[ELLISIUM] Ilha Fiscal

O ventrue recebe as instruções para chegada e apresentação na vindoura reunião. Ao ser questionado sobre a corte, Lucas responde:

"- É uma das mais complicadas que já vi. Sempre fui frequentador do Elísio em Porto Alegre, e a confusão aqui me parece sem precedentes. Acredito que nós da realeza teremos um trabalho árduo pela frente. Mas certamente é algo que somente nós podemos lidar. E vamos lidar."

o ventrue se aproxima mais da mulher e fala em baixo tom, objetivando que apenas ela ouvisse.

"-Sinceramente, espero que o Sabá não seja um inimigo muito fácil. Alumas baixas serão bem vindas nessa corte."

As feições de Emilie preocupam ainda mais Ian. Nunca havia visto nada parecido em sua vida mortal e não vida. Até que Emilie sai do transe e então toca o ombro do Tremere proferindo palavras sobre a gehenna e sobre salvar a criança.

-Como?!? Gehenna......criança?

Mas não obtém nenhuma resposta pois a Malkaviana sai desvairada pelo salão do Elísio. Ian fica confuso com aquilo e olha para os rostos dos cainitas que estavam próximos(Beatrice, Johanna, Jorge, Luis Fillipi, Bianca), dando um sorriso sem graça para eles, já que com aquela ação de Emilie, Ian não ficaria mais tão incógnito assim. Deveria se apresentar formalmente agora:

-Boa noite senhoritas de Nice e Meisner. Sou Ian Tokunaga, irmão de clã das senhoritas. É um prazer conhecê-las.....peço desculpas por não ter me apresentado antes....

Ian se vira na direção de Emilie imaginando que isso poderia explicar sua gafe e completa:

-Parecia estar havendo um problema com a senhorita Blanc e achei melhor não deixá-la....

Sorriu carismático.

A visão do dragão fora mais repentina do que Emilie estava acostumada. Era seu hábito enfrentar as feras perigosas na Nuvem, mas aquela a atacou antes mesmo que ela pudesse pensar em sacar sua espada.

Sua aura retornou ao plano material ainda sentindo o baque do poderoso golpe, que fez seus pés, antes precisos nas pontas, perderem o equilíbrio, fazendo-a cambalear para trás como se tivesse levado um soco.
Seus joelhos cederam, caindo dobrados no chão, e ela pôs a mão sobre a testa vendo tudo girando a seu redor. Pelas piruetas, pela pancada do dragão, deixando tudo fora de foco.

Assim que se recompôs ela ergueu devagar o rosto, procurando mais uma vez os membros de seu clã.
- Tem um dragão, verde e de várias cabeças, me impedindo de entrar...
A dor transparece em sua voz agoniada. Nunca tinha acontecido aquilo antes.

A malkaviana prosseguiu no transe e ia se deixar levar por Emilie junto a dança, mas algo pareceu impedir a bailarina de atravessar da realidade para seu mundo de sonho. E se a própria loira não conseguiu atravessar, Cláudia não conseguiria nem tentar. Estava diante de Conselheiro, Terry e Luna. Olhou para a outra irmã, que parecia ferida e voltou a se aproximar dela.

- Mas você está bem Emilie? Um Dragão?! Cláudia só os viu em Sonhos. - voltou-se de novo aos outros membros do clã - Ouviram isso?

- Eu acho que sim. - responde ela vagamente, ainda alisando a testa. Acreditava não ter sofrido nenhum dano mais grave que a tontura, mas não tinha certeza.

Fita Cláudia com um leve sorriso, explicando a ela.
- A Nuvem é um lugar muito bonito, mas cheio de perigos. Dragões, gigantes, trolls. É por isso que eu  vou para lá, para proteger as crianças que moram ali desses monstros terríveis. Mas... - o olhar dela gira perdido e angustiado. - esse dragão... eu não consigo enfrentar. O que vai ser delas? O que esse dragão vai fazer com elas?

Preocupada, Emilie começa a estalar os dedos frenéticamente.

