[CAERN] Clareira Central

Talvez pela primeira vez Kor tenha se expressado de maneira decente e, somente por isso, Ingrid diminui o tom agressivo de sua voz, apesar de ainda ser contundente em suas palavras:

- Sopro da Tempestade, eu lembro bem de como falei com você sobre seu irmão de tribo. Falei que ele fedia a Wyrm. Falei que ele precisava ser purificado. E pedi que você o acompanhasse e fosse conversando com ele. Olha como tudo acabou. Eu, sinceramente, não consigo compreender como você fica se sentindo bem com um irmão sendo atacado pelas costas por um crime que não cometeu. Você, quando bebe uma cerveja pode ficar fedendo a Wyrm, já imaginou como seria se fosse você no lugar dele? Falei para você ir porque você é um Senhor das Sombras. Sua tribo recebe tantos ou mais preconceitos que a minha. Julguei que você teria tato para a situação e ainda estou chocada com a maneira que tudo terminou. Sou uma líder de tribo nesse Caern. Protejo minha tribo e meus irmãos e sempre, sempre dou a eles o benefício da dúvida que Garous de outra tribo são incapazes de lhes dar.

Os olhos eram fixos nos olhos de Kor e havia sim algum pesar nas palavras que eram ditas na sequência:

- Espero eu nunca depender do bom senso dessa matilha para nada. E por um momento eu pensei a chegar que poderia ser diferente...

A Uktena então, continuando com o olhar fixo e com seriedade encerra dizendo:

- Não se preocupe, como falei, eu agi para remover a pedra que estava no meu caminho. Não lhe tenho como inimigo. Prezo pela matilha, mesmo sentido cada vez mais que não posso contar com ela. Eu sei que contar com os Vingadores pode ser minha ruína, mas não se preocupem que continuo a fazer meu trabalho muito bem feito e a matilha pode continuar a contar com meus serviços.

Hrist não prestara muita atenção em seus ouvintes, nem na apatia do alpha e nem na afetação do Fianna se abrindo como uma flor, cheio de sorrisos, para um homem negro que ela não conhecia... Mas o que ela nota e, definitivamente não gosta, é a forma como ele a encara tão cheio de curiosidade. Seu porte selvagem e amedrontador não a assusta, pelo contrário, era algo instigante -Hrist nunca teve medo de ninguém mais selvagem ou maior do que ela e não começaria agora a ter - e faz a Fenrir encarar de volta, abertamente e sem qlqr disfarce - o negão à sua frente , com um olhar intimidador e destemido e dizer, entre dentes, quase rosnando:

- Eu to cagada, mijada ou você perdeu alguma coisa?

A Meia-Lua era uma mulher grande, de porte atlético evidente, que passava muito dos 1,80m de altura... Tinha cabelos loiros cumpridos até a cintura, presos em uma trança única que deixavam a franja caída sob o rosto, tapando quase tanto o olho morto quanto o outro, de um cinza azulado feito gelo. Ela bela, linda até... e ainda seria muito mais, seus traços evidenciavam isso, se não fosse pela cicatriz horrenda que cortava seu rosto, mas que parecia não lhe incomodar nem um pouco. Usava coturnos, jeans e uma jaqueta de couro sob uma regata branca justa, e as mãos com luvas sem dedos apenas apertam mais o cabo do martelo enquanto ela observa, de cima à baixo o negro que a secara. Hrist conhecera poucos negros na sua vida e não sabia que opinião tinha deles como um todo, sendo que fora criada em uma tribo na qual muitos consideravam a linhagem e cor da pele algo importante na definição de uma pessoa... Por um lado alguns dos homens mais fortes, bravios e resistentes que conhecera eram negros e, por outro...bom, por outro lado existia o Ethan.

Porém, quando Arthur faz as devidas apresentações, Hrist não pode deixar de demonstrar surpresa. Sua testa franze, arregalando o olho e entreabrindo a boca rapidamente até se recompor... De todas as coisas da noite, aquela era a única novidade que surpreende a Fenrir de verdade. Um Cria de Fenris negro era algo raro, do qual ela nunca ouvira falar. Um em 10 mil. E isso até faz com que abra um sorriso breve para seu novo irmão, abandonando a agressividade de lado... Era um Cria de Fenris e isso lhe respondia que tipo de pessoa era.

