Hotel Glória - bairro da Glória

Luiz Fillipi responde o Primógeno rapidamente. Ele sorri e olha as cinzas de Francisca da Silva em busca do tal punhal/faca/estilete do qual Guille tinha comentado que ela teria usado para atacá-lo. Achou a primeira frase do Xerife um pouco fora do eixo, mas logo depois ele se corrige.

-Obrigado Xerife Fillipi. A príncipe também pediu que monsieur a mantivesse informada das ações tomadas no que tange a traidora.

Como tinha se oferecido para ajudar o Xerifado em suas ações, não se opôs quando Luiz lhe dera um ordem para verificar os mortais do outro lado do corredor, apesar de achar que eles eram a segurança particular da Zeladora e que não haveria problema algum com o que viram ou o que deixaram de ver. Mas antes de seguir, ele espera que Guille se vá e comenta com o Xerife assim que Guille desaparece de vista:

-Não tenho certeza...mas não estou vendo nenhuma faca da qual o Secretário e Delegado França comentou, junto aos restos mortais de Francisca da Silva. A tal faca que fez o Secretário e Delegado França atacar a traidora e acabar com sua não vida.

Imaginou que o Xerife fosse daqueles que, segundo o ditado popular tupiniquim, fosse o bom entendedor de meias palavras. A desconfiança exalava do Prímógeno Toreador, apesar de suas atitudes conformistas que ele desejava passar a todos. Colocou a mão no ombro do Xerife de forma amigável:

-Conte com minha completa colaboração nas investigações, Xerife Fillipi. Com licença, vou realizar a tarefa da qual me incumbiu.

Segue caminhando até os mortais do outro lado do corredor. Assim que chega próximo dos mortais, que ao ver de Vincent eram os seguranças do Elísio, todo carismático, profere:

-Boa noite senhores. Como vão?

Não queria ter que utilizar seus poderes vampíricos contra aqueles mortais, só se fossem muito bonitos, aí seria obrigado a levar todos para sua cama. E se lembrou de que o uso de seus poderes eram proibidos dentro do solo sagrado do Elísio, já bastava a vidraça da qual se ofereceria para pagar.

Vincent atravessa uma porta escura antes de chegar nos seguranças e recebe o cumprimento de volta. Infelizmente para ele o seguranças eram feios e não faziam o estilo do Toreador. inda um pouco sujo por causa do lixo, mas muito carismático, Vincent responde o homem que parecia ser o chefe da segurança do Elísio.

-Pardon a indelicadeza, monsieur. Sou Vincent Lyon. Convidado de mademoiselle Bourdon.

Sorriu e conseguiu raciocinar que os mortais não tinham visto absolutamente nada do que acontecera com Franscisca da Silva no corredor. Olhou de volta para Luiz Fillipi e depois voltou a olhar os seguranças, já se despedindo:

-Se me permitem...vou retornar para a sala de reuniões. Mademoiselle Bourdon me aguarda. Com licença.

Vincent se vira para retornar para onde Luiz estava. Se não fosse impedido, fecharia a porta escura atrás de si para evitar que os seguranças vissem qualquer coisa que não deveriam.

Filippi lança um olhar para Guille até que ele se afaste, e faz uma cara nada agradável para Vincent enquanto este fala consigo. Ficou pensando se o primógeno achava que ele era idiota ou se estava tentando se fazer de útil para esconder qual fosse a sujeira em que estava envolvido.

Assim que ele se afasta, abaixa-se para olhar o que restara do corpo de Xica. Enquanto faz isso, seu celular dá aviso de mensagem, e ele responde antes de prosseguir.

Revira cuidadosamente roupa, bolsa, sapatos, joias, qualquer coisa que tivesse restado no local, à procura não só da mencionada faca, como de qualquer outra coisa - celular, papéis, retratos, pen drives, amuletos - que pudesse dar mais informações sobre quem ela era, o que sabia e por que alguém preferiria vê-la morta. Tenta tomar especial cuidado com quaisquer joias ou qualquer coisa que parecesse um amuleto, para evitar que tocasse em si: procura alguma coisa - um pedaço de papel ou um pau - com que pudesse revirá-los.

OFF: SMS para Sophia

- Então será nosso primeiro hóspede na ala dos membros, monsieur!

