Ruas - Centro da Cidade

Mais uma vez o assamita passava pelo centro da cidade naquela noite. A beleza da central do Brasil e o contraste da pobreza com a onipotência dos prédios lembravam-lhe da cidade do Cairo.

O taxista andava rumo ao endereço indicado, enquanto Rashid não fazia a menor ideia se estava perto ou não de seu destino, mas somente contemplava a beleza da cidade durante sua jornada noturna.

O assamita estava à espreita. Verificava mentalmente suas facas. Como sempre nesses casos, seu vigor e destreza eram aumentados igualmente ao máximo permitido por sua geração em sangue. Ainda que fosse uma atitude "extrema" não se tem uma não vida como assassino por tanto tempo sem certas precauções.

Ao se aproximar dos seguranças ele fala:

- Boa noite. Sou o homem que esperam.


Após isto, aguarda ansiosamente a ação dos seguranças para sentir se seriam receptivos à sua chegada ou se a festa de boas vindas seria animada.

A beleza da Giovani era evidente, mas não fazia com que a postura do assamita se abalasse.

- Diga a sua proposta, e eu avaliarei se merece que a ela minha lâmina se curve.


Essas foram as palavras do assamita.

Sophia percebia que alguém estava com um humor realmente afetado, e chega à conclusão de que era melhor deixar o homem trabalhar em paz. Ela se recosta no banco de passageiros, olhando pelo vidro a paisagem noturna da cidade, se deixando levar distraída pela gotículas de chuva que escorriam pelo vidro do carro.

Sophia olha o relógio, percebendo que corria um sério risco de se atrasar:
- Poderia ir um pouco mais rápido? Estou com pressa...
A mulher pergunta para o taxista, observando-o pelo espelho retrovisor.

OFF: Próxima postagem em Ruas - Zona Sul.

Aquela proposta era muito tentadora para Rashid. O homem que lhe entregavam para matar era realmente uma unanimidade dentro do clã como alguém que deveria morrer.

- E não há nenhum termo adicional? Aonde será o ataque? De quantos guerreiros estamos falando nessa sua liga independente para o ataque? Veja, não vim aqui para morrer. Preciso dos detalhes e uma boa fonte de vitae para me preparar.

- Além disso, estamos falando de quanto em dinheiro? Quanta realidade do Sabá e desse Tzimisce? Ao matá-lo, quais interesses vou de encontro e a quem mais incomodarei?

Rashid enche de perguntas a Giovanni. Ele precisa do maior número de detalhes possível antes de aceitar o contrato. Até porque, depois de acertadas as condições, apenas a morte poderá desobrigá-lo do contrato.

O Assamita ao ouvir as ponderações da nova Giovanni que se posta ao seu lado resolve então falar dos termos e condições do contrato:

- Tendo em vista que vocês procuram por assassinos, posso afirmar que esse Tzimisce é, também, muito importante para vocês. O preço de caras como eu é sempre medido em sangue. O sangue dele é meu; além, é claro, de uma vultuosa quantia em dinheiro para montar uma aparato de inteligência que precisarei enquanto estiver nesta cidade e para futuros trabalhos.

- Além disso, no dia do combate, precisarei que esteja reservado para mim 12 litros de sangue humano (equivalente a 20 pontos de sangue). Não importa a fonte, desde que o sangue seja fresco. Além, é claro, de 1 hora para preparação de um ritual. Seria bom saber se vocês possuem alguma relíquia ou alguma arma de corta que possa ser considerada uma verdadeira raridade. Todo armamento, especialmente sobrenatural é pouco quando lidamos com um vampiro de tamanha importância e poder.

- Preciso, também, conhecer cada um dos membros da equipe que participarão do ataque. Lembrem-se, eu não sou o capitão da equipe tática e toda a estratégia é definida em conjunto. Em regra, sou um lobo solitário e esta situação não é comum para mim.

O Assamita para pensativo e vê se esqueceu de algum detalhe:

- Ah! Sim! Importante que meu irmão de clã também participe da jogada.

- Em relação ao apoio dos Assamitas à sua causa, me perdoem, mas não posso ajudá-los. Não represento uma estrutura formal do clã na cidade e não posso responder por ele. Seria mais fácil que tratassem desse tema com o meu irmão. Reforço a ideia de que nossa relação aqui é estritamente profissional. Nenhuma das sinalizações e/ou manifestações por mim proferidas representam, de alguma forma, o posicionamento do clã ou inclinação à filiação nessa liga independente de vocês. Fui claro?

