Caern de Cura Nível 5 - Floresta da Tijuca - Totem: Unicórnio

Ao perceber o túmulo do Presas de Prata enterrado na noite anterior vazio, o lobo franze a testa e ergue as orelhas. Ele se levanta e se aproxima, tocando o focinho sobre o solo e farejando.

*Que porcaria é essa?! Não acredito que Senhores das Sombras ou Presas de Prata violariam um túmulo, a não ser que tenha algum desgraçado entre eles.*

Darkness pensa por alguns instantes, após aquela manhã devia ainda mais aos Presas de Prata, e não se demora a sair dali em busca de Wolfhere, o primeiro que pensara na ausência de Iurd. Não demora muito e já encontrava Falcão-de-Prata junto a mais três Garous. O Ahroun se aproxima caminhando, fazendo notar sua chegada, percebia que se tratavam de Senhores das Sombras, e a julgar o estado deles, a conversa não era muito boa. Porém não se demora em fitar os olhos do Presas de Prata, que podia perceber a preocupação na face do Lupino.

"-Falcão-de-Prata, Darkness precisar que você venha agora!"

Fala sem nenhuma formalidade ou etiqueta, algo que realmente não tinha. A linguagem Lupina era de fácil percepção, apesar de muitos não saberem interpretar. Mas o Ahroun acreditava que não fosse o caso, e já fazia a meia volta esperando que o Presas de Prata o seguisse até o cemitério o quanto antes...

O ragabash calmamente andava até ele, quando chegou em determinado ponto que pudesse ser notado anunciou-se:

- Boa noite Aurora-Boreal. Sou Ferida-do-Vento, Ragabash Cliath de nossa tribo, e venho em busca de alguns conselhos. - Sua cabeça estava levemente inclinada e ele permanecia parado em pé a uns 6 metros dele.

Joshua finalmente chega na clareira onde pode avistar Falcão de Prata esperando pela chegada do trio. O Ragabash se mantem em silencio durante todo o relatório de seus irmãos de Tribo e quando finalmente iria se manifestar nota a chegada de um outro Garou.

O Ragabash retribui o olhar do Ahroun e assim que o mesmo desvia o olhar ele o faz, voltando a focar-se em Wolfhere e esperando uma posição do Inimigo da Wyrm diante da intromissão. Assim que o desconhecido foi indicado para procurar Coração Valente o Senhor das Sombras começa a falar:

- Sei onde fica a passagem para entrar na colmeia, no entanto não foi nada facil caminhar por la e este é o unico caminho... Eles tem muitos Garous como Duas Caras ja deixou claro e pelo que pude ver aquela colmeia é ligada a outras por tuneis.

- Ela é uma especie de Colmeia Prisão onde levam tanto espiritos quanto Garous para serem torturados, corrompidos ou mortos depois todo tipo de atrocidade. Brilho Prateado estava la Wolfhere... Ela esta viva... Mas você não vai gostar de ver o estado que ela esta.

Ele faz uma pequena pausa depois de seu comentario para ver se o Presa de Prata não iria explodir em raiva e prossegue:

- A entrada é estreita e tem uma especie de portal que desativa todos os rituais, dons e fetiches usados... Não adianta irmos "prontos" pro combate porque tudo será jogado no lixo se o fizer... Sei também do paradeiro da Pedra da Lua. Mais uma coisa importante... Um dos traidores dos Andarilhos do Asfalto é o responsavel pela comunição e a segurança entre essa colmeia e as outras.

O lobo não espera para ouvir o assunto que o grupo tratara. Como fora designado, parte em busca de Coração-Valente. Seu pisar é forte tentando conter a raiva e relaxar; era impressionante como não havia diferença entre ser um Filhote e ser um Cliath naquela Seita...

A Fúria Negra estaciona sua moto e, desce. Com passos rápidos começa a entrar no Caern e já vai logo uivando para aqueles que ela pedira a Wolfhere que fossem avisados que ela queria conversar com eles:

- Ira de Ártemis, Adren Ahroun das Fúrias Negras entrando no Caern e convocando para agruação no Cocanha Ira de Thor, Ahroun dos Fenris; Réquiem Glacial, Ahroun dos Wendigos e Presas do Inverno, Ahroun dos Garras Vermelhas.

A Ahroun segue para o morro onde havia sido informada que poderia fazer essa reunião e fica aguardando pela chegada do trio de Athros.

O Apartamento de Mercador-Sombrio ficava, de certa forma, no caminho entre a chácara do Esquadrão da Fúria e o Caern. Fez uma pausa para tomar um banho e fazer um breve lanche. Trajou-se com seu modelo padrão de vestimenta, que consistia em uma calça jeans, sapatos, uma leve camisa de mangas compridas arregaçadas no antebraço e um colete, todos na cor preta . Após se alimentar, retirou-se para o caern.

