[CAERN] Templo da Justiça

Havia descontraído com Papo-Reto e diante da confirmação de Dereck se poderiam já prosseguir para o Templo da Justiça, o Andarilho fez apenas um aceno confirmando que sim. Kor então mais do que depressa, deu mais um sorriso para Papo-Reto e depois se despediu do Roedor. Virou-se para Dereck e disse.

- Então vamos...

Foi seguindo pelas trilhas até chegar no Templo da Justiça. Ao chegar lá, Kor procurou com os olhos Trovão-Inquisidor e Saggittarius. Quando viu os dois, se aproximou deixando notar sua presença. Não chamou atenção talvez para não interromper o que estivesse fazendo, talvez alguma conversa. Estava com uma postura séria e firme nesse momento na qual transparecia respeito. Aguardava para ver se poderia iniciar qualquer conversa e se tinha oportunidade para isso.

Amanda é a primeira que se pronuncia após as palavras de Kor. Suas expressões demonstravam um profundo repúdio ao falar sobre o Garou de nome Sussurros-dos-Espíritos:

'- Esse é o resultado que se colhe quando se age com emoção e piedade. Esse Garou nada aprendeu. Nada justifica desaparecer após um incidente desse.'

A Philodox definitivamente não gostava de Sussurros e fazia nenhuma questão de esconder isso. Trovão-Inquisidor por sua vez diz:

'- Amanda, lembre do que conversamos.'

A Fúria Negra responde ao ancião:

'- Eu me lembro de todas as sábias palavras que trocamos aqui. Inclusive das sábias palavras que o senhor disse que o julgamento deve ser feito com o coração e o cérebro e que devemos acreditar e manter sempre nossas convicções. E eu tenho convicção que esse Garou tem um desvio muito grande que se não for corrigido com ferro e fogo irá fazer ele caminhar para um caminho sem volta.'

A Philodox faz uma pausa e comenta:

'- Se é que já não levou.'

Sagittarius olha para o Andarilho Galliard e interrompe o julgamento premeditado do Theurge desaparecido indagando Dereck:

'- Tem algo a acrescentar, Cracker?'

O Juiz da seita (e renomado Andarilho do Asfalto) já tinha o nome Garou de Dereck decorado em seu primeiro dia na seita do Rio de Janeiro.

O Andarilho lhe dirige a palavra, conhecia-o, seu nome e seu prestigio eram notórios entre sua tribo, e te-lo ali a indaga-lo e faze-lo falar com aquela voz irritava o galliard.

Dereck estava revoltado consigo mesmo por estar naquela situação, mas não havia nada que pudesse fazer.

*E fugir da minha própria voz em frente a juíza de minha matilha e ao juiz da seita, é negar meu julgamento.*

Primeiramente olha para Amanda, e faz um aceno respeitoso com a cabeça e fala.

- Senhora Juíza, senhores, as palavras de Kor foram perfeitas e acertadas em cada detalhe. Acrescento tão somente que até o último momento, Sussurros dos Espíritos não aceitava o seu julgamento e sua sorte, acreditando que, de alguma forma, era um injustiçado por tão somente tentar ‘curar uma irmã de matilha’. Posso repetir cada palavra que ele usou se assim desejarem, mas de forma geral o relato de Kor foram exatos, em relação ao que aconteceu pós sepultamento com o terreno, a visão de Sussurros e suas ações.

O garou estava visivelmente incomodado, era vergonhosa sua situação, e ele, por mais que quisesse, não conseguia disfarçar o incomodo com a própria voz, que cria, incutia nos demais igualmente, senão de forma pior.

O garou apenas concorda com a cabeça e fica na dele até que Kor o chama... nota porém o pouco que ele deixa transparecer e registra as informações faciais do Galliard.

Antes porém de responder, vira-se para Amanda e fala.

- Senhora, com sua licença, senhores...

E fazendo um aceno com a cabeça, vira-se para Kor e diz um simples e direto:

- Sim!

Iria enfim ir para casa, e finalmente, com sorte, mexer em seu computador.

* O lupino muito branco rasga a cortina dos mundos e logo se materializa em carne na entrada do Templo da Justiça. Respira fundo, sentindo os odores da noite, o cheiro acre da batalha recente e ainda mais.. sentia o cheiro do medo, da imposição, do julgamento que lhe aguardava. Era tudo muito subjetivo, mas como todo bom malandro Julian possuía um instinto natural que o afastava de locais como aquele.. talvez com um bom motivo. Relutava em se ver diante de uma banca de Juízes prontos para lhe esfolar o couro, fora assim sua vida toda.. mas daquela vez não sentia vontade de evitar o que estava por vir, daquela vez era diferente, conhecia seus pecados e pagaria por eles com a dignidade que um Roedor de Ossos fosse capaz de reunir.. e talvez não fosse muita, mas já era alguma coisa. *

“Maloquero entrano sem algema num julgamento.. ia ser engraçado pra caralho, se fosse com otro.. “

* Rosna de leve do próprio pensamento, riria se pudesse, e então deixa que seu corpo lupino promova a transformação brutal que era um lobo assumindo a forma de homem. Ossos crescem, carne dilata, pelos e presas se retraem para enfim dar lugar à aparência normal de Julian Kraken, o Roedor de Ossos filho de Presas de Prata. Observa a entrada do templo com interesse, tudo estava mais escuro lá dentro.. filhos da puta sombrios, lembra-se de pensar. E então seu celular vibra, anunciando uma mensagem de Mayra que o Roedor de Ossos lê rapidamente. Sorri, não havia como não sorrir. Estava a beira de se foder e mesmo assim não conseguia se conter ao receber noticias da mãe de seu filho, boas noticias alias, pelo que a mensagem prometia. Responde rapidamente pois percebe que havia chegado o momento. Caminha decidido para a escuridão do Templo sem pensar duas vezes. Eram 19 horas no Rio de Janeiro, hora de encarar a justiça de Gaia. *

Philip chega ao Templo com Mayra que vinha com ele da Cabana do Forjador, o Theurge tinha um cigarro de palha aceso na boca, e já estava completamente curado da felicidade que estava demonstrando a pouco, voltava a ser um cara mais sério, mas com um sorriso no rosto por ter tudo dado certo depois de uma noite tão infeliz.

