Ruas - Zona Oeste

Aquelas duas crianças era demais para a vontade de sangue do Garou, ele não conseguia resistir, pára sua moto na entrada do beco onde as crianças entravam, e logo atrás ele entra, já a mão direita em seu facão, pronto para sacá-lo e saciar o que estava lhe matando.

O Presa de Prata consegue atrair para si a atenção que desejava, com sorte seus companheiros aproveitariam aquela chance para fugir para a Umbra.

Barulhos de tiros podem ser ouvidos ao fundo e Kiba olha por cima do ombro para ver o que ocorria. Tudo que vê é Igor tombando e a FESN também atacando pela retaguarda. Estavam completamente cercados.

Um novo tiro atinge em cheio o Presa de Prata que cai no chão a beira da morte. Naquele momento o Ahroun pensa como era irônico ter sobrevivido a noite passada para morrer nas mãos de um bando de humanos.

Kiba, com dificuldade, se põe de joelhos e rosna para seus inimigos, um rosnado que mostrava que ele ainda estava vivo e que amaldiçoaria cada alma ali até o ultimo dia de suas vidas.

É neste instante que Scott começa a se transformar, algo que só agora era notado por Kiba, mas diferente do Ahroun sua transformação era bem diferente. Scott era feito de puro fogo e em instantes a forma do crinos muda para um enorme pássaro de fogo. A fênix.

- Scott...

A voz de Kiba sai fraca, pois seus ferimentos haviam sugado toda sua força, mas ele estava consciente o suficiente para ver a devastação que a fênix era capaz de fazer. A ave não só aniquilava seus inimigos, mas destruía tudo a sua volta. Precisava para-lo, caso contrario muitos inocentes iriam acabar mortos por sua fúria.

Quando finalmente consegue forças para se por de pé as chamas da fênix atingem seu corpo, destruindo com completo suas vestes dedicadas, mas curando por completo suas feridas.

Aquilo era um milagre, seus companheiros começavam a ser curados e, os que haviam morrido na batalha, começavam a voltar a vida. A fênix cumpria sua lenda como espírito da esperança e da ressurreição.

Kiba se prepara para ajudar seus companheiros quando uma nave, surgindo do meio das nuvens, lança uma grade sobre Scott, fazendo o Presa de Prata regredir a sua forma humana. Estavam prendendo a fênix.

- NÃO!!!

O Presa de Prata começa a avançar na direção da nave, mas ela logo decola sumindo do campo de visão de Kiba. Scott havia salvo todos eles e agora que precisou de ajuda Kiba não pode ajuda-lo.

O Ahroun olha para os poucos soldados que recuavam desesperados para sair do campo de visão dos Garous. Até pensa em segui-los, mas seus companheiros precisavam mais de sua ajuda naquele momento.

Começou então a retornar para a forma glabro enquanto se aproxima primeiramente de Mayra e ajudando-a a se levantar.

- Você está bem?

Olhou envolta então e questionou a todos:

- Todos estão bem?

Caminhava por um corredor completamente iluminado. Parecia o corredor que tinha visto num filme do qual não recordava agora, mas que se passava na Idade Média, mais exatamente nos castelos da Idade Média que o Roedor conhecera apenas através dos televisores. Vasos com plantas decoravam o ambiente e Cabelinho sentia Gaia tocando-o com sua energia. Era como um calor gostoso quando se encontrava o primeiro amor, e Cabelinho teve muitos amores, Flavia Alessandra, Gwyneth Paltrow, Jennifer Lopez, Beyoncé, mesmo que elas não soubessem disso, ele as amou em algum onde e algum quando no passado.

Enquanto caminhava pelo corredor, muitas portas estavam presentes, além dos vasos. Todas elas com diversos números. Tentou a de número 631 e estava trancada, depois a 764, também trancada, depois a 1, trancada também e ouviu o abrir de uma porta à frente. Sem hesitar e ciente de que seu destino era na porta semi aberta, caminhou até tocar na maçaneta da porta, sem muita coragem, mas se lembrou do ex totem de sua matilha que tinha o dogma de não ter medo de nada e sempre demonstrar coragem. Sorriu de leve e abriu a porta. Seus olhos são preenchidos por chamas quentes, de uma temperatura agradável, apesar de sua intensidade. Esta foi sua última visão daquele lugar.

