Ruas - Centro da Cidade

Parecia que a música havia dado certo e o bicheiro tinha escapado ileso de mais uma tentativa do pintor frutinha. Vicent demonstra gostar tanto da música que começa a bater com os dedos no volante e a balançar a cabeça acompanhando a música. Nesse momento algo surge na mente de Bruno que o faz fixar, apreensivo, o olhar no companheiro de viagem.

*E se baixar uma Pomba Gira nesse doido?*

A música lembrava o coco pernambucano que havia contribuído para a formação e desenvolvimento do próprio samba que escutamos hoje (além de ter dado um grande sambista/artista chamado Bezerra da Silva), mas também lembrava o som que ecoava dos terreiros de candomblé em noites de culto. Bruno já tinha ouvido falar de alguns incidentes envolvendo a incorporação de espíritos e o que acontecia em seguida.

*Será que foi isso o que aconteceu com aquela Nêga Maluca?*

O tempo passa e como Bruno não é atacado por Vicent ou alguma entidade que tivesse se apossado de seu corpo morto, ele relaxa. Entrando no clima o bicheiro começa a bater com as mãos nas próprias coxas como se fossem tambores. Nesse momento vem a pergunta, a parada no sinal e o sorriso. A tranquilidade do bicheiro vai pro saco na mesma hora.

Num lampejo a lá Walter Mitty, Bruno assiste em câmera lenta a cena de Vicent parando no sinal, abrindo um largo e branquíssimo sorriso que chega a lhe ofuscar a vista, olhá-lo nos olhos por alguns eternos segundos para então fehá-los, transformar o sorriso num torturante biquinho e ...

Bruno volta à realidade.

"- Abriu o sinal!"

O Toreador nem tinha percebido que o sinal verde estava lá, olhando para eles. Como o trânsito estava terrível, deixara de prestar tanto a atenção no semáforo para ficar sorrindo para Bruno que não tinha respondido sua pergunta.

-Ah...pardon.

E virou sua face para a frente, voltando a dar movimento ao automóvel. Não demoraria nada para chegarem ao Centro Cultural. Estava ansioso em acabar de vez com estas formalidades. Enquanto dirigia, Vincent comenta com Bruno:

-Já sabes como vai se apresentar à Príncipe Wilson, monsieur Modenesi.

Não olhou-o e antes que Bruno pudesse responder, continuou:

-Temos, nosso clã e o clã dos Escondidos, uma ótima relação. Monsieur Lacerda a criara e peço por gentileza que monsieur não faça nada deveras....extravagante. Não queremos perde o apoio da Príncipe e de um dos clãs mais poderosos da cidade. A propósito monsieur Modenesi...possui alguma relação com o clã dos feiticeiros? Sabe de algo sobre eles?

Olhou Bruno de cima a baixo por um instante e voltou os olhos para a pista. A chuva não cessava.

-Que chuva mais desagradável.

Na cidade maravilha, purgatório da beleza e do caos, em meio a chuva torrencial e a loucura que as ruas se tornavam, o carro de Guille se aproximava do Elísio provisório, nas ruas do centro da cidade.

O celular de Vincent faz um sinal sonoro e chega uma SMS de Xica da Silva.

"-Boa noite, Vincent. Perdoe-me pela indelicadeza que fiz em seu refúgio. O gordinho me deixou fora de mim. Estão indo para o elísio?"

Bruno fica quieto por muito tempo e o Toreador acha aquilo muito estranho. Ele teria medo de alguma coisa? Da chuva talvez? O caso era que o CCBB estava próximo e era questão de minutos chegarem a ele.

-Estamos chegando monsieur Modenesi.

E Bruno pode perceber que Vincent aponta o prédio. Vin não conhecia o prédio de fato, mas era possível perceber que o GPS indicava o local com certa exatidão. É então que o semáforo fecha e há uma quadra do local ele percebe seu celular acusar uma mensagem. Era Francisca da Silva. Vincent sorri e digita uma mensagem de resposta à ela antes que o semáforo abra.

