Enseadas - O fundo das baías, lagos, lagoas, praias e mar aberto do Rio de Janeiro

Natanael se entristece ao ouvir o sarcasmo da bailarina que julgava tão inteligente, até agora. Mesmo assim, com um sorriso altivo, responde com uma afirmação ao pedido da Primógena que era Primógena de verdade. Pega seu celular e envia uma mensagem para a bela Xica. Vincent havia agradecido ao senhor Constantine e Natan se adianta, estendendo a mão a ele:

_Boa noite, senhor Constantine, mais uma vez agradeço a estadia e prometo te manter informado sobre o que meus tão caros irmãos de Clã resolverem efetivamente sobre a Primogenia.

Sorri de forma enigmática de um jeito que só o Malkavian podia ver. Estava claro que depois de seu nome já ser mencionado nos equipamentos oficiais da Camarilla, os demais Membros já estariam sabendo de sua posição e voltar atrás seria arriscado. Nenhum Toreador gosta de passar a imagem de alguém volúvel e indeciso, gosta? Constantine estava jogando ao seu favor e Natanael desconfiava de alguns motivos... o Malkavian não era feio, será que... Ele pisca os olhos para retirar essas ideias da mente e vê os pezinhos de Claudia já desaparecendo na escotilha.

Após se despedir, se volta a Vincent com um sorriso:

_Me acompanha, mon cher?

O Toreador ouve as palavras de Terry com naturalidade, mesmo ele tendo tentado ofender o Cainita, aquele Malkaviano realmente queria controlar as coisas das sombras, decretando quem era Primógeno e escolhendo o que fariam, já tinha conseguido eleger um primógeno, e Fillipi também tinha sido convencido pelo anfitrião. Sorte que Guille já tinha feito seu próprio movimento, que poderia balançar um pouco as coisas naquele momento. Pena que ainda não tivera uma reação do outro lado da conexão.

Emilie estava com uma cara extremamente azeda, e só sorriu uma vez, quando tinha aprovado sua ideia de entrar em contato com os Ventrue, então o Toreador retribui o sorriso. Cláudia começa a se retirar, e então Natanael convida Vincent a ir também. Todos começavam suas despedidas, e podiam muito bem irem os 3 no primeiro carro e deixar Guille, Emilie e o Brujah em outro carro.

O Toreador então se volta para Constantine e fala, sem nenhum tom de rancor e ainda dando um sorriso para ele, pois o Cainita tinha possibilitado a Guille, com suas insistências com Natanael, armar um circo interessante.

"- Senhor Constantine, foi uma honra ser resgatado pelo vosso submarino. Agradeço imensamente pela ajuda, seja tecnológica como ideológica, e pela hospitalidade. Até mais ver senhor."

Então se aproxima de Emilie que estava ainda sentada e lhe oferece a mão para que ela levantasse.

"- Primógena?" - A palavra não tinha o menor tom de sarcasmo, mas o sorriso aberto de Guille deixava claro que ele havia percebido a pontada de desgosto dela por Natanael ser o novo membro da Primigênie Toreador. "- Como não discutimos divisão de carros, acredito que sobramos nós e o senhor Fillipi para irmos no segundo, vamos andando Emilie?"

O Toreador esperava que ela levantasse e o acompanhasse para a saída do submarino, assim que estiverem se levantando, Guille lança um olhar para o Brujah que ainda não tinha saído do telefone, convidando-o o com a cabeça para ir junto com a dupla e subir pela escotilha em direção ao porto e então, finalmente para a Capela.

O celular do recém-chegado estava ocupado, mas a primógena mantém a ligação, esperando que ele a atendesse assim que terminasse a outra ligação.

Emilie já estava praticamente em pé, mesmo assim, sua mão se pousa sobre a de Guille, com um gesto tão leve e delicado que, com a música adequada, poderiam começar a dançar uma valsa. Retribui com ternura o sorriso que ele lhe estende, contente em perceber que ele compreendia seu incômodo. Assim que ele menciona a divisão dos carros, a loira gira o olhar para Luís Filippi, e lentamente tira sua mão de cima da do toreador, ainda roçando a ponta dos dedos na palma estendida.

- Claro! Luiz Filippi já me disse o quanto adora dirigir. - sorri para o brujah - Só vamos precisar buscar um membro do meu clã que acabou de chegar, assim que eu descobrir onde ele está. - faz um gesto com a cabeça para o celular que segurava. - vocês se importam?

Caminha na direção de Constantine, e embora ainda transpareça um pouco de desconforto na frente dele, fala da forma mais cortês possível.
- Obrigada pelo resgate, pela hospitalidade e pelos aparelhos. - dá um sorriso, quase bem-humorado. - farei o possível para nos representar bem lá na Capela...
E se despede do irmão de clã, bem da forma brasileira que aprendera com os cariocas. Com dois beijos, próximo ao rosto, mas sem toca-lo com os lábios.

A primeira cainita a começar a deixar o submarino era Claudia. Vincent a olhou de cima a baixo enquanto ela se encaminhava às escadas. O Toreador se imaginou subindo atrás dela e tentando controlar a vontade que teria de puxar as pernas daquela criança e arremessá-la escadas abaixo em quem estivesse subindo. Achou melhor esperar outro vampiro ir atrás dela porque ele sabia de pronto que não conseguiria se segurar diante daquela vontade que seria insuperável. Ele até esboça um meio sorriso imaginando o corpo criança despencando das escadas, batendo a cabeça em algum lugar e criando uma poça de sangue vermelho em que ela se afogaria.

Estava satisfeito com seus pensamentos quando ouve Terry colocar alguns representantes dos clãs no tablet. E então Natanael se volta à ele convidando-o a segui-lo. Era muito, mas muito mais seguro para Claudia que Natanael subisse logo atrás dela. Vincent ainda estava desejoso de lançá-la para o inferno caso necessário.  Nem havia percebido a palavra “Primógeno” cheia de sarcasmo de Emilie. Na verdade tinha olhos apenas para Natan.

-Oui Natan.....você primeiro, por gentileza.

”Antes que eu puxe aquela saia rodada nojenta das pernas de Claudia e lance-a na cara de Terry ou de Guile.”

Dera um sorriso gentil e amigável à Natanael. Aguardava que ele subisse antes. Fez um gesto de braço para que ele fosse na frente. Viu os gracejos que Guile fazia ante à Emilie e segurou um sorriso. O irmão de clã estava realmente interessado na malkaviana ou estava jogando? Algumas palavras de Guile naquela noite não agradam muito Vincent que manteria um olho nele e outro em Claudia.

Não tinha se dado conta ainda que no primeiro carro iriam Natanael, Vincent e a diabinha Claudia.  Assim que Natanael segue na direção das escadas, furtivamente Vincent aperta de leve a nádega direita do irmão de clã sem muito pudor. Precisava se animar um pouco porque aquela reunião fora desagradavelmente chata e maçante. Por estas e outras razões ele nem se candidatara a nenhum cargo importante. Para quê? Para passar horas noturnas em reuniões idiotas e perder o tempo em que poderia utilizar com homens e mulheres mortais e imortais na sua cama? Nem em um milhão de anos.

Assim que Natanael começa a subir as escadas, Vincent também o faz e antes de deixar o submarino, ele olha para trás apenas para verificar aquela caixa metálica sem vida pela última vez.

Vincent é educado como sempre e Natan passa à frente para sair do submarino, não sem antes notar o jogo de falsa galantearia feito por Guille. Ora essa, era óbvio que Guille e Filippe eram concorrentes no cortejo de Emilie, por que é que ele estava tão solícito assim ao Brujah? Ou estava interessado em um menage à trois ou temia o Membro da Ralé... ou quem sabe queria mantê-lo próximo para vigiá-lo? Não, talvez tenha sido o acaso, já que apenas os três haviam ficado para trás. Isso poderia dar uma boa ideia de vingança a Natanael. Se pudesse fazer algo em relação àquilo, mataria três coelhos com uma só cajadada. Emilie deveria sair praticamente ilesa, no entanto, já que ficar sem nenhum dois dois amantes brutamontes já era um preço bom a se pagar pelo sarcasmo dirigido ao poeta.

Ele então se dirige a todos:

_Até logo senhores, estaremos no carro logo atrás de vocês, já que não sabemos o endereço exato. Lembrem-se apenas de que pararemos no lugar X para pegarmos a senhorita Xica.