Ao chegar às proximidades do caern, estacionou seu Honda Civic (o carro era de um cinza metálico que a concessionária chamava de cinza paladium) e dirigiu-se para as entranhas da floresta. A energia que o caern emanava era realmente impressionante, e o Senhor das Sombras sentia como se nunca fosse se acostumar a tamanha energia. No caminho, mutou seu olho bom e as cordoas vocais para as formas do lobo e anunciou sua chegada.

"-Mercador-Sombrio, Cliath, Theurge dos Senhores das Sombras retornando ao caern"

Ao chegar ao centro do caern, mercador sombrio nota que a agitação no local não parecia diferir muito da que encontrou na noite passada. Na verdade, haviam novos garous presentes, como se uma ou mais matilhas tivesse se juntado a seita naquela noite. Toda aquela agitação estava incomodando o Senhor das Sombras e, como havia tempo até sua matilha chegar ao caern, o Theurge preferiu livrar sua mente de perturbações, rasgando a película e cruzando para a penumbra. Ali, sentou-se e pôs-se a meditar.

Ao sair da Umbra quase no mesmo lugar onde havia entrado o Filho de Gaia olha em volta rapidamente procurando por Garous conhecidos, mas não podia perder tempo.

Caminhando a passos rápidos ele arranca o bastão que estava cravado no chão e para um instante apenas para tomar fôlego e lançar um uivo aos céus:

- PERSEGUE A VERDADE, VIGIA DO CAERN, PEDE A PRESENÇA DE QUALQUER GAROU DA ARAUTOS DO TROVÃO, DO LIDER DOS VIGIAS E DO LIDER DA SEITA NO CEMITÉRIO DA SEITA.

Depois disso Adan assume sua forma lupina e parte com toda sua velocidade em direção ao cemitério do Caern. Precisava crer que ainda havia tempo de impedir que sua visão se tornasse verdade.

O Senhor das Sombras acena positivamente diante da ordem de guia-los novamente a porta da Colmeia. Algo que ele verdadeiramente já imaginava que aconteceria.

Depois das novas ordens dadas por Wolfhere o Ragabash olha para seus companheiros de Tribo e retorna para seu olhar para o Inimigo da Wyrm dizendo:

- Entendido.

Depois de cumprimentar mais uma vez o Inimigo da Wyrm e seus irmãos o Senhor das Sombras começa a recuar alguns passos até virar-se e começar a caminhar em sentido oposto aos demais. Seu nome não havia sido decorado pelo Presa de Prata, algo que visivelmente não incomoda nem um pouco o Ragabash.

Enquanto caminhava Joshua puxa o celular do bolso e o religa. Assim que o faz começa a digitar duas mensagens. Terminando de envia-las ele guarda novamente o aparelho em um dos bolsos do casaco e começa a procurar por Spyware como lhe haviam pedido.

O Wendigo levanta a cabeça e anda em direção ao seu companheiro.

- Sei que os tempos hoje não são apropriados, estamos indo para uma guerra, mas é exatamente a guerra que inquieta meu coração. - ele ajoelha próximo ao companheiro como um samurai, com seus joelhos juntos ao chão repousados sobre suas coxas, seus olhos focam as árvores e a relva e suas mãos tbm repousam sobre sua coxa - Ontem, uma companheira de matilha morreu atacada pela besta interior de nosso líder, não o culpo, conheço este fardo, eu mesmo em minha primeira transformação matei muitos, talvez mais inocentes do que tudo, mas por vingança, por ódio. Ódio que carrego até hoje em minhas veias. Eles mataram meu pai , meu mestre, minha .. - ele se segurava para se manter em controle e calmo. Uma longa respiração de olhos fechados e ele prossegue - A morte, a morte é algo complicado para mim, após passar anos perdido na floresta somente com os espíritos e minha própria consiencia, aprendi e descobri que é algo natural, damos nossas vidas para que o ciclo continue, mas ontem, após me encontrar com tal criatura da wyrm, um carro que sangrava, nada mais fez sentindo para mim, o que é morte? Pq morremos? Qual o propósito? Esta luta é realmente válida? E se estivermos fazendo tudo errado, se os costumes e as tradições estiverem nos prejudicando nesta Guerra? Onde o final me parece inevitável.

*Ele deve estar me achando com cara de Filhote, talvez eu seja mesmo, talvez nós todos sejamos...*

Chegando no Caern, a Theurge transforma parcialmente suas cordas vocais assim que atravessa a trilha de acesso restrito aos Garous e uiva se apresentando:

- Elo Espiritual, Theurge dos Uktenas entrando no Caern e procurando membros da matilha Vingadores.

