[ELLISIUM] Ilha Fiscal

No meio das apresentações um Toreador aparece se apresentando como Vincent Lyon. Ian aperta a mão de Vincent e sorri, dizendo:

-É um prazer conhecê-lo senhor Lyon. Sou Ian Tokunaga do clã Tremere.

E antes que pudesse continuar a conversa, Luiz Fillipi dá um “chega para lá” em Ian afastando-o do grupo que se formara, o que o deixa de certa forma intrigado. Luiz parecia conversar com ele e somente ele, sem ouvidos curiosos. O Assamita parecia não gostar nem um pouco dos Tremeres, pois não respondera Ian e muito menos deixava de olhá-lo, a não ser por alguns momentos que olhava agora Luiz.

-Com certeza senhor Filippi. Podemos partir neste exato momento. Ventrue tapado?

E encara Ahktar agora de forma curiosa, já que ele o encarara antes e agora encarava o Brujah.

O grosseiro Luiz Fillipi apenas cumprimenta Vincent de forma casual, o que o deixa um pouco irritado, afinal a educação era muito importante para o Toreador. Thomas por outro lado tem uma educação tão exacerbada que poderia dividir com o Brujah grosseiro tranquilamente.

-Estou muito bem monsieur Haulot. Com exceção de que infelizmente temos que dividir o Elísio com pessoas tão grosseiras que nem mesmo sabem dizer um boa noite. E sim, esta noite promete...e muito.

Não dirigia suas farpas a ninguém específico, só esperava que se a carapuça servira a alguém, que a vestisse.

-Mon Dieu.....monsieur Durriex? Não o vi no fim da noite. Pensei que ele tinha deixado o Elísio. Aposto que em breve ele aparecerá. Não sabia que ele era anarquista.

Dera uma risada gostosa para Thomas, em tom de brincadeira. Enquanto que Hildegrand era mais direta.

O oriental se apresenta de forma natural e o Toreador gostara do que via. Infelizmente o grosseiro Brujah leva o Tremere para longe. Ian poderia ser um ótimo contato para alcançar Bianca. E só então percebe que Jorge Silva estava sem camisa.

-Monsieur Silva? Se desejar podemos verificar se algum funcionário do Elísio teria uma camisa para o senhor.

Sorrira e ouvia as palavras de Hildegrand, respondendo-a:

-Ah sim mademoiselle Eloá. Acredito que a cerimônia de abertura será inesquecível. Espero que não ocorra nenhum empecilho durante o evento.

Lança um olhar ao Assamita mudo que nem o respondera e à Jorge, devido as palavras de Hildegrand:

-Monsieur Silva? Candidato à príncipe? Que interessante.

Quase riu. Era mais fácil o Assamita ser príncipe do que aquele Brujah semi nu no meio do Elísio.

-Algum clã já o está apoiando monsieur Silva?

*Filippi gargalha*

- Rurik é o nome dele. Jura que já enfrentou um bando de Sabá sozinho... Pra mim ele deve ter visto um tzimisce do outro lado da rua e se borrado todo *ri de novo* Se ele for menos engomadinho na batalha, quem sou eu pra recusar?

*Enquanto fala, pega o tablet para procurar os telefones de Rurik e Emilie, quando vê o assamita se aproximando. Rapidamente, aproxima-se também, estufando o peito com intimidação, mas dizendo com calma*

- De boa, irmão. Não vai querer criar caso aqui no território sagrado...

*Thomas ri para Hildegrand e diz a Vincent, arregalando muito os olhos, simulando espanto*

- Oh, você não sabia? Ele me disse que esteve em Rennes, mas eu não o conhecia, e eu era o zelador do elísio, e ele não conhecia mamãe, que é a marquesa! Ninguém que não fosse um anarquista chegaria a uma cidade e não se apresentaria à príncipe, no Elísio... Nós temos tantos problemas com esses anarquistas em Rennes, oh, tantos, foi só somar dois mais dois...

*Ergue o pequeno pescoço e ajeita a gravata num gesto teatral, reforçando os agudos musicais de sua voz quando a eleva*

- Ficamos sabendo tão em cima da hora, queria estar mais apresentável para tão grande evento!

*Dá um sorriso delicioso para Jorge, sem parecer se importar muito com sua aparência desarrumada, embora registre que seus companheiros de clã não pensam o mesmo*

- Oh, será que meu parceiro de xadrez será consagrado hoje? Ou será que a aposta de vocês é outra?

