[CAERN] Clareira Central

Dimas diz, sem sair do seu lugar:

_Ninguém quer sair da Matilha Balik, não se preocupe. - Olha ao redor - Acabamos passando por muita coisa e Garous de fora da Matilha tiveram de intervir. Na próxima vez, já vamos ter aprendido e vamos resolver os assuntos internos entre nós mesmos. Mas ainda estamos aprendendo e a ajuda de Tyron-rhya foi muito bem vinda e, digo por mim, será sempre bem vinda.

Disse a última frase olhando respeitosamente para o Presas de Prata. Depois, dá dois passos à frente:

_A proposta do amigo é boa e eu já havia sugerido algo semelhante. Podemos ir para a casa que Voz de Taranis mencionou há algumas horas. Precisamos de descanso e precisamos de colocar a cabeça no lugar. Esse estresse todo não pode fazer bem a ninguém e muito do que aconteceu foi devido à Fúria e ao mau uso das palavras. Mas tudo já está resolvido agora, certo?

O show termina com o desfecho esperado. A Fianna fica muito satisfeita pela defesa que Amanda fez de Kor. Desde que ele tinha entrado na matilha, Mayra tinha visto nele um homem que tentava conciliar as coisas e evitar problemas. Alguém que parecia se esforçar e gostava disso. Se todos se esforçassem pela boa convivência, a matilha andaria mais rápido. Era assim que Mayra pensava, embora soubesse que por muitas vezes ela mesma não cumpria essa lógica e isso deixava claro que ela não era ninguém para julgar os outros. O que não muda sua visão do que acha que funcionaria. Talvez fosse uma utopia. Ou só mais uma contradição da alma emotiva da Fianna.



*A crítica pode estar na nossa essência. A insatisfação também.*



Reflete um pouco enquanto as palavras de Balik e Dimas eram assimiladas e dizendo olhando para o Ragabash com a voz tranquila:



- Não deixemos que a Fúria fale mais alto que a nossa Sabedoria, ela já fez isso demais essa noite.



Olha para a Lua Cheia. A juíza ia para um lado se afastar. Os danos daquela que havia sido sua pior noite desde a chegada como cliath naquele caern poderiam demorar a serem curados e a ahroun diz:



- Ninguém pode impedir ninguém de sair se quiser, Dimas. Essa é uma decisão individual. 



A Fianna olha para Dimas enquanto fala com ele e, logo emenda uma nova frase passando seu olhar para os demais membros da matilha:



- Mas eu espero que ninguém saia. Não podemos nos dar por derrotados por uma noite ruim. Seria injusto com nós mesmos, seria injusto com essa matilha, seria injusto com nosso totem. A noite foi muito agitada, cansativa, de emoções fortes. Não vamos tomar nenhuma decisão de cabeça quente. Vamos pensar em tudo que aconteceu, refletir sobre o papel que cada um de nós teve para que as coisas chegassem a esse ponto e dar a volta por cima.



Tentava inspirar um pouco seus irmãos, diminuir o clima pesado. Sua Fúria havia sido toda gasta nas árvores, isso ajudava a tentar manter-se sóbria mesmo provavelmente sendo a figura emocionalmente mais instável daquele grupo de garous.

* A tensão de Amanda era quase palpável e, em verdade, Julian compreendia seus motivos. Não desejava estar na pele da Fúria Negra que tinha um grande problema em mãos e um Athro para contestar. A sentença se inicia com ressalvas e chega até o ponto de esclarecer qual o nível de envolvimento de Kor com sua matilha anterior. Julian conhecia a história bem demais, estivera presente no Templo da Justiça na data em que o Senhor das Sombras preferiu abdicar seus antigos irmãos mas preferia não lembrar da ocasião.. aquele fora seu primeiro dia como líder dos Roedores de Ossos, e havia sido forçado a assistir a morte desonrada de um irmão tribal. Apesar dos pesares, achou a ressalva produtiva. Quanto antes desmitificassem o passado obscuro de seus membros, mais forte a Esquadrão da Fúria poderia se tornar. Sentia uma estranha pontada de tristeza ao refletir: *

" Enquanto isso, meu passado continua escuro.. e talvez essa porra continue pra sempre.. "

