Hotel Glória - bairro da Glória

A cada palavra de Lupinatti, Vincent balança a cabeça como se estivesse absorvendo todas as informações com cuidado. De certa forma ele tinha razão. A Camarilla poderia oferecer proteção? Claro que não. Aquela desculpa seria apenas um blefe, um dos muitos que a Torre de Marfim já fizera em toda a sua existência.

-Então devemos oferecer algo mais realista. Voz ativa no conselho de Primógenos, territórios para seus clãs. Se uma boa oferta for feita eu duvido que eles vão recusar. Se queremos apoio...teremos que oferecer alguma coisa.

Mas Vincent duvidava que a Camarilla pudesse se organizar tão bem quanto os Independentes o fizeram ao ataque contra os pulguentos. Se os Independentes, com três clãs, conseguiram tudo aquilo, imaginava a Camarilla, se bem organizada e unida pela sua sobrevivência, poderia fazer com seis. Talvez sete se conseguirem trazer os Gangrel para a Torre, só achava que os Brujah não eram os melhores indicados para tratar com eles. Mas isso não era decisão de Vincent.

-Sim...tenho ciência a respeito do fato da não integração à Camarilla na época de sua construção. Mas que bom que pensamos da mesma forma a respeito dos Independentes, primógeno Lupinatti.

Sorriu muito carismático para Lupinatti e depois olhou para os outros Primógenos e para a príncipe.

-O que pensam a respeito da ideia de união dos Independentes à Torre de Marfim?

Os únicos que opinavam na reunião eram Vincent, Lupinatti e a própria príncipe. Os outros Primógenos, na visão de Vincent, estavam muito passivos a respeito dos acontecimentos da cidade e faziam relatos curtos e breves, enquanto outros lançavam alfinetadas desnecessárias diante das ideias mostradas. União não era o adjetivo daquele grupo. Uma lástima.

O bicheiro permanece em silêncio enquanto a conversa se desenrola. Ele retribui os cumprimentos e comentários com "sorrisos amarelos" e gestos com a cabeça.

O Tremere sorri de volta para o Toreador. Definitivamente era um dos Cainitas mais simpáticos que conheceu em toda sua vida, ou ao menos queria parecer ser, não dava pra dizer ainda.

Lyon então pergunta a opinião dos demais membros da corte que até então muito mal se manifestaram sobre esse e os demais assuntos. Ou alguém puxaria as rédeas daquela reunião ou ficariam dando voltas em círculos infinitos.

Lupinatti volta então a bater o dedo indicador na mesa e diz:

- Acho que precisamos nomear um ou mais membros para procurar os líderes dos Independentes, ou convidá-los a vir aqui para uma conversa. Quero só reforçar que se formos realmente concordar com a entrada dos Independentes para a Camarilla talvez tenhamos que abrir mão de certos privilégios, estaremos confirmando a guerra contra os lobisomens, pois os Independentes irão querer apoio, mas estaremos reforçando nossas fileiras e evitando que eles se aliem ao Sabá... Essas coisas tem que ser pesadas antes de qualquer decisão.

E então voltou a se recostar na cadeira onde estava sentado. Tinha coisas ainda para discutir, mas se o foco da reunião seria a entrada ou não dos Independentes para a Camarilla iria se manter neste assunto por enquanto.

O feiticeiro parecia compactuar com as ideias de Vincent a respeito dos Independentes. Linda toma a palavra e explica a respeito dos pulguentos e da aliança que anteriormente fora feita pelos Ventrue. Além de informar que os Independentes tiveram apoio Sabá contra os lobisomens no ataque da noite anterior.

”Demoramos muito para tentar trazê-los até nós. Que pena.”

A gargalhada de Linda não o impressiona e sua face continua impassível diante da príncipe. Talvez a gargalhada dela trouxesse os outros primógenos realmente para a reunião e para os assuntos importantes que estavam sendo discutidos. O Toreador dava sua cara a tapa esboçando ideias que poderiam ser desenvolvidas.

O clã Toreador, pelo que sabia até o momento dos outros membros, que era nada, não tinha um relacionamento com os Independentes. Assim que Linda abre espaço para os outros Primógenos, Vincent fica quieto e observa os rostos presentes sem se pronunciar. Já tinha apanhado bastante por uma única noite. Faria seus movimentos sozinho, talvez com Lupinatti. Nunca tinha conhecido um Tremere tão aberto à discussão de introduzirem os Independentes à Camarilla.

Linda resolve tomar a palavra novamente, confirmando o nível de força que a corte tinha atualmente. Sem sombra de dúvidas, os Independentes seriam muito tolos se resolvessem se unir a Camarilla.

Porem não é essa revelação que surpreende Lupinatti, e sim o fato da Principe cogitar a possibilidade de tentar a paz com as feras novamente.

O termo Garou, que era desconhecido, é interpretado como um outro nome para os lobisomens, mas aquilo não prende a atenção de Lupinatti por muito tempo, mas sim a risada inesperada de Linda.

Definitivamente ele não esperava por uma gargalhada bem diante do Primógeno Toreador em uma reunião daquelas, mas então se lembrou da máscara que Linda estava usando desde que a reunião começou e a viu se partir ali por um instante, mostrando quem ela era realmente.

Linda evidentemente não tinha interesse nos Independentes, reforçando o que Lupinatti havia acabado de dizer. Os benefícios não valiam os custos?

Iria comentar sobre a aliança com os lobos ser quase impossível, mas preferiu esperar para ver se alguém tinha alguma ligação com os Clãs Independentes antes de qualquer comentário.

Emilie não seria honesta se dissesse que não tinha a intenção de proteger John Smith, mas responde sem alarde.
- Eu vou participar, e ajudarei não só para que Smith conte tudo o que sabe mas para que vocês o compreendam. Apenas um lunático pode verdadeiramente entender outro lunático...

Sua cortesia, um pouco combativa em certo aspecto, retornava na malkaviana tão emocionalmente devastada. Devia ser seu instinto protetor.

O que Vincent diz sobre os independentes terem sido recrutados pelo Sabá coloca-lhe uma pulga atrás da orelha, bem como a hipótese de Lupinatti sobre eles serem até mais fortes, mas a ideia de trazê-los para a Camarilla, com a consequência de assumir uma guerra contra os Lobisomens arrepia totalmente a loira. Além disso ir contra seus propósitos, desconfiava que isso apenas colocaria o inimigo no seio deles.

Fica, por conta disso, muito satisfeita que Linda se lembre do acordo de paz com as Bestas da Lua e o comentário dela sobre os dois terem inimigos em comum.

Diante do pedido direto da príncipe a ela, Emilie responde.
- Transmitei, príncipe Wilson.

E como ninguém mais se manifesta na reunião, a loira então o faz, como se enfim tivesse tomado coragem.
- Eu concordo com a príncipe Wilson. Acho que nós e as Bestas da Lua temos mais objetivos em comum do que com os Independentes. Colocá-los ao nosso lado é abrir a porta para inimigos, colocar em nosso meio criaturas que podem nos trair. Eles estão causando caos e destruição, bombardeando a cidade que estamos nos esforçando em manter. Estão se aliando ao Sabá, que faz ações malignas dos piores tipos. Não é com este tipo de energia destrutiva que devemos nos aliar se quisermos evitar a onda devastadora que está surgindo no Rio de Janeiro e engolindo a tudo e a todos. Tínhamos um acordo com os Lobisomens, ele não me parece ter sido rompido por nenhum de nós, apesar da morte de Leon-Smith Kennedy ter dificultado nosso contato com eles. Eu sugiro tentar retomar estes laços diplomáticos.

O Toreador responde a seu companheiro de Clã.

"- O momento da Camarilla é complicado, o aeroporto fechado e o homem voador são apenas os fatos de hoje, temos uma infestação Sabá, nosso Ellysium foi atacado a duas noites, estamos estabelecendo a hierarquia da Torre ainda, fora os Lupinos e os Independentes, e pra fechar com chave de Ouro, temos caçadores patrocinados pelo governo... Chegou em boa hora."

Dizia o lutador com ironia, afinal, combate era sua especialidade, mas normalmente não era a do seu clã, percebe que Bruno estava calado, e normalmente ele era extremamente falante, aguarda para ver se se manteria assim.

A discussão enveredava para o lado dos Independentes, e quem poderia lidar com ao menos um dos Clãs independentes era ele que iria falar com os Gangrel, gostaria de já ter conseguido fazer isso na última noite, mas Luis precisara de sua ajuda e ele não ia negar isso a um companheiro, agora essa reunião se arrastava e o atrasava ainda mais em seus objetivos.