*Lança a pergunta com um ar inocente ao redor, observando cada um, inclusive o assamita, com o ar animado de quem realmente espera uma resposta de todos*

O brujah ouvia tudo atentamente. Em algum ponto do seu passado estaria interessado em partir junto com Luiz Fillipe e seguir nas investigações. Mas hoje não era o momento. Assim que o irmão de clã conversou come ele, respondeu.

- É essa nossa vida, ou não vida. - dessa vez ele ficaria mais em silêncio do que na noite anterior. Estava mais interessado em ouvir do que falar. Só pensou em responder quando Lyon lhe questionou sobre a camisa. Um pequeno sorriso foi estampado no rosto do negro, que percebeu a ironia, mas respondeu como se ela não tivesse existido.

- Não precisa. Estou saindo do elísio nesse exato instante. Mademoiselle Bianca de Nice me aguarda para que possamos continuar a agradável conversa que tivemos ontem. Quanto ao apoio de clãs... não posso te dizer com certeza, ainda não. Tenho concorrentes de peso nessa corte. Monsier Smith largou na frente. Quem gostaria de um príncipe brujah, quando se pode ter um sangue azul no posto principal de uma corte?

Dessa vez o sorriso no rosto do guerreiro de ébano foi claramente irônico. Se os presentes prestassem bem atenção poderiam perceber que ele aparentemente dosava cada gesto, cada palavra.

- Devo dizer que por enquanto só conto com o apoio de meus próprios irmãos de clã. Embora espere que outros percebam que nem tudo que é ouro fulgura!

Terminou de responder a Hildengard e a Lyon, então voltou-se ao pequeno enxadrista bretão. Complementou o discurso aproveitando as palavras da criança.

- O xadrez mostra que os peões podem ser promovidos. Um peão negro, na linha de defesa das peças brancas pode se tornar rainha, não?

O Assamita tinha algum problema com o oriental. E o olhar daquele homem parecia começar a fazer com que a espinha do Tremere gelasse. Era um olhar que demonstrava que ele não queria fazer “amizade” com Ian, e ele entendera isso perfeitamente, desviando seus olhos dos do Tremere sem cerimônia.

Fillipi então fala do Ventrue e Ian o responde:

-Entendi. Acabei não conhecendo o senhor Price pessoalmente. Realmente não podemos recusar nenhum ajuda contra a Espada de Caim.

Não conhecia o Ventrue, mas tinha visto sua entrada no tablet disponibilizado pelo Elísio. Quando Fillipi liga o tablet procurando alguma coisa, Ian também liga o seu e mais uma vez verifica a lista dos membros. Queria saber se havia maiores informações sobre novos membros na corte. E percebe que Fillipi enfrentava o Assamita. Ian apenas diz:

-Acalme-se senhor Fillipi. Ninguém vai querer criar caso aqui no Elísio....não é mesmo senhor Dohrask?

Mas Ian achava que se o tal Ahktar soubesse para onde eles estariam indo, iria segui-los só para acabar com Ian. E diante das palavras de Jorge, Ahktar fala pela primeira vez, o que faz com que o Tremere levante uma de suas sobrancelhas em tom impressionado. Depois ele volta a encarar o Tremere de forma desagradável e vez ou outra volta ao Brujah. Ian então diz à Fillipi:

-Por gentileza senhor Fillipi, podemos entrar em contato com a senhorita Blanc e o senhor Price a caminho do local?

Era uma forma de “fugir” dos olhares do Assamita ou talvez de trazê-lo para uma armadilha. Só o tempo e a resposta de Luiz poderiam dizer.

- É uma boa forma de se ver a questão, senhor Ahktar. Embora em momento algum eu disse que me considero um peão. E também não acho que haja como um. - ele continuava descontraído, embora percebesse o clima tenso que envolvia aquele ambiente. Um assamita e um tremere na mesma roda de conversa era algo que não se via muitas vezes. A tensão nublava o entendimento de todos. Jorge esperava a reação dos toreadores, ante suas palavras, para saber qual seria seu próximo movimento.

*Filippi segura o braço de Ian e sustenta o olhar de Arkhtar, não com o ar de quem quer causar confusão, mas no de quem vai defender sua posição a qualquer custo. Diz para o tremere a meia voz*

- Vam'bora, você está de carro?

*Ergue a voz o suficiente para ser ouvido e diz, no seu tom marcial habitual*

- Pode ter muito peão aqui, mas tenho certeza de que Jorge não é um deles. Basta olhar pro cara pra ver que ele nasceu pra liderar. E na África também existem reis.

*Aproxima-se de Jorge*

- Precisa de uma carona, mano velho?

*Thomas dá um sorriso astuto para Jorge, mudando de tom para indicar que quer dizer muito mais do que as palavras*

- Você entende mais de xadrez do que deixa parecer, monsieur Jorge!

*Vira-se vivamente para Hildegrand*

- Oh, sim, com certeza temos? Querem ir até minha casa? Minha irmã toca piano como um anjo...

A conversa continua.  Jorge parecia não ter nenhum tipo de apoio dos outros clãs, mas era esperto e isso poderia mudar as regras do jogo. Mesmo sendo um Brujah a educação dele era exacerbada. E isso, agrada ao Toreador, mas ele nada diz. Por enquanto ele apoiava apenas o Ventrue para o principado, já que achava que os Sangue Azul tinham feito um ótimo trabalho na cidade.

-Bem monsieur Silva...desejo-lhe sorte e força em sua empreitada.

Sorriu e quando Jorge disse que se encontraria com Bianca, os olhos de Vincent se encheram de brilho e ele deixou escapar:

-Mademoiselle De Nice? Que interessante.

Logo voltou sua atenção à Thomas e seu relato de que o irmão de clã François tinha estado em Rennes e não havia se apresentado como mandava o protocolo.

-Mon Dieu monsieur Haulot. Uma quebra de protocolo desagradável. A não ser que monsieur Durriex estivesse apenas de passagem, mas com uma região com tantos problemas com os anarquistas, como monsieur relata,  ele deveria saber que seria necessário apresentar-se formalmente.

Depois parecia que o mal educado Assamita estava tendo algum problema com o oriental. Aqueles olhares, mesmo não sendo direcionados à Vincent, lhe davam calafrios. E com o convite de Thomas, Vincent profere baixinho, apenas para Hildegrand e Thomas ouvirem:

-Acredito que seja melhor deixarmos o recinto por enquanto.

E olha na direção do Tremere e do Assamita, concluindo em tom normal:

-O convite para conhecer sua residência se estende á minha pessoa Monsieur Haulot?

Sorriu mais uma vez, todo carismático.

- Alguns jogadores se disfarçam de peões para poderem surpreender seus adversários. E alguns cães se disfarçam de ratos para caçarem gatos. - ele respondeu depois que Luiz Fillippi havia retrucado ao assamita e no instante em que Haulot comentava que o brujah sabia mais de xadrez do que deixava transparecer. Ponto para o negro. Não precisava conquistar a corte inteira, mas um ou outro nome que pudessem pelo menos fazer eco aos seus desejos. Mesmo que não assumisse o principado se seu nome estivesse na mesa com determinado peso isso o faria ser notado. O Rio de Janeiro não seria a única cidade no país que a camarilla gostaria de conquistar.

- Jogo xadrez apenas como passatempo, Thomas. Ainda preciso treinar muito para que possa me considerar um bom jogador. - voltou-se a Lyon alguns instantes depois, quando o outro toreador lhe desejou sorte. Mais um ponto marcado. Talvez não tão interessante quanto o que havia marcado com o bretão, mas encantadoramente relevante, especialmente com o brilho no olhar de Vincent quando ele ouviu o nome de Bianca.

- Se o que entendi das palavras de Haulot estiver certo deverei recusar sua carona, irmãozão. - respondeu fixando o olhar em Fillippi. - O convite para ouvir sua irmã pianista está estendido a mim, Thomas?

Pela porta da frente do Palácio adentra um rosto desconhecido. Natanael estava com uma expressão de desgosto na face e olha para o lugar analisando cada detalhe da arquitetura. Sinceramente, ter de chegar ao Elísio através de um barco não era algo com o qual ele estava acostumado, no entanto, levando em conta a situação violenta da cidade, aquilo seria bom para manter a segurança do Elísio. Além disso, a Ilha Fiscal era famosa pelas festas do passado, sem dúvidas era o melhor lugar para se fazer uma reunião adequada nas noites atuais.

Após terminar de averiguar a arquitetura e os objetos ali dentro, Natanael percebe alguma movimentação. Ele sorri e segue a passos largos em direção a um grupo que conversava de forma distinta. O vampiro espera um pequeno espaço na conversa e interrompe:

_Com licença senhores, perdoem-me a intromissão, mas acabo de chegar à cidade e preciso de cumprir com os protocolos. Por obséquio, os senhores poderiam me dizer quem é o Príncipe da cidade ou pelo menos se o senhor Horazio Pezzini se encontra por aqui essa noite? E a propósito, meu nome é Natanael Lacerda.

Natanael era muito simpático e tinha um português diferenciado. Tinha por volta de 25 anos, alto, loiro e de pele corada. Enquanto ainda esperava pela resposta, seu olhar passou rapidamente sobre cada um para que o primeiro juízo de valor fosse feito. Nesse passeio, seus olhos se detiveram alguns segundos a mais sobre a pessoa de Thomas.

"Uma criança? Quem ousaria profanar uma criança com o Abraço? Ao menos nos últimos séculos... A visão de Thomas o fazia se lembrar da pequena Cláudia, na distante Paris. O que teria acontecido à pequena vampira?" Pensa enquanto desvia seu olhar para não chamar a atenção e espera que alguém lhe responda. Thomas já era bem visto por Natanael apenas pela sua condição.

Era até engraçado o Assamita chamar Ian de rato, já que o clã de Ahktar havia sucumbido por uma maldição Tremere há até pouco tempo. Ian apenas sorriu indiferente às palavras de Ahktar. Filippi chama logo Ian e pergunta se ele estava de carro. Enquanto responde Filippi ele encaminha uma mensagem à sua carniçal para trazer seu carro até o Elísio imediatamente:

-Não estou, mas já solicitei urgência para que minha carniçal o traga. Não demorará nem dez minutos. A propósito senhor Filippi...conseguiu com contato com a senhorita Blanc e o senhor Price?

O comentário de Jorge sobre pessoas que se disfarçam de ratos para caçarem gatos fez com que um sorriso nascesse na face de Ian.

Logo outro recém-chegado se aproxima do grupo. E Ian imaginou que pela beleza do homem, seria um Toreador. Poderia estar errado, mas pelo que conhecia do clã na cidade, a maior parte ou noventa por cento dos membros possuíam belezas exuberantes e aquele homem não era exceção à regra. Quando ele perguntou de Horazio Pezzini, teve a certeza de suas expectativas.  O clã da Rosa se tornava bem numeroso na cidade. Talvez Johanna gostasse de saber a respeito disso depois.

Ele sorriu, cordial e carismático e se apresentou, sem estender sua mão para cumprimentá-lo, apenas fez uma reverência, denotando sua origem oriental:

-Boa noite senhor Lacerda. Sou Ian Tokunaga do clã Tremere. É um prazer conhecê-lo. Acredito que seus irmãos de clã possam responder sua pergunta com maior precisão.

Estendeu o braço para mostrar Vincent, Thomas e Hildegrand.

Guille se aproxima da Marina em seu Porsche que Kevin havia deixado pronto para ele na saída do Aeroporto. O Toreador acabava de chegar ao Rio para cuidar de seus negócios presentes e futuros, e sabia os procedimentos que deveriam ser seguidos.

Aquela cidade o trazia muitas memórias, e enquanto caminhava à orla do mar, sentia a brisa quente daquele lugar que foi sua casa logo no começo de tudo, no começo de sua não-vida, no começo da arte, que hoje chegava ao ponto que chegava.

Tudo estava mudado, prédios, construções novas, belas, e antigas, tudo misturado, mas uma coisa que não mudava era aquele calor e clima de que algo estava prestes a acontecer. O clima de tensão da cidade Maravilhosa sempre existiu e sempre vai existir, misturado ao verão, misturado ao cheiro de mar, à brisa, todos podem notar que algo no ar escondia alguma coisa, uma coisa maravilhosa, ou monstros sugadores de sangue.

O Cainita embarcou no transporte que o levaria até a Ilha Fiscal, onde encontraria todos os sanguessugas da cidade reunidos, planejando, se esfaqueando e preparando para matar, fingindo que são humanos por trás da Máscara. Mas aquilo convinha à Guille, ele precisava divulgar um evento, um evento que seria sangrento, ao gosto, ao sabor que os Cainitas sempre desejam.

