[CAERN] Clareira Central

Kiba olha por cima do ombro ao reconhecer a voz daquele que tentava impedi-lo de seguir até onde estavam Wolfhere e os demais.

Um sorriso surge no canto da boca do Crinos que começa a regredir para a forma racial. Ver Hans ali lhe animava bastante depois do dia infernal que haviam vivido a poucas horas.

Kiba vira-se completamente para encarar Hans e então questiona o amigo:

- Mas o que aconteceu ali? Pegaram mais um traidor?

Kiba olha de rapidamente na direção do grupo que tinha um comportamento bem estranho. Meet estava visivelmente irritado, mas os demais Garous também pareciam partilhar do mesmo sentimento.

Quando Hans fala sobre o Roedor Travesti ter matado alguem Kiba volta-se para encarar novamente o grupo de Garous ali reunidos. O Ahroun não tinha nada a favor nem contra o Roedor de Ossos, mas conhecia muito bem a sensação que era matar alguém em um frenesi.

Kiba cruza os braços e passa a observar aquilo tudo a distancia. Pelo pouco que conviveu com Julian ele já imaginava que o Roedor não iria escutar quieto o “ataque de pelancas” de Meet, mas como Wolfhere estava conseguindo lidar com uma situação daquelas com calma ele não sabia.

O Ahroun apenas se mantem esperando para ver em como aquilo tudo iria acabar e lança um comentário para Hans:

- É uma pena que, com tantos malditos espalhados por ai, alguns dos nossos encontrem o fim nas mãos de irmãos ou amigos... Mas é muito pior para quem tem que viver com o sentimento de culpa... Não é qualquer um que supera isso...

O Fianna, em um dos raros momentos de sua vida, se cala. Ele iria falar com seu Alpha depois e tudo o que ele queria era levar aquele traste do Roedor de Ossos maneta até o juíz... arrumar uma treta com o líder da seita iria prejudicar tudo, e mesmo surpreso como aquele porra do Julian tenha conseguido se tornar o líder de sua tribo, estava feliz pelo amigo. Achava que teria mais sucesso em tentar conversar sobre isso depois, com calma e com um veredicto irrevogável para dar base à qualquer argumento...ou acabar com eles.

Olha primeiro para Julian, de forma significativa, com um sorriso verdadeiro, ignorando sua fúria aparente e lhe diz:

- Líder dos Roedores, é brother?? Meus parabéns, cara: to feliz por você... Sabia que uma hora iriam ver além da sua pederastia e que você teria sua chance...Bora resolver esta situação para podermos encher a cara, comemorar e trocar uma ideia?? Talvez você possa convencer seu irmão de tribo a ir conosco, ou carregá-lo se quiser...assim evitamos mais desentendimentos, certo?

E então se volta para Wolfhere e diz, sem mais delongas:

- Vou....fazer meu dever, Falcão de Prata. Valeu... Até depois, e boa sorte ae. 

E fica esperando a resposta de Julian para poderem ir até o juíz...

O Presa de Prata escuta as palavras de Hans e lança um longo suspiro após os comentários do amigo. Ele estava certo. Kiba dizia para si mesmo que já não se culpa, que era apenas questão de cumprir uma promessa a uma companheira de matilha em seu leito de morte, mas a grande verdade era que ainda se sentir responsável pelo que aconteceu, por mais que tivesse aprendido a lidar com isso.

Depois de observar um pouco mais o que acontecia ali o Ahroun olha para seu companheiro de Tribo e diz:

- É... Talvez seja uma boa ideia... Quero conversar com esse Roedor quando o Juiz liberar ele... Mas é bom porque também tava precisando conversar com você... Vamos...

Dito isso Kiba vira-se para começar a andar, não para muito longe, pois logo Wolfhere iria convoca-lo para a tal reunião, mas para pelo menos sair de perto daquela cena.

- O que?

Kiba simplesmente para seu caminhar quando Hans terminar de falar. A expressão do Presa de Prata era de surpresa e indignação e ele lança um novo olhar para trás como que buscasse a atenção de Wolfhere, mesmo estando incrivelmente distante. Logo após ele olha novamente para Hans e diz:

- Em plena guerra... Na atual situação que estamos... Vamos mesmo condenar o cara sem nem dar a chance dele limpar a própria honra? A morte deve ser dada aos traidores e ele não agiu conscientemente... Isso não faz dele um traidor... Nem a matilha dele ta defendendo o cara?