Conhecia Emilie a pouco, mas Cláudia já estava prestes a chegar a uma conclusão a respeito da nuvem. Se os detalhes a respeito dos quais falava a bailarina fossem esses mesmo a nuvem seria apenas mais uma manifestação do Sonho em sua forma mais próxima. A pequena lunática só não conseguia entender como a neta de Matelin conseguia fazer com que essa manifestação a acompanhasse por diversas partes do mundo. Os olhos de Cláudia estavam arregalados enquanto ela tentava se concentrar naquilo e, quem sabe, ver do outro lado. Ela fixou seu olhar de safiras nos olhos de Emilie, procurando por ali o caminho para a toca do coelho e o país das maravilhas!

- A nuvem é o Sonho! - deixou escapar, sem se preocupar com ouvidos que pudessem ouvir!

O olhar de Emilie se franze confuso, sem entender de imediato a relação entre uma coisa e outra.
- Sonho? Como assim...

E então, um ar perplexo expande o rosto da malkaviana. Ela se aproxima um palmo a mais do rosto de Cláudia, sussurrando impressionada.
- Você... já esteve lá?! Você também consegue entrar na Nuvem?!

Olhando diretamente nos olhos do Brujah de nome Jorge, Bianca completou:

-Então temos muito o que conversar. Se você viveu lá antes da minha chegada, certamente poderemos dividir histórias de passado e presente. Quanto aos outros membros dos Brujah, devo dizer-lhe que se há uma coisa que eu gosto é de conhecer pessoas e respeito nossas diferenças. Creio que elas nos fazem fortes.

Quando o jovem tremere se apresentou, Bianca o olhou com curiosidade e exclamou:

-O prazer é todo meu em conhece-lo. Estou mais confiante em ver que somos fortes nessa cidade. E olha que ainda nem conheci nosso ancião nesse local. Já temos um regente, querida Beatrice?

A loira que estava próxima ao tremere Ian se afastou e após alguns  movimentos graciosos pareceu ficar tonta e cair. Não parecia uma toreador (que normalmente são mais desenvoltos nos movimentos), mas tinha uma beleza notável. Infelizmente para Bianca a loira logo se aproximou de uma criança imortal. Era uma linda menina que enchia os olhos com graça e pureza... Algo que teria dificuldade para lidar.

- Ian querido, você poderia me dizer se aquela criança é um membro na cidade?

A pergunta sobre Moçambique não passava de uma distração. Não tinha o menor interesse no tipo de detalhe que a irmã poderia dividir por ali - os realmente importantes só surgiriam quando as três estivessem atrás de portas fechadas, traçando metas para o futuro. Enquanto Bianca respondia, desviou sutilmente sua atenção para outra presente: uma jovem loira que parecia muito focada em fazer piruetas, algo completamente inesperado para o momento. Ah, a eterna capacidade dos lunáticos de surpreender a tudo e a todos, pensou, com a certeza que nem mesmo o mais artístico cainita começaria a fazer passos de dança no meio de uma reunião daquelas. A não ser que fosse um descendente de Malkav - nesse caso, toda e qualquer atitude excêntrica era perdoada com um sorriso condescendente.

- É um prazer, Jorge. - disse, a mão estendida em cumprimento - Encanta-me saber que os Brujahs desse lado do oceano aprenderam noções de etiqueta. Uma excelente primeira impressão.

Não era exagero: Johanna estava bastante impressionada com o tato daquele imortal. Mesmo após séculos de (não-)vida, poucas haviam sido as vezes que encontrara um Brujah capaz de cumprir o mais básico protocolo para eventos formais. Lembrava-se de uma ocasião em Budapeste, quando o primógeno do clã entrara no Ellisium carregando as cabeças (se é que aquilo poderia ser chamado de cabeça) de três monstruosidades do Sabá em pleno baile anual dos Toreadores. A organizadora do evento, Nerissa Ruzinsky, provavelmente a degenerada mais histérica de todas, só faltou desmaiar ao ver as manchas de sangue e pus nos seus raríssimos tapetes persas. A Tremere sorriu ao recordar-se da mulher sendo arrastada escada abaixo pelo Brujah, irritado de tanto ouvir seus gritos agudos. Já era hora de alguém colocar aquela mulherzinha presunçosa em seu lugar.

Foi desperta de seus pensamentos pela apresentação de um companheiro de clã.

- Boa noite. É um prazer conhecê-lo. - abrindo um sorriso, convidou-o a caminhar pelo salão com ela - Finalmente um Tremere além de Beatrice e Bianca! Permite-me algumas perguntas, senhor Tokunaga?