A viagem é rápida, e logo está na entrada do palácio, se movendo com elegância que até não combina com seu estilo nem com seu rosto marcado, queixo quadrado e olhar firme. Seu terno azul escuro é da mais alta grife, e perfeitamente alinhado, parece ser extremamente musculoso, e estar completamente em forma, tem o rosto de alguém que consegue o que quer, mesmo que seja pela força, porém, um observador atento pode perceber suas orelhas levemente deformada pelos anos de contato com o tatame.

Ao adentrar no salão do Ellysium, Guille percebe um grupo de senhores reunidos e pareciam conversando, aparentemente estavam se apresentando, então haviam novos Membros na cidade, e Guille não era o único. As coisas ficariam interessantes por ali.

Guille se aproxima do grupo, percebendo sua diversidade, tendo um homem muito belo, um asiático, uma criança, um negro, uma grande diversidade de fato, como era costume da época, do Brasil e dos próprios Cainitas sempre.

Com uma voz firme, de quem sabe o que quer, Guille se aproxima e diz, num português não muito moderno, porém sem sotaque nenhum:

"- Não pude deixar de notar que os senhores estão realizando apresentações neste momento. Sem querer me intrometer, gostaria de me apresentar, como o novo Cainita recém-chegado ao Rio de Janeiro. Meu nome é Guille França, empresário do ramo do entretenimento. Prazer em conhecer-vos, e mais uma vez, desculpe-me a intromissão"

A presença de uma criança no grupo parecia não impressionar o Cainita, era apenas mais um de seu público alvo, que poderia ser cativado até mesmo com mais facilidade a frequentar seu recinto.

O primeiro a receber Natanael foi um belo e simpático oriental. O Toreador sorri, retribuindo o gesto carismático de Tokunaga e faz uma reverência também, gostando do cumprimento diferenciado.

_Obrigado senhor ToKunaga, é igualmente um prazer.

Enquanto ainda sorria para o oriental, um outro rapaz chega e toma a atenção de Natanael para si. O Toreador literalmente o olha de cima a baixo, sem se preocupar se ele gostaria disso ou não. Era um rapaz sério, forte e que sabia se vestir. Ao ouvir as palavras dele, mais que depressa Natanael responde com um sorriso e estende a mão para cumprimentá-lo.

_Também acabo de chegar, meu caro Guile. Olha, já temos algo em comum!

Enquanto ainda dava seu sorriso descarado, o Assamita se apresenta, mas Natanael apenas o olha, acenando levemente com a cabeça. A palavra "Assamita" não lhe causava um bom sentimento... Havia ali também um senhor negro, com vestes (ou falta delas?) nada adequadas para o lugar. Mas como não sabia os costumes locais, não deixou transparecer nada. A visão de Jorge, no entanto, lhe traziam boas memórias e ele não pôde deixar de sorrir.

Então sua atenção é novamente tomada, mas dessa vez, por uma voz. Era Hildengrand que se apresentava. Ele olha para os demais Membros que ela apontou e percebe que o senhor Lyon era muito agradável aos olhos também. Ele sorri para o Toreador, mas se apressa em cumprimentar a dama com um beijo em sua mão.

_Perdoe-me por minha indelicadeza, madame. Sua pessoa deveria ter sido a única a chamar minha atenção. Espero que possamos nos dar muito bem pelas próximas noites, e me apresentando corretamente, sou Natanael Lacerda, cria de Victoria Ash.

Ele sorri, flertando abertamente com a moça. A pronúncia do nome de sua Senhora já bastava para que todos soubessem seu Clã e sua linhagem e isso sempre o deixava orgulhoso. Após isso, ele se recompõe e diz:

_E muito obrigado, tenho certeza de que o senhor Pezzini é alguém muito ocupado, contanto que tenha a agradável companhia de uma dama tão linda quanto a senhora, eu posso esperá-lo até o raiar do dia.

Ele sorri e desvia o olhar apenas para dirigir sua face novamente a Eloá, mas dessa vez, sua expressão era séria.

_Você disse, Arcontes? No plural?

Ainda estava esperando as respostas de Thomas, quando dois outros cainitas chegaram no salão do elísio. Ambos carregavam a aparência impecável. Muitos vampiros poderiam ir atrás dos esteriótipos para tentar adivinhar o clã dos recém chegados, mas Jorge corria de preconceitos como o diabo cristão corria da cruz. Por outro lado, o assassino não tinha retrucado sua última colocação sobre gatos, cães e ratos, o que fez com que o negro começasse a imaginar qual teria sido o pensamento silencioso daquele interlocutor.