As ultimas palavras de Kiba eram carregadas de desapontamento e um novo olhar é lançado ao grupo, desta vez mais destinado a Madame Satã. O que deveria estar passando na mente daquele negão vestido de mulher... Ele provavelmente queria a propria morte, mas não este era o caminho dos fracos e covardes e Kiba não queria acreditar que as coisas ali iriam acabar assim para aquele Roedor.

Kor continuava encostado na árvore descansando. O garou estava em uma situação um tanto quanto delicada. Não podia avançar para qualquer objetivo sem antes ter uma conversa com sua matilha e também não poderia deixar de dar ouvidos para seu irmão, então o melhor a fazer nesse momento era aguardar. E era o que fazia. Descansava enquanto o tempo passava. Até aproveitava esse momento bom, porque tinha certeza que logo depois seria mto tenso.

* Julian havia reagido ao comportamento de Meet e não se arrependia nem um pouco de te-lo feito. Havia controlado a fúria em seu peito a ponto de que ela não o dominasse por inteiro, mas a raiva ainda estava ali, sempre presente. Apenas encara o Presas de Prata covarde esperando por sua reação. Não sabia como o Play ia reagir mas estaria preparado para ensinar que a mamãe e papai não iam cuidar dele por ali. É nesse momento que Willian atende ao apelo de Julian e, após repreender o próprio Alpha, conta a todos o que havia ocorrido. Esquecido agora estava silencioso, absorvendo as informações ainda sem desviar sua atenção de uma eventual reação de Herança-Selvagem. No entanto, começava a entender a situação como um todo e sabia que a porra toda era muito ruim para a traveca irmã de tribo. Não sabia até que ponto Madame Sata estava errado mas isso não faria com que aceitasse de bom grado que ele fosse ainda mais humilhado, esfolado e arrebentado.. ainda mais por um Alpha que, sinceramente, Julian julgava ser um excelentíssimo grande merda. *

" Faz alguma coisa agora, covarde do caralho.. to loco pra arrebentar essa sua cara de bichinha.. "

* Era nisso que Julian pensava quando Wolfhere toma conta da situação e começa a dar ordens. Esquecido já havia controlado sua própria furia e, embora ainda estivesse bastante nervoso e ansioso por um pouco de violencia, recua os dois passos ordenados pelo líder da Seita. Recebe sua repreensão em silencio e permanece assim enquanto assiste o foco se voltar para os outros participantes da confusão. Inevitavelmente, o assunto acaba onde todos sabiam que acabaria: um julgamento formal feito pelo Juiz da Seita. Não conhecia o novo juiz mas havia ouvido sobre ele e a fama de justiceiro certamente não era conveniente para a situação.. sua certeza de que aquilo não iria ser bonito aumenta ainda mais e não lhe restava alternativa além de acompanhar o julgamento e evitar alguma atrocidade ou injustiça. Subitamente começa a rosnar.. não em antecipação pela situação que inevitavelmente viria, mas porque Meet começava a falar e, para variar, vomitava merdas e mais merdas. Quantas vezes não fora o próprio Roedor que estivera na cadeira do Réu, sendo acusado e previamente condenado pelas porras de suas atitudes?! Inumeras, porque imbecis como o Presas de Prata filhinho de papai ainda existiam e nunca deixariam de existir. Apesar de rosnar, Julian se mantem em seu lugar e, no final das contas, julga as palavras de Herança-Selvagem dignas de riso. O Play queria leva-lo a julgamento por te-lo chamado de covarde?! Era isso mesmo? Além de covarde, o Presas de Prata era uma boneca. Enquanto Wolfhere se antecipa e começa a esculacha-lo, Julian apenas ri com os olhos: *

" O negão traveco até que tenta, mas tá longe de consegui ser tão boneca quanto a loirinha.. "

* Assiste toda a reprimenda do Líder da Seita em silencio e decide que permaneceria assim. Meet havia acabado de levar uma senhora comida de rabo e agora estava com o orifício anal ardendo ante a violência das bombadas. Julian era ligeiro e malandro o suficiente que agora era a hora de ficar na sua e deixar o playboy se foder sozinho. Se a loira queria ser ainda mais desmoralizada, que assim fosse, iria apenas assistir enquanto Meet colocava o rabinho de crinos entre as pernas e saia andando toda nervosinha. Após a partida do Alpha da Titãs, Julian passa por Wolfhere e comenta, em tom sério: *

- Isso não muda a ideia que eu tava te mandando. Os Roedores apoiam tua liderança e nossas tribos continuam sendo chapas.. Agora vou dar uma olhada nesse julgamento ai.