Se ela queria entender tudo que acontecia pela corte, nada melhor que informações vindas de um dos seus.

Imaginou que suas duas irmãs de clã pudessem, de alguma forma, achar que Ian tivesse sido completamente mal educado e que deveria ter se apresentado antes, mas não é com isso que ele se depara. Bianca tinha um carisma que parecia não existir. Era bonita, mas seu carisma poderia surpreender até o mais adorável Toreador.

Bianca questiona Ian, que olha na direção da criança, respondendo-a já que havia passado os olhos em todos os membros que se encontravam no tablet recebido:

-Ah sim....aquela menina é a senhorita Claudia Denbrought, ela é do clã Malkaviano.

Sorriu tentando ser o mais carismático possível. Johanna, por sua vez, aborda Ian para um pequeno passeio pelo salão do Elísio. Não recusaria o pedido de uma irmã de clã.

-Mas é claro senhorita Meisner.

Voltou ao grupo e disse:

-Com licença senhoritas, senhores.

Começou a caminhar pelo salão ao lado de Johanna.

-O que deseja saber magus Meisner?

Não tinha a mínima ideia do que Johanna desejava com Ian.

- Sonho é o reino onde vivem as fadas! - ela respondeu como se fosse óbvio, dando de ombros. - Pensei que alguém da Bretanha e que é amiga de François soubesse mais das coisas.

Cláudia toca a testa de Emilie, quando ela aproximou seus rostos e sorriu. Aguardando a reação da bailarina!.

- Não sei se a Nuvem é realmente o Sonho... mas do jeito que você a descreveu, parece! E se for, sim, Cláudia consegue entrar na Nuvem!

- Quando esteve em Moçambique, Bianca. - ele perguntou ainda sorrindo. A alvura de seus dentes contrastava com o forte tom ébano de sua pele. Ele quase brilha - De qualquer forma, sim, teremos muito que conversar. Tanto sobre a Grande Mãe Africa quanto sobre esse solo sobre o qual pisamos. Não são muitos os vampiros que se interessam por essas duas terras. Me encanta conhecer uma feiticeira que esteve em África e que está no Brasil.

Logo depois ele voltou-se novamente na direção de Johana, complementando a resposta dela.

- Hoje muitos nos chamam de ralé, mas já fomos conhecidos como os Eruditos, senhorita. Meus antepassados foram os Reis Filósofos e alguns de minha família tentam manter essa alcunha, mesmo que seja difícil... uma vez que é mais fácil lutar no front do que agir com desenvoltura em situações sociais. Transformar os bestas do sabbat em cinzas dá um prazer imediatato, como o das drogas mortais... e muitos não conseguem escapar deles!

Emilie dá um resmungo ofendido com a colocação de Cláudia. Nunca havia se interessado muito por fadas, embora conhecesse mais de uma pessoa obcecada por elas.

Mas se Cláudia realmente estivesse certa precisaria rever seus conceitos. Seriam as crianças, que pediam ajuda dela, fadas? Seria com a ajuda delas que conseguia ser tão poderosa naquele lugar?
Cada vez mais interessada e curiosa pelas reflexões da menina ela sugere.
- E se tentarmos do seu jeito! Entrarmos no Sonho, juntas, você me ajudando. Talvez podemos conseguir encontrar a criança!

Emilie estava boquiaberta. Era a primeira vez que conhecia alguém que poderia ser capaz de entrar na Nuvem.

- Podemos tentar... mas normalmente Cláudia precisa de lugares mais reservados para atravessar para o Sonho. Ela não sabe se vai conseguir isso no elísio... são vampiros demais reunidos. E os vampiros são banais... ferem as fadas como o ferro frio! - ela respondeu com uma expressão de profunda sabedoria.

- Eu entendo. Não costumo entrar na Nuvem em lugares tão agitados mas ás vezes não posso evitar. Quando as crianças me chamam, eu preciso socorrê-las...

Emilie ainda tinha muito a aprender sobre as fadas, mas achou melhor tirar suas dúvidas em particular. Segurando suavemente os ombros de Cláudia, ela sugere.
- Eu moro na Zona Norte, não é muito perto, mas podemos ir até lá se quiser. Ou no seu refúgio, se for mais perto, ou fizer você se sentir mais confortável.
Ela extende um sorriso doce.