Marie-Amélie entusiasma-se. Se Henry gostasse das acomodações, poderia divulgar para outros membros, e assim que a corte estivesse estabilizada o Rio de Janeiro poderia se tornar uma rota de descanso para eles, e seu hotel se beneficiaria disso...

Sem querer ser desagradável com seu novo hóspede, a ventrue senta-se ali mesmo, e parece evidentemente surpresa e encantada com a escolha dele. Não há dúvida alguma de que a música a agrada e lhe traz alguma emoção particular. Assim que termina, Marie-Amélie não resiste às palmas:

- Oh, La Valse d'Amélie, que beau choix... Yann Tiersen é bretão como eu, nasceu na mesma cidade que eu... e a atriz, como é o nome dela? Ela também tem uma avó bretã... Henriette me contou tudo isso quando me arrastou para ver esse beau film... Não poderia ter feito uma escolha mais sensível, monsieur, muito obrigada!

Então Guille entra, esfregando as mãos, e a ventrue resmunga:

- Gast! Mal inaugurei meu hotel e vocês não param de fazer coisas erradas neles! Onde está a mulher que quebrou meu vitral? Vamos, onde posso encontrar o xerife?

Vai começando a sair, esperando que Guille a siga.

Os dedos do coreano correm pelas cordas enquanto o arco se movimenta embalado, produzindo a valsa do famoso filme, em busca de agradar a senhora a sua frente. Apaziguar o rancor e a raiva que Marie-Amélie sentia pelas rosas por causa da confusão e da janela. Afinal não queria nenhuma raiva respingando sobre ele por nada, por apenas ser toreador, sem ter feito nada. E como dizem a boa música acalma as feras.
Terminou a música satisfeito com sua execução, mas mais satisfeito com a as palmas que conseguira angariar de Marie-Amélie. Havia chegado ao que queria. E logo ela começa a lhe contar sobre sua vida e origem. Fatos interessantes para uma boa conversa.
- Obrigado, agradecido pelas palmas e fico feliz de tê-la agradado nesse pequeno showcase particular... É um prazer tocar para tal digníssima dama... E infelizmente eu também não me recordo o nome da atriz... Eu acabo me apegando mais aos sons e músicas...
Não teve muito mais tempo para falar com ela, pois logo Guille entra de supetão chamando pela Ventrue. Henry observava Guille e seu sorriso e o lenço que usava para se limpar, enquanto ele quebrava todo o clima de paz que criara no ambiente. Em sua mente tinha certeza que aquele sorriso mostrava que o delegado tinha conseguido algo que queria. Mas o que seria? E qual seria o estado de Xica agora?
Tais questões rodiavam sua mente, afinal aqueles respostas dariam a ele informação de como agir. Mas claro que não seria indiscreto de perguntar. Apenas abriu um sorriso gentil a Guille e com voz baixa comentou
- Que bom, monsieur França parece bem e pela velocidade dos ocorridos, creio que estejamos seguros e tudo esteja controlado... Que bom...
Comentário que talvez seja ignorado em vistas dos resmungos de Marie-Amélie, já parecendo irritada novamente que segue para fora esperando que Guille a acompanhe.
Henry nota que estará novamente sozinho naquela sala, dando um movimento de ombros num misto de resignação e frustração, volta-se para guardar o violino e provavelmente voltar a se sentar numa poltrona e esperar o regresso de alguém ou de Vincent que o havia mandando esperar ali.

Vincent não é impedido pelos seguranças e segue para onde Luiz Fillipi estava averiguando os restos de Xica da Silva.

-Xerife Fillipi...os seguranças não viram nada. A porta impediu que eles vislumbrassem qualquer coisa dentro deste corredor.

Olhou meio de soslaio para as coisas de Xica da Silva e questionou:

-Encontrou a tal faca, canivete, estilete ou seja lá o que for?

Tudo, absolutamente tudo ali estava muito estranho para o Primógeno que começa a desconfiar de Guille e dos outros membros de seu clã. Bruno também poderia estar envolvido em alguma armação, já que tivera um desafeto com Xica da Silva. Victoria Ash pareceu muito irritada pela calma com que Vincent tratara Xica, então ela não deveria estar envolvida em nada contra ele ou o clã. Henry acabara de chegar na cidade e ainda não tem noção dos espinhos das rosas.

”Mon dieu....Arikel, onde fui me meter? Pelo menos acho que posso confiar em Victoria e em Henry...acho.”