* Deixa os pensamentos de lado para acompanhar um momento de discussão mais acalorada entre Tyrion e a Juíza. Entendia aquela raiva que a Fúria Negra apresentava, mas não duvidava que Tyrion daria uma carteirada de posto mais alto na cara de Amanda.. e de fato era o que acontecia. No entanto, gostara de apreciar a fibra com a qual a Fúria Negra defendia sua posição, autoridade e juízo. Reconhecia que aquele mundo não era um lugar fácil, e os menos convictos não sobreviviam.. fibra era necessária. O anão certamente não pensava assim, e era factível que não pensasse. Ninguem, por mais que pregasse o contrário, estava realmente pronto para assistir de bom grado seus maiores defeitos e/ou vergonhas sendo expostos ao domínio público. Chamar um Anão de Anão definitivamente não qualificava uma mentira, mas sem duvidas atingia o ofendido bem onde doía. Apesar de todo o furor do momento, maiores consequências não se desenrolam. Não se envolve e nem julga os méritos, a vida para os Roedores era bem mais simples: Cada um se vira como pode. A matéria de real interesse não demora a surgir e finalmente a sentença é dada por inteiro. Sussurros tivera sorte por Amanda ter retrocedido e sua punição não teria nada a ver com Pedras de Escárnio. No fundo, Julian se agradou com a decisão pois a matilha não necessitava de maior exposição. Assiste sua Juíza se retrair, visivelmente consternada mas assente a cabeça positivamente para ela, transmitindo apoio e pensando: *

" É... pro bem ou pro mal, tá feito.. "

* Sussurros, após um curto período de silencio, é quem toma a voz e era justo que o fizesse, era o julgado. Em frases aparentemente sinceras, o Uktena agradece o trabalho da Juíza que lhe aplicava a pena e, embora a situação não provesse motivos necessários para que o theurge saísse agradecido, não enxergava motivos para duvidar da verossimilhança daqueles dizeres. Sopro-da-Tempestade, seu novo tutor, também recebe sua quota de palavras açucaradas.. mas açucaradas ou não, gratas ou nem tanto, o tom rascante e anasalado que deixava a boca do Xamã ainda era digno de pena. *

" O maluco tem cara de argentino e é feio pra caralho. Como se já não fosse o bastante, ainda fodem com voz do cara.. ninguém hoje tá num dia de sorte.."

* Quando a conversa atinge o Anão, Sombra-do-Rei, Esquecido deixa de prestar atenção e olha para sua matilha. Aquela conversa paralela lhe importava pouco, mas o que Balik, seu segundo irmão de matilha mais antigo, tinha para dizer lhe importava muito mais. Havia sabedoria no Wendigo, uma sabedoria brutal. Algo que lembrava terra e rocha.. talvez gelo. Uma sabedoria mais antiga do que aquela formada pela era tecnológica que viviam. Ouve com atenção aquelas palavras, com o peito pacifico de quem concordava. Não considerava necessário, no entanto, o desfecho inquisidor. Dimas tenta amaciar a discussão e promover um certo tipo de paz, embora talvez instável. Mas uma paz instável era melhor do que paz nenhuma, e por isso agradece mentalmente ao Curandeiro por tentar por panos quentes na situação e sinalizar que ninguém sairia. É então que Mayra se adianta para contribuir com a discussão lembrando os danos da Fúria e assinalando que a decisão de abandono da matilha era individual. Julian, pessoalmente, achava que ninguém seria fraco e covarde ao ponto de simplesmente pular do barco mas nada mais surpreenderia naquela noite. Em silencio, espera que a Fianna finalize suas palavras apenas para concluir que era bons dizeres. Novamente a paz estava sendo pregada com sabedoria e, curiosamente, era uma Ahroun quem, em plena lua cheia, fazia o trabalho que o Galliard deveria ter feito. *

* Olha para Kor apenas para testemunhar que este trocava palavras com Sussurros, seu assistido, e que, portanto, talvez ninguém mais tivesse o que acrescentar. Já que o Senhor das Sombras se omitiu em incentivar a matilha naquele momento importante, o Roedor se voltou para Dereck.. mas este também não se pronunciou, talvez evitando expor a voz amaldiçoada do chacal. Assim sendo, Esquecido simplesmente avança um passo para se coloca em evidencia e expõe, direcionando a todos com um tom curiosamente casual, como se o pior já tivesse passado: *

- O que o Ragabash diz é real. O lobo sozinho morre, a matilha vive..

* Reflete: *

" A menos que lobo seja um sacana de um Roedor.. ai ele sobrevive até se tiver que comer merda no inferno.. "

* Olha para todos os presentes antes de prosseguir, no mesmo tom, embora com o semblante ainda endurecido: *

- Nóis passamo por uma caralhada de merda hoje.. um grande balde de bosta, na verdade.. mas se vocês quiserem, isso pode acabar dexano essa matilha mais forte. Não depende só de mim, nem do Dimas, nem do Sussurros, nem da Mayra. Depende de geral. Então comecem a pensar como uma porra de um grupo, e a Wyrm ainda vai tremer que nem uma cadela quando ouvir falar de nóis. Não vou mentir pra ninguem, o papo é reto: Não façam isso e, na melhor das "hipotéticas", cês vão tá dando razão pra todo feladaputa que riu da nossa cara hoje.. na pior, a gente tá morto.