Jorge certamente era um Brujah especial: não só era desenvolto no trato social, como também entendia a fundo sobre o passado do seu clã. Sorrindo, Johanna esperou que ele completasse seu pensamento, para então cumprimentá-lo pelo conhecimento.

- Certamente, senhor Silva. Fico feliz que não tenha se entregado a esse vício, me dando a oportunidade de conhecer o Erudito dessa corte. - ajeitou uma mecha do cabelo que teimava em cobrir seu olho esquerdo e continuou - Peço perdão, mas preciso falar com o senhor Tokunaga sobre assuntos do clã. Voltaremos logo, com sua licença.

Meneou levemente a cabeça em cumprimento para Beatrice, Bianca, Jorge e Luis Filippi e pôs-se a caminhar pelo salão, o braço repousado no de Ian. Havia muito o que aprender sobre a corte carioca: as relações entre clãs, os membros expoentes, a recente história. Pouco sabia daquele local; as informações eram escassas na Alemanha e, mesmo tendo feito extensas pesquisas, quase nada de significativo havia chegado aos seus ouvidos. Para Johanna, entender pouco sobre a situação em que estava era como a morte - precisava esmiuçar até mesmo os mínimos detalhes para planejar seus próximos passos e traçar estratégias para o clã. Eficiência era sua especialidade, o motivo pelo qual havia sido criada e, acima de tudo, o propósito que a acordava todo dia.

- Gostaria de saber o máximo de informações sobre os outros clãs dessa corte.
- disse pausadamente, em seu típico tom repleto de segurança - Vim para reforçar o poderio Tremere no Rio de Janeiro e preciso entender como as coisas funcionam por aqui, todo tipo de detalhe. O que você pode me dizer sobre os Ventrue? E os Malkavianos? Certamente há algo de podre por trás dos rostinhos empoados dos Toreadores. - sorriu, os dentes muito brancos contrastando com o batom rubro - Qualquer informação pode ser útil.

Alguns dizem que quando se quer algo bem feito, é melhor você mesmo fazer. Mas quando se quer algo realmente impecável, bem, é melhor pedir à Johanna.

*Antes de começar a cantar, Thomas sorri e responde amavelmente a Stradivarius e François, mostrando mais reconhecimento a este último*

- Oh, da França, tão de perto! Eu sou da Bretanha *ri, piscando* Claro que a Bretanha é França, mas um bretão pouco é um francês, você sabe... Sou Thomas Haulot, cria de mme. Maëlle Riou, marquesa de Rennes.

*Espera pelo reconhecimento de François, pois, por mais que Rennes fosse uma cidade quase insignificante debaixo do governo de François Villon, a história da toreador que se recuperara tão rapidamente da morte final de seu amante, destruído por anarquistas, que em poucos dias já era a senhora absoluta da cidade não é desconhecida de nenhum frequentador de elísios franceses*

*O toreador não se mostra muito surpreendido de que outra rosa que não Horazio se aproxime dele no fim de sua performance. Beija sua mão galantemente, como um pequeno cavalheiro*

- Muito prazer, Thomas Haulot, cria de Maëlle Riou, senhora de Rennes. *faz uma pequena pausa e acrescenta, num tom mais infantil* Uma rosa também, é claro!

*Observa com um pequeno sorriso travesso a reação de seus irmãos de clã diante de Hildegrand. Tendo tão pouca necessidade desse tipo de relação, compreende as aproximações românticas de uma forma analítica e chega a achar graça nelas. Aproxima-se de Horazio da mesma maneira desassombrada e com o mesmo sorriso encantador o cumprimenta da mesma forma*

- Muito prazer, sou Thomas Haulot, cria de Maëlle Riou, senhora de Rennes.

