Caern de Cura Nível 5 - Floresta da Tijuca - Totem: Unicórnio

Ouvindo o uivo de Darkness, a Theurge segue até o local onde ele estava. Chegando lá, encontra ele conversando com Isaack com uma expressão que não lhe era comum. Sem esboçar maiores emoções e mantendo-se fria, a Theurge cumprimenta os dois:

- Boa noite Darkness, boa noite Coração Valente.

E, após os devidos cumprimentos, indaga-os:

- Aconteceu alguma coisa?

Não era preciso ser um às da empatia para notar que havia tensão no ar e, se existia um problema ali, Ingrid queria saber qual era.

O Senhor das Sombras nota a frieza com que o Presa de Prata diz suas “ultimas palavras” e desliga o telefone, mas nada comenta. Apenas afasta o aparelho do ouvido e o encara como quem queria ter certeza de que Meet realmente havia desligado. Logo em seguida o guarda no bolso do casaco e continua sua caminhada.

Não sabia dizer se Meet estava irritado por Joshua ou com Joshua, mas quando avistou Spyware decidiu que resolveria este assunto com seu Alfa quando tivessem tempo mais hábil para isso. O Senhor das Sombras então se aproxima do Andarilho e faz questão se ficar diante dele tornando impossível visualizar o que ele estava fazendo. Assim que sua atenção é ganha ele diz:

- Boa noite Spyware, me chamo Asa da Morte e vim relatar uma informação a pedido do Inimigo da Wyrm...

Ele então da alguns segundos para que o Andarilho processasse a informação e então prossegue dizendo:

- Investigando uma Colmeia hoje pela manha descobri que a comunição entre elas e a defesa esta sendo organizada por Destempero da Fúria, um ex Garou de Gaia. O Inimigo da Wyrm perdiu que lhe passasse esta informação...

O Senhor das Sombras não tinha mais nada a revelar sobre o traidor, pois por mais que tivesse entrado não teve tempo de colher maiores informações. Ele então se mantém onde estava esperando alguma informação de Spyware ou que seja finalmente liberado.

Por mais surreal que pudesse parecer, é Ira de Thor quem evita que Helene desse uma boa resposta para o Garra Vermelha. Quem ele pensava que era para falar com ela daquele jeito. A Fúria Negra até pensa em invocar um verso da Litania, mas depois de como Ira de Thor se portou, pondera e acha melhor se fazer superior àquilo tudo, dizendo:

- Você pode testar minhas forças quando quiser, mas hoje vai seguir minhas orientações como foi determinado pelo Inimigo da Wyrm. Eu vou adorar receber um desafio seu na próxima assembléia, mas hoje quero respeito e lealdade. O que está em jogo não são as nossas vaidades, é o Caern de cura e se eu chamei vocês três aqui é porque sei da força de vocês e precisamos, juntos, liderar os Garous que aqui ficaram para evitar que o pior aconteça.

Helene, após sua resposta olha para Ira de Thor e acena positivamente com a cabeça para ele. Havia ficado satisfeita com a maneira como ele se portou, principalmente por esperar um comentário idiota que não veio.

Depois de alguns segundos de ter respondido, Helene, novamente pergunta:

- Vocês tem mais alguma coisa para falar ou podemos seguir cada um para sua área para coordenar as defesas?

O Filho de Gaia começa a desacelerar sua velocidade conforme avista a entrada do cemitério do Caern. Havia corrido o mais rápido que suas patas conseguiam e agora seu peito subia e descia acelerado para tentar recuperar o fôlego enquanto caminhava para perto dos túmulos.

Seu receio havia se concretizado, infelizmente havia chegado tarde e a visão já havia começado a se concretizar. O Filho de Gaia ainda encarava o tumulo vazio de Jimmy e, com uma das patas, afastava um pouco a terra para ter certeza de que não havia nada ali dentro.

Sua atenção, no entanto, é tomada por passos vindo em sua direção e logo em seguida uma voz conhecida. Adan vira-se para encarar o líder dos vigias e diz:

- Sim Forjador de Histórias, infelizmente sim...

O Garou então abre caminho para que o Fianna pudesse ver com os próprios olhos a magnitude do problema. Adan também contempla os túmulos abertos e depois de alguns segundos de silencio diz:

- De alguma forma os mortos voltaram... Unicórnio me mostrou isso... Esse Caern vai realmente ser atacado hoje, sangue inocente será derramado e... – Ele faz um instante silencio e morde o lábio inferior como em sinal de revolta e diz: - Os mortos também irão nos atacar liderados por Head Shot... Eu vi que ele mostrava aos desgraçados a entrada do Caern que minha matilha estará defendendo.

John corria o maximo que podia com sua Lamborguini branca pelo caminho. Teve um momento que olhou no painel e viu marcando 198 km/h. Era incrível a estabilidade e a força que seu carro tinha. Era tudo muito rápido e divertido. Ficar ultrapassando os carros normais em alta velocidade era como estar em uma corrida de verdade.

" Se eu estivesse em uma pista melhor, ia fazer essa belezinha pegar uns 300 km/h... hahaha"

Estava orgulhoso do seu carro e mal viu a hora que chegou no Caern, e antes que estacionasse de froma correta, deu um cavalo de pau com sua máquina que rodou umas 5 vezes até parar por completo. John soltava seu grito de delírio e adrenalina enquanto a Lamborguini girava cantando pneu entre fumaças e trepidação da suspensão do carro. O som ainda estava no máximo.

- Uuuuuuuuuuuuuuhhhhhhhhhhhhhuuuuuuuuuuuuuullllllllllllll........!!!!!

O carro agora tinha parado e aquilo tinha sido radical. Estava se sentindo como um piloto de rally ou algo parecido. Porém sabia que tinha que voltar a sua realidade. Estacionou em frente ao Caern agora de forma pacífica e desligou seu carro guardando a chave no bolso. Olhou para Mark e perguntou:

- Chegamos. Eaí, ta tudo bem aí?? Curtiu o passeio!? hahahaha...

John tinha um leve sorriso em seu rosto e já se preparava para descer do seu carro e adentrar no interior do Caern.

Com a resposta de Isaack, a face do Lupino toma um ar irritadiço, misturado com preocupação, ainda mais no momento em que a Seita estava passando. Sem precisar olhar para Ingrid, o lobo a responde:

"-Darkness achar que sim Theurge!"

E logo focando nos dois, Darkness fala enfático, porém em um tom mais brando para que só os dois ouvissem:

"-Corpo de Presas de Prata não ta lá... Seguir Darkness rápido até cemitério!"

O lobo começa a seguir a passos rápidos até a cova de Jimmy.

*Que merda é essa que ta acontecendo?*

Talvez fosse obra de Gaia, ou do acaso, mas fosse como fosse, Bruno descia do ônibus relativamente mudado. Profundas reflexões sobre toda realidade permeavam suas ideias enquanto caminhava para as divisas do Caern, e tudo havia se iniciado dentro do coletivo.

Em pouco tempo, sem que pudesse se lembrar do caminho percorrido, tamanha era a imersão em seus próprios pensamentos, estava próximo às divisas, acordando de suas ponderações ao ver uma Lamborguini branca girando com o som nas alturas pelo estacionamento, levantando fumaça em meio a muita algazarra.

Meneou a cabeça negativamente: “Novatos...” Não pôde deixar de pensar, embora ele próprio fosse um. Assim que julgou seguro (após John ter estacionado finalmente), aproximou-se da dupla na Lamborguini: “Legal ver que está aproveitando o carrão...” Disse, abaixando sutilmente o tronco para fitar o estado do Portador da Luz Interior, voltando então sua atenção para John: “Mas... sei lá, melhor tentar chamar menos atenção.” Aconselhou, embora, a julgar pelo próprio carro em si, certamente discrição não fazia o feitio de John.

Após desligar e estacionar o carro. Aguarda alguns segundos ajeitando as coisas de dentro dele e fitando seu companheiro que até agora não tinha esboçado nenhuma reação. Só esperava que Mark não tivesse entrado em choque por causa do seu estilo radical e insano. Desceu do carro e fechou a porta e dirigiu a palavra para Mark.

- Eaí, filhão? Tá tudo bem cara?? Tá passando mal??

Antes que pudesse ter uma resposta do Vento-da-Montanha, John percebe a presença de Bruno perto do carro e fica assustado, mas logo volta seu semblante normal. Era impressionante como ele conseguiu ter acompanhado John até o Caern na mesma velocidade, pelo menos a prova disso que é chegaram juntos. Não duvidava da capacidade do irmão tribal, mas aquilo realmente impressionante. Escutou o que Bruno dizia enquanto se aproximava com um sorriso no rosto. Respondeu:

- Pois eh cara, mas jájá enjoa, tudo é legal quando é novo.

Fazia uma pausa enquanto pegava seu celular verificando se havia alguma outra mensagem e continuou respondendo o outro comentário de End-Bum dando um tapinha amigável no ombro.

- É você tem razão, vou tentar ser mais discreto, apesar de ser meio difícil com um carro desse... hahaha

Deu uma garlhada no final mostrando que tinha entendido o recado e também acatado seu conselho. O que Bruno não sabia era que ele literalmente tava cagando e andando se iria ou não chamar atenção de outros garous, desde que isso não interferisse no Véu, estava tudo certo. Comprar um carro naquele preço e naquele modelo, era justamente para chamar atenção, caso contrário teria comprado um fusca, assim ninguém olharia para John. O bom de ter um carro daquele estilo, é que as mulheres sempre ficam loucas por sexo, e era tudo que John queria ter quando tivesse seu tempo livre, claro, não deixando faltar seu Whisky.

