Ruas - Zona Norte

Júnior ainda não havia entendido o por que da pergunta sobre a arma, feita pelo Garou que dirigia, quando um motoqueiro encostou no carro. Ele escuta a buzina do estranho e observa, já com a arma na mão, o Andarilho parar o carro, baixar o vidro e falar com o motoqueiro. Enquanto a cena se desenrolava e a tensão subia, Júnior olhava para o Presas que havia assumido a liderança do grupo e seu silêncio era constrangedor. Fazia discretos gestos com a cabeça como que perguntando o que o líder ia fazer.

Bardo Forasteiro - Todos na van

A medida que o carro encostava, Danniel encostava sua moto junto, deixava que os garous parassem mais a frente enquanto ele os seguia. Assim que param, Danniel desce da moto, tira o capacete e se dirige até o carro dos novatos, pára na janela do motorista e diz:

-'Fala ae pessoal, meu nome é Bardo Forasteiro, alpha da matilha para a qual foram mandados. É um prazer conhecer vocês, pena não termos tempo agora, vou ali na frente conversar com os policiais e tentar fazer com que abram passagem para a gente. Gostaria de conversar e conhecê-los melhor, porém nossa matilha precisa de nós.'

Júnior, diante da apresentação de Bardo-Forasteiro, se resume a guardar a arma aliviado e olhar para o líder que não liderou. Finalmente teriam ação.

Bardo Forasteiro - Narração

Enquanto seguia até a barreira, o Ahroun era abordado por um homem alto e com um distintivo de forças especiais recém-criadas, aparentemente o humano não portava nenhuma arma porém o físico do cara era bastante avantajado. Em alguns segundos de contato o homem começava a olhar Danniel de cima a baixo, seus óculos pareciam um tipo de scanner que piscavam luzes vermelhas e verdes, logo o cara pede para que Danniel esperasse e chama mais 4 caras.

Enquanto os 4 se aproximavam, o homem fala de forma casual com o Fianna mas ele não acreditava naquelas palavras, se fosse mesmo uma averiguação de rotina não precisaria de 5 brucutus contra apenas um cara. Sem demonstrar nervosismo, Bardo Forasteiro apenas diz, enquanto se afastava devagar:

-'Meu amigo, a passagem não está autorizada, depois das suas luzes nos óculos piscarem você me pede para esperar, chama mais 4 brutamontes e diz que é operação de rotina? Eu não vim em busca de problemas, vim pacificamente e não pretendo atrapalhar o trabalho de ninguém. Então porque não deixa seus amigos lá e vamos conversar eu e você?'

*Thomas ajuda Ian a subir para a superfície, verificando cuidadosamente se estão em um lugar discreto antes de sair*

Lampião tinha o pé pesado, porém, um excelente controle de direção. Paolo não tinha mais o que perguntar ou dizer e por isto, abriu o vidro de seu lado por completo deixando o vento bater em sua cara enquanto observava os locais por onde passavam.

Ele se lembra dos dois filhos que perdera, de sua mulher e de certa forma uma certa tristeza vem à mente do Brujah. Ele trata logo de menear a cabeça e após retirar os óculos e pergunta a Lampião:

"- Você é o primógeno?"

A conversa entre Thomas e Guy fora rápida e eles logo chegam à saída do esgoto. Era um alívio sair daquele mundo de fezes, água com cheiro de urina e outros detritos irreconhecíveis pelo Tremere. Thomas ajuda Ian a sair dos Esgotos e diz que a irmã dele estaria em breve ali para buscá-los.

Assim que saem do bueiro, Ian ficara estranhamente calado neste meio tempo, o Tremere percebe que a rua onde estavam estava com o odor parecido com o do Esgoto, mas ele não se importa muito. Algumas pessoas passavam aqui e ali. Teriam que seguir por debaixo de um viaduto para poderem passar e acessar a rua principal:

-Vamos esperar aqui ou prefere chegar à rua principal senhor Haulot?

Ian estava fedendo carniça e ele não tinha ideia de como poderia se alimentar ali. Muitos mortais estavam presentes, mas o seu fedor com certeza iria assustá-los. Passou a mão pelo bolso interno de seu colete e sentiu seu celular. Não iria tirá-lo ali para verificar se ele tinha sobrevivido ao fogo no Elísio e aos esgotos. Depois, em local seguro poderia verificá-lo.

