[ELLISIUM] Ilha Fiscal

- À esta altura devemos ter...

Beatrice responde à Bianca de forma distante, verificando o horário discretamente... a Tremere além, nem para uma e nem para outra, retendo-se à abrir um leve sorriso por educação. Escuta a conversa de Bianca e Jorge apenas superficialmente, pois suas impressões já estavam gravadas e dificilmente poderiam ser revertidas no restante da noite.... mas Beatrice estava ocupada com algo, buscava algo ou alguém naquele lugar.

*Filippi sorri para Beatrice*

- É claro que conversaremos, acredito que você tenha meu telefone *acena com o tablet*, está sempre ligado.

*Mal termina de falar e uma invasão de mulheres que cercam Beatrice. Cruza os braços, meio perdido no meio da tagarelice do trio, e pega-se pensando que idade afinal teriam elas. Quando Beatrice apresenta Johanna e esta, Bianca, dá seu charmoso sorriso duro e aperta a mão de cada uma com firmeza. É um homem alto e de físico poderoso, onde se adivinha o militar, e seus olhos azuis seriam bonitos se não fossem ainda mais rígidos que a boca*

- Muito prazer, sou Luiz Filippi, mas não tenho a pretensão de ser sábio *dá uma risada gostosa*

*Tão desnorteado fica com a tagarelice das tremeres que demora a perceber que Emilie parecia fora de si, mas vê que Ian e a pequena malkaviana loira já estavam com ela. Resmunga para si mesmo a respeito do avançar da hora e do atraso que aquilo seria, mas Jorge se junta a eles e vê-se obrigado a bancar o vampiro civilizado e político novamente. Então Ian se aproxima para falar sobre Emilie, e o brujah vê a oportunidade de se afastar para fazer coisas mais úteis, mas por fim o japonês também é engolfado pelo mimimi de Elísio. Agora o mau humor é patente na cara do grandalhão, que cruza os braços e não para de olhar em volta resmungando para si mesmo. Por fim, ao ver que Beatrice parece tão entediada quanto ele pela conversa, aproxima-se e resmunga em italiano*

- Já que tudo parece perdido de nossos planos, que tal termos aquela conversa agora?

O Elissium ficou interessante rapidamente. O Brujah negro parecia um verdadeiro erudito, e assim um perfeito aliado para Bianca. Ela sempre achou que o objetivo do seu senhor foi criar um grupo de crias capaz de se desenvolver nos mais variados ambientes. Sua irmã em Moçambique que o diga, suas alianças eram... bem estaria divagando. Resolveu se concentrar na agradável conversa.

- Senhor Jorge, vivi meus últimos 200 anos em Moçambique, talvez mais... Depois de um certo tempo uma dama deixa de contar a idade. - completou com um discreto sorriso - Estudei diversos tipos de religião, magia e também as peculiaridades dos metamorfos africanos. Posso lhe garantir que sou versada nas mais diversas artes ocultas, Sei que você espera isso de um tremere, então não creio estar revelando nenhum segredo de clã. Infelizmente para mim, meus companheiros são um pouco menos dados à conversa pelo simples prazer de trocar idéias. Sinceramente achei que encontraria o meu prazer com um Toredor aqui, mas você foi a mais agradável surpresa dessa noite, posso lhe garantir.

Para o desgosto de Bianca sua percepção do ambiente sempre foi voraz e involuntária - já havia notado que Beatrice e Johanna faziam reconhecimento de território, cada uma a sua maneira. Odiava  ser ignorada e quase esqueceu que lidava com um Brujah quando constatou o flagrante desinteresse de Luis Filippi.

-Sabe querido Jorge, nasci na França, mas morei muitos anos na Itália - disse com um olhar de esguelha para o outro Brujah, esperando que ficasse claro que falava Italiano. - Acredito que você conheça melhor os membros dessa cidade, será que poderia me apresentar alguns? Normalmente me divirto com Toreadores, mas Ventrues, - cortou-se antes que continuasse listando os clãs - ou melhor, qualquer um que você ache interessante, seria uma ótima escolha.