* Termina aquele discurso com um final agourento de forma proposital. Era necessário que cada um compreendesse a extensão da responsabilidade individual para a sobrevivência da matilha. Muitos ali ainda eram jovêns e ainda não tinha visto o pior da guerra com a profanadora.. mas Esquecido já havia visto muito sangue ser derramado, dos dois lado, e sabia a realidade cruel que os aguardava. A grande verdade é que estavam lutando uma luta desesperada.. e sem ordem, sem comprometimento, estariam todos bem fornicados, meros joguetes do diabo ou qualquer que seja o nome que queiram dar. Observa suas palavras surtirem efeito e prossegue, agora suavizando o peso das palavras ao nível anterior: *

- Então sejam fortes, porque vão têr que ser. E aprendam o significado de ter irmãos.. porque é isso que era pra sêmos.

* Fixa os olhos em Cabelinho de Fogo, depois em Balik e em Dimas. Observa-os por um instante antes de prosseguir: *

- Balik e Dimas, cês vão caçar junto com o Cabelinho. O café da manha da matilha tá na mão de vocês..

* Instintivamente soube que era bom distribuir responsabilidades e aquilo talvez fizesse o grupo entender que todos viviam em prol de um todo agora. Vira-se para a Fianna que a pouco havia pregado a união, apesar de te-lo ignorado, dizendo: *

- Mayra, cê vem comigo.

* Corre os olhos por todos que não haviam sido ainda citados e completa: *

- Os otros tão com o resto da noite livre. Aproveitem pra pensar em toda essa pica que tiveram que sentar e estejam preparados, porque amanha a matilha precisa de vocês.

* O ultimo comentário havia lembrado Esquecido de que ainda havia algo a acrescentar, talvez o mais importante de tudo. Demora-se por um instante, avaliando qual seria a medida mais benéfica e logo abre um sorriso bastante despreocupado para seus irmãos, acrescentando a novidade que talvez pasmasse muitos: *

- Amanha, a Esquadrão da Fúria precisa de todos vocês. Porque a liderança da Seita decidiu que a porra da Colméia no nosso territóriu tem que cair, e nóis vamu fazê isso. Amanha, nóis vamo bota fogo naquela porra e ver uns Dançarinos queimando, se mijando pra ver se a dor passa. Então estejam prontos e fiquem firmes. As 8 da manha, quero geral no ponto de encontro, temo treinamento de guerra. Ta mais do que na hora de sangrar a puta da Wyrm!

* Ainda ostentando um meio sorriso profanamente obsceno e desencanado, finaliza, dando a ordem de partida: *

- É isso ai negada.. bora cuidar da vida.

* E apenas aguarda a movimentação, porque a Esquadrao da Furia estava em guerra. *

Mayra complementa a fala de Dimas dizendo que a saída da Matilha é uma decisão individual. Dimas tinha falado pelo grupo de novatos, na verdade, pois sabia que Balik se dirigia a eles. Mesmo assim, a ruiva falava a verdade e Guardião apenas concordou. No fim, a Fianna sugere a reflexão reforçando o que Dimas havia falado. Depois Sussurros e Tyron começam a conversar e Kor fala algumas coisas para o Uktena também. Dimas não presta muita atenção, pois vê que Kor já estava começando sua função de tutor. É então que Esquecido toma a palavra e Guardião dos Segredos apenas pensa que ele iria liberá-los para ir dormir, mas não, o Roedor de Ossos começa a discursar e suas palavras eram dignas de um Galliard em seus dias mais inspirados. O jeito que ele falava não era um empecilho para o Filho de Gaia que havia crescido no Morro do Alemão e convivido com o dialeto de pessoas de baixa escolaridade, na verdade, foi só a partir do ensino médio que ele mesmo deixou de falar daquele jeito e de usar tantas gírias.

O Alpha faz um discurso a respeito de união, de família, de Matilha e aquilo faz Dimas se lembrar do sentimento que teve ao chegar ao Caern e ser tão bem recebido por Mayra e Kor. O sentimento havia se esvaído por causa da confusão, a união parecia mais uma demagogia, mas agora era novamente real, por algum motivo. Dimas pensou que Esquecido pudesse estar usando algum tipo de dom, porque suas palavras surtiam muito efeito nele que, embora fosse apenas um Theurge de Fúria baixa, sentiu seu lado guerreiro falar mais alto quando o Alpha lhe nomeou para ajudar Cabelinho na tarefa designada pela Doninha e, principalmente, quando ele pediu que todos estivessem ali pouco depois do raiar do dia para irem a uma Colméia. Certamente Guardião não conhecia uma Colméia ou não teria ficado tão animado, ou talvez esse sentimento fosse algo mais antigo, mais primal, mais parte do gene garou...