A única coisa que pensava era que não sabiam se os Gangrel haviam se juntado ao ataque ao covil de Lobos, mas duvidava. Ele iria comentar sobre os Gangrel, mas prefere ficar quieto, não tinha cumprido aquele objetivo ainda e não queria parecer completamente cheio de si que convenceria os Selvagens a lutar do lado da Torre de Marfim.

Conforme ouvia as palavras de Guille, o olhos de Henry pararam de encará-lo e seguiram num movimento como se passeassem pelo local, vendo as paredes, roupas dos indivíduos e teto. Giravam ao entorno sem nunca pousar sobre a face de nenhum dele. Sua mente corria sobre a que tipo de confusão fora ele enviado e como a ideia inicial de apenas poder voltar-se a compor e tocar violino estava distante da realidade ali.
“Malditas Cecyl e Tatiana sabiam a que buraco me enviavam... Bom, destinos já foram aceitos... Maldito seja eu também...” - pensou pesarosamente tomando suas conclusões sobre o discurso do senhor França
As palavras finais carregadas de ironia foi o que levou os olhos do oriental a pousar sobre o lutador novamente. Mas ele se questionava se a ironia era a quanto seu destino, e chegar num momento complicado do local, ou por ser franzino e não parecer ser de real ajuda no momento de batalha, ou talvez ambos.
- Toda hora, é hora, apenas... Boa ou má, somos nós que as fazemos ou qualificamos... – tentou lhe dar um sorriso leve e tranquilo escondendo seus pensamentos tempestuosos – E sempre bom nos momentos difíceis poder contar com maior número de companheiros ao seu lado... E bom, sejam quais forem as condições, já estou aqui e não é algo que possa simplesmente ao saber de tais informações virar as costas e partir e apenas lhes desejar sorte...
Faz uma pequena pausa, pensando, e dando um ar mais dramático a situação, dando um pequeno passo para trás e logo retornando ao ponto inicial num passo a frente.
- Creio que manter a precaução como já ocorre seja a melhor medida... E contem comigo no que eu lhes puder ser útil... – usa um tom de voz serviente na sua ultima frase olhando mais diretamente a Guille e Bruno. Quase deixando claro de forma discreta que ele dará prioridade está ao clã das rosas.

O Bicheiro se mantém calado até que o lutador informa sobre o homem voador.

"- Pu-ta-que-o-pa-riu! Não vai me dizer que outro padre maluco se amarrou em balões. Era só o que faltava."

Seu comentário é solto no meio do diálogo entre Guille e kisuco sem a pretensão de acrescentar algo, era apenas um pensamento alto. No entanto, a partir dali ele passa a prestar mais atenção ao que era dito. Ao final ele comenta com o japa peso micróbio.

"- Resumindo, brother, Tamu fudido! Geral tá querendo comer o nosso cú e sem direito a vaselina."

O Bicheiro não estava numa de suas melhores noites e sua ironia não dava sinais da leveza habitual. Ele estava mais seco e direto, embora o conteúdo permanecesse o mesmo. Não querendo ser o ranzinza de plantão ele complementa:

"- Agora... Tem um doido dono da pastelaria lá na entrada do morro que sempre fala de um ditado lá da tua terra. Ele diz que todo momento de crise é um momento de oportunidades. Sinceramente, eu acho que ele leu essa porra em algum biscoito daqueles que vocês comem entre um prato de arroz e outro. Mas, de qualquer forma não me parece de todo errado. Quem sabe a gente não desenrola uma parada no final dessa confusão toda. Pelo menos quem sobreviver."

Lupinatti esperava por manifestações, e a primeira delas é dada pela Malkaviana. Nunca teve chance de conviver muito com membros daquele Clã, mas já havia ouvido como a inteligência havia se tornado loucura com o passar dos anos. A ideia de Emilie parecia ser uma prova daquilo.

Depois das palavras de Linda Lupinatti pigarreia para chamar a atenção e então diz:

- Um contato com as “Bestas da Lua”, se vocês preferem chama-los assim, é tão arriscado quanto um contato com os Independentes, principalmente porque eles estão com raiva. Com raiva do que aconteceu com a casa deles. Se a Primógena Ventrue, ou qualquer outro representante, quiser assumir essa responsabilidade, eu gostaria de sugerir que leve alguma barganha para iniciar o dialogo. E se o Xerife me permitir, prepararei um “plano de fuga” caso o pior venha a acontecer.