- A licença está dada, senhorita. - ele respondeu imediatamente a Johana, ainda com um sorriso no rosto. Percebia, ao mesmo tempo, que a impaciência começava a tomar conta de Luiz Fillipe. O irmão devia estar imaginando que Jorge era um dos parvos de corte. Conjecturas. Quando o militar visse o filho de Ogum no campo de batalha saberia que não era assim. O Comandante em Forças do exército de Aruanda era senhor do Ori de Jorge, mas Oxum também fazia parte de sua personalidade e isso fazia com que ele parecesse menos bélico e menos prático do que a maioria dos brujah considerava útil.

Os outros também resolveram se afastar. Tokunaga, Johana, Beatrice e Luiz Filipe. Cada um formou uma nova dupla e então o negro ficou só com Bianca. Aquela que viveu em Moçambique e conhecia os orixás. Talvez até falasse nagô!

- Então não estivemos na mesma época em África. Mas ainda assim acredito que temos muitas figurinhas para trocar, mesmo sem correr riscos de que deixe escapar os segredos que coletou para sua família. - ele sorriu em resposta ao próprio sorriso de Bianca, antes de prosseguir com suas palavras, diminuindo o tom de voz - Os toreador provavelmente estão muito preocupados com eles mesmo.... discutindo os nomes que irão apresentar nas próximas noites para governo da cidade. Provavelmente vão tentar chegar a um consenso... o que talvez não seja fácil. Pelo que vi o Rio atraiu uma gama muito misturada de rosas

Parou mais um instante, como que para tomar fôlego, se é que isso era necessário. Observou atentamente o corpo da tremere, mas tentando demonstrar discrição, o que não era muito fácil dado o porte físico do brujah. Ele procurava por símbolos mágicos e religiosos que ele reconhecesse, ligados aos cultos afro.

- Também cheguei a pouco no Rio, mas tive oportunidade de conversar com alguns membros no começo da noite. Se dependesse da minha vontade a primeira pessoa a quem lhe apresentaria seria Emilie. - ele disse mostrando a bailarina malkaviana com o rosto. - Mas parece que ela acabou de ter uma crise e esta absorta em uma conversa com a garotinha. Não gosto de interromper os lunáticos nessa situação. E acho que talvez concorde comigo!. Por outro lado os toreador estão em bloco. Que tal nos surpreendermos juntos?

Ele parou mais um instante, como se fizesse uma pausa dramática.

- Conheci os ventrue recém chegados. E um dos antigos membros dessa cidade, a senhorita Montecchio. mas ainda não tive oportunidade de conversar com o senhor Leon Smith Kennedy?
- disse fazendo sinal e mostrando o vampiro, tentando ser discreto.

- É mais ou menos assim que Cláudia faz. Ela não pode entrar por vontade própria no Sonho em lugares desconhecidos e despreparados... mas quando o Bom Povo a chama... eles conseguem abrir as passagens de lá para cá muito mais facilmente. - ela respondeu, cada vez mais intrigada com as semelhanças.

- A casa de Cláudia ainda não está pronta para receber visitas. Ela ficaria encantada em ir até o lar de Emilie. - a pequena malkaviana assentiu com a sugestão da sua irmã de clã, sem reparar conscientemente na escolha de palavras.

A coincidência que Cláudia apontava deixa Emilie ainda mais impressionada. Já não via a hora da pequena abrir seu portal no Sonho, e elas esclarecerem de vez esse mistério.
Com um sorriso, acaricia de leve os de Cláudia.
- Vai ser um prazer recebê-la em minha casa. É um lugar pequeno, mas acolhedor!

Se levantando, ela olha para os outros irmãos de clã, estranhando o fato deles não terem se manifestado durante a conversa das duas. Só então percebe a rigidez imóvel deles, e com um gesto de aviso, chacoalha de leve o braço de Cláudia.
- Olhe isso!

Soltando a menina, ela se aproxima dos três malkavianos, avaliando a expressão deles mais de perto. Sabia que não poderia abordá-los. Já havia entrado em transes parecidos e uma interrupção brusca poderia ser cruel. Voltou a olhar para Cláudia, questionando.
- Será que eles estão na Rede? Ou recebendo algum outro tipo de mensagem.

Emilie reflete por alguns instantes, antes de dar um suspiro, conformado.
- Precisamos esperar eles voltarem.