* Diz isso em tom de despedida mas deixa claro que a ação pessoal de Meet não teria impacto tribal direto. Sabia muito bem quem eram os Presas de Prata de verdade e um unico Playboy mimadinho não ia mudar a história da politica tribal que Roedores e Presas haviam escrito ao longo dos ultimos anos. Segue mais alguns passos em direção ao local onde Madame Sata e Willian estavam e capta o sorriso sincero do Fianna, bem como ouve suas palavras. Julian ainda estava raivoso e havia uma vontade latente de liberar a violencia contida que habitava seu ser, mas reconhecia Willian como um amigo de longa data. Embora não conseguisse sorrir e nem tenciona-se fingir algo do tipo, da um tapa com sua grande pata de crinos no ombro no Fianna, em tom de cumprimento, respondendo a seguir: *

- Valeu, boneca. Se você parar de andar por ai de minisaia, igual cê gosta de fazer, um dia tua tribo também vai esquecer que você é uma vadia mal paga. Tava na hora da gente se trombar, mermão.. mas achei que cê ia colar pra gente beber, não pra por um assunto filho da puta na minha conta.

* Esquecido falava com o Galliard em tom amigável na medida do possível. Estava claramente nervoso e havia algo de brutal em sua fronte, mas estava feliz em ver que o amigo antigo ainda vivia embora não conseguisse fazer aquilo se tornar um momento agradável de reencontro. Adiciona: *

- E eu ainda quero ouvir essa história direito, mermão.. malandro sabe quando uma fita num tá intera.

Olha então para Madame Sata, dizendo: *

- Vamo lá, negão. O que tá feito tá feito. Agora fica com a porra da cabeça no lugar e vamo vê o que vai rola..

* Segue junto com Willian e Madame até o local onde iriam encontrar o Juiz. *

Madame não entende as palavras de Will para que Julian o ajudasse a seguir para o juiz da tribo. O Roedor já estava indo de bom grado antes das palavras do irmão de matilha, mas enfim, as coisas estavam meio estranhas por ali. A mão que já não existia mais doía insanamente e talvez fosse esta dor que estivesse segurando a fúria crescente em seu peito. Madame apertava seu pulso com força para que mais sangue não jorrasse. Com a falta da mão e ferido pela luta que teve com Sarah, o Roedor sentia-se cada vez mais fraco e debilitado.

-Pode deixar que eu ainda consigo andar sozinho.....a não ser que arranquem minhas pernas agora.

Julian se aproxima e diz algumas palavras que conotavam que entre ele e Will havia certa amizade. Mas quando Julian comenta que William usava saia Madame diz:

-Tu usando saia? Ihhhhhhhhhhhhhhhh....já vi tudo.

E aguarda a conversa de Julian e Will terminar. Assim que Julian fala com Madame, ele responde:

-Valeu por ter me defendido....e....confesso que não me lembro de ter matado ninguém......a Lúcia era um exemplo que eu queria seguir.....mas não na beleza, já que sou bem mais bonito.

E seguiu com os dois até o tal juiz da seita.

OFF GAME: O próximo post do grupo deve ser feito no tópico do Templo da Justiça

Kiba observava o grupo se movendo na direção do Templo da Justiça e nesse momento pega o celular no bolso da calça para enviar uma mensagem para Julian. O Garou não se lembra se algum dia já havia digitado tão rápido uma mensagem enquanto apenas comenta distraído para o amigo:

- É... Vamos ver...

Terminando de escrever a bendita mensagem o Ahroun guarda o celular no bolso e olha na direção de Julian. Neste momento o Roedor de Ossos poderia ser a única chance daquele Garou conseguir sair vivo do Templo.

Depois de tudo isso Kiba lança um longo suspiro e volta a olhar para Hans. Com um sorriso discreto ele comenta com o companheiro:

- Vamos ter fé que o Juiz fará a coisa certa... E que Gaia abençoe aquele templo nesse momento. São tempos difíceis meu amigo... E é por isso mesmo que vim falar com você.

Kiba se encosta em uma das árvores que estavam próximas a dupla e então prossegue:

- É a respeito do Samuel... Ele é nosso líder de Campo e sinto que vai precisar de nossa ajuda, agora mais do que nunca. Não sei se já te falam, mas se não falam guarda segredo por enquanto... Iurd e Wolfhere vão sair na Jornada do Ancião e vão ficar sei lá quanto tempo fora da Seita... Você já conversou com ele depois do que aconteceu?