Assim que o verde se faz presente a dupla segue para o Centro Cultural.

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Próximo Post - Centro Cultural Banco do Brasil
SMS enviada à Francisca no post da  Residência Lyon.

Vicent insistia em puxar assunto com o bicheiro e ele resolve relaxar apesar do perigo. Diante das colocações do Pintor Bruno responde já como se fossem amigos há muito tempo.

“- Tava pensando em dizer um Oi pra quebrar o gelo...”

Ele abre um sorriso para o novo primogeno e continua:

“-... Não se preocupe comigo, Vicent, serei um verdadeiro Lorde.”

Bruno faz uma pequena pausa e continua já com o semblante mais sério.

“- Não conheço nenhum membro desta cidade, embora viva aqui há muito tempo. Como não existia uma Corte organizada minha energia e atenção eram gastas com outras coisas.”

OFF: Continua em Centro Cultural Banco do Brasil

O nosferatu deixa os esgotos nas ruas do Centro do Rio de Janeiro, próximo ao Centro Cultural.

Eugênio continua sua conversa com Paul enquanto se deslocam pela cidade.

"- Certamente, mas parece que os Nosferatus não pensam como nós. O novo príncipe, pelo que sei, é dos ratos de esgoto. Como se não bastasse a última noite nos deixou numa posição delicada dentro da seita. Perdemos nosso primogeno num ataque do Sabá ao Elisium e, pelo visto, os possiveis acordos existentes."

Eugênio gostava de especular sobre cenários, mas ainda não tinha os elementos necessários para elocubraçoes maiores.

Enquanto os ventrue trocavam amenidades o veiculo já passava pelo Porto do Rio de Janeiro

*Marie-Amélie dá um sorrisinho*

- Oh, decerto não vou ter do que me queixar, para mim o conforto é mais importante que a ostentação, Martine sabe exatamente o que me agrada...

*Continua a troca de amenidades, olhando pela janela, até chegarem ao Elísio*

Continua no CCBB

"- Claro, só seguir por essa avenida e ..."

Guille das as instruções para Uther chegar ao endereço que havia sido passado do tal orfanato que era próximo à Cidade de Deus.

A chuva tinha terminado finalmente. Vincent coloca o pen drive dado por Bruno em seu rádio e deixa a música estranha tocar novamente. Sabia que iria demorar para chegar a sua casa e precisaria se descontrair com alguma coisa antes disso. Precisava também enviar uma mensagem ä Victoria a respeito de Natanael. Quem melhor do que ela para saber o paradeiro de seu amor?

Seguida para as ruas da Zona Sul.

O Nosferatu deixa o predio do CCBB e ganha as ruas molhadas do Centro da Cidade...

Seu carro havia sido deixado debaixo do viaduto... Ele avança e adentra ao veiculo ligando para seu contato junto ao Setor de Inteligencia da Policia Civil Igor Duarte...

Precisava saber quais delegacias procurar

Calebros não se importava em ligar naquele horário... Alguem da SI deveria estar sempre atento...

Meu caro amigo, espero esteja bem... Me perdoe a ligação no avançado da hora. Mas estou a frente de um novo estudo comportamental... Soube pelos meus passarinhos que ocorreu um estranho caso na Cidade de Deus... Podemos conversar quanto a isso?

Calebros jogava com se contato dentro da Policia Civil

Sim meu dileto amigo. Estou tratando da CDD. Me perdoe mas você conhece meus hábitos noturnos.... as vezes esqueço q sou minoria. Você poderia me informar melhor quanto ao assunto e,talvez, me colocar em contato com o pessoal responsável?

Do outro lado o Nosferatu sorria... ele havia dado a dica...

Longe de mim querer lhe prejudicar... Meu real interesse e manter como sempre fazemos... um auxilio em troca de algumas informações...

Em quanto isso Calebros da a partida no carro.

O Nosferatu revirava os olhos...

Meu caro Igor vc bem sabe que o sigilo sempre permeou nossa relação... E se eu te perder como farei para me manter abastecido das informações que preciso para meus estudos? Então continuamos nossas tratativas?