Sem mais, Ingrid volta seu aparelho vocal ao normal e segue a passos largos rumo à clareira central do Caern. Lá, com sorte, já encontraria alguém de sua matilha para agilizar o aprendizado do dom.

A Fúria Negra, diante da chegada de todos, os cumprimenta com o devido respeito. Imaginava a insatisfação da maioria, mas é surpreendida com a reação de Ira de Thor. A reação do Fenris lhe arranca um discreto sorriso e, então, Helene começa a falar:

- Concordamos nisso, Ira de Thor. Hoje vamos sepultar a Wyrm e se eles ousarem atacar esse Caern, faremos deste solo o túmulo dos invasores.

A Ahroun olha para o trio de Athros, todos de posto mais elevado que ela e, diz:

- Eu não vou ensinar vocês a rezarem a missa. São mais do que qualificados e mais experientes do que eu. Por isso os chamei aqui. Vamos dividir o Caern em quatro grande áreas. Eu vou cuidar da região leste, junto com minha matilha e a matilha de apoio. Cada um de vocês irá cuidar de uma região liderando a defesa de duas matilhas. Falcão de Prata já encaminhará as matilhas aos seus postos. Ira de Thor ficará no sul, Réquiem Glacial no Norte e Presas do Inverno no Oeste.

Helene faz uma breve pausa, lembrando da conversa com Falcão de Prata e Benção de Gaia e diz:

- Nossa linha defensiva será recuada. Benção de Gaia vai fazer alguma proteção próxima ao centro do Caern e lutaremos nas trilhas de acesso. Em caso de recuo, Ira de Thor se reagrupará com meu grupo e pegando o sul e o leste e vocês dois se reagrupam cuidando do norte e oeste. Cada um de nós liderará uma região e, se ninguém tiver nenhuma dúvida, acho que é a hora de cada um ser livre para traçar suas estratégias de defesa. Não temos ideia de por onde virá o ataque, mas é fundamental que todos girem na direção da região caso ele seja focalizado. Usaremos uivos para nos comunicar e, ao uivo de alerta de qualquer um de nós quatro, que seremos os generais dessa defesa, os outros deverão mandar seus Ragabashs analisar o perímetro e, sem perspectiva de invasão, mantenham apenas o necessário para não deixar totalmente desprotegida a região e girem a força ofensiva para defender a região atacada.

A Fúria Negra olha para os três e diz:

- Dúvidas?

O Senhor das Sombras ainda caminhava quando nota seu celular começando a vibrar. Ele o retira novamente do bolso e confere o numero para só então atender:

- Boa noite...

A voz do Senhor das Sombras era calma, apesar de sua respiração denunciar que estava caminhando em passos rapidos.

Joshua não sabia o quanto Meet tinha informações do inferno que estava acontecendo naquela cidade desde que o dia havia começado. Então prefere ser simples e direto:

- Estou indo falar com Spyware para cortar as comunicações da cidade essa noite... Provavelmente em poucas horas os celulares estarão fora de funcionamento assim como qualquer outro meio. Não posso dar muitos detalhes por telefone, mas me infiltrei em uma Colmeia hoje e encontramos Brilho Prateado. Ela esta viva, mas muito ferida... Vou guiar um grupo formado pelo Inimigo da Wyrm até la e volto pra ajudar a defender o Caern... Isso é tudo que posso lhe falar por telefone...

O Senhor das Sombras ainda andava a passos rapidos e olhava para um lado e para o outro para sempre ter certeza de que não estava sendo vigiado e sempre que alguem se aproximava demais ele parava de falar e recomeçava quando estava longe do alcance dos ouvidos curiosos.

Não demora muito para o Cria de Fenris encontrar o Presas de Prata, que já o questiona. O Ahroun, sério como sempre, responde de imediato:

"-Darkness precisar que Presas de Prata veja uma coisa. Tribo de vocês precisar do corpo do Presas de Prata morto ontem?"

O lobo perguntava de antemão, afinal poderia estar se metendo em um assunto que não era de sua conta, e seu orgulho já não o permitia mais cometer erros tolos, havia mais coisa em jogo agora do que seu status na Seita. Aguardava a resposta de Isaack para levá-lo ao cemitério se fosse o caso.

Em meio a situação as orelhas do lobo se empinam para assimilar a direção e distância que se encontrava Elo-Espiritual que uivava. Enchendo o peito com a naturalidade que a sua raça proporcionava para aquele comunicação, o Ahroun uiva de volta indicando sua posição atual.