John mudou o foco da conversa, agora com um semblante de surpresa. Continuou esse diálogo enquanto Vento-da-Montanha mostrava-se estranhamente quieto. Parecia que ainda não tinha voltado a realidade.

- Caralho, Bruno!! Eu vim rápido e mesmo assim você chegou junto comigo! hahahaha... - fez uma pausa enquanto ria e continuou a brincadeira - Nunca, jamais em hipótese alguma vou apostar qualquer tipo de corrida com você....

Fez essa brincadeira e ao final da sua fala, John fez um sinal com a cabeça indicando que era para entrar no Caern. Não tinham muito tempo a perder e se fosse preciso, iria deixar Mark dentro do carro. Na melhor das hipóteses, imaginou que Vento-da-Montanha tinha gostado tanto de seu carro que não queria mais deixa-lo, para seu azar, a chave estava com John e ele não poderia nem funcionar.

O carro era realmente veloz, fazendo jus ao apelido dado pelo Portador de Relâmpago Branco. Sentir os ventos tocando seu rosto e seu cabelo fizeram muito bem ao Ahroun, uma vez que é muito ligado aos espíritos do vento. O lado ruim, é que o tempo de viagem se torna curto.

Na chegada ao Caern, John exagera em se apresentar com seu carro. O Portador apenas apoia a mão no painel do carro.
Não ficou enjoado ou algo do tipo, apenas achou desnecessário, balançando negativamente a cabeça por breves instantes.

Ao finalmente pararem, o Portador, com sua já característica calma, se preparar para responder ao Andarilho, quando o outro Andarilho chega.

'Bruno já aqui? Correu como o vento!'

"- Realmente, parece um Relâmpago Branco. Muito rápido e estável. Agradeço a carona... mas achei também desnecessário isso no final. Temos sempre que buscar o equilíbrio entre o que podemos fazer e quando podemos fazer. Mas, mais uma vez agradeço a carona e dou parabéns pelo carro." - disse Mark, dando um sorriso educado.

Vento-da-Montanha coloca a mão na maçaneta e se ajeita, saindo do carro.

John tinha acabado de fazer uma brincadeira com Bruno e aguardava sua resposta quando finalmente Mark respondeu que estava tudo bem. Era um alívio para John, pois seu silêncio estava começando a preocupa-lo. Mark agradeceu a carona, fez uns elogios para o carro e como Bruno, chamou sua atenção por ter feito aquela manobra no final. Não estranhou Mark não ter gostado, tendo a postura que ele têm. Talvez realmente tivesse exagerado um pouco, mas John não podia negar o fato de que gostou daquilo que tinha feito. Talvez em frente o Caern não seria o melhor lugar, mas como foi sua primeira parada, acabou sendo ali.

Olhava para Mark enquanto ele falava e ao terminar sua fala, John consentia com a cabeça positivamente mostrando que o Garou tinha razão.

- Obrigado Mark. Que bom que tenha gostado do carro e da carona, e sempre que quiser, estarei a disposição. Foi mal pela manobra, acabei empolgando no final... sabe como é neh...

John falava para Vento-da-Montanha e acena positivivamente com a cabeça com o intuito de mostrar para o Garou que ele tava certo com relação a isso. Com a saíde de Mark de dentro do carro, ainda esperava por alguma palavra de Bruno, então John se antecipa, dizendo pra Mark e também para Bruno.

- Eaí, vamos entrar?

Aguardava por algum comentário de End-Bum, mas estava pronto para adentrar ao Caern...

O Wendigo permanecia olhando para terra amasssada em suas mãos apenas ouvindo seu companheiro, este último mês tinha sido o primeiro mês em anos que ele se relacionou e confiou em outros seres. Kiba, Mayra, Amir, Lauren... e até mesmo o distante Anksu, tinha se mostrado verdadeiros amigos, os quais ele aprendeu a confiar e respeitar. Os quais ele não tinha receios. A morte de Lauren, foi dura por que o fez lembrar de sua infância, de suas perdas, e dos sentimento que o levou a solidão.

O medo da perda, o medo de ser o que há de ser, de fazer o que há de ser feito. Acarretou a raiva, a raiva de si, a raiva do mundo, a raiva do ciclo natural. Conduzindo-o ao ódio, ódio que estava impregnado em suas veias. Ódio que o introduziu ao sofrimento.