O Ahroun escuta as palavras do amigo e ao mesmo que tempo que Hans olha para a clareira central Kiba também o faz:

- Também meu amigo... Também... Mas com o retorno dele teremos 2 novos Anciões e 2 antigos... Será um grande reforço pra Seita. E nós precisamos cada vez mais disso, já que parece que os recursos da Wyrm não tem fim...

Kiba então decide senta-se e aproveita para retirar Excalibur da bainha e deixa-la tomar um pouco de banho do luar. A luz de Luna refletida na lamina da espada fazia um belo jogo de luzes no solo próximo aos dois Garous. Enquanto assistia aquilo Kiba prossegue:

- Temos que reunir o Campo... Isso é verdade... Mas quantos ainda somos aqui? E quanto a Isack... Ele ainda pode ser um modelo... A morte não é o fim de uma inspiração... Ela apenas ficará eternizada em nossas mentes. Eu me inspiro muito em Isack por mais que tenha conhecido ele muito pouco... Mas visivelmente era um Garou que sabia lidar com os outros e passava confiança. Um diplomata como Isack... É isso que pretendo...

Kiba deixa um sutil sorriso surgir em seus labios e diz:

- Vamos marcar a reunião... Acho que depois da partida dos dois o Campo precisará disso...

Kiba que estava sentado olhando para Excalibur apenas olha surpreso para Hans. Diante das coisas que estavam acontecendo era impossível imaginar que até o menos combatente dos Garous teria conseguido fechar Gloria. Depois de suas ponderações sobre essa revelação surpreendente Kiba comenta:

- Cara... Impossível... Onde ele estava quando o Caern foi atacado? E qual o problema dele? É medo de lutar?

* Um uivo pode ser ouvido claramente: *

- High-Tech, Ahroum dos Andarilhos do Asfalto entrando no Caern com a Matilha Vingadores!

* Não demora até que a silhueta do dono do Uivo possa ser avistada nos limites da clareira central. *

O garou estava em silêncio, desde tudo o que acontecera desde o ponto de encontro: as revelações do sexo bestial entre Hrist e Darkness, a prenhes de um possível impuro, o ataque de Ingrid, alguém chamado Hagen, e o esporro do Totem, que também foi pra ele.

Aprendera, desde filhote, uma importante lição que recebera de um ragabash de sua tribo, ele lhe falou certa feita:

'Muito bem seu monte de merda, vc tem duas patas na frente, duas patas atrás. Você tem dois ouvidos e dois olhos. Infernos te carreguem até no seu focinho estranho de macaco você tem dois buracos...'

E naquele momento eu perguntei da boca e recebi um soco nela com a seguinte advertência...

'O que se tem em excesso, usa-se em excesso, o que não tem em excesso, usa com cuidado.'

E desde esse dia o garou tenta, e como tenta ouvir e ver mais, bater e chutar mais, e falar sempre o mínimo possível, pelo menos quando os assuntos eram complexo, ou lhe faltava informações, por isso quando o alpha lhes apresenta com o uivo a toda a matilha o garou simplesmente se limita a ficar atento, afinal, tinham uma missão ali.

Curiosamente, o uivo servia para informar que estavam chegado para todos, especialmente para Kor, o frangote traiçoeiro, e Henker não pode deixar de esboçar um sorriso ao pensar que o safado escolhera um bom lugar para aguardá-los.

*Talvez você não seja lá tão burro quanto você insiste em aparentar.*

Assim sendo, com Ingrid sendo carregada com todo o cuidado em seus braços, o garou se limita a seguir sem fazer nenhum comentário.

O garou adentrara a clareira, e, audaciosamente, o Senhor das Sombras vem ao encontro da matilha, e o ahroun acha aquilo engraçado, na verdade, esperava algo naquele sentido, pois, desde que começara a entender que o Galliard escolhera aquele lugar como sendo o seu terreno, ficou nítido de que ele teria uma carta nas mangas.

Não... ele poderia ser idiota, mas não iria ficar onde os maiores garous naquela cidade se encontravam, prontos para arrancar a verdade de sua mente frágil, se não tivesse uma agenda devidamente elabora, e quando ele começa a falar, todo assertivo, todo ponderado, o Ahroun não consegue suprimir o riso enquanto olha para o Fianna que deveria estar próximo dele e erguendo as sombrancelhas, fala em um sussurro de voz para que apenas o fianna compreendesse.

- Xeque-mate.