O Primógeno Tremere ainda achava aquilo muito arriscado, mas se Linda estava disposta a concordar com Emilie ele não poderia discordar diretamente da proposta da Malkaviana.

Finalmente alguém se pronuncia de fato na reunião sem ser Lupinatti e o próprio Vincent. A louca comenta sobre os lobisomens. O Toreador a observa enquanto ela fala dos pulguentos e parecia ser vontade dela que a Camarilla mantivesse a aliança forjada anteriormente por Leon Kennedy. Imediatamente Linda coloca o clã Ventrue para dialogar com os cãezinhos e pergunta se algum outro clã desejava ajudar nesta empreitada ou tomar a frente destas negociações. Vin não responde, quem o faz é o Tremere.

O pintor o ouve sem se mexer e ao fim de suas palavras, Vin se acomoda na poltrona confortavelmente. Estava disposto a tentar um contato com os Independentes, mas o conselho, além dele próprio e de Lupinatti, não acataram muito a ideia ou engoliram suas próprias línguas para falar alguma coisa.

”. No meio deste caos...só faltam os anarquistas.”

A voz de Carlent surpreende Lupinatti por um instante, fazendo o Tremere preparar-se para olhar para trás e ver de quem era, mas antes de concluir o gesto o Nosferatu surge na cadeira vazia.

A voz era bem ao contrario da maioria dos membros ali presentes, calma, suave, encantadora. A voz de Carlent era algo mais grotesco, sombrio e perverso. Sem duvidas aquele cainitia era a personificação do pesadelo humano e ele parecia gostar disso.


Após as palavras de Linda e comentário de Carlent sobre a Morte Final de Ian nas mãos da FESN o Tremere se ajeita em sua cadeira novamente e com um aceno de cabeça cumprimenta o Nosferatu dizendo:

- Em primeiro lugar, seja bem vindo Sr Carlent. Em segundo lugar, independente de qual aliado escolher, iremos adquirir automaticamente um inimigo. Então minha sugestão seria levar informações sobre estes... No caso dos Independentes, os nomes de seus Líderes, seus Domínios, se conhecermos algum, ou até a cabeça de algum deles como prova de que não nos esquecemos de nossa aliança. Se alguém tiver alguma outra ideia...

Neste instante seu olhar corre por todos ali, mas para em Emilie, já que ela foi a defensora de reaver a aliança com os lobisomens.

Apesar de ouvir a voz do Bicheiro, enquanto conversava com Guille, o asiático teve a impressão de não ter compreendido o comentário feito, afinal não fazia sentido a mistura de  padres e balões. Imaginou ter se enganado com o sotaque  e se manteve a falar com  França até que Bruno fala direto para ele.
A resposta inicial que pode dar a bruno foi um sorriso um pouco desconcertado, e até ficaria um pouco ruborizado se pudesse. Henry não tinha o costume de ouvir ou pronunciar tais palavras chulas e de forma tão direta. Aquele comportamento lhe era incomum em conversas sociais e talvez, muitas vezes, seria até repreensível, porém ao que parecia o senhor Modenesi tinha aquele tipo de espontaneidade e os outros encaravam aquilo com naturalidade, logo não seria ele, o recém-chegado asiático, a dizer algo contra.
Rindo num misto de desconforto pelas palavras que ouvira e até um pouco de diversão pelas mesmas, continuou a ouvir o Bicheiro falar de dono de pastelaria e fazer uma mistura confusa com tudo que se tinha da cultura asiática. Cogitou que talvez devesse explicar um pouco a diferença de tudo, e explicar sobre a coisa do dito da crise ser uma oportunidade, mas antes que pudesse começar uma voz feminina fez suar no local.
Instintivamente o oriental tornou a cabeça para onde vinha a voz, e rapidamente recordou sua idéia da composição das notas distintas e agora chegava a quarta nota, mais aguda, e tão quanto marcante como as outras.
Abriu espaço, dando alguns passos para trás de forma que mulher pudesse ficar mais próxima a Bruno com o qual se dirigia e também fizesse parte daquele circulo, a ouvindo então se apresentar após complementar o comentário do Bicheiro. Uma bela dama, a melhor forma de defini-la.
- É uma honra conhecer mais uma bela flor de nosso clã. – faz a ela uma reverencia como fez antes ao se apresentar a todos ali – Henry Lee Sung, também toreador e recém chegado a estas terras, ao seu dispor madame Ash.
Sorri para ela de forma gentil e breve.