De maneira inexplicável Cabelinho começa a voltar a si. Sabia que estava morto há alguns segundos e aquele calor sentido, onde quer que estava, ainda é sentido em seu peito como se estivesse sentado à beira de uma fogueira em um dia de frio. Seus dedos se movem aleatoriamente como que se tivessem sofrendo de algum espasmo. Este espasmo passa por todo seu corpo e logo toda a dor sentida antes desaparece na hora. Se levanta com muita facilidade, nem parecia ter sido atingido e por isso ele toca seu próprio corpo a procura de sangue e ferimentos e percebe seu corpo estava completamente nu. Alguma coisa tinha destruído suas roupas.

Olhou em volta, confuso com a situação e percebeu soldados recuando com armas apontadas. Fugiam de que? Demorou um tempo para se situar, tempo suficiente para os soldados sumirem da sua vista. Sua missão era seguir até o carro da Esquadrão imediatamente, mas tudo a sua volta estava destruído, parecia ter sofrido ataques com chamas. Estava realmente confuso com tudo aquilo. Resolveu voltar para a presença dos outros garous e quando viu Kiba de pé, tentando ajudar Mayra, conseguiu apenas dizer:

-O que....o que aconteceu? Eu...eu....morri Asa Solitária....eu tinha....morrido....

Lágrimas vertiam dos olhos de Cabelinho. Sua experiência de ressurreição não parecia ter sido bem digerida pelo Roedor. Seus olhos buscavam seu Alpha e uma resposta plausível para o que aconteceu ali.

Kiba já ajudava Mayra quando Cabelinho surge no meio dos corpos que se recuperavam aos poucos. Assim como os demais ele também havia sido atingido pelas chamas da fênix e suas roupas agora não existiam mais.

Sentiu um pouco de vergonha, pois vários de seus companheiros eram mulheres, mas tentou se portar da forma mais racional e digna possível.

Quando percebeu que o Ragabash chorava, ainda assustado com tudo que aconteceu, levou a mão a cabeça de Paulo e puxou-o para um rápido abraço, dizendo para ele e para quem mais estivesse por perto:

- Fica calma parceiro... Vai ficar tudo bem...Foi Scott... Ele saltou a gente... Salvou todos nós...

Soltou então seu amigo e olhou na direção de Fênix de Prata, que também despertava de sua experiência de quase morte e então diz para o líder de sua Tribo:

- Os desgraçados levaram Scott. Ele despertou como a fênix, curou os feridos e reviveu os mortos. Agora ele precisa da gente...

Voltou seu olhar para os que já se colocavam de pé e diz:

- Ajudem uns aos outros, vamos pra Umbra e conversamos mais sobre isso no Caern...

A morte alcançou a feiticeira sem que ela tivesse sequer tempo de reagir, num instante estava ali, no seguinte desaparecera dos seus pensamentos. O espírito da vampira deixou seu corpo que se reduziu a nada. Vagando pelo ar ela seguiu em direção a sabe-se lá onde. Um encontro com Telyav? O ceifeiro? Morte, dos cavaleiros do apocalipse. Faria sua passagem, incapaz de transcender pela segunda vez. Deixou de ser maga e se tornou cainita. Aparição? Não. Apenas o sem fim e a viagem pelo Lete.

Mas algo deu errado, ou diferente. Quando ela via a luz, ou seria a escuridão absoluta, o brilho foi mais forte do que seu pensamento. Ofuscada pelo brilho da fênix ela surgiu de novo, de pé, nua, diante daquele beco inexprimível. Sua morte tinha sido revertida. Mas como?

Não queria saber. Não nesse instante. Ao seu redor o caos das chamas. Aqueles que a tinham atacado, quem eram, todos vivos. Feridas? Nenhuma. Fugir. Foi tudo em que ela pensou nesse instante. Nada em suas mãos, nada em seu corpo. Apenas a vida. Respirava? Não! Usou do sangue para aumentar a sua destreza. O quanto e tão longe poderia correr sem ser atingida pelos seus adversários?

OFF: Uso 3 pontos de sangue, se ainda houverem, para aumentar a destreza de Fátima e correr na direção que estiver mais viável.

As coisas aconteciam numa velocidade tão intensa que Selene não sabia como entender o que acontecia. O ataque vinha de todos os lados, e as ferramentas da weaver iam derrubando um a um inclusive ela. O fim tinha um gosto amargo de derrota em sua garganta e se misturava com o sangue que expelia em seus momentos finais, mas ao fechar os olhos reabriu-os e o que vira não era algo que imaginaria um dia ver. A Fênix, bem ali, diante dos seus olhos por um breve momento. Não podia acreditar.

Durou pouco. O rapto da Fênix deixa Selene perplexa e a Fúria Negra pega seu arco e começa a disparar em vão contra uma nave que desaparece sem deixar rastros. Nota o exército inimigo recuando e se mantém de pé com o arco em riste. Nota também que uma estranha tentava fugir e imagina que, não sendo Garou, era a caça da noite e aponta seu arco na direção da mesma e acerta uma flechada no tronco da maldita enquanto chama a atenção de Kiba para o fato:

- Asa Solitária, a caça!

Tentava ainda manter algum foco, suas redes espirituais lhe ensinaram a não deixar que emoções lhe tomassem o lugar da racionalidade. Com os olhos, procura por Tolerância Zero e Nymmeria, suas irmãs de tribo.

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Fátima tem que absorver 6 agravados.

Depois de tantas batalhas, de tantos inimigos incrivelmente poderosos, humanos com recursos da weaver eram os algozes que ceifavam a vida da Fianna. Mayra sente cada pingo da dor do golpe que lhe ceifava a vida com a certeza de que tinha dado o seu melhor, mas que ainda deixava um destino a ser cumprido.

O golpe final tem o gosto amargo da derrota e Mayra estava cansada de sentir aquele gosto. O sentira no hospital, o sentira no Caern e agora naquele beco. Era o fim, mas o fim podia também ser um novo começo e um brilho forte é tudo que a Fianna consegue enxergar ao seu despertar. Não identificara exatamente o que era o brilho pois tudo fora tão rápido, mas as palavras de Kiba e fica ainda mais perdida.

*Scott, a Fênix? Como isso é possível?*

A Fianna não era uma Theurge e não tinha ideia de como compreender aquilo. Acena com a cabeça quando é perguntada se estava bem e já ia para a umbra quando Kiba chama todos para isso, deixando o exército inimigo fugir por opção, mas a chamada de Selene chama a atenção de Mayra que antes de entrar espera para ver se Kiba daria uma nova ordem ou se deixaria aquela mulher nua alvejada por flechas fugir também.

Philip entrava no beco com seu facão em mão, sua mente estava em total estado de Esquecimento, apenas sentia o cheiro de sangue e da morte e já via seu facão banhado com o sangue dos inocentes, o Theurge não demora nenhum segundo observando aquelas pobres pessoas naquele beco fétido.

Rapidamente o alto homem de nome irlandês e feição de nenhum amigo se move, as crianças levantam o olhar assustadas, mas podia ser só alguém passando, afinal, nunca olhavam para elas, estavam acostumadas a isso, a serem ignoradas sempre, ninguém olhava para alguém nas condições delas, nem mesmo quando pediam dinheiro ou comida, nunca eram vistas, era muito estranho e assustador o olhar fixo de Philip, além do mais por elas, crianças e inocentes poderem perceber o fogo primordial nos olhos do Fianna.

Passo a passo, e o som dos coturnos ecoando pelo beco silencioso, a água de uma poça próxima turva pelo pisão ultimo que o motoqueiro dera, uma das garotas pequenas cutuca sua mãe que não vira nada, estava concentrada na comida e aponta para o Garou, no entanto, é absolutamente ignorada como toda e qualquer mendiga seria, apenas que dessa vez seria diferente.

O Facão levanta sem nem mesmo ter sido percebido, tudo acontece do jeito que planejara, o facão desce em um ângulo de 45° diretamente no pescoço da senhora, o sangue explodindo em todas as direções mancha a face e a barba de Philip que sente o cheiro de sangue e apenas rosna, os gritos esganiçados das crianças em temor completo é escutado, a menina que estava a esquerda da mãe se levanta e corre, mas na direção errada, para o fim do beco sem saída, o sangue nem bem escorria e a outra criança olhava diretamente para o Garou, com apenas uma torção de punho ele gira o facão diretamente do pescoço da mãe para golpear a outra criança, decapitando-a com um golpe preciso, o líquido vital, vermelho e viscoso escorre do pescoço da criança para seu peito e costas, enquanto, lentamente seu corpo cai, da posição semi-ajoelhada que estava para o chão, ao lado da mãe que ainda agonizava com a perda absurda de sangue.

O Theurge traz o facão para sua boca, a sede de sangue não estava extinta, ele lambe sua faca sem no entanto parar seus movimentos, ele anda até onde a segunda criança estava na parede no final do beco, sua faca pendendo na lateral do seu corpo, ele olha com seus olhos matadores e com sangue em todo o seu corpo, aponta o instrumento de matança para o peito da menina e fala.

"- Sabe o que acontece agora que matei?"

Ele levanta a faca e com um violento golpe vertical com as duas mãos parte o crânio da menina em desespero em dois, e sussurra.

"- Matarei..."

O beco, já silencioso, se mantém num silêncio maior ainda, o único barulho era o do sangue ainda gotejando do pescoço da mãe, pois ela jazia semi-morta e quase exangue, enquanto suas filhas estavam absolutamente mutiladas e mortas, em meio a isso o Garou apenas cai de joelhos numa poça de sangue, sentindo o sangue na garganta, em suas narinas, em todo o seu ser, larga o facão ao seu lado, não podia crer no que fizera, mas havia feito e três corpos ali jaziam.

O Senhor das Sombras estava muito ferido e pronto para sair pela Umbra, no entanto algo atinge sua cabeça, o vermelho toma sua mente e a última coisa que faz antes de morrer pela segunda vez em sua vida e gritar de raiva.

Mas novamente, como da última vez, ele vê asas o resgatando dos braços de Caronte, asas negras, só que dessa vez brilhavam, não eram negras, em meio a sua experiência de quase-morte ele vê uma ave de fogo o buscando, era uma fênix, novamente ele não morreria.

Flávio abre os olhos caído no chão, ele não acreditava no que acontecia, novamente ele não morrera, segunda vez que tomara um tiro na cabeça e voltava para contar a história, começava a acreditar que o Diabo tinha um plano para ele, e não o queria fora daquele Inferno que era a terra, ele fecha os olhos e começa a se levantar, quando então vê Selene falar algo e disparar seu arco, sem se preocupar com nada além disso ele usa sua Fúria para crescer seus músculos para Glabro, então ele dispara com muita rapidez em direção à Vampira que tentava fugir, aparentemente não tinham conseguido matar aquela desgraçada, nem se importa de estar nu, muito menos de os soldados estarem fugindo ou dos prédios em fogo ao seu redor.

Ele salta em direção a desgraçada da sanguessuga, a agarrando e tentando imobiliza-la.

OFF: Fatima tem q ter 4 ou mais sucessos num teste de Força + Briga para sair da imobilização.
Gastei 3 de Fúria.

O desespero toma conta de Nymmeria, que vê quase todos os seus companheiros feridos atá a morte por aqueles estranhos soldados robóticos. Por um instante, pensa se caberá a ela o mesmo papel do soldado de Maratona, que, como último sobrevivente de um massacre, corre para dar a notícia do que havia acontecido.

Seus lábios se escancaram, em um grito que não sai, preso à gargante, e os olhos enchem-se de lágrimas ao ver Selene e Tyrion morrendo, e a Galliard não sabe mais se tenta levar os corpos dele, ou tenta se salvar antes que o mesmo acontecesse à ela.  

Porém acontece algo que Nymmeria jamais imaginara ser possível. Algo que nem em seu maior pico de criatividade seria capaz de inventar. Um Garou se transformando em uma Fênix.

Completamente estupefata, de olhos arregalados, observa a manifestação tão poderosa que é capaz ate mesmo de trazer de volta à vida todos os que haviam caído, destruir em segundos, todos os que antes o ameaçavam, e Nymmeria contemplava tudo, em um misto de temor, fascínio e choque.

Choque que demora a passar, embora ao ver Scott sendo levado pela gaiola, ela estende o braço, numa vã tentativa de alcança-lo. Demora a aceitar, mas enfim raciocina, que precisavam salvar o companheiro.