Paolo firma o corpo resistindo a inércia com a mão esquerda no painel.
Ele fica mais tranquilo quando Lampião evita o bloqueio e recosta-se novamente no assento.

O nome Jorge, para Auristos era novidade. Seu senhor só lhe havia instruído sobre o cangaceiro. Paolo acha curiosa a menção do primógeno Brujah como candidato a Príncipe, e logo raciocina que possa haver ligação com disputas de poder a atual situação da Camarilla na cidade.

"- Entendo... Já teve contato ou notícias dele?"

*Thomas espia as pessoas na rua, o caminho a fazer e, se ainda precisasse respirar, teria suspirado - seus ombros sobem e descem indicando isso. Então entende o que Guy queria dizer com chamarem a atenção ali - e ele, com seu sotaque francês, nem mesmo poderia se passar por uma criança local perdida se alguém lhe falasse. Só se fingisse ser surdomudo...*

*O pensamento, na verdade, acaba lhe dando uma ideia*

- Acho melhor esperarmos aqui... Acho que se passarmos por - como diz? Sans-abri... sem abrigo? - é mais provável que ninguém vá mexer conosco... Ninguém quer nada com gente pobre e fedida. Não se preocupe, Anne está vindo para cá, ela vai nos encontrar.

*Diz isso e passa a ação, indicando um canto para Ian onde eles poderiam ficar sentados - por mais que a ideia de se sentar com a roupa coberta de excrementos o enoje*

Bardo Forasteiro - Narração

De fato aqueles caras eram suspeitos, não tinha porquê tratar o Ahroun daquela forma se não soubessem de algo. Quando o homem começa a agir de forma mais autoritária e completamente seca, Danniel se afasta mais e diz:

-'Primeiro que eu não devo nada a você, não sou seus subordinados e você não é nenhum soberano opressor, até porquê vivemos em uma sociedade democrática e livre. Eu não fiz nada de errado, não lhe agredi e muito menos atrapalhei seu trabalho!'

O garou se mantinha atento às atitudes do homem e qualquer movimento que ele fizesse e Danniel julgasse mais hostil, o Ahroun iria se defender.

Ian sorri para Thomas ao ouvir suas palavras. Realmente um menino loiro e de olhos azuis acompanhado de um oriental sem o braço direito, o que não era muito problema para Ian.

-Concordo. Vamos ficar aqui e esperar o automóvel de sua irmã.

Thomas indica um local para se sentarem. Claro que era no chão, mas aquilo não aborrece Ian. Estava ferido, sabia que não poderia correr e muito menos agir para poder defender Thomas de algum ataque vampírico. Olhou para os drogados ali e comentou com Thomas:

-Preciso me alimentar...

Mas antes que pudesse responder sua frase ele percebe um carro se aproximando. Ele estaciona e Ian abre a porta com seu braço esquerdo para que Thomas entre. Neste momento ele percebe que três adolescentes vinham a passos rápidos na direção do automóvel. Queria que Thomas entrasse logo no carro antes que eles chegassem:

-Por gentileza senhor Haulot....entre no automóvel.

Ian observa os três garotos se aproximando.

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Utilizado o nível 2 de Auspícios nos adolescentes – Percepção da Aura

*Thomas acabara de se sentar, com um ar de desgosto, quando reconhece o carro em que Anne fora pegá-lo no aeroporto. Ian parece notá-lo também - afinal, um carro novo em folha dirigido por uma ruiva incrível parar bem diante deles não podia ser coincidência - e é mais rápido que o toreador em abrir a porta. Thomas não perde tempo tentando descobrir o que os rapazes querem, não poderia ser algo bom, pensa. Entra correndo e puxa Ian pelo braço bom*

- Vem, entra logo!

*Anne olha para trás e dá um grito em gallo, compreensível o bastante para alguém que fala francês*



- Mas que merda, Thomas-Jean! Onde diabos você se meteu para vir desse jeito!