Seja como for, ele acena com um meneio de cabeça quando Esquecido o nomeia para a caça e põe uma mão no ombro de Cabelinho. Ao término do discurso, quando o Alpha já havia dividido as tarefas e dito que amanhã haveria a missão, o Crinos cinza com manchas brancas acena afirmativamente com a cabeça e se volta a Cabelinho:

_Pronto, resta só essa caçada e tudo vai seguir como devia ter seguido desde o começo.

Depois, se aproxima de Balik:

_Se não me engano você estava conversando com Tolerância Zero quando a Doninha decretou a punição para o medo de Cabelinho, bom, é o que Esquecido nos mandou fazer agora. A Esquadrão precisa caçar tudo o que for comer por três luas. E Cabelinho precisa abater sozinho algo maior do que ele, acho que isso é só uma vez. Como você conhece melhor o Caern e é o membro mais antigo da Matilha dentre nós três, você deve liderar a caça. Só não sei se vamos achar algo maior que esse menino por aqui... um boi serve, será?

A pergunta final foi com uma espécie de humor, por mais que a forma crinos não aparentasse tão bem um sorriso. Balik parecia ser bem sério e rígido, talvez até mau humorado, mas depois de tudo o que aconteceu essa noite e de tudo ter terminado, mais ou menos bem, Dimas se permitiu fazer a piada.

O circo havia acabado e Julian dava novas funções. Ela deveria seguir com ele. Para o quê? Ainda não sabia. Sente um impulso dentro de si querendo arrumar uma desculpa qualquer para se manter longe, mas sabia que a hora não era de polêmica e então apenas assente em concordância enquanto aguardava que Julian seguisse para ir junto dele.

Sussurros, apesar de ter sido absolvido da punição de Amanda, ainda possuía alguma coisa estranha nele. Como se Cabelinho nunca pudesse confiar nele. Achou que seria melhor terem dado logo a punição da Pedra de Escárnio só por ele ter nascido, mas as palavras de Tyrion foram maravilhosamente lindas.  Sussurros mais uma vez fica tentando falar naquela voz horrível e Cabelinho meio que faz careta quando o ouve. Era desagradável e ele sabia disso.

Cabelinho então ouve as palavras de Balik e ele quase ri. Ele era o Alpha agora para oferecer a saída da matilha aos outros membros? Era o Beta? Na concepção de Cabelinho a Beta era Mayra e não ele. Já não tinha ido com a cara feia de Balik, depois das palavras dele então, nem se fala. Balik comenta que deveriam seguir ao Ponto de Encontro da matilha e Cabelinho quase solta um audível: É mesmo?

Dimas responde Balik de forma tranquila como sempre. Ele era o exemplo do qual Cabelinho queria seguir. Olhou ao redor procurando o espírito urso e percebeu que a plateia que havia se formado já não quase não existia mais. Mayra também fala algumas palavras e acaba por dizer que não queria que ninguém saísse da matilha. Cabelinho sorri para ela, demonstrando que havia gostado de suas palavras.

Quando pensou em ir falar com Tyrion ele já tinha partido. Estava tão embasbacado com as palavras dele ainda que nem teve tempo de falar nada, de construir alguma coisa coerente para falar para ele. Kor responde à Sussurros, mas Cabelinho ouve apenas as palavras de seu Alpha, que pareciam muito mais importantes e ele assente positivamente às palavras de Esquecido.

Cabelinho sorri quando ele coloca Dimas para ajudar na caça que deveria fazer e eles ente a mão do irmão de matilha tocá-lo no ombro. Paulo ergue a cabeça e sorri para o Crinos malhado que era Dimas. Não gostara muito de levar Balik consigo, mas era uma ótima oportunidade de conhecê-lo melhor e talvez tirar aquela má impressão que ele passava. Quando Esquecido termina de falar, Cabelinho ergue a mão, querendo voz:

-Alpha.....e a  IngVild? Vamos deixar ela aqui? O Sussurros ainda vai arrumar um lugar para ela ser enterrada?

Olhou para o corpo sem vida da Ahroun que há minutos era de sua matilha. Cabelinho não tinha o costume de deixar conhecidos a míngua. Ele percebe que Dimas questiona Balik sobre ele liderar a caça. Mas Cabelinho sabia bem onde tinham vacas e bois para serem caçados. Na verdade, roubados. Espera tanto as palavras de Balik quanto as de Esquecido.