A entrada de novos membros, fez com que se fecha-se novamente, ríspido à sua própria existência, ignorando a companhia de quaquer um, talvez, pelo medo de que aproxima-se deles, criariam um laço, e ele teria que enterrar mais um companheiro ao final do dia.

Ele volta seu olhar para seu irmão, quando mencionada a palavra 'Mãe'. Sua razão aos poucos começa parecer regressar, suas dúvidas eram apenas lapsos de uma consiência já enterrada. Acordada pelos sentimentos de outrora. Ele pondera as considerações que o irmão fez, ele não havia compreendido bem a natureza de suas perguntas, mas havia ajudado da mesma forma.

- Obrigado Irmão. É uma coisa difícil de se lembrar, sobretudo enquanto estamos no auge da saúde e da força da juventude, mas aprendi que essa é uma coisa importante de se ter sempre em mente, não para me queixar, ou me tomar melancólico, mas simplesmente porque somente com a plena consciência de que um dia morrerei, eu serei verdadeiramente capaz de começar a viver.

Esta é uma estrada que já não temo, pois ao aceitar o inevitável eu me libertei do medo. Ao reconhecer a minha mortalidade, encontrei o segredo de aproveitar aqueles anos, meses, dias, ou até mesmo horas, que me restam. Esta é uma existência sobre a qual tenho controle e, sinceramente, desperdiçar essas horas preciosas com medo do inevitável é a coisa mais insensata que se pode fazer. E considerar-nos, ainda que subconscientemente, imortais, deixando com isso de aproveitar essas poucas e preciosas horas que nos são dadas viver, é também uma insensatez.

Independentemente de meu desespero, não sou capaz de controlar a realidade da morte. A única coisa que posso fazer é tratar de garantir que os momentos de vida que me restam sejam tão ricos quanto possível.

Mas aí, entra a Tradição.

Quanta seriedade essa palavra transmite! Que poder enverga! Assim como nos enraíza, proporciona-nos uma base e nos dá esperança por sermos o que somos por causa do que fomos, mas também provoca a destruição e nega a mudança.

Para muitos, a tradição é tudo. Pessoalmente, entendo-a como uma faca de dois gumes que pode cortar ainda mais fundo no caminho do erro.

Pois este mundo é um lugar em constante mudança, movido por progressos, pela ascensão e queda de povos e até mesmo pela mistura de raças. O mundo não é estático e, se as raízes de nossas percepções e tradições mantiverem-se estáticas, então estaremos condenados, acho eu, a um dogma destrutivo.

Então recairemos, finalmente, sobre a lâmina mais perversa dessa faca de dois gumes.

O Wendigo parecia abatido, ele se expressava pela primeira vez em anos sobre tudo que atormentava sua mente, suas dúvidas, suas certezas, suas convicções. Talvez a energia daquele Caern tenha feito isso, expurgado toda sua desconfiança sobre os outros, desse a ele um motivo a mais para continuar na trilha de seu destino. Os espíritos nunca abandonaram ele, por que ele abandonaria os espíritos?

O garou em silêncio chega ao local onde deixaria o carro e nota que os 3 membros q estavam na casa, estavam alí.

Sem entender direito o por que de eles não terem entrado, e sem notar nenhum motivo particularmente forte o suficiente que os impedisse, ele simplesmente passa por eles sem se incomodar e com um semblante inexpressivo e vazio segue.

*- Se esperavam por nós, fizeram um bom trabalho, mas eu não dou a mínima, não mandei que fizessem isso. Serviçais inúteis.*

Passa por todos sem se preocupar com resposta alguma e quando chega próximo aos limites do Caern muda parcialmente seu rosto e faz um uivo de apresentação para ele e Sylvia.

"- A Sombra-da-Escuridão e Feiticeira-das-Sombras, Ragabash e Theurge dos Senhores das Sombras, vigia e mestre de rituais da matilha Arautos-do-Trovão adentrando ao Caern."

A Uktena segue com Isaack e Darkness curiosa com o que estava acontecendo. Aquilo não parecia ser algo normal. Nem de longe. Ingrid ouve meio desinteressada as explicações apressadas do Fianna e se agacha perto do túmulo revirado e começa a tocar nele, sentindo as energias que vinham dali e ficando impressionada com tudo que sentia.

As visões que tinha eram embaraçadas, o cheiro, no entanto, impossível de ser confundido. A Uktena olha para Isaack e Darkness e fala em tom muito sério:

- Magia de morte que traz a vida e no lugar da alma deixa apenas o sentimento de vingança...

Ingrid olha para todos ali e setencia:

- Alguém, ou alguma coisa, trouxe o morto de volta. E com ódio. Muito ódio... precisamos devolvê-lo o quanto antes para o mundo dos mortos de onde nunca devia ter saído...