- Eu tenho uma conta em Liechtenstein. Não vou lhe cobrar um valor fechado, pois não é do meu feitio. Cheguei a um grau na minha vida que aceito os trabalhos e as pessoas me pagam aquilo que acham justo para a resolução do problema que as incomoda.

Depois da fala há uma breve pausa do Assamita:

- Mas aviso, por outro lado, que eu odeio injustiças.

Um leve sorriso maléfico de canto de boca pode ser percebido pela Giovani.

- Estamos entendidos, então, senhora Paola?

O Assamita levanta a manga do paletó, em seu braço direito, começa a pronunciar palavras em uma língua desconhecida para a Giovani - árabe -, seus olhos viram, numa espécie de transe, e enquanto isso, com uma de suas facas ele faz um corte em seu braço direito e estende à Paola:

- De onde eu venho, é assim que se celebra um acordo verdadeiro, com sangue.

Em ato contínuo, filho de Haquim mostra o braço e entrega a faca, com o lâmina apontada para si e o cabo para Paola, esperando uma resposta da Giovani. Não com atos, mas com palavras.

OFF GAME: Interações no Metrô devem ser feitas no tópico do Metrô.

O carro do casal de irmãos Giovanni atinge o centro da cidade e em breve a paisagem urbana de alta classe dá lugar às pichações e barracos, estavam se aproximando do bairro do Cajú, onde procuravam encontrar o endereço que havia sido passado por Isabel.

Assim que chegam logo no início do bairro Ignácio nota que era o endereço passado e fala para Pablo.

"- Pode estacionar aqui Pablo. Você vê Isabel, irmã?"

Ida olha pela janela do automóvel e percebe que Isabel estava com Paola e um desconhecido. Retorna o olhar para Ignácio com curiosidade, não sabia que a família Giovanni tinha outros membros.

-Sim. Ela está ali, acompanhada de Paola e de um desconhecido. Achei que mostra famiglia não tivesse mais ninguém além das duas.

Não hesita em abrir sua porta e sair do automóvel, aguarda que Ignácio a acompanhe para os dois chegarem juntos ao trio. Assim que se aproximam do trio, Ida olha Mansur de cima a baixo e sorri gentilmente. Não se destacava pela beleza e aparentava ter uns sessenta/setenta anos. Estava muito bem arrumada e parecia gentil. Vinha acompanhada de um senhor na faixa de seus sessenta/setenta anos.

-Boa noite senhoritas. Senhor....?

E esperava que o homem se apresentasse. Provavelmente o casal recém chegado era o reforço do qual as duas Giovannis tinham comentado anteriormente.

Mansur olha para o Giovani que chegam e os cumprimenta com acabava.

- eu espero que você sele nosso acordo com sangue. Faça também um corte. E una sua palavra a minha. Seu sangue ao meu.

(Nota: não há intenção de criar vínculos neste momento, ritual é simbólico)

A Giovanni parecia um pouco confusa ao ser apresentada a Mansur e vê-lo com sua mão sangrando e ele esticando-a na direção de Paola e Isabel. O que ele pretendia afinal? Nunca tinha tratado de assuntos financeiros ou quaisquer outros, isso era responsabilidade de Ignácio, mas aquilo estava um pouco estranho para o seu gosto.

Ela retribui o cumprimento do homem com um sorriso carismático, aguardando a resposta de Paola e Isabel às palavras do homem. Olhou para Ignácio por um instante e depois voltou seus olhos para Mansur, interessada no desfecho da cena.

Ignácio nota que Ida estava certa, ali estavam as irmãs e um desconhecido, antes de descer, indica para Pablo lhes aguardar nas proximidades, seria chamado em breve.

Desce junto com sua irmã, estava vestido com um terno de alta costura, perfeitamente apresentável, e sorria amigavelmente, também não era muito belo, na verdade, era exatamente tão belo quanto sua irmã, e ambos aparentavam passarem dos sessenta anos, a despeito do vigor que o corpo de Ignácio demonstrava, pois não era pequeno, nem especialmente magro.

Ao serem apresentados ao senhor Mansur Al Rashid o Giovanni imediatamente, por sempre ter lidado com assuntos financeiros da Família, imagina exatamente qual era o preço a ser cobrado por aquele homem, e assim que ele faz o corte em sua própria mão, fica mais clara a posição deste.

Nota, no entanto, uma certa inquietude em sua irmã, e quando ela olha para ele, apenas sinaliza positivamente e completamente discreto, confirmando que não havia nada de errado ali, por mais estranho que fosse o, ritual.

Ignácio aguarda o desfecho da selagem do contrato, antes de formalmente cumprimentar o contratado.