. Dessa vez desacordada. Não havia reativado por completo. O sangramento fora estancado pela cura pela fúria, mas a cura não foi suficiente para permitir à Galliard fazer mais o que quer que fosse naquela situação.

O Presa de Prata chegava novamente ao local onde havia visto Lauren e Anksu pela ultima vez e mesmo com a forte chuva ele pode ver os dois enfrentando o homem com quem estavam conversando a poucos minutos atrás.

O disparo que atinge Lauren faz Kiba ver tudo em camera lenta. Lauren batendo fortemente contra o chão depois da ação do desgaçado. Kiba rosna dentro daquele capacete e acelera a moto na direção dele. Ele seria atropelado com tanta violencia que nem a alma dele sobreviveria aquilo. No entanto, após Anksu acertar uma flechada no infeliz o mesmo desaparece diante dos olhos dele.

Kiba freia a moto com força e tenta prestas atenção na chuva, pois se ele estivesse realmente invisivel aquilo não seria tão efetivo graças a água, mas a sorte parecia não estar do lado deles. Anksu foi mais rapido, pega Lauren e a tras até ele.

A expressão no rosto do Peregrino não agrada nem um pouco o Presa de Prata. Era um misto de dor e medo que logo é justificado assim que o Ragabash abre a boca para falar.

Se Kiba não estivesse de capacete o Peregrino veria os olhos se arregalando tanto quanto os dele. O Presa de Prata então retira o casaco e o amarra sobre a cabeça de Lauren para não deixar que fosse reconhecida e a protegesse do pó. Ele olha para Anksu mais uma vez e diz:

- Direto pro ponto de encontro... Rapido.

Kiba não da tempo para resposta. Logo ele acelera a moto e segue o mais rapido que podia em direção ao ponto de encontro da matilha. Mantendo sempre Lauren segura para que não caisse da moto.