Hrist iria respondê-lo, mas Arthur a interrompe perguntando algo que ela já jogara para a margem de seus pensamentos: Benção de Gaia. Ela vira a cabeça para ele rapidamente, recuperando a fala e lhe responde, tranquilamente:

- Da espécie possuída por algum demônio, Fianna. Eu vi o verdadeiro Benção-de-Gaia em Helgardh e ele me pediu ajuda para se soltar...eu avisei Elo-Espiritual e nós o pegamos. Ele deve estar sendo torturado, interrogado, exorcizado  ou o que seja , por Trovão-Inquisidor agora...

* Ryan simplesmente avançava com Arthur em direção ao cemitério. Estava absolutamente absorto com tudo que havia acontecido e, por mais que considerasse o desempenho geral de sua matilha excelente, ainda pesava a ideia de que haviam perdido tantos irmãos em Gaia. Um desses irmãos, inclusive, era de seu campo e gostaria de ve-la antes que as cerimonias se iniciassem. Aquilo era guerra, e na guerra todos estão expostos ao infortúnio. Ryan sabia disso, sabia que o mundo não era um lugar feliz e que a morte espreitava a cada batimento de coração. Aceitava isso mas não sem pesar, e tinha uma única forma de agradecer aos caídos: continuar lutando. Comenta para si próprio, como conclusão às próprias divagações, Arthur poderia ouvir: *

- Só um idiota deseja a guerra.. mas já estamos nessa porra e agora lutamos até o final com tudo que temos..

* As palavras não eram direcionadas especificamente ao Fianna, e Ryan nem pretendia dize-las. Aquele foi seu modo de afastar os próprios pensamentos. Ao fim da pequena auto explanação, percebe um homem negro e grande prostrar-se diante da dupla que caminhava. Nota instintivamente o modo como o desconhecido afasta as pernas, disposto  barrar-lhe o caminho. Uma afronta direta, um desafio claro, uma postura firme. Houve a apresentação e a convicção do sujeito, enquanto assimila as informações e capta a fúria grandiosa que era emanada em conjunto com uma aura totalmente predatória. Mas predador o Andarilho também era. Não se surpreende por encontrar um Fenris negão, não era o tipo de cara que se atinha a detalhes raciais. Ryan, em Crinos, apenas encara o indivíduo que, por um momento tenso, apenas o encara de volta. O Andarilho não ostentava ódio no olhar mas sua expressão não era nada além de inexpressiva e avaliativa. É nesse instante que o Mestre de Cerimonias da Vingadores toma a palavra para se apresentar e qualquer desafio cai por terra. *

* O Fenris que havia sido designado para a Vingadores começa dar tapas fortes, porem amigáveis, no ombro do Fianna enquanto brada sobre festa e mulheres. Ryan finalmente deixa seu focinho de crinos se contorcer no que aparentava ser um ligeiro sorriso. Já pretendia receber o novo integrante quando Hrist se aproxima. Sem perder tempo, a Juiza pede perdão pela intromissão e imediatamente dispara uma informação absolutamente relevante. High-Tech se volta para ela imediatamente, focando os olhos inteligentes completamente. *

"Benção-de-Gaia.. filho da puta sim, mas Traidor?! "

* Estava ligeiramente surpreso com a informação e demonstra isso meramente analisando Hrist com os olhos. Lembra-se de que havia enviado Kor, de uma maneira sutil, para que tomasse nota.. e percebeu que a ação não havia sido necessária; havia recebido da própria Philodox as explicações. *

"Isso muda coisa pra caralho.. a quanto tempo isso tá rolando?! Tamo atolado em merda e só percebemos agora.. Ao menos o interrogatório já tá rolando."

* Finalmente meneia um aceno positivo com a cabeça, demonstrando respeito e agradecimento velado para Hrist, respondendo: *

- Muito bom, Hrist. Vocês fizeram bem e não esperava menos. Queria saber detalhes sobre isso depois.. as consequências de uma traição desse porte podem afetar nossa matilha e nosso território de alguma forma. O interrogatório não vai ser bonito, mas a verdade vai aparecer em breve.