Natanael sorri se despedindo e ainda se parabenizava internamente pelo início do seu plano maquiavélico enquanto dá dois passos em direção à saída, mas logo algo o tira da concentração maligna. Era Vincent apalpando sua nádega. Ele pára, meio sem saber como reagir, mas não se volta para trás. Desejou que ninguém tivesse visto aquilo. Ele agora era o Primógeno e devia se dar ao respeito. Mesmo assim, era óbvio que tinha gostado...

Caminha a passos rápidos e logo sobe as escadas.

Off: o lugar X fica no caminho, seja ele qual for. Próximo post: ruas zona Oeste.

Sua apalpadela não parecia ter surtido o efeito desejado. Vincent queria e muito que Natanael tivesse se virado para ele com um sorriso tímido ou mesmo agressivo. Era de ação que ele desejava de Natan, mas ele não pareceu se importar muito com isso. Não havia problemas, outras oportunidades de apalpadelas, beliscões e mordidas se mostrariam no futuro. Quem sabe na Capela Tremere?

Assim que Natanael sobe as escadas, Vincent se vira à Emilie, Guile e Luiz e faz uma reverência aos três, proferindo:

-Primógena Blanc, monsieur França, monsieur Filippi....estaremos aguardando-os lá fora. Com licença.

Era carismático e educado e assim que lança um sorriso somente à Emilie, ele sobe as escadas e pode sentir a brisa marinha em sua face e agradecera por isso. Fazia uma nota mental de que nunca mais ficaria tanto tempo sem sentir aquela sensação maravilhosa.

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Próximo Post - Ruas - Zona Oeste

*Filippi lança um olhar agressivo para Terry e Natanael. Na hora não responde nada, apenas cerra o punho, resmungando para si mesmo de forma ininteligível. Sacode a cabeça, com sucessivos risos sarcásticos, com as observações cada vez mais ridículas e sem sentido daquela galinhola toreador. Quando todos já estão se dirigindo para sair do submarino, mas ainda ao alcance do ouvido deles, vira-se para Terry e diz, categórico*

- Se a única opção é esse frango de granja jogar a Camarilla que nem nasceu direito na lama, claro que quero me lançar para príncipe. Quem quer ser príncipe precisa pelo menos ter algum senso de alguma coisa. *lança um olhar belicoso para Natanael e resmunga, propositadamente alto dessa vez* Não vejo a hora de ver pela frente aquele gurizinho... *vira-se novamente para o malkaviano* Mega obrigado, Terry. Daqui eu assumo.

*Encaminha-se para a saída e dá um sorriso de lado para Guille*

- Parece que vamos juntos... Eu dirijo, vamos na frente guiando os outros. Emilie, deixo você responsável por me ajudar com o caminho.

*Olha atravessado para Natanael e diz*

- Merda nenhuma. Não vamos parar em lugar nenhum para pegar porra de pessoa nenhuma, concordo com a Emilie, temos que ser os primeiros a chegar, além disso, quanto mais pararmos, mais expostos ficaremos. Depois podemos pedir aos tremeres que seus lacaios encontrem quem quer que seja necessário no caminho.

*Com essas palavras, espera que o casal de toreadores suba para segurar a cintura de Emilie e erguê-la, sem o menor esforço aparente e com uma graça insuspeitada, até quase o alto da escada. Dá um sorriso e uma piscada para ela e vira-se para Guille*

- Pode ir primeiro.

Ok, Filippi se importava em ir buscar alguém, e considerando que ele era o único que sabia o endereço da Capela e estaria no volante, a malkaviana teria que ceder e deixar de fora seu irmão de clã recém-chegado. Poderia até tentar persuadir o brujah com suas palavras mansas, mas achou que o esforço simplesmente não valeria à pena. Que contribuição um membro que mal pisara no Rio de Janeiro e sequer estava ciente do acordo entre os três clãs poderia dar? Limitaria sua ligação à um aviso por ora.

Balança a cabeça com a despedida à Natanael e sorri de volta para a reverência cortês Vincent, apreciando o esforço polido do toreador. Com um gesto afirmativo, se compromete a ajudar Luiz Filippi com as coordenadas.