E começa a massagear as têmporas com o dedo indicador. Não estava com dor de cabeça, mas isso era uma ação comum quando Vincent era mortal. Um costume que não conseguiu se desvencilhar na não-vida.

Depois de alguns minutos o taxi para em frente ao hotel Glória conforme solicitado. Sem perder mais tempo Lupinatti desce do carro e deixa que Rhykan cuidasse do taxista.

- Vamos...

Sem dar dono as palavras o ancião começa a adentrar no Ellisiun a passos rápidos. Enquanto caminhava, Lupinatti pegou seu celular mais uma vez e mandou uma mensagem para Victoria.

“Estamos entrando no Ellisiun.”

Se a Toreadora tivesse mais algo a dizer, aquela era a hora, pois Lupinatti dispensa formalidades e segue direto para a entrada que daria no corredor das salas dos Clãs. Levariam alguns poucos minutos até chegarem ao seu destino.

Andreas tinha seguido o Primógeno e Regente até o táxi que os leva até a frente de um Hotel muito bonito. O Tremere desce do táxi e acompanha Lupinatti sem questionar. Levava um mala com alguns pertences na mão direita. Uma mala pequena. Era claro que o Tremere não estava entendendo absolutamente nada do que estava acontecendo. Mas tinha noção de que problemas estavam para chegar. Andreas caminha junto de Lupinatti hotel adentro, mas nada fala.

O Toreador aponta para a porta enquanto dizia.

"- Me siga senhora."

Enquanto virava em seus calcanhares logo ao lado de Marie-Amelie, Linda Wilson, em sua face mais horrenda lhe surpreende com um olhar que ele sente atravessar sua alma, no entanto ele mantém a calma, a meditação lhe ajudava aquilo, não iria se entregar para a paranoia, não novamente, estava tudo sob controle, mesmo que não achassem nenhuma arma em Xica ela era uma traidora e fugitiva, não fizera nada de errado em eliminá-la.

Guille espera que Marie-Amelie respondesse Linda, sem desviar, no entanto, o olhar da Príncipe.

Lupinatti já passava pela passagem e seguia em direção as salas. Assim que chega na reta que dava para a sala de reunião de primógenos pode ver Linda parada em uma porta.

- Príncipe Wilson...

Não havia nada para ser dito, pois apenas queria ganhar a atenção da príncipe enquanto se aproximava. Não escondia também o semblante sério de quem sabia que algo estava errado.

Ao chegar perto o suficiente, pode ver que ali também se encontravam dois desconhecidos e a primógena Ventrue. Não fez questão de dar muito atenção aos dois, apenas cumprimentando Marie com um aceno de cabeça e logo se voltando para Linda:

- Recebemos a noticia de que pegaram a traidora que havia entregado a localização da antiga Capela do clã Tremere a Legião.

Sabia que ela estava morta, mas queria ver a que pé estaria aquela confusão e queria ouvir da boca monstruosa da príncipe, ou de qualquer outro ali, como as coisas aconteceram.

O Tremere recém chegado segue seu Regente e Primógeno até encontrar um pequeno grupo. Uma nosferatu em sua pior forma e que parecia prestes a perder o controle. Joias pendiam de suas orelhas deformadas e ela estava ricamente adornada, o problema era a verdadeira aparência dela. Junto com a nosferatu, da qual descobriu ser a príncipe do Rio de Janeiro, estava uma mulher e dois homens, um deles era oriental.

Quando ouviu que uma traidora tinha sido capturada, Andreas não pode deixar de sorrir. O sorriso se estende para a mulher presente (Marie-Amélie) e para os dois homens (Guille e Henry), para a príncipe, além de um sorriso, Andreas meneia a cabeça em tom de cumprimento. Seria para ela que ele teria que se apresentar e a primeira impressão sempre era importante. Não lhe fora dada a permissão de falar, portanto, mantinha o silêncio habitual.

Lupinatti já tinha a informação de que a traidora havia sido executada, mas agora sabia quem tinha as reais informações do destino dela. Notou o olhar de Linda para Andreas e antes que questionasse o ancião comenta:

- Este é um recém chegado de meu Clã, aproveitei para apresenta-lo a você...

Olhou então para a dupla dentro da sala e, diferente de alguns instantes atrás, destinou bastante tempo de sua atenção nos dois rostos.

- Boa noite senhores...

Observava os dois com uma expressão séria, porem sem agressividade, enquanto esperava por alguma manifestação ou explicação do ocorrido.

O jovem coreano guardava o violino, esperando a saída de Guille e Marie-Amélie, pronto para se sentar e ficar sozinho na sala quando uma voz familiar num tom nada agradável e calma é ouvida por ele. O som o leva a observar para a porta de onde vinha voz e a visão é tão nada agradável quando a sonoridade propunha. Uma nada feliz e nada bela Linda, questionando os ocorridos.
A reação do toreador foi rápida, se curvando numa reverencia a príncipe, de forma educada, mostrando respeito a senhora, mas tal ato também o prevenia de ter que manter os olhos sobre tal intimidadora figura.
Apenas ouvia o que acontecia e logos outras vozes se juntaram o que levou a ele voltasse a colocar na posição ereta e observar os donos das vozes.
- Boa noite...
Respondeu ao cumprimento de Lupinatti num tom baixo de voz, mas audível a todos. Emendando junto um pequeno sorriso enquanto observa os recém-chegados e faz um meneio de cabeça a eles como cumprimento.
Não fala mais nada, afinal não era dele que esperavam informações sobre o ocorrido.

A príncipe horrenda observa Andreas por alguns instantes. Lupinatti logo toma a palavra e informa que o apresentaria depois. A situação não parecia muito favorável à apresentações formais. Mas Linda já sabia seu nome e isso não o impressiona em nada. Os Nosferatus sempre detinham a maior parte das informações e as que não possuíam, era porque não eram necessárias. Tomou a mão da príncipe, sem nenhum asco e beijou-a, dizendo logo em seguida:

-Exatamente, príncipe Wilson. Andreas Petrev do clã Tremere. É um prazer conhecê-la e sinto ter chegado em uma hora tão conturbada.

E então vira-se para Marie Amélie, a etiqueta da qual fora ensinado era que as damas deveriam ser cumprimentadas primeiro:

-Senhora, boa noite.

Olhou para Guille e ouviu o Boa noite de Henry, respondendo-os ao mesmo tempo:

-Senhores. Boa noite.

Esperava que se apresentassem.

- Estou indo verificar isso, estimada príncipe, o xerife e o delegado França estavam perseguindo a traidora... - Marie-Amélie é objetiva, sem nenhuma insinuação de desculpas em seu tom.

Cumprimenta Lupinatti e o desconhecido com ele com um acenar gentil de cabeça, mas esforça-se por fingir que não está surpresa por Linda saber das notícias mais rápido que ela. Por que Martine não a avisara por mensagem? Vira-se para Guille:

- Monsieur França, se incomoda de nos contar o que aconteceu? Por que o xerife tem tanta necessidade de minha presença?

O grandão franze a testa, realmente chegando a uma conclusão desagradável sobre aquele incidente. Recolhe o celular de Xica, que enfia no bolso para investigar depois, cuidando de que Vincent não o visse, e se levanta, esperando que o toreador saia ou volte a se juntar a ele.

Um grupo começava a se juntar em torno de si, precisava manter sua história coerente, mesmo que achassem que ele a matou por interesse próprio, não podiam condená-lo por ter eliminado uma ameaça, falando em direção à Príncipe, mas contando para todos ele diz.

"- A traidora, Xica da Silva, que revelou a localização da Capela Tremere para a tal Legião, e tinha pretensões meio escusas quanto a Camarilla, achando que havia me seduzido e talvez até enfeitiçado com sua Presença, não sei ao certo, que eu estava ao seu lado nessa empreitada, então, estando somente eu, ela e Henry Lee Sung, o novo Toreador oriental da cidade, na sala ali de trás, tentou saltar pela janela para realizar sua fuga."

O lutador faz uma pausa para observar Marie-Amelie com pena no olhar.

"- Sinto muito pelo vitral que em sua fuga estabanada foi quebrado. No entanto, não podia deixar que ela fugisse, e corri atrás dela, não imaginava que o Xerife e o Primógeno Vincent seriam tão rápidos na perseguição, porém, me vi sozinho no depósito de lixo com a traidora, que estava disposta a tudo para fugir, quando percebeu que estava encurralada, como um animal tentou me atacar, mas não teve chance, infelizmente eu não tinha como empala-la, e sua destruição foi inevitável."

Essa parte fez Guille mudar sua expressão, para uma expressão triste, soturna, indicando que ele não gostou do resultado da luta, porém era inevitável.