Ouviu também a chegada de um tal de Luke. Claro que não entendeu nada do final da frase dele e mentalizou positivamente que ele não entrasse na Esquadrão, afinal de contas já tinham Esquecido falando de um jeito estranho demais, dois não daria para aguentar.

Aguardava uma resposta do Alpha.

* Assiste a recepção da matilha ante suas palavras e aguarda as manifestações que porventura viriam. Dimas rapidamente assente com a cabeça tão logo a ordem de caçada é exposta e não perde tempo em se aproximar de Cabelinho e Balik para discutir os pormenores da ação. Julian deixaria que eles se virassem, era bom que começassem a resolver problemas sozinhos, fazia parte do crescimento enquanto Garou. Mayra, mais contida, também acena com a cabeça demonstrando aceitação. Definitivamente, um problema a menos.. muito embora não esperasse nenhuma reação diversa por parte da Fianna. A relação interpessoal entre os dois ainda era turbulenta, isso era fato, mas o senso de dever da Ruiva parecia preceder os sentimentos mais passionais. *

" Por enquanto acho que é o suficiente.. "

* Suas reflexões são cortadas quando um uivo anuncia a chegada de um novo Garou na Seita.. Pantaneiro era seu nome e sua apresentação inicial pouco ortodoxa revela pouco, além de uma vontade avantajada de se mostrar como uma caipira nervosinha. Aquilo era o suficiente para Julian, que era o ultimo que poderia falar alguma coisa quando assunto era lingua portuguesa, sentenciar: *

" Esse porra tá com a lingua presa?! Alguém devia ensiná o caipira a fala direito.. "

* Deixa o assunto de lado e esquece completamente o sujeito recém chegado e volta a observar sua matilha a tempo de perceber afirmação de cabeça e a mão erguida de Cabelinho de Fogo, que desejava perguntar sobre o destino do corpo de Ingvild. Esquecido já havia anunciado por duas ou mais vezes que o responsável pelo corpo seria o Theurge Uktena e, portanto, conclui que Paulo estava inserindo a pergunta novamente apenas para garantir que Sussurros não se furtaria à chance de fazer a coisa certa. Observa o corpo sem vida por alguns instantes e estava prestes a responder quando Kor resolve que, depois de muitos discursos e palavras motivacionais já ditas, queria também deixar sua contribuição. Redundantes ou não, as palavras do Galliard eram bem intencionadas e era obvio que ele conhecia o oficio. Julian preferia ver ações do que palavras e só discursara anteriormente porque nenhum Galliard havia se prontificado.. no entanto, ali estava o Galliard e provavelmente mais era melhor do que menos, e antes tarde do que nunca. Novamente pretendia finalizar o assunto do corpo sem vida quando, e agora sim para sua surpresa, Kor demonstra pró atividade (não que julian conhecesse esse termo) e propõe a resolução do conflito ele mesmo. Esquecido esboça um sorriso largo e aponta para o Galliard com um dedo estendido, dizendo com seu tipico ar de malandro: *

- Tá ai..

* Ainda com o dedo estendido apontado para Kor, Esquecido olha para os demais membros da matilha enquanto dizia, ainda com um sorriso aberto: *

- .. um bom exemplo du que um poco de atitude e bom senso pode trazê pra matilha.

* Fixa agora os olhos em Sussurros dos Espíritos, a quem a tarefa havia sido inicialmente confiada e diz tanto para ele quanto para Kor, alternando olhares entre ambos e demonstrando deliberadamente que dava um voto de confiança para o Theurge Uktena recém julgado: *

- Não duvido que o nosso brother theurge ia resolver essa pica por conta própria, porque eu sei que ia. Mas fica assim então, dois é melhor que um. Façam o serviço.

* Sustenta o olhar apenas por tempo suficiente para se certificar que Sussurros havia entendido o apoio que estava recebendo e que Kor captasse a confirmação do pedido, para então indegar para todos: *

- Mais alguma fita?! Se não, as ordens tão dadas e é isso ai. Geral no ponto de encontro as 8, e quem chegar atrasado ou chapado demais vai virar a lavadera da Esquadrão.

* Ri maliciosamente ao final de suas ultimas palavras, sem deixar claro se estava falando sério ou não. Assiste nesse instante Amanda se retirando cabisbaixa após pedir licença e deixa que a Philodox siga seu caminho.. aquela teria muito sobre o que refletir naquele resto de noite. No mais, apenas aguarda qualquer outra reação para também partir com Mayra. *

O galiard escuta calado o que lhe é dito, e simplesmente não se incomoda com as palavras do ahroun, ele não mentira, sua voz era uma piada e sua situação não lhe conferia credibilidade, ainda sim ele faz o que tem que fazer, nota um princípio de fala por parte de Tolerância, mas o momento se perdeu, mas ele sabia que havia tocado um ponto importante, mesmo com a punição sobre si.