*Ocupa uma cadeira, escuta as palavras dos irmãos e demora a se manifestar, afinal fora o último a chegar. Sua expressão perde qualquer traço da graça infantil que tantas vezes lhe serve de escudo e torna-se séria, objetiva. Sorri para Vincent, confirmando com um gesto a lembrança dele de que Thomas fora zelador de Elísio, o que lhe dá uma súbita saudade de "maman" Maëlle. Deixa que primeiro Hildegrand e Stradivarius exponham suas credenciais para ocupar a primigênie antes de pigarrear ligeiramente para chamar a atenção para si*

- Meus caros irmãos, se não se importarem, gostaria de também participar dessa escolha... acredito ter algumas credenciais para ocupar essa função, pois fui zelador de Elísio de Rennes desde 1944! Lá, na Bretanha, isso é mais relevante... pois geralmente é o próprio primógeno quem ocupa a zeladoria, e no entanto minha mãe Maëlle, que era a primógena, e meu *quase diz pai, mas se contém* senhor Hervé confiaram em mim para isso. E fui o braço direito de mamãe Maëlle desde o primeiro dia em que ela se tornou a senhora de Rennes. Não havia ninguém ue conhecesse mais os meandros da corte, o que é adequado e o que é interessante... fui preparado para ser primógeno há décadas, mas que mérito haveria em fazer isso quando sua senhora é a marquesa? Estou aqui justamente porque estou em busca de desafios, longe de qualquer proteção. Não há ninguém que queira trabalhar e mostrar seu valor mais do que eu, isso eu garanto.

Um silêncio mortal toma conta da mesa em que os Toreadores ocupavam. Nem Stradivarius e nem ninguém tomam a palavra por um tempo considerável, até que Stradivarius o faz, abrindo mão da primigênie de forma branda e calma. Não tinha ideia do porque de Stradivarius abrir mão de um cargo do qual havia demonstrado interesse há minutos atrás. Talvez as palavras de Horazio tivessem sido completamente pesadas para o irmão de clã.

Vincent nada diz. Não tinha a mínima ideia de ocupar qualquer cargo que fosse. Talvez apenas o de Harpia, que não demandava muitas responsabilidades a não ser o trato social. Hildegrand já havia denotado interesse a primigênie e agora era a vez de Thomas, a criança.

Na concepção de Vincent, Thomas parecia um prodígio. Era zelador desde 1944 na Bretanha e sabe-se-lá quantos anos mais ele possuía. Poderia ser muito mais velho que todos os presentes ali e talvez até mais poderoso do que muitos. Era difícil saber exatamente o que guiava a criança, mas que ele tinha uma convicção pelo cargo e boas explicações, isso era um fato. O Sorriso que ele lançara sobre Vincent o agradara, apesar das palavras duras da criança minutos antes.

Vincent apenas observa o grupo, François ainda estava calado, como sempre. Um irmão de clã um pouco recluso, mas que até o momento não denotava interesse no cargo. O problema era que Hildegrand parecia uma ótima candidata a primigênie e, Thomas entrando na disputa parecia tornar as coisas muito mais interessantes, pois a criança parecia igualmente capaz, ou melhor que Hildegrand.

Johanna era direta, educada e muito agradável, mas até quando? Ela vestia uma máscara como todos os ali presentes ou agia de forma natural assim como Ian o fazia? Caminhava com a irmã de clã pelo salão enquanto ela tomara seu braço para si. O tablet recebido estava na outra mão de Ian e até o momento não tinha a mínima ideia do que Johanna desejava, até ela abrir a boca.

-Entendo magus Meisner. Infelizmente cheguei em terras cariocas nesta noite e as informações que possuo são escassas.

Acesou o tablet enquanto ia mudando de foto em foto dos membros da corte e proferiu:

-Como podemos perceber pelo tablet entregue a nós, o clã Ventrue possui poucos membros. Tive a oportunidade de trocar algumas palavras com Luis Alves...

Toca na foto do homem que possuía sotaque português e ampliou a foto, completando:

-Pelo pouco de palavras que trocamos ele pode sofrer de algum problema mental, talvez narcisismo ou ainda outro problema mental ainda desconhecido para mim. Ele deseja o poder e nada mais que isso.

Deixou Johanna observá-lo bem e mudou para a foto do outro membro da futura corte, era Lucas Boaventura:

-Este aqui é muito sucinto. Fala pouco e não consegui, em uma primeira avaliação analisá-lo com maior profundidade.

Mudou para os Malkavianos, mais exatamente para Emilie:

-Esta cainita parece se interessar na cultura oriental e acabou me abordando por eu ser oriental. Não parece, em uma primeira instância, ter alguma perturbação grave. Possui habilidade de luta em judô e talvez armas brancas, posso verificar depois. Além dela, temos a criança malkaviana da qual também não tive contato, ainda. Mas podemos ver que ela é cria de um vampiro famoso na França, portanto deve possuir contatos ou poderes elevados. O clã não é numeroso como o nosso.

Mudou para as duas próximas fotos, Jorge e Luiz Fillipi.

-Luiz Fillipi e Jorge já parecem ser conhecidos da senhorita. Luiz Fillipi parece ter lutado em alguma guerra e provavelmente tem habilidades em armas de fogo e estratégias de guerra. Jorge Silva possui uma educação ímpar e pode ser um possível candidato a ser príncipe, acredito. O clã Brujah também não é numeroso na cidade.

Mudou para o clã Toreador, muitas fotos apareceram e Ian logo começou a comentar:

-Como pode ver o clã Toreador possui muitos membros, podendo se equiparar com nosso clã em número, mas é claro que não em poder. Pelo pouco que percebi, a criança, Thomas Haulot....

Aumentou a foto dele e continuou:

-...possui amizade com a criança Malkaviana e Emilie. Parecem se conhecer de algum outro lugar e pode haver aí um tipo de aliança, o que pode não ser muito proveitoso ou sim, dependendo das intenções de nosso clã. Os outros Toreador não posso comentar muito, pois são uma incógnita para mim. Provavelmente vão querer disputar o principado com quem quer que seja. E isso seria muito bom, caso os Ventrue também demonstrem interesse, uma rivalidade entre os dois clãs seria muito bem vinda.

Depois passara para os Nosferatus:

-Não sei absolutamente nada a respeito dos Nosferatus e como pode perceber magus Meisner...

Mostrou as fotos dos Nosferatus na cidade e desligou o tablet, levantando o olhar para o local onde eles estavam:

-Eles não parecem muito sociáveis.

Dissera tudo que sabia a respeito dos membros. Talvez devesse se misturar mais com os outros clãs, mas socializar não era a especialidade do Tremere.

O toreador apenas estava escutando a conversa, sem interromper, até que vê que era a hora de falar algo.

- Seigneur Horazio, em minha opinião acho que você seria o único que realmente está preparado dentro nós para ser primógeno, não conheço todos aqui como gostaria, porém, mesmo vendo que nosso pequeno Thomas tem um currículum fantástico, e sim, conheço a reputação do Elisium do qual ele estava como responsável e posso afirmar, é respeitosa. Acho que nem eu nem o senhor Chinchua teria chances de assumir este posto agora, de maneira alguma, não gostaria de ocupar este posto, quanto a dame Elloá, eu não posso falar nada em respeito a ela, porém, tenho fé seja lá no que você nos falar, pude ver aqui que mesmo eu sendo relapso ao adentrar no recinto e infelizmente esquecendo o mais importante que era cumprimenta-lo não me trataste de outra forma, e para mim esta é uma das qualidades principais de um primógeno, para falar a verdade, acho que eu seria o cainita menos indicado para falar qualquer coisa de qualquer outro cainita aqui, porém, esta é minha opinião, eu gostaria muito de vê-lo como nosso primónego monsier Horázio. Peço desculpa caso eu tenha ofendido algum dos presentes, porém, esta é a minha opinião e a levarei até o final. Podemos ver o quanto o monsier Horazio se desgastou para fazer este trabalho maravilhoso para nos recepcionar esta noite.

François já estava esperando que alguém tacasse alguma coisa em sua cabeça depois do que falara. Após ouvir toda a conversa, e ouvir o que Horázio tinha para falar sobre Elloá, em sua opinião ela não poderia passar de uma harpia, afinal, o clã necessita de um Vampiro que realmente esteja afim de se empenhar pelo clã.
François olha para Thomas e diz:

- Conheci a cidade da qual se refere, estive por pouco tempo nela, apenas a trabalho e logo saí, porém, o Elisium do qual você se referiu minha doce amada falara por muito tempo sobre a sua reputação, apesar de pequena a cidade é um lugar aconchegante, como toda a bela France.

O Toreador agora espera pela reação de todos e sobre o que provavelmente Elloá ou Stradvarius teria para falar sobre ele.