Como se estivesse ouvindo seus pensamentos, François Carlent surge das trevas, e se ele não fosse uma pessoa corajosa realmente tremeria de medo, o Ancião era assustador, mas o Brujah não o temia, mesmo o abominando e pensando em como ele daria um excelente saco de pancadas.

No entanto cumprimenta com a cabeça o Primógeno quando ele surge, caso seus olhares se troquem. Quanto aos Independentes, Stevie toma a palavra para se pronunciar, se dirigindo a Linda, a fantoche do Ancião Nosferatu.

"- Há relatos que os Gangrel tenham se juntado aos outros Independentes para os ataques aos Lupinos? Senão, eles serão de grande ajuda na relação com os Lobos, ao menos alguns que já conheci tinham certo grau de empatia com lobisomens, ao menos um certo entendimento entre eles."

Guille escuta a voz doce e reconhecível de Victoria antes mesmo de vê-la, também sente seu perfume doce típico e já sabia que estaria fascinado por ela no minuto que olhasse para sua bela aparência, era uma Rosa fascinante, e mais perigosa do que todos os outros, imaginava.

O lutador não demora a falar após a apresentação de Henry.

"- Victoria, encantadora e bela como sempre, é uma honra que possa se juntar a nossa humilde conversa. Estava colocando nossa nova Rosa a par da situação de nossa bela cidade."

Emilie atenta-se às palavras de Lupinati, gosta das sugestões dele, porém, a aparição assustadora de Carlent sobressalta a malkaviana, e ao ver a barata saindo do rosto dele, não tem como evitar se contrair de nojo. Porém, apesar de intencionalmente desagradável, Carlent acaba dizendo algo revelador sobre o homem voador ser um infrator da máscara, e ficou curiosa com os detalhes que ele podia trazer a respeito.

- Concordo a idéia de Lupinati- diz, Emilie suavemente - devo acrescentar que os Independentes não são os únicos inimigos dos Lobisomens. Assim como nós, eles se dividem em grupos. Há uma espécie de Sabá dos Lobisomens, acho que pode estar relacionada à esta Legião. Tenho motivos para acreditar que uma poderosa líder deste grupo de inimigos dos Lobisomens está no Rio de Janeiro, mas eu precisaria me aprofudar nessas impressões...

Por fim, conclui.
- Eu gostaria de ajudar os ventrue neste contato com os Lobisomens.

A ventrue começa a dar ínfimos sinais de impaciência. Um olhar para o teto, um sacudir de um dedo, um movimento do pé para o lado. Se há uma coisa que nunca se veria numa corte brujah como a de onde viera é discussão sem objetivo - embora uma discussão com objetivo para um matusalém brujah como Mikael pudesse durar a noite inteira, até que todos os pontos de vista sobre cada tópico tivessem sido esgotados ordeiramente, e não repisando e repisando pontos já recusados. Quando finalmente algo de útil é dito e estava pronta a dar uma resposta a Vincent, ouve a voz sinistra de Carlent e cumprimenta-o com um movimento de cabeça, embora evite encará-lo.

- Seja bem-vindo, honrado primógeno. Quanto à abordagem dos lupinos, o clã ventrue já teve sucesso nessa negociação antes. Irei discutir com meu clã para decidir o que pode ser feito. - lança um olhar para Filippi - Creio que o xerife já tem grandes... eh, como se diz? grands fardeaux* para lidar, mas se houver a necessidade, o clã do cetro não hesitará em pedir sua ajuda.

O brujah, é claro, volta ao ponto das discussões úteis, sem perorações. Marie-Amélie acena com a cabeça para ele.

- Em todos os lugares os gangrel costumam ser próximos dos lupinos. Se os tivermos do nosso lado, teremos pelo menos um passo adiante nessa relação.

Surpreende-se com a entrada de Emilie na conversa e sorri para ela.

- Donet-mat, yaouank!* Será bem-vinda!

*Grandes fardos
**Bem-vinda, jovem!