A evolução da noite parecia promissora, já fizera um excelente contato com um impressionante Brujah e os outros membros encontravam-se próximos o suficiente para estender seus conhecimentos dessa terra bárbara chamada Brasil.
Bianca percebeu o olhar do Brujah e se deu por satisfeita por ainda ter seus dotes femininos em alta. Desde os tempos da renascença em que foi pintada por Botticelli os padrões de beleza mudaram, e por isso havia uma certa irritação por não ser mais tão desejada como antes. O olhar do Brujah ativou sua libido já morta e ficou levemente encabulada.
Estava pronta para brilhar no salão quando notou os outros tremere saindo da sala. O olhar de Vladimirovich foi como um farol indicando qual o próximo passo a seguir.

-Senhor Jorge, queria lhe dizer que a noite até aqui foi encantadora, principalmente por conhece-lo. Infelizmente os deveres do meu clã me chamam e preciso encontrar nosso ancião. Tenho certeza que poderemos nos falar mais tarde ou numa próxima ocasião. Se você não se importar gostaria que ficasse com isso. Tirou do vestido uma pequena moeda de moçambique, que estava marcada por um pequeno ponto vermelho, para um vampiro facilmente reconhecível como sangue vampírico seco.  

-O objetivo é que eu possa encontrar o portador dessa moeda onde quer que ele esteja. Claro que você pode deixa-la onde quiser e eu não saberei onde você está. Mas sinto que isso pode vir a ser útil um dia. Acrescentou com um sorriso levemente enigmático, um tom de quem sabia algo a mais.

-Se me der licença preciso encontrar o Senhor Vladimirovich.

Beatrice têm sua atenção puxada novamente para o Brujah e cada vez mais se convence de que poderiam trabalhar juntos e bem....ela estava prestes a lhe responder em italiano, como ele escolhera, quando seu clã saí da reunião particular e Vladmirovich indicava, obviamente, que iria vê-las agora... Beatrice olha intrigada para o ancião Tremere, não mais velho do que ela mesma e olha novamente para Luiz Filippi, sorrindo calmamente:

- Eu adoraria...mas meu clã me convoca. Se não importar-lhe, podemos nos ver no começo da próxima noite quando acredito teremos mais tempo... Eu pedirei para meus criados contatarem os seus durante a manhã, para que possam acertar os detalhes se for de sua vontade... Com sua licença, signore Filippi...foi um prazer...

E fazendo uma mesura cortês, a Tremere olha rapidamente para suas irmãs, vendo que elas perceberam o sinal de Julich e segue para a sala na qual Julian entrara...

Depois de ouvir o que horázio falara, o toreador resolve que aquela seria a hora de parar de ser apenas um toreador e deixar a sua marca na Camarila:

- Seigneur Pezzini, eu me candidato a Primogêni, eu quero ser o primógeno de nosso clã, mesmo que tenhamos Elboá ou Thomas aqui eu posso desempenhar este papel tão bem quanto eles, então, Seigneur Pezzini, eu desejo ser o primógeno e quero que o senhor fique a meu favor para isto.

O toreador agora aguarda por reações dos demais.

*Thomas sorri para Horazio, seu encantador sorriso que mistura a malícia mais profana e a inocência mais pura*

- Talvez... quem sabe? Por enquanto, acho que deveríamos conhecer melhor nossos... concorrentes. Apoiar a pessoa certa talvez possa ser mais interessante num cenário difícil... afinal, a cabeça é sempre a primeira a ser cortada... mas a cabeça faz tudo que o coração diz, e o coração está bem protegido!

*Teatralmente, coloca as duas mãos no peito quando termina de falar, simulando um suspiro - o menininho parece mesmo muito humano, tão corado como qualquer colegial*

- Os tremeres e os brujahs parecem muito próximos... só eu sinto cheiro de uma aliança? Essa aliança pode atrapalhar nossos planos ou ajudá-los? Só vamos saber se estivermos no meio. Sugiro que nos misturemos... estamos tão entre nós mesmos! Posso falar com as malkavianas... já as conheço de Rennes!

*Destina um sorriso charmoso também para François, erguendo as sobrancelhas e tagarelando animado*

- Oh! É mesmo! Se ela esteve por lá no último século, com certeza tivemos alguns momentos agradáveis, talvez até uma partida de xadrez... Deves ter estado por pouco tempo, a quem se apresentou, ao senhor Hervé ou a madame Maëlle? Oh, tenho certeza de que não deve ter esquecido de mamãe, a voz dela, e aquele cabelo vermelho...

*Por fim, dá uma risada divertida quando o mesmo toreador se candidata à primigênie*

- Oh, será uma boa disputa! Quem sabe haja tantos bons nomes que eu já não deva ambicionar algo maior, como senescal?

O toreador escuta o que Thomas falara e diz:

- Não petit, infelizmente eu não a conheci, estive muito breve pela cidade, apenas uma passada rápida, infelizmente não tive esta bela oportunidade.

Após o menino falar sobre a primigênie, François da um sorriso para ele e responde:

- Meu caro, apesar de tu seres tão pequeno eu aposto que conseguiria desempenhar um ótimo papel como senescal, apostaria em ti.

François agora espera mais do que nunca a reação da Toreadora e dos outros dois toreadores que ainda não haviam se pronunciado depois de ter pedido a Horazio que ele ficasse ao seu lado nesta disputa, mesmo sabendo que Horazio não ficaria ao seu lado como de fato ele gostaria, ainda assim fizera de tudo para que todos ali soubessem o que ele também queria e não gostaria de ser somente um Toreador, queria ser "O" Toreador como a sua bela senhora já o preparara a muito tempo atrás. Agora estava na hora de parar de viver somente em futilidade e entrar para a lista dos toreadores que fizeram algo pela Camarila.

Assim estava ele, quando percebeu que realmente tinha chamado a atenção de Bianca. Sua tentativa de observa-la fora suficiente para despertar certa volúpia, da forma como ele tinha planejado.

- Também não posso negar que essa noite no elísio me surpreendeu! Encontrar uma feiticeira que viveu em África e conhece os Orixás não era o que eu esperava do Rio de Janeiro. Não tão rápido. Não sei se conseguiremos nos falar mais tarde... quando as famílias se reúnem elas tendem a conversar muito! E também tenho certeza de que os filhos de Viena tem muito a que discutir depois do que viram e ouviram hoje.

Ele terminou sua frase com uma discreta risada, enquanto percebia que os outros tremere estavam se preparando para deixar o salão. Ele pegou a moeda, jogou para cima e depois fez com que ela caísse direto no único bolso de sua bata.

- Manterei a moeda de forma que possamos nos encontrar amanhã, senhorita Bianca. Mas já adianto que se for de seu interesse podemos combinar de conversarmos no começo da próxima noite... depois terei que vir ao elísio... ao encontro dos arcontes! - ele falou casualmente sobre seu desejo de encontrar com os arcontes, mas deixava claro para quem soubesse ouvir quais eram suas intenções: o principado. Preparava-se para continuar a falar quando ouviu os gritos do malkaviano. Imediatamente Jorge se voltou na direção de Antônio Conselheiro e depois voltou a olhar para Bianca, sussurando.

- Ele vem falando do fim do mundo há tanto que me surpreenderia se dessa vez estivesse certo, ainda assim não podemos desconsiderar os recados dos lunáticos. Parece que a noite não fez bem a eles... não foi um nem dois transes pelos quais passaram essa noite. - aproximou-se dela e se despediu com um beijo na face da tremere. - Vá ter com os seus, senhorita.

Quando Bianca se retirou Jorge começou a caminhar na direção dos malkavianos. Aproximou-se de Emilie, aquela com quem já tinha conversado. No seu rosto ele demonstrava certa preocupação.

- Com licença, Emilie... posso ajuda-los? - perguntou.

Ian aguardava a resposta de Johanna quanto as suas palavras e, também a ação dela diante do olhar de Vladimirovich. Ao ver de Ian, ele não foi convocado para a reunião. Ficou um pouco chateado no começo, mas depois tomou aquilo como natural. As irmãs poderiam ter algum trabalho juntas que demandaria uma reunião a sós com Vladimiroch. Então ele se dirige a Johanna:

-Magus Meisner.....acredito que magus Vladimirovich deseja falar-lhe. A acompanho até lá, se não for incômodo.

Ele oferece o braço a irmã de clã enquanto caminham na direção de Vladimirovich e de repente um dos Malkavianos, Antonio Conselheiro começa a chamar a todos de porcos. Ian arregala os olhos diante daquilo e depois de levar Johanna a sala se despede:

-Tenha uma boa reunião magus Meisner. Até breve.

Não faz menção de adentrar a sala. Se fosse punido no futuro seria outra história. Estava sozinho novamente no salão do Elísio e de certa forma agradeceu por isso. A única coisa ruim era que Conselheiro não parava de gritar que todos ali eram porcos. Se aproximou do grupo de Malkavianos quase ao mesmo tempo que Jorge e disse:

-Algum problema em que possa ajudá-los?

Ian olhava de Emilie a Antonio e vice versa. Alguma coisa estava acontecendo e parecia bem séria.

Horazio ainda insiste que os outros membros deveriam ser mais ambiciosos. Vincent era ambicioso sim, mas sua ambição era para com a liberdade e não com um cargo que lhe daria preocupações desnecessárias e muita, mas muita dor de cabeça. Tinha sua senhora em Paris como exemplo.

Permaneceu quieto e François elogia Horazio e logo depois se candidata a Primógeno.

”Ufa.....deste carma eu não sofro. Mon Dieu...obrigado por livrar-me deste fardo.”

Thomas com sua bela voz e trejeitos infantis parece encantar Vincent. A criança já almejava a Senescalia do principado. O garoto possuía uma ambição que não condizia com seu tamanho. Além disso dá uma sugestão de que deveriam se misturar. Vincent olha o relógio e percebe que já passam das três horas da manhã e o sol nasceria em breve.

-Bem....já passam das três....se vamos tentar socializar...acredito que teremos de ser rápidos.

Neste instante um dos Malkavianos começa a gritar que todos ali são porcos. Vincent apenas observa e depois se volta para Thomas:

-Parece que eles precisam de mais do que uma conversa, monsieur Haulot. Fluoxetina talvez?

Dera um sorriso malicioso e espera que a criança lhe dirigisse a pior das frases, como fizera anteriormente.

- Cláudia adora locais acolhedores. às vezes ela prefere um minúsculo studio a um palais monumental. É mais fácil deixa-los com a nossa cara! Os últimos lares dela em Vannes e em Paris foram assim. Vamos então? - ela perguntou, mas logo percebeu que não poderia ser assim. Os seus irmãos de clã pareciam permanecer no transe precognitivo. Estavam em uma crise de mobilidade.

- Vamos esperar. Realmente não podemos deixa-los assim, sozinhos. Embora Cláudia não tema pela segurança deles... talvez ela tema pela dos outros. - antes que ela concluísse seu pensamento, Conselheiro começou a gritar. Ele tinha despertado e acusava todos os membros no elísio de jogarem a jyhad enquanto o mundo estava prestes a acabar. Cláudia não negava que era uma jogadora e, ao mesmo tempo, não negava que o mundo fosse acabar. Mas a pequena acreditava que vencer a jyhad era a única forma de escapar à gehena. Logo dois membros se aproximaram deles. O brujah negro e um tremere oriental. Cláudia mantinha um sorriso infantil e ingênuo no seu rosto.

- Obrigada pelo oferecimento, senhores, mas não há nada que possamos fazer antes que Antônio Conselheiro desperte de seu transe!

- Oh, não imaginava. Você parecia tão desenvolto que deduzi já viver há tempos nessa corte.

Por sorte, mesmo sendo recém-chegado, Ian sabia o bastante daqueles membros para situá-la. Os Ventrue cumpriam exatamente seu papel de realeza arrogante e louca pelo poder. Os Malkavianos, apesar de obviamente perturbados, tinham certas peculiaridades: a menina loira fã de lutas marciais e a criança delicada definitivamente não eram a primeira imagem de um lunático. Precisaria estudar mais sobre suas atitudes e hábitos para ter um parecer final. Nos Brujah, a educação de Jorge e a postura firme de Filippi se destacavam. E quanto aos Toreador, bem, eram Toreadores. Dava para ver sua afetação de longe. Suas vozes excessivamente postadas, seus trejeitos exagerados e a necessidade de encantar a tudo e a todos deixavam Johanna exausta.

- Nenhum clã se equipara a nós em poder, tenho certeza, senhor Tokunaga. - inspirou, pousando a mão sob o queixo - Quanto a possíveis alianças, costumo dizer que qualquer relação é proveitosa. Com o chamariz correto, até mesmo os aliados mais sólidos viram-se uns contra os outros, como cachorros brigando por ossos.

Riu, em um misto de desprezo e condescendência. Os anos como diplomata e conselheira de guerra haviam ensinado muito sobre a relação humana e, mesmo já tendo abandonado fisiologicamente a vida mortal, os cainitas - ao menos os da Camarilla - ainda pareciam viver presos a esse tipo de lei natural. Ao fim da explicação de Ian, cruzou olhares com os dois Nosferatu e cumprimentou-os com um aceno de cabeça. Interessava-se profundamente pelo clã: eram confiáveis até certo ponto, eficientes como poucos e tinham a incrível capacidade de cumprir seu trabalho sem deixar rastros. E daí que eram desfigurados? Pff, desde que fossem competentes, pouco se importava se pareciam anjos ou vítimas de um banho de ácido. Ao ver o olhar de Vladimirovich, deu o braço a Ian e caminhou com ele até a porta da sala. A conversa havia sido edificante.

- Senhor Tokunaga, foi um prazer. Saiba que, assim que tiver minhas opiniões formadas, dividirei com você.

Despediu-se com um leve sorriso e olhou ao redor, vendo as irmãs se aproximarem. Não demorou para, um pé antes das outras, entrar na sala.

*Filippi dá uma risada com a observação de Beatrice e diz com humor*

- Eles podem falar com minha secretária eletrônica... Ela dá o recado muito bem. Não tenho ninguém trabalhando para mim.

*Isso o faz pensar, mais uma vez, no carniçal veado de Bruna, que viera desde sabe onde para arrumar seu apartamento, e em todos os outros lacaios alheios de que fizera uso. Reflete que deveria mesmo procurar um para si, o mais urgente possível. Aperta a mão de Beatrice, sorrindo para ela*

- O prazer foi todo meu.

*Em seguida, vê-se sozinho e dá alguns passos meio perdidos em torno antes de se aproximar de Jorge. Depois de alguns instantes de silêncio, diz baixo, mas bruscamente*

- E então? Qual o placar até agora?

*Só então parece perceber a proximidade das malkavianas, dá um sorriso de lado para elas e diz*

- Que há com ele? Não me importo de ser porco... mas se fosse outro bicho, tu ia ver um gaúcho brabo...

O comentário de Cláudia faz Emilie ter certeza de que a pequena iria gostar de sua casa... quando lá fosse. O transe dos irmãos de clã poderia adiar os planos delas, ainda mais depois do surto de Conselheiro.

Por um longo instante, Emilie apenas olha, atônita para a reação exaltada do malkaviano, tentando decidir se intervinha ou não, e os chamados de Jorge e de Ian a impulsionam ainda mais a tomar essa atitude.

Ela faz um gesto, para que o brujah e o tremere aguardem. Cláudia havia agido certo em dissuadir os dois, entretanto não concordava de que elas deviam assistir tudo passivamente, e dando um passo em direção à Conselheiro, ela diz aos dois.
- Acreditamos que não, mas fiquem atentos, por favor.

Para Emilie, não se tratava de um transe. Irônicamente, acreditava que Conselheiro estava 'lúcido'. Ele poderia estar sendo muito sincero nas acusações que fazia, e, de certa forma, não deixavam de ser verdadeiras.
- Conselheiro. - sussura ela, erguendo as mãos num pedido de calma. - Conselheiro, o que você viu? O mestre harpista te disse algo? Se nos disser o que viu, podemos ajudar a evitar a Gehenna.

Estava feito. O Brujah passou no teste. O beijo a pegou desprevenida, o que era raro. Mas o fato dele aceitar seu presente indicava que agora tinha um aliado na cidade. Ninguém com a experiência do Brujah aceitaria um presente mágico de um Tremere sem prever que poderiam haver consequências. A confiança havia sido estabelecida e enquanto se dirigia para a sala com as irmãs um sorriso de contentamento passou nos seus lábios.
A percepção dos gritos do Malkaviano a incomodaram. Sim, ela também tinha visões, e sabia que poderiam ser incômodas e assustadoras. Mas se comportar de forma tão indigna? Só mesmo um louco o faria.

-Até amanhã no início da noite Senhor Jorge. Sim, espera-se isso dos Lunáticos. Espero sinceramente que ele esteja bem. Boa noite.

Esperou discretamente que suas irmãs entrassem para então ter a oportunidade de uma conversa com o ancião do Rio de Janeiro. Ah, que poderes essa criatura possuía, quais se tornariam de Bianca no futuro próximo?