Ruas - Zona Sul

Guille sorri diante da afirmação de Victória, que podia dizer que ela confiava nele, ou ao menos o achava útil no momento, e precisava de alguma coisa.

"- É muito prudente desconfiar daqueles que não tenham se provado leais senhorita Victoria. Saiba que tens todo o meu apoio e ajuda necessária para descobrir quem a atacou e vingá-la a altura. Assim como tens um convite para se estabelecer em um dos meus refúgios, caso ache mais seguro."

Guille sabia que aquela conversa chegaria naquele ponto, assim que ela fala na proposta, o Toreador se endireita na cadeira, olha diretamente para Victoria, além de demonstrar confiança ele poderia, com sorte, perceber se ela estava usando alguma influência sobrenatural sobre ele naquele momento.

"- Sou todo ouvidos Victoria."

O Toreador se mantinha atento, ponderando sobre o que lhe seria proposto.

"- A confiança que tens em mim é lisonjeadora, porém, ainda temos o problema de como garantir que o senhor Lyon não terá nenhuma objeção a fazer quanto a mudança?"

Guille imaginava algo naquela proporção, Victoria jamais colocaria o pescoço dela diretamente na reta, agora restava saber se ela o achava um peão útil ou totalmente descartável, tudo dependia do grau de periculosidade do plano da Anciã.

Saindo nas Ruas da Zona Sul, Vincent não aguarda os outros membros e digita uma mensagem para sua carniçal, dando-lhe o endereço de onde estavam e que ela deveria aparecer o mais rápido possível para resgatá-los.

A espera mal passa dos cinco minutos. Muito eficiente e educada, Alanys sai do carro e quando vê Vincent naquele estado deplorável, entra em desespero. Só era difícil de decidir se o desespero era por causa do laço de sangue ou por ela gostar mesmo dele. Querendo tranquiliza-la, Vincent escreve no celular que estava tudo bem e que teriam que seguir para sua residência no Jardim Botânico, pois tinham uma reunião com Victoria Ash. Os detalhes seriam tratados posteriormente.

Vincent entra no carro, no banco ao lado do motorista, e deixa o banco de trás para Henry e Bruno. Só não queria que demorassem muito. Agradecia por ter colocado insulfilme no seu automóvel para evitar ser visto.

-Henry, Bruno....vambora galera.

O coreano sai do buraco e logo vê um carro famíliar para próximo a eles. Logo ver a ruiva Alanys sair dele. Ele a cumprimenta numa breve reverencia que nem é vista pela mulher, aflita com o estado de Vincent.
Discreto ele senta-se no banco de trás do carro, atrás de Vincent para observar melhor como Alanys conduz o carro. Era uma boa aula teórica para aprender mais sobre dirigir.
Por um instante sentiu falta de ser vivo e de ser criança, fingir passar mal para ficar no quarto e não ter que participar de reuniões chatas. Ou apenas ser ignorado e deixado de aldo pela pouca idade. Mas agora teria que se posicionar mais, para poder ajudar Vincent com o clã e toda a confusão que pairava e também porque ele não estava apto a conversar.

Diferente dos demais, Bruno tem certa dificuldade para sair do buraco. Na impossibilidade de sua perna e sua barriga ocuparem o mesmo espaço ele percebe que não conseguiria sair de pé do bueiro. Rapidamente o bicheiro coloca seu cérebro privilegiado para trabalhar em busca de uma solução. O bicheiro então se senta à beira do buraco e tira as pernas, rolando com soberba destreza e ficando de pé num pulo.
De pé ele percebe que um carro já estava ali parado e um ruiva chaleirava o primogeno desbocado. Bruno tenta puxar pela memória quem era aquela figura, mas sem sucesso. Ele segura as lapelas do paletó imundo, se ajeita e caminha para o carro. No caminho ainda tem tempo de disparar à desconhecida:

"- Fala delícia!"

Ele entre no carro ao lado de Kisuco e percebe, apreensivo, que a ruiva assumiria o volante.

Alanys em toda sua educação e elegância arqueia a sobrancelha esquerda para Bruno e comenta.

-Boa noite senhor Modenesi. Alanys, assistente pessoal do senhor Lyon.

Sobre o comentário vulgar de Bruno, ela nada diz. Alanys já tinha conhecimento do Toreador por comentários que Vincent tinha feito anteriormente. Henry já era conhecido dela e a ele a carniçal oferece um sorriso amigável.

Depois que todos adentram o veículo, Alanys se acomoda no banco do motorista e em silêncio deixa o local em que estavam, evitando ruas movimentadas. A residência de Vincent não era longe dali e logo chegariam.

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