Assim que chega ele imediatamente identifica Julian e aponta para Mayra, então chega por trás do Garou e coloca a mão no ombro do Alfa, vindo de cima e com sua voz grave, pois sabia que o Garou ia ser julgado, mas contente porque sabia que ele ia ficar feliz por Mayra.

"- Fala meu brother. Conforme o que eu te disse..."

Ele apenas aponta Mayra que vinha andando sozinha sem dificuldade nenhuma, demonstrando que enxergava perfeitamente.

O Garou chega e como não conhecia ninguém apenas se acomoda em pé em um dos cantos do lugar, ele estava bem irritado de ser julgado por pessoas que provavelmente não tinham nem metade da idade dele, mas era assim que era a vida, um Juiz devia viver a altura de seus julgamentos e a Fúria de Flávio impedia isso, aguardava.

Flávio cumprimenta com a cabeça o membro de sua tribo que já estava presente e espera sua vez de ser convocado numa das laterais da mesa dos juízes, se mantinha discreto, e agora que notava que trazia a porra do gato em seus braços, ele deixa o bicho no chão, e impressionantemente, agora que ele queria que o desgraça se mandasse ele fica se enroscando nas pernas do Ahroun, lhe arrancando um rosnado baixo.

O grandão ainda aguardava a reação de Julian.

Declan - Esquadrão da Fúria

Sem passar pela Clareira Central, Declan seguia direto para o Templo da Justiça, não tinha motivos para passar por lá e também não queria ser visto pelos Garras Vermelhas, ainda estava ferido, ainda sentia for e não queria mais problemas, conseguiria fugir deles mas aquele não era o momento.

Ao chegar no Templo, ele segue até sua matilha e diz:

-'Boa noite meus irmãos. Estão todos bem?'

Quando chega no Templo da Justiça, Paulo percebe que ele tinha sido reconstruído a tempo dos julgamentos e o local fervilhava com muitos garous. Viu que Invocador estava presente e sorriu na direção dele. Gostara do homem e pediria sua ajuda depois para que ele aprendesse a conversar com os espíritos. Talvez não naquela noite. Viu que Tyrion estava lá também e sorriu mais ainda. Mas quando viu o mau humor presente, diga-se Tolerância Zero, o sorriso de Cabelinho se desfez completamente.

Olhou com mais cuidado e viu Julian, Philip e o chato do Declan. Não tinha percebido Mayra ainda e caminha na direção do trio, cumprimentando-os:

-Boa noite pessoal....como vão?

Ficou ao lado de Drink e deu uma cutucada nele de leve e piscou, dizendo:

-Obrigado pela ajuda com o Sabiá....quando der podemos pagar a dívida dele ainda esta noite.

Não precisava esconder que tinha aprendido um dom com a ajuda de Drink. Olhou para Esquecido com um sorriso e o mesmo sorriso morreu quando chegou em Declan. Queria ir cumprimentar Tyrion e Invocador decentemente, mas achou melhor não. Tinha outro garou ali, com um gato que ficava se enroscando nele. Era estranho, no mínimo.

A Fianna chega junto com Phillip e caminha na direção de Julian. Era possível notar que seus olhos estavam novamente perfeitos e o sorriso no rosto da Ahroun após as palavras de Phillip deixavam claro que a afirmação dele era verdadeira. A Ahroun comenta emendando:

- Pronta pra outra!

Pisca feliz para Julian e nota a chegada de Declan e Paulo, falando com os dois:

- Boa noite Declan, boa noite Paulo.

Mayra nem precisava responder que com ela estava tudo bem. E prefere não falar pois lembra que Julian enfrentaria um julgamento e aquilo não tinha como ser bom. Notando a ausência de Kor e Hrist, a Ahroun pergunta para os dois últimos a chegar:

- Alguém sabe da Hrist e do Kor?

Via que algumas figuras ilustres e outros réus chegavam no local, mas mantinha o foco na sua matilha por enquanto. Todos podiam notar que a Fianna havia voltado a enxergar.

Philip cumprimenta Declan e então quem chegava era Cabelinho, quando Paulo chega, Philip responde o cumprimento deste com um abraço e uma despenteada nos cabelos do moleque, só pra ficar esperto, enquanto responde.

"- Quando tu quisé piá!"

Queria ver a reação dele quando visse que Mayra enxergava. Os juizes no entanto começam a chegar e ele diz.

"- E já deve tá pra começá a parada ai..."

Sua matilha não vinha, e os juízes já chegavam, estava na hora e Flávio estava em pé, com o corpo ereto, em posição de sentido, aguardando sua vez, no entanto, o gato ronronando em suas pernas acabava com mais da metade da austeridade de sua postura.

Enquanto aguardava ser respondida, a Fianna observava a chegada dos Garous que viriam assistir ao julgamento. Ouve as palavras de Phillip e concorda com ele com um aceno com a cabeça.