*Objetivo cumprido.*

Então se cala, e deixa aqueles de posto se manifestarem, e apenas observa o teatro do theurge.

Para a tristeza do infeliz, ele estava sob a tutela de um galliard e sob as vistas de outro, e observando a reação de cada um ante o nome, a presença e as palavras irritantes do uktena, ele tem entende que haveriam outros que ajudariam a sua vida ser simples por terem em um ponto, pensamentos semelhantes.

A decisão fora tomada, e a força de Tolerância medida... ele guarda a informação para sí e não ousa pensar para não trair qualquer interpretação errônea.

Assim, após terem deixado claro que não haviam mais questões de rituais e julgamentos a serem tratados e o alpha manifestado a liberação dos demais ele se senta ao chão aguardando o que tinha que ser feito e tira o seu smartphone e começa a navegar na internet buscando toda a informação disponível sobre a região em que se encontrava o ponto de encontro da matilha. Aguardaria até ver que o Galliard estivesse liberado e então falaria com ele, enquanto isso, usaria o tempo para algo importante, e começava a armazenar informações, e enquanto fazia isso, um sorriso de contentamento lhe aparece nos lábios... estava em seu ambiente...

*...finalmente!*

Um ar surpreso atinge-me ao ouvir a palavra "caça", e um sorriso sádico abriu-se em minha face imediatamente. Aceno positivamente ao Esquecido mostrando satisfação plena sobre a tarefa.

*Hmmmmmmm.....*

O Filho de Gaia se aproxima e então me explica a tal caçada com o moleque Roedor. Parecia simples, mas não havia nada tão grande como o roedor pela região. Observando de cima a baixo o moleque enquanto me indagava sobre quais animais caçar, recosto-me de forma despojada em uma árvore próxima.

*Cobras, Lagartos, Cotias, Quatis, Beija-Flor, Tucanos, Aranhas, Lagartas, Centopeias, Urubus,Papagaios... Argh, ele parece maior que isso tudo, impressionantemente.*

Dimas então finaliza sugerindo um boi, mas apenas o ignoro, boi não são caçados, são comidos. Talvez ele quisesse dizer búfalos, mas isso não existia aqui, o que nos restava apenas uma única opção em mente. Iria adorar ver aquele moleque em ação.

*Pena que os javalis ficam bem mais ao sul daqui....*

- Quando estiverem prontos. - respondia sério, mas de forma cortês, não parecia estar com pressa, apenas aguardava o roedor de puberdade avançada terminar de mamar no líder. Enquanto assistia Tolerância retirar-se com um nó no estômago.

Kor dá um showzinho tentando animar a matilha com suas palavras. Cabelinho não achou uma hora boa para aquilo, ainda mais depois de ter perguntado o Alpha sobre quem enterraria IngVild. O Roedor deu um meio sorriso para Kor e o Galliard se oferece a ajudar Sussurros no enterro de IngVild. Viu Amanda sair dali quase que como se quisesse não ser notada, apesar de suas palavras pedindo licença. Ficou com um pouco de pena dela.

”Tudo bem Kor. Vá encher o saco do Sussurros agora.”

Ele recebe a resposta de Esquecido e meneia a cabeça positivamente apenas e o responde:

-Mais nada da minha parte.

E então Cabelinho ouve que Balik estava pronto.

”Uhum...pronto para ficar quieto?”

Tentando ser gentil com o Ragabash ele responde:

-Tô pronto. E Balik....em Vargem Grande tem uns sítios e tals. Poderíamos ir para lá. Se eu pegar um boi ou uma vaca teremos comida para os três dias ou mais. Ou você conhece algum outro lugar melhor?

Ele pondera um pouco e conlui:

-Pena que vai ter que ser presas maiores que eu....conheço um lugar que tem uns ratos bem gordos e gostosos que todo mundo ia gostar. No espetinho então eles ficam crocantes por fora e suculentos por dentro.

Agora era só esperar Dimas e poderiam partir.

As ordens de Julian haivam sido dadas e a dispersão não demoraria a começar. Sem saber se Julian ia esperar por todos ou se já ia partir, a Fianna comenta:

- Vamos?

Lembrando que não tinha ideia de para onde iriam, indaga:

- Aliás, pra onde vamos?

Qndo o garou escuta seu nome e a insinuação alí presente ele prontamente guarda seu cel no bolso e levantando as mãos para Julian, sabendo que estava disponível fala:

- Sem problemas.

E sem cerimônias segue até o corpo, pega a cabeça e fala para os demais...

- Vamos?

Com a cara mais inocente possível, mas dando um sorriso sacana para Julian.

Sussurros estava aliviado. Depois de toda a confusão entendia melhor como funcionavam as coisas entre os Garous, e o show tinha acabado. Ficou contente de ter feito um aliado importante, pegou o telefone do Presa de Prata e se despediu cortesmente. Depois ouviu as falas de Kor, e foi lembrado de que tinha que enterrar Ingvild. Bem, ela merecia um enterro e se dependesse de todos ali ela seria jogada em um lixão qualquer. Esse não era o plano de Sussurros e se outros fossem junto, ele não poderia completar seu intento.

Assumiu novamente a forma Crinos e disse com sua voz de vitrola rachada:

- Senhor Kor, eu agradeço a sua oferta, e também a oferta de convidar Dereck para nos acompanhar. Mas eu gostaria de enterra-la sozinho. Acho que faz parte da minha punição e me permite pensar melhor sobre o que aconteceu. Preciso de uma atividade para clarear meus pensamentos. Você já fez demais por mim Kor e Dereck tem muito o que pensar. Por favor, me permitam dar cabo do corpo desonrado de nossa ex companheira.

Se forçou a dizer desonrado mais alto para que Amanda ouvisse enquanto se afastava. Ela precisava acreditar que ele tinha se regenerado. A tristeza dela era um bálsamo na sua alma e queria poder aumentar sua dor de alguma forma. Infelizmente estava em uma posição social inferior e isso teria que mudar para poder se vingar adequadamente.

- Suas palavras foram inspiradoras Esquecido, e suas também Sopro-da-Tempestade. Acredito em nossa matilha e não tomarei mais atitudes para desonra-la. Deixem-me pagar pelos meus erros.

Aquele teatro já o estava cansando. Ele não estava acostumado a mentir, era a primeira vez que o fazia, e ficou assustado com a facilidade daquilo. Esperava que não se tornasse um hábito. Tratar a todos como superiores seria sua maior provação.

Enquanto aguardava a resposta, um cara meio cowboy chega, mas logo é recebido por um sujeito diferente. Logo em seguida Cabelinho indaga sobre o enterro de Ingvild e Kor, depois de um discurso novamente inspirador, reafirma que cuidará disso. Esquecido então os relembra do encontro às oito. Dimas não sabia onde era o ponto de encontro da Matilha, mas Balik os levaria até lá. Falando no Wendigo, finalmente ele conversa com o Filho de Gaia. Sério como sempre e nem percebe a piada do Theurge. Cabelinho, por sua vez, leva a sério até demais a piada sobre o boi...

_Não se esqueçam de que, apesar de grande, devemos levar a caça para já servir de café da manhã. E acho que o ponto de encontro da Matilha seja na cidade, logo... devemos agir com cautela.

Pena que não poderiam passar pela Umbra levando a caça. Seria muito mais fácil. Dimas então completa:

_Vamos apenas nos despedir dos demais e já podemos partir para a caça, Balik e Cabelinho. E não conheço a região rural ao redor da cidade... deixo por sua conta.

Termina olhando para Balik. Depois sorri para os dois e se afasta, se aproximando de Kor, Sussurros e Déreck, a ponto de ouvir as últimas palavras do Uktena, palavras que agradaram ao Filho de Gaia que acreditou cegamente nelas:

_Bom amigos, desculpem interromper. Parece que as coisas terminaram até razoavelmente bem. Estamos de saída e em breve nos encontraremos no tal ponto de encontro. Até lá!

Bate no ombro de Kor se despedindo, sorri para os três e volta para perto dos outros. Se aproxima do Urso o acariciando e diz, mentalmente:

(telepatia)_Você foi corajoso hoje, meu amigo. Agradecemos sua ajuda. Pode voltar para descansar, pois agora sairemos em uma caçada e depois irei para a cidade, que pode ser perigosa para você. Fique pelo Caern, muitas pessoas já te viram e não irão estranhar a sua presença. Se precisar, me chame, pois farei o mesmo.

Depois disso, o Urso dá dois passos para o lado e atravessa a Película. Dimas, por sua vez, assume sua forma de Lobo para seguir a caçada.

Olha para Balik e acena, mostrando estar pronto para seguí-lo.