A Galliard tenta gravar em sua memória qualquer detalhe que pudesse guardar da nave, qualquer número escrito nela, quaisquer características que parecessem peculiares. Quem sabe isso poderia ajudá-los a acha-la?

Porém, o objetivo logo precisa ser deixado de lado naquele instante. Nymmeria reconhece a figura que tentava fugir, e brada aos outros.
- A vampira!

Corre até ela, pronta para atacá-la, caso ela escapasse da imobilização de Flávio.

Igor sentia o calor primal irradiar por seu peito e, por mais que isso pudesse parecer estranho, via a si mesmo através do olhos de Scott. Sentia a fúria em seu estado mais puro percorrendo-lhe o corpo, mas já não tinha certeza se era em si mesmo ou em Guardião-da-Honra. A estranha sensação de familiaridade que sentia para com o juiz parecia agora ser algo muito mais profundo, um elo, no qual suas emoções se misturavam num furacão de fogo e fúria. Sendo atingido por uma rajada de tiros, o corpo do cliath tocou o chão, à beira da morte, fazendo-o pensar se tudo que fora profetizado acerca de si acabaria naquele beco, cercado de humanos, armas e máquinas.

Então, Scott levantou-se das cinzas de sua própria vergonha, como a lendária Fênix. Repentinamente, Igor sentiu-se revigorado. Era como se o próprio Hélios lhe emprestasse suas forças para enfrentar o trágico destino que parecia inevitável.

Erguendo-se da poça de seu próprio sangue, já sem suas roupas que foram completamente destruídas pelas chamas, o lua crescente viu o fogo e a fúria da Fênix destruir e, ao mesmo tempo, fazer renascer tudo ao seu redor. Todos os que foram mortos pareciam ter sido trazidos milagrosamente à vida e as forças inimigas eram varridas pela onda de destruição. Parecia que o "Herói-Improvável" estava, contra todas as expectativas, salvando o dia. No entanto, levando em conta as proporções que aquilo estava tomando, era possível que tudo saísse do controle.

Igor começou a caminhar na direção da Fênix, o espírito precisava ser contido e, naquela situação, via-se como o único que poderia fazer aquilo sem ser completamente desintegrado pelo espírito. Mas antes que completasse o segundo passo, para a surpresa de todos, uma nave capturou Guardião-da-Honra e o levou embora, encerrando-o de volta em sua forma original.

Todos começavam a se levantar, mas Igor não conseguia pensar em nada além de Fênix-de-Prata. Atravessando o beco em direção ao líder dos Presas de Prata, o theurge se aproximou, estendendo-lhe a mão para que se levantasse.

- Parece que você deve mais uma à Fênix agora, Adock. - Alguns poderiam encarar como uma piada, mas o tom grave na voz de Igor não dizia isso. - Guardião-da-Honra é o avatar da Fênix, era isso que significava a ligação que eu sentia com ele.

Virando-se para todos, disse num tom para que todos ouvissem. Apenas quando olhou ao redor percebeu que todos estavam nus. Mas, diante da situação, era um mero detalhe.

- Theurges, conduzam suas matilhas para a Umbra para que ninguém se perca. Utilizem o espelho para facilitar a passagem. Não é seguro permanecermos aqui por nem mais um minuto.


Virou-se novamente para Fênix-de-Prata.

- Vamos, chefe?

Kiba já se preparava para partir para a Umbra quando Selene lhe chama a atenção. A vampira, de alguma forma, também havia voltado a vida depois que a fênix havia surgido.

Felizmente os membros da Titãs agem rapidamente para conter a situação. Definitivamente se a maldita saísse viva depois de tudo aquilo aquela missão seria um total fiasco.

Kiba começa a caminhar na direção de Flavio e Nymmeria, mas antes de chegar até a vampira o Ahroun sinaliza para Igor e diz:

- Só um instante Igor... Temos que terminar isso.

O Presa de Prata chega até Flávio e coloca a mão em seu ombro, acenando com a cabeça em sinal de agradecimento e se abaixa para olhar bem para Fátima, dizendo logo em seguida:

- Como você voltou eu não sei... Mas felizmente vou poder saber o que você quase levou pro túmulo.