* Olha para ela ainda por mais uns instantes, deixando claro que havia apreciado a ação como um todo. Não simpatizava com Benção-de-Gaia e tinha muitos motivos para tal. Sabia, no entanto, que o cara era um mal necessário.. era um meio de manter seu Campo de Tribo seguro na Seita. Isso agora poderia ser contestado.. estaria preparado para tal. Politicagens a parte, Ryan volta a olhar para o Fenris negro enquanto Arthur faz as devidas apresentações para Hrist. O Alpha havia focado prioritariamente na questão envolvendo traição por motivos obvios, mas agora tomava parte das formalidades, acrescentando em sua voz gutural de crinos: *

- Já sabe quem é o Mestre de Cerimonias, acabou de conhecer a Juíza e tá de frente pro Alpha.

* Se aproxima um passo de Algoz de Einherjar antes de prosseguir: *

- Sou Ryan McDougall, Ahroum cliath dos Andarilhos do Asfalto e conhecido como "High-Tech" por motivos obvios..

* Ryan sorri nesse ponto, num gesto bastante despreocupado. A menção ao nome garou poderia ser entendida pelo Fenris assim que notasse o braço de seu novo líder. Quem olhasse para Ryan, veria um Crinos grande e de aspecto ágil, com o braço esquerdo completamente dilacerado.  A carne do antebraço de Ryan estava completamente rasgada, de modo que a região estava banhada em sangue e pele solta.. mas não era isso que chamava atenção, havia algo mais.. havia metal. Ao invés de ossos quebrados encharcados em sangue, havia toda uma estrutura metálica que faiscava. Como num curto-circuito, o ferimento chiava com o típico som de mal contato elétrico. O Andarilho parecia agora ignorar essa questão e prossegue: *

- Sou Alpha dos Vingadores, matilha abençoada pelo Guaxinim, e te dou agora as boas vindas. Chegou em boa hora, porque hoje sua matilha ajudou a derrubar uma colméia e resgatou uma irmã capturada pelos filhos da puta da Wyrm.

* Estende a mão num cumprimento e apenas aguarda reação com semblante mais brando, tentando não rir enquanto ouve de fundo hrist confrontando o negão com um "Eu to cagada, mijada ou você perdeu alguma coisa". *

A confusão revelava o óbvio. E com certeza tinha que ser uma Fenris para dar um fim naquela farsa. Sarah sente orgulho do feito de Hrist, que mostrava que os Fenris nunca estiveram errados quando alertavam para as coisas erradas daquele Caern. Seu peito estava orgulhoso de sua irmã que pensava em ir cumprimentar mas não tem tempo pois ela sai cedo demais. A Theurge, então, ia se aproximar de Ingrid para cumprimentá-la pelo feito mas ela parece em uma relação de troca estranha de olhares com Kor e a Impura decide não se aproximar.

Sem ter mais o que fazer por ali, então, Sarah segue para o cemitério. Era lá que iria esperar pelo começo das cerimônias.

Helene sem ter o que fazer após a revelação, apenas segue para o cemitério onde iriam acontecer as cerimônias. A Fúria Negra caminha o tempo todo em silêncio, ignorando tudo ao redor, refletindo sobre o que tinha acontecido. Ingrid tinha sido brilhante. A Fenris, idem. A seita tinha dado um novo passo a frente, mas uma dúvida latejava na mente da Ahroun que logo que chega ao cemitério se acomoda em uma pedra grande que havia por ali e descansa aguardando as cerimônias e pensando sobre os últimos acontecimentos da Seita.

Hrist não diz mais nada ao alpha e quase manda Arthur ficar quieto para ela continuar, porque aquele Cria à sua frente era muito mais interessante do que todos os fetiches Fianna juntos. A maneira como ele se apresenta à ela, como diz seu augúrio, indicava que fora ao menos educado da mesma forma que ela....algo raro. Nem mesmo Darkness usava o vocabulário da tribo e este era um costume cultural que os Crias de Fenris americanos estavam perdendo. Esta particularidade apenas a deixa mais intrigada, e faz abrir ainda mais o sorriso meio de lado, jocoso, que exibia.