Se encaminha até a escada, ouvindo uma resposta ao telefone, e estava prestes a responder quando sente sua cintura ser erguida. Sabia quem era o autor do gesto, antes mesmo de olhar para trás. Reconhecia as mãos enormes que haviam erguido-na antes e o brujah parecia ter tomado gosto pela coisa , até fora mais cuidadoso. Não, mais que isso, havia um certo charme no movimento. Tanto que fez a bailarina especular sobre o potencial do brujah como dançarino.  

As pernas ágeis da loira se firmam com habilidade nos últimos degraus da escada, e ela se senta na borda da escotilha, piscando de volta para Luís Filippi e dando-lhe um sorriso meigo. Balança os dedos em despedida para ele num gesto quase teatral, e logo depois, puxa suas pernas velozes para fora do Submarino, sumindo de vista.

Off: já que o Natan já está lá em cima, podem supor que ele simplesmente ignora tudo o que o Brujah falou dele e com ele.

Guille vê Vincent se despedindo e entao o Brujah se pronuncia e o Toreador tem quase que segurar com as mãos uma gargalhada com a brutalidade que ele se direge a Natanael. Mais do que merecido, e além do mais, Guille preferia um Brujah liderando eles em uma batalha do que um de seu clã, fresco e com o ego inflado.

Essa risada faz quase o Toreador perder a cena do Brujah levantando a Malkaviana pela cintura, mas ele não perde a cena, e a face jovial e alegre de Guille se recolhe a apenas um sorriso cortês.

Quando o Brujah lhe fala para ir primeiro, percebendo que o Cainita não era de frescuras e deixa-que-deixa o Cainita apenas faz uma reverência com a cabeça e sobe as escadas para a escotilha com firmeza e rapidez. Saindo para a brisa do mar na Barra da Tijuca, próximo ao seu refúgio, e lugar conhecido por ele em um século anterior

*Finalmente, depois de todos deixarem o submarino, Filippi é o último a sair.*

O celular de Terry começa a tocar...

- Sim, sou eu. - um ar de alívio transparece na sua voz cansada com a informação dele. - é mesmo?! Ah! Que bom! Uma boa notícia. Temos outra irmã que chegou ao Rio de Janeiro hoje e entrou em contato comigo, Natasha Romanov, não sei se já visualizou no seu sistema. Ela já está abrigada no refúgio dela. Gostaria de reunir todos amanhã para uma reunião de Clã, o mais cedo possível, para esclarecermos à ela e a Mikael a situação da cidade, bem como eu preciso explicar mais detalhadamente para você também sobre o que foi deliberado na Capela Tremere, mas antes, eu tenho que te adiantar algumas coisas antes mesmo que o sol nasça...

Emilie toma uma pausa grave e fala à ele com a voz firme, de forma direta e reta.
- A nosferatu Linda Wilson é a nova príncipe do Rio de Janeiro. Cláudia encontrou a Morte Final nas presas de Vincent Lyon, depois de um surto no jardim da Capela, cujas causas eu tenho minhas suspeitas, mas seu resultado foi colocar quase metade dos membros em frenesi, inclusive ela e Vincent. A príncipe ordenou que você desativasse todos os tablets, exceto os que estavam com os membros que caíram na noite passada. Ela disse que tem planos para essa tecnologia e quer que você entre em contato com ela no começo da próxima noite para marcarem um encontro presencial.

Toma outra pausa, mas dessa vez, abranda sua voz.
- Não sei  em que hora e local Linda vai querer se encontrar com você, mas gostaria de fazer nossa reunião de Clã em seu submarino. Pretendo conversar também sobre os problemas que apenas nós, malkavianos, podemos resolver, sobre os quais nos debruçamos no começo desta noite...
Dá uma breve pausa, lembrando-se do saudoso Antônio Conselheiro.

- Podemos contar com sua hospitalidade mais uma vez? Deixo a seu critério o horário exato da reunião depois que você ligar para a Príncipe, bem como um ponto de encontro onde eu e Natasha possamos esperá-lo para embarcar.

As palavras de Emilie saem com aprovação.
- Perfeito. Então nos encontramos lá. Eu, Natasha e qualquer outro irmão de clã que venha a me procurar.

Aguarda, para ver se o hacker tinha algo a acrescentar, e então, se despede.
- Tenha um bom descanso, Terry. Até amanhã