Ele então olha na direção de Tyrion e sinaliza para o Presa de Prata:

- Tyrion, preciso de 1 minuto seu antes de partir...

O Ahroun se levanta novamente e diz para seu irmão de Tribo:

- Quero saber o que essa maldita fez com as crianças que sequestrou na noite passada... E saber onde os amigos dela se escondem...

Provavelmente Fátima não falaria de forma fácil e não tinham tempo sobrando para torturar a desgraçada. Tyrion era o unico ali que poderia arrancar as informações que precisava de forma rápida.

Kiba pouco se importava como os outros da Seita o veriam, pois aquela vampira não sairia daquele beco com vida, isso era um fato.

Prefere não responder nada e apenas mantém seu olhar em Tyrion até que ele se aproxima da vampira. As perguntas foram feitas, mas Kiba estava bastante apreensivo com a primeira resposta. Talvez, só talvez, seus sobrinhos ainda estivessem vivos e aquela noite não seria uma tragédia completa.

Nymmeria tinha opiniões conflitantes em relação ao que acontecia. A caputra da Fênix era sim, uma questão urgente, porém, não resolver o problema da vampira ou deixá-lo para depois, também não lhe parecia uma escolha sensata.

A Galliard tinha seus truques de persuasão, mas pelo chamado que Kiba fez ao Tyrion supôes que as habilidades do Ragabash já fosse notórias e eficientes para lidar com isso.

Bastava apenas confiar em sua memória para guardar as informações que pudessem ser importantes. Apenas guardar, já que dificilmente eles resgatar os bebês quando a Fênix estava em perigo, a não ser que o grupo se dividisse...

Flávio apenas mantém a Vampira imobilizada para que fosse interrogada, em breve teriam informações relevantes, e por isso decidira tão rapidamente aprisioná-la antes de terminar o serviço.

Philip estava ajoelhado no beco em meio a uma poça de sangue quando recupera o controle sobre seu corpo, precisava sair já dali, não tinha o que fazer quanto aquelas almas e aquele massacre, mas não podia ser pego ali, sua moto poderia ser encontrada facilmente, então ele rapidamente limpa seu facão, o embainha e sai do beco, indo para sua motocicleta, iria rapidamente e sem delongas para a casa de seu tio, lá o irmão de seu pai desmancharia a moto, ele entendia que não devia perguntar tudo o que acontecia para Philip, pois não entenderia toda a Nação.

Psicologicamente o Fianna estava abalado, mas se preocupava mais ainda com o que ocorrera com aquela bola de energia, e se todos os espíritos atingidos tinham entrado na sede de sangue que entrou nele.

Igor percebeu que seu alpha estava cego pelo desejo de saber sobre os filhotes, e parecia não estar medindo as consequências de permanecer naquele lugar por mais um instante que fosse. Observou-o se aproximar e pedir à Tyrion que arrancasse da vampira as informações, atitude com a qual até mesmo o anão se surpreendeu. Ainda assim, à despeito do alerta do lua nova, Kiba manteve o interrogatório.

Igor empertigou-se, lançado um olhar rápido para medir a reação de Fênix-de-Prata, que já estava claramente irritado. Antes que o próprio líder da tribo tivesse que chamar a atenção de Kiba diante de todos, o theurge decidiu intervir.

Caminhou até o lado do ahroun, parando ombro a ombro com ele, como se estivesse cruzando seu caminho. Sem se importar com o que Kiba estivesse perguntando à vampira, disse num tom baixo, olhando fixamente para o espelho. No máximo Tyrion ou alguém mais próximo, e atento, ouviriam as palavras de Igor.

- Eu não sei o que você está pensando agora, mas a Nação é mais importante que o fim que os filhotes possam ter levado. Se você ainda tem algo a descobrir sobre isso, leve ela daqui e faça o interrogatório noutro lugar. Nós temos que salvar o Scott, e eu estou levando o Esquadrão para a Umbra junto com os outros... - fez uma pausa e, finalmente, virou o rosto para encarar Kiba - agora.

Sua expressão era resoluta e sua voz era firme e decidida. Porém, não havia desafio na voz de Igor, embora para Kiba talvez pudesse parecer uma afronta clara à ação que ele começara a empreender. Mas era uma atitude estúpida demais permanecer ali, não apenas por terem de se organizar para resgatar Scott, mas porque se o Véu ainda não fora dilacerado naquela noite, permanecer ali daria a ocasião perfeita para isso. Além de que não havia garantias que um novo grupo da FESN pudesse encontrá-los naquele beco e, dessa vez, não havia uma Fênix para salvar o dia.

Virou novamente o rosto para frente, respirando profundamente uma vez, deixando o ar escapar pesadamente.

- E então, você vem com a gente, Kiba?

Uma nova pausa de poucos segundos se fez, quando Igor começou novamente a caminhar na direção do espelho. Olhou para Cabelinho e Mayra, fazendo uma menção com a cabeça esperando que o acompanhassem.

Kiba tenta confortar Cabelinho diante de sua experiência pós morte, mas o Ragabash parecia um pouco catatônico no momento e balbuciava sem parar:

-Minha porta não tinha número.....minha.....não....número....não tinha....minha porta.......a...porta.......

O garou estava nu, assim como todo mundo presente, mas Paulo não tinha pudor nenhum. Nem mesmo se tivesse em sua sã consciência ele teria. Quantas vezes na vida não teve roupas para vestir ou apenas um trapo que escondia suas partes? Inúmeras. Ficar nu não lhe dava nenhuma vergonha.

As palavras de Kiba tentavam chegar na mente do Roedor, sem muito sucesso. Ouviu um grito de alguém sobre uma caça ou coisa parecida, mas não se tocou o que era, estava preocupado com o número inexistente na sua porta. Também ouve vampira de alguém que ele não conseguia reconhecer no momento e nem se dá conta que ainda era um garou que, há minutos atrás, estava caçando sua matilha.

Muitas outras pessoas falavam ou Cabelinho estava alucinando? Aos poucos ele retornava de seu trauma. Provavelmente seu subconsciente enjaulava, assim como fizeram com Scott, as lembranças das quais ele não conseguia lidar. Isso aconteceu no ato de sua primeira mudança, porque seria diferente? Viu Kiba se aproximar da vampira capturada e como se a mente de Cabelinho dissipasse uma névoa, ele voltou definitivamente para a realidade.

Olhou em volta e resolveu se aproximar do grupo que segurava a vampira. Era interessante ver Tyrion fazer sua “mágica”. Poderia aprender muito com ele se o Presas o tutorasse no futuro. Assim que se aproximou, ouviu as palavras de Igor com curiosidade e apreensão. Não estava entendendo direito sobre Fênix ou coisa parecida, mas parecia ser um assunto sério. Assim que Igor começa a se afastar e ele olha para Cabelinho, o Ragabash abre um sorriso tímido e tocando no ombro de Kiba, diz:

-Desculpe....eu....eu não sei direito o que aconteceu comigo.

Sabia muito bem. Mas não era hora de falar sobre isso, ainda. A tensão na Esquadrão era palpável, pelo menos pela perspectiva do Roedor de Ossos. Mesmo com as palavras e o olhar de Igor, Cabelinho esperava as ordens de Kiba.

A feiticeira corria e, por um instante, pensou que poderia escapar. Mas logo sentiu-se atingida por algo que a feriu profundamente. O que era? Não pode ver. O golpe de Selene a deixou desnorteada, mas ao mesmo tempo irritada. O que fazer se não era capaz de correr dos inimigos? Ia morrer mais uma vez? Ela não se esforçou para correr, quando Flavio a agarrou. Que ele a segurasse. Teria seu momento de vingança, se fosse necessário.

A clareza de pensamento era o que precisava. Essa era sua arma e não o seu corpo, mas o toque de Flavio era o próximo passo. O pensamento dual. Vejamos do que era capaz. Ao ser questionada por Tyrion tudo o que estava em sua mente era forçado a sair. Não queria, nem podia, entregar sua família. Mas também era incapaz de resistir à imposição de vontade do anão. Nua e sangrenta, começou a falar.