Só que antes de voltar-se ao negão, porém, ela responde à Arthur, não sem fazer uma reflexão por meio segundo, deitando o martelo no chão e apoiando-se nele:

- Arthur, eu vou averiguar com meu irmão se ele sabe de algo... mas já posso lhe adiantar que aquele martelo dele é um dos Sete Martelos do Trovão, eu os reconheceria em qlqr lugar: meu pai tem outros dois. São fetiches antigos e poderosos da minha tribo, apenas os mais poderosos entre os Fenrir tem o direito de usá-los... Eu me lembro quando os fetiches foram destruídos, porque eu já estava por aqui. Mas não acho que foram todos, como disseram... É melhor que perguntemos logo, se não for este o fetiche que estão procurando, é melhor não confiarmos que os outros consigam defendê-lo por muito tempo.

Fala aquilo sem nenhum tom de deboche, era realmente orgulhosa, mas não o fazia por mal. Hrist não se achava superior aos demais, sabia que era... Sua herança de Fenris, tão absurdamente óbvia, garantia isso. E por pensar em sua tribo, sua atenção volta novamente ao mais novo integrante da matilha. Se ele pensava que podia intimidá-la, ele nem fazia ideia de com quem estava lidando, porque a postura da meia-lua era a de uma montanha que não podia ser movida. Ela cruza os braços, na altura do peito, largando o martelo à sua frente e olhando-o nos olhos. Responde, com a voz controlada e baixa, em um tom que tinha algo de graça e muito de desafio:

- Forseti...Mão de Tyr... Veio da Europa, não é? Não está longe de casa, guerreiro?

Ele não apenas era um Cria de Fenris negro, mas ele era um Cria de Fenris negro da Mão de Tyr!

Um Cria de Fenris, negro, da Mão de Tyr e muito abusado.

Hrist não poderia achar Henker mais estranho se ele fosse verde...E a maneira que ele sustentava seu olhar era o que especialmente lhe deixava incomodada. Sequer lhe incomodava ser encarada por membros de outras tribos, mas vindo de um outro Fenris era um desafio óbvio e irritante: aquilo atiçava algo primal, instintivo. Hrist era filha de Gogol Fangs-First, um lobo, ela não baixava a cabeça para qualquer um e não estava acostumada com quem não o fazia para ela. Sustenta o olhar do Fenrir, sem qualquer pressa...seu sorriso se expandindo em uma expressão misteriosa, porém com um brilho no olhar bastante profundo.

- Em nossa tribo muitos foram os que se lançaram ao mar, Guerreiro...poucos foram os que alcançaram as terras com as quais sonhavam. Menos ainda foram os que voltaram para seus lares com glória. A verdade é que não importa o que seja sua casa, ou para que a terra seja feita: só aos mais fortes é reservado o privilégio da conquista... E você sabe muito bem que cão que  muito ladra não morde.

O garou ouve as palavras e se limita a uma simples resposta sem dimuir a tensão...

- De onde eu venho, há uma diferença gritante entre cachorros e lobos... e quando o lobo mostra os dentes, é pq ele quer morder... e quando eu quero morder, eu mordo.

O olhar do garou era fixo... havia uma determinação na garou e ele sabia que o primeiro que cedesse perderia... e ele não estava interessado em perder... se ela fosse de um posto acima, ainda faria, mas no atual nível, não poderia se permitir parar.

E não queria.

Neto apenas fica olhando a sua volta para ver o que está acontecendo, e após Kiba falar que a Theurge não é de sua matilha apenas continua ouvindo, sem apresentar reação.

Seu foco agora é o bebe, apenas quer saber como ele ficará, apesar de ser um impuro.

* Julian se mantem abraçado com Mayra pelo que viria a ser um longe tempo. Estava absolutamente em silencio enquanto sentia as caricias da Fianna e se permitia abstrair tudo que ocorria ao redor. Algumas lágrimas ainda rolavam, salpicando sua fronte com o gosto salgado e terminando nos cabelos vermelhos da mulher que o abraçava. As palavras lhe chegavam aos ouvidos e ecoavam em sua mente repleta de sofrimento. Diziam que Mayra sempre estaria ali, prometiam que ela sempre estaria.. Esquecido simplesmente queria acreditar, realmente queria. Murmura única e exclusivamente para a Fianna enquanto deixava-se ser aplacado: *

- Você é a unica coisa que ainda importa..

* Abraça-a mais forte, e aguarda pelo momento em que seria convocado para saudar a morte do próprio pai em cerimonia. Sabia que o momento chegaria.. embora não quisesse encarar a verdade. A cerimonia aos falecidos vinha dar a certeza de que o mundo do Roedor de Ossos estava em ruínas, ele não poderia fugir.. porque estava mesmo. *

* Jake seguia para o cemitério sozinho depois de um convite majoritariamente ignorado. Recebe a recusa de End-Bum com leveza, ao menos o Ragabash havia se dignado a responder. Não tinha convicção formada sobre como seria sua relação pessoal com o resto da matilha e não tinha dúvidas de que muitos tinham questões pessoais para resolver. Mas isso era motivo suficiente para ignorar um recém chegado?.. Divagações a parte, segue seu caminho e percorre o Caern com os olhos, notando Garous que se movimentavam e áreas depredadas pelo combate. A luta pela sobrevivencia co Caern na floresta da Tijuca havia sido realmente desesperada e, apesar dos pesares, lograram êxito no final das contas. *

" Sangue, morte e fogo. Era isso que Gaia desejava? Certamente é isso que nós desejamos.."

* Avançava e já podia visualizar o local que demarcava o cemitério. Ali o fluxo de pessoas e corpos era maior.. e é ali que um homem negro se aproxima e se põe a caminhar ao seu lado. Jake simplesmente olha para o lado como sinal de reconhecimento e, sem aumentar o diminuir o ritmo dos passos, caminha por mais um instante enquanto percebe uma certa Raça-Pura emanando do sujeito. Havia reconhecido o homem negro como aquele que havia se mantido em silencio enquanto as formalidades de sua apresentação corriam. Ouve o pedido de desculpas pela inércia anterior e ouve sua apresentação. *

- Não tem porque se desculpar. É um prazer conhecer o vigia de nossa matilha.

* Para de andar no momento em que o Senhor das Sombras lhe estende a mão em cumprimento e responde enquanto aperta a mão do Ragabash com alguma firmeza: *

- Jake, Visões-do-Abismo. O resto você já sabe..

* Esboça um sorriso carismático enquanto aperta a mão de Sombra-da-Escuridão. Jake Carter se apresentava como um indivíduo de modos leves. Parecia despreocupado mesmo ante ao morticínio que os envolvia e não se mostrava incomodado pelo atraso nas apresentações, quase como se houvesse uma recusa implícita em tomar algo como ofensa pessoal. O sorriso muito branco do Uktena deixa tudo isso muito claro, e era mais claro ainda que não havia nenhum preconceito em seu semblante. O Theurge não tirava conclusões precipitadas sobre Tribos e Augúrios antes de conhecer o indivíduo em questão mas percebeu com bastante clareza o jogo de palavras de Ethan, que colocava o posto na matilha acima da Tribo. Guarda esse gesto para avaliações futuras, já que ainda não tinha condições de julgar até que ponto aquilo era verdadeiramente sincero. Era um Uktena e sabia melhor do que muitos que a vida é um emaranhado de possibilidades nada simples. Pretendia seguir conversando quando nota a aproximação do Playboy fanfarrão que outrora não havia tido o menor pudor de expor que álcool, drogas e bocetas estavam no topo de sua lista de prioridades. Gostava dessa disposição, pelo menos nos outros, e, portanto, simpatizava com o play de uma forma despreocupada. *

"John Montecchio ou Thor Batista?! Ainda vamos ver o que o cara nasceu pra ser.. "

* Não deixa de tomar nota da meia conversa que se segue, envolvendo a queda de uma Andarilho-do-Asfalto. Não participa desse tópico pois não conhecia ninguém ali e, apesar de não se mostrar particularmente pesaroso, mantém um semblante casual e livre de sorrisos para demonstrar respeito ao assunto abordado. Não tinha certeza de que Links-Aleatórios era o nome correto.. lembrava-se de ter ouvido um nome distinto ao ouvir o anuncio da morte de uma Andarilho-do-Asfalto.. mas não estava em posição de contradizer ninguém ali. Nem desejava. Capta algumas palavras e semblantes sombrios, repletos de um respeito fúnebre, mas permanece ali sem maiores sentimentalismos embora com respeito evidente. Volta a participar da conversa quando Punhos-de-Aço pede para acompanha-los: *

- Sem erro por mim, cara. Já disse teu novo lema pro Ethan?

* Sorri levemente, provocando amigavelmente John a contar. *