- Eu explico depois, sai, sai! *grita Thomas, tentando fazer com que Ian entre e o carro saia antes que sejam alcançados*

O Tremere abre a porta para que Thomas entre e ele o faz quase que imediatamente. Os adolescentes que possuíam uma aura psicótica se aproximavam e Ian sente que Thomas o puxa pelo braço esquerdo para entrar no carro e ele não hesita. Assim que se senta na poltrona, ele fecha a porta do carro e ouve a conversa entre Thomas e a possível irmã dele.

Como Ian falava francês, ele entende o que a “irmã” de Thomas gritara e arregala os olhos. A mulher parecia um pouco furiosa. E então ele fecha a trava da porta do carro para evitar que os adolescentes psicóticos conseguissem entrar no carro. Agradecia por ter desenvolvido a habilidade de utilizar seus dois braços sem nenhum problema. Ainda não estava satisfeito com a segurança do automóvel parado e queria muito que a irmã de Thomas saísse dali.

-Boa noite senhorita....poderia por gentileza nos tirar daqui antes que aqueles adolescentes nos alcancem?

Olhou para trás querendo que aqueles três tivessem desistido.

Depois que Bardo-Forasteiro se apresenta para guia-los até o resto da matilha,passando pela barreira policial, Júnior passa a acompanhar com mais atenção as movimentações dele. Pelo para-brisa da van ele vê o alfa se dirigir ao bloqueio policial que existia bem a frente. Júnior não consegue ouvir o que estão falando, mas a imagem do policial chamando os demais, Bardo recuando e sendo cercado por eles com certeza não queria dizer algo de bom. Ele então cutuca o Decodificador-de-espíritos no ombro e diz:

"- Mermão... que coisa estranha. Do nada os políça tão cercando o cara. Esse não é o procedimento padrão...pelo menos  não que eu me lembre. Parece que o negócio vai ficar tenso alí. Precisamos fazer algo."

Júnior então, mesmo exitante por se tratarem de humanos, volta a pegar sua arma e deixá-la pronta pro combate. Pensava em como iria fazer para ajudar o Alfa sem ter que matar nenhum "irmão" de farda. *Vou soltar os prego só nas pernas dos doido.* Mas como faria isso dali de dentro? *Se o bicho pegar o Bardo vai se fuder de com força.* Nesse momento ele percebe que poderia ajudar mais se conseguisse flanquear o grupo e esperar o primeiro tapa.

"- Posso tentar flanquear o grupo sem ser percebido e ficar a postos pro caso de confusão. O que acha?" - O Roedor fala na esperança de combinar alguma ação conjunta como companheiro de matilha que estava ao volante.

O carro segue deixando os adolescentes para trás. Ian não poderia saber se eles eram perigosos ou não. Aquela noite estava muito estranha. Ele então pega seu celular que estava no bolso interno de seu colete e percebe que ele tinha sido completamente destruído. Estava molhado e era possível ver fezes aqui e ali. Suspirou fundo e queria muito entrar em contato com Johanna ou Bianca. Olhou para Thomas e proferiu:

-Acredito que devemos evitar as vias mais movimentadas. Duvido que a Espada de Caim não esteja perscrutando as vias principais em busca de cainitas feridos da Torre de Marfim para acabarem com o trabalho.

Olhou pelo vidro da janela e depois virou-se para Thomas novamente:

-Também creio que devamos entrar em contato com a Primógena Blanc o mais rápido possível. também preciso entrar em contato com a senhorita De Nice para avisá-la que estou a caminho da Capela após estar devidamente apresentável.

Virou-se para a irmã de Thomas e proferiu:

-Por gentileza senhorita.....teria um celular para me disponibili.....

Era muito simpático e educado, mas deixou a frase por dizer. pelo conhecimento que tinha de linhas telefônicas, hackers e etc resolveu deixar a opção de telefonar para suas irmãs de clã imediatamente. Era um Tremere e, portanto, completamente paranoico com algumas coisas.

-...desculpe. Melhor não utilizarmos celulares. Eles podem estar monitorando as linhas.

Voltou sua atenção à Thomas novamente.

-Senhor Haulot.....o senhor teria a habilidade de se comunicar telepaticamente como a senhorita De Nice fizera no Elísio?

Não tinha a menor noção de quais habilidades o clã Toreador ou mesmo Thomas possuía.