- Senhor França, senhor Lacerda... prazer em conhecê-los. Como disse a senhorita Eloa, sou Jorge Silva, do clã brujah. Aspirante à cadeira de príncipe nessa corte recém formada. Senhor Pezzini foi receber os arcontes, dois na verdade. O senhor Castel, representando o justicar Artorius e a senhora Val Casanova, representando o senhor Alexander Merrick.

No meio da conversa um lindíssimo irmão de clã se aproxima e se apresenta como Natanael. Vincent abrira o maior dos sorrisos, pois podia já vê-lo em uma tela com anjos rodeando e na sua cama, completamente nu. Mandou estes pensamentos sujos para longe enquanto o oriental se apresentava e apontava para Vincent, Thomas e Hildegrand. Vincent sorri, todo solícito e o grupo recebe mais outro cainita.

Este último era completamente diferente de Natanael. Cabelos pretos, corpo musculoso, mas nem por isso era menos interessante, a não ser suas orelhas horrivelmente deformadas que Vincente já tinha visto em praticantes de MMA, dentre outros. Ele, Vincent já imaginava em uma cena de guerra, como um cavaleiro vitorioso ou até um imperador imponente.

O Assamita, até então semi mudo se apresenta e Hildegrand apresenta os outros membros presentes. Hildegrand é literalmente maravilhosa na apresentação de Thomas e de Vincent e ele completa, dizendo mais para Natanael do que para Guille:

-É um imenso prazer conhecê-los, monsieur Lacerda, monsieur...França?

E então ele estende a mão à Natanael e a Guille. Completando sua frase inacabada ao último membro que chegara:

-Desculpe minha indelicadeza monsieur França.....mas....o senhor vem de que corte? E seu clã seria?

Guille poderia perceber que Vincent era extremamente carismático.

Natanael ouvia atento as palavras de Jorge, sempre com um sorriso e deixando alguns olhares escaparem para percorrer, discretamente, o corpo do Brujah que se candidatava a Príncipe. O cheiro de vitae que exalava dele não escapava dos Auspícios do Toreador, mas ele resolveu não pensar muito sobre isso agora. Assim que Jorge termina de falar, ele responde com um sorriso sincero:

_É um prazer conhecê-lo, senhor Jorge. Estou ansioso para ver o desfecho dessas eleições, o que importa é que a Camarilla esteja bem firme para cumprir com seu dever de proteger seus Membros. De todo modo, se o senhor se candidata a tal cargo tão penoso, certamente deve estar disposto a fazer o melhor pela cidade.

Nesse momento, o rapaz que estava um pouco mais distante sorri solicito e se aproxima se dirigindo a Natanael e ao outro recém chegado. Natanael apenas sorri e acena com a cabeça, demonstrando que também era um prazer conhecê-lo, já que Vincent rapidamente dirige uma pergunta a Guile. Mesmo assim, retribuindo calorosamente o aperto de mão (e esfregando o polegar suavemente nas costas da mão afagada), o Toreador pensa que poderia trocar algumas palavras em particular com esse Vincent mais tarde... Em meio aos seus pensamentos que duraram um segundo, a bela Eloá explica adequadamente a situação da cidade e o porquê da vinda dos Arcontes.

_Entendo perfeitamente, madame. Estou muito curioso para conhecer os demais candidatos e prestar meu apoio a quem se mostrar mais apto. -olha para Jorge e volta o olhar para Eloá novamente- No entanto, os Arcontes serão mais importantes do que eu nessa decisão.

Sorri de modo a transparecer uma certa inocência e continua:

_Mas no que diz respeito aos demais cargos, como estamos?

A tentativa de parecer desinteressado pode ter sido em vão, mas mesmo assim Natanael não quis transparecer nenhum tipo de petulância. De todo modo, ele se interessou bastante com a situação da cidade, afinal, ele sabia que as coisas estavam ainda se estruturando no Rio, mas não a esse ponto. Seus olhos chegaram a brilhar com as infinitas possibilidades que surgiam à sua frente.
Ele precisava pensar, precisava forjar alianças. Todos ali poderiam ser tanto aliados quanto concorrentes, ele precisava tirar o máximo de informações para saber quem deveria escolher para ocupar cada um dos lados...