- Se eu soubesse que aquelas coisas tinham alguma coisa  a ver com vocês não mexeria com elas. Queria crianças, recém-nascidas. Puras e simples. Se bem que dizer isso não vai me livrar a cara. Sacrifício, sangue, vida. Estava ferida e temos poderes que podem nos curar de todos os danos usando a vida de inocentes. Mas por Telyav! Eu precisava pegar um maldito filho de lobo? E, a capela da minha família fica no seguinte endereço... Outro ponto de reunião entre os vampiros é o Centro Cultural Banco do Brasil. - ela falava com uma clareza que surpreendia, diante das feridas que envolviam seu corpo. Concentrava todo o seu poder mental, mas foi incapaz de resistir e deixar de escapar. Não tinha problemas com o Centro Cultural. Mas a capela? Não deveria fazer isso. Se sobrevivesse à situação teria que ser exemplarmente punida. Mas talvez pudesse ter tempo suficiente de avisar aos outros.

- Já nos escondemos na Ilha Fiscal, mas devem ter visto o que aconteceu com ela. Não sei o esconderijo de todos nós. Somos mais do que até mesmo eu imagino. O lar de minha família era em Vargem Grande, mas fomos atacados na noite de ontem. Boa parte daqueles do meu sangue foram destruídos por alguém como vocês. Um lobo, que se disse Legião.

OFF: Fátima tenta ativar pensamento dual.

A ação de Igor de tentar se por ombro a ombro com Kiba não desviou o olhar do Ahroun que estava sobre Fátima, mas as palavras do Theurge sim.

Kiba sequer consegue acreditar na afronta feita ali ele olha com nítida raiva, raiva do que Igor havia acabado de falar. Sem duvidas ele não devia estar pensando direito, afinal estavam todos nus e jamais conseguiria tirar Fátima dali, não com vida.

Cabelinho então toca seu ombro, mostrando que estava ao seu lado naquele momento, o que fez Kiba lançar novo olhar para Igor.

A resposta já estava na ponta da língua, mas o fato e Fátima começar a falar lhe chama novamente a atenção.

Logo na primeira frase, ele tem vontade de esmagar sua cabeça bem ali, diante de todos, mas conseguiu conter sua raiva para ouvir tudo que tinha a dizer até o final. No fim, a Legião também estava atrás dos vampiros, ao menos daqueles. Ao final das palavras da maldita, Kiba olha para Flávio e diz:

- Pode terminar o serviço... Estamos saindo...

Ele caminha na direção de Igor e diz em tom para que ele ou quem estivesse perto pudesse ouvir:

- Nem você, nem eu, é dono da Esquadrão da Fúria, mas a próxima vez que quiser mandar em alguém, eu sugiro que me desafie pela liderança e vença.

Ele faz um segundo de silencio olhando para o Presa de Prata e no fim diz, soltando ar da mesma forma que Igor:

- Abra a passagem... A Esquadrão da Fúria está seguindo pro Caern.

Já estava diante do espelho para iniciar a abertura da passagem, quando seu alpha decidira finalmente dirigir-lhe a palavra.

Igor sabia que o temperamento arredio do ahroun encararia a intervenção à sua atitude estúpida como uma afronta, é claro. Mas preferia atrair para si um temporário desafeto com o alpha do que vê-lo sendo desmoralizado na frente das outras matilhas por seus atos impensados.

Kiba não era tão mais novo que Igor e já era superior em posto, além de líder de sua matilha. E estes eram feitos dignos de nota. No entanto, parecia claro que sua cicatrizes de batalha não lhe haviam trazido algo que, costumeiramente, faltava aos lua cheia mais jovens: a sabedoria. Suas paixões o inflamavam a ponto de deixá-lo cego ao óbvio e, ao passo que lhe traziam grande força em lutar pelos seus objetivos, podiam se tornar sua própria ruína.

O tom ríspido e quase indignado que Kiba usara ao dirigir-se ao lua crescente foram facilmente relevados porque, ao contrário do ahroun, Igor tinha consciência do que seu futuro representava para sua tribo e para a Nação. Brigar pela liderança de uma matilha seria, no mínimo, uma grande perda de tempo.

Ainda sério e visivelmente concentrado no que estava fazendo, Igor respondeu à Kiba:

- É uma decisão sábia, Kiba. Considere feito.

Igor queria todos de volta ao caern para que pudessem se reunir e planejar o resgate de Guardião-da-Honra. Se, pra isso, precisasse ferir o brio de líder de seu alpha, o faria sem pensar duas vezes.