* Balik parecia ter respondido tardiamente sobre a questão da caçada e agora lançava ao líder um aceno positivo com a cabeça. Esquecido não sabia exatamente se o Wendigo concordava com seu discurso anterior, com a caçada ou com a decisão de deixar Kor auxiliar Sussurros com o enterro.. de qualquer forma, não importava, sabia que a mensagem havia sido entregue. Pegou-se reparando em Dereck que, em silencio, apenas senta no chão e retira do bolso seu celular de playboy, manuseando-o em seguida. *

" É negão.. numa dessas eu queria ver se mexendo nessa porra sendo maneta.. vou cobrar minhas brejas. "

* Julian esperava, principalmente, uma resposta de Cabelinho de Fogo, que havia levantado a questão do enterro. A resposta não demora a chegar e vem acompanhada de um aceno de cabeça e de uma declaração de que não haveriam mais pendencias ali. Menos mal, a caçada estava sendo organizada, a desova também e logo poderia partir. Mayra chama sua atenção, talvez ansiosa por deixar a Clareira Central para trás e encarar de uma vez por todas os momentos que estavam destinados, contra ou não sua vontade, a passar juntos. O Roedor não responde de imediato, limitando-se a escutar primariamente os agradecimentos de Kor e a indagação sobre uma possível presença de Cracker no enterro. Quanto aos elogios, não havia nada a ser agradecido.. foi por merecimento, do contrário não haveria elogio algum. Quanto ao enterro, Julian achava que o Galliard nem precisava de uma resposta.. e talvez realmente nenhuma fosse devida, pois Dereck logo se levanta e prontamente pega a cabeça da falecida Ingvild, sorrindo descaradamente para o alpha e anunciando seu interesse em ajudar. *

" Ta aí... resposta dada.. e esse negão do carai é playboy, mas tem uma cara de malaco da porra,rs.. "

* Antevia que finalmente tudo estava resolvido quando Sussurros encontra sua voz, se é que aquilo poderia ser considerado como voz, e elogia os discursos anteriores, não sem antes ressaltar que gostaria de seguir sozinho com o enterro. Esquecido não havia como saber se o Theurge havia captado o incentivo que havia recebido do líder em suas ultimas palavras, mas não importava mais.. antes que qualquer questão fosse levantada e requeresse seu aval novamente, o Alpha se adianta: *

- Cês tão com a noite livre e já pararam de tomar leitinho, então se resolvam ai. Por mim, só quero o trabalho feito, tá ligado?! Troca-troca ou qualquer coisa do tipo fica por conta de vocêis.

* Sorri despreocupadamente para o Uktena e para os Galliards, deixando claro que aquilo estava na mão deles para ser decidido. A zueira era meramente o modo que o Roedor de Ossos conhecia para demonstrar carisma, era carioca e era da rua, não havia como ser diferente. Aproveita o momento para direcionar sua ultimas palavras para o grupo de caça também, fixando Balik, Dimas e Paulo com os olhos enquanto dizia: *

- Lição de graça do papai Roedor. O que é pequeno demais prum Crinos, podi ser maior que um lobo..

* Imaginava que aquelas vagas palavras, que talvez contivessem alguma sabedoria, poderiam evitar que os porras resolvessem entrar num Zoologico e matar um Elefante por causa do tamanho. Sorri internamente com a perspectiva absurda antes de finalmente dizer para a toda a matilha: *

- Bora agilizar a vida, negada!

* Sorri um meio sorriso com seu tipico ar desencanado e finalmente volta-se para Mayra, que estava ao seu lado pronta para partir dizendo: *

- Cê ta de carro? Vamo ter que dá um rolê..

* Começa a andar em direção ao estacionamento do Caern, fazendo um certo suspense proposital antes de revelar o destino: *

- ... o hospital não é tão perto.

* Continuava sorrindo, sabendo que a Fianna ficaria confusa com as palavras vagas, mas esperaria se afastarem antes de dizer mais. Por hora, simplesmente segue andando e aguarda uma reação da Fianna. *

Observando o Roedor filhote dizer que conhecia a região rural, pondera em deixa-lo guiar, seria interessante ver como um filhote se saíria. Mas logo palavras nojentas ecoam pela clareira emitidas pela sua boca suja.

*Ele come ratos de esgoto!?  ARGH!  Nunca imaginei que comer parentes era tolerado em sua tribo.*

Com uma cara de desprezo e repulsa inclino-me para o lado pigarreando e cuspindo ao chão. Desencosto-me da árvore e falo rapidamente ainda com uma cara de nojo e repulsa.

- Já que conhece a região você nos guiará. Vamos até Vargem Grande. Mas preciso de um tempo para me preparar, aproveitem tbm para fazerem o mesmo, partimos em 30 minutos.

Esquecido passa e com palavras espertas e matreiras nos direciona, mas obviamente caçaríamos em lupus. Mas com os acontecimentos de hoje, melhor falar antes que façam merda de novo. Apenas aceno a cabeça e coloco a mão em seu ombro emitindo um sorriso fraternal com quem dizia: "Deixe as crianças comigo meu bem, já chego em casa com a comida."

Me afasto do grupo e sigo adentrando a floresta em busca de minha inspiração pessoal.