[CAERN] Clareira Central

Kiba nota que um Presa de Prata resolvia tomar a palavra para defender a matilha. Talvez fosse bom ouvir o que ele tinha a dizer, mas muitas vezes o que era dito era abafado pelas vaias dos outros Garous.

“Puta merda... Parem de voltar nesse assunto...”

O Ahroun já tinha presumido isso. Nada que fosse dito seria bem recebido, mesmo que a Arautos dissesse que encontrou Gaia. De qualquer forma Kiba já se colocava a postos. Os ânimos estavam tão animados que não se surpreenderia se uma pancadaria generalizada entre 90% da Seita e a Arautos do Trovão começasse.

O Cria de Fenrir vê que um Presa de Prata resolve tentar melhorar a moral da Arautos. Definitivamente a matilha não havia entendido a posição em que estavam.

As vaias eram tantas, que Draven mal ouviu direito o que o Garou queria dizer. A Seita sentia ódio da Arautos e muitos queriam justiça a qualquer custo. Uns até uma justiça que o julgamento de um juiz não sanaria.

Imaginando que um problema maior poderia ocorrer, Draven olha para Pedro, depois para Pantaneiro, e leva a mão até seu martelo.

- Talvez precisemos agir...

Não iria avançar sem a ordem de Pantaneiro, mas certamente se as coisas continuassem assim uma carnificina poderia acontecer bem diante dos olhos de todos.

*Cabelinho voou?*

Mayra não via o que acontecia, mas Kor começava a dar seus agradecimentos e juramentos de cumprir bem sua função. Acreditava que ele cumpriria bem. Falava pelos cotovelos como um bom Galliard e Mayra tentava se animar com a ideia de ouvir uma boa história perto da fogueira. Não poderia ver e se deleitar com expressões dos luas gibosas, mas poderia pelo menos ouvi-los e eles sempre foram muito bons com as palavras.

As palavras de Hrist surgem para lhe tirar do estado de imaginação para uma réstia de esperança. Sempre ouviu falar bem de Elo Espiritual embora não tivesse uma relação nem um pouco próxima com ela. Se ela era capaz de curar, iria buscar conseguir isso e a procura pelos Uktenas sugerida por Kiba é aprovada com o balançar do focinho em afirmação:

- Obrigada por me trazer esperança, Hrist. E pela disposição em ajudar, Kiba.

Agradecia aos dois. A esperança dava ainda mais um impulso para a Ahroun se erguer na dificuldade. Além de ser mãe e trazer uma nova vida, poderia curar sua deficiência. Já eram duas chances: Ingrid e a Pangéia. Sua situação havia evoluído rapidamente e isso era bom. Mais confiante, já se preparava pra ir quando Julian dá os últimos retoques para a matilha e fala que vai com ela assumir perante a seita. E isso a desespera.

Mayra imagina com os Fiannas receberiam a notícia falada por Julian. Em sua mente era nítido ver o Roedor falando que "nóis vai trazê um bacuri novo pra tocar o putero no Caern". Não, ela não queria e não podia correr aquele risco e para não ser agressiva, usa da diplomacia e responde:

- Tudo bem Julian, mas eu falo. Minha tribo é bem tradicionalista e eu não posso frustrar eles mais do que já frustrarei com a notícia. Preciso minimizar a frustração com as palavras que eu sei que tocarão os corações deles.

Esperava que Julian entendesse e não mentia. As palavras da Doninha estavam em sua mente e sabia exatamente o que ia falar que marcaria aquela data para todo o sempre. Já estava decidida e assume e a forma Crinos para poder seguir para a Assembleia.

Lá chegando, indo sempre perto de Julian e usando a noção de proximidade como Guia, fica séria ouvindo cada relato. A noite não tinha acabado e a Wyrm rondava o Caern. Relatos de visões e tragédias. Anúncio de julgamento. Tudo acabava com o glamour das histórias que Mayra esperava ouvir.

Uma matilha é execrada publicamente com vaias e gritos pesados. Mayra não se sente bem com aquilo. Conhecia Sylvia e Danniel na Arautos do Trovão, tinha uma amizade mais profunda com a Senhor das Sombras que chegara a ser sua beta na Titãs. Não conseguia acreditar no que era narrado, parecia que havia uma tragédia e sentia que o sentimento de vingança era maior que o senos de justiça. Lamenta pelas cenas que ouve. A Arautos do Trovão era uma matilha que tinha seu valor e Mayra sabia disso. Não tinha como ajuda-los, mas não se une a coros e vaias.

A maneira como sua matilha é retratada não era das melhores. Os Frenesis são citados e a imaturidade também. O tal vôo é explicado e a Fianna se surpreende. Mais com Kor, que embarcara, do que com Cabelinho que precisava crescer. No fim das contas, a Arautos tira o foco dos erros de sua matilha, mas ainda faltava o julgamento de Hrist. E junto dele viria o pronunciamento de Mayra.

Pedro ouve as palavras do garou que tenta inutilmente defender a arautos do trovão,  percebe que a maioria das pessoas ali sentiam raiva da matilha muitas vezes citada como "Assassinos"... Pedro ouve as palavras do fenris e decidi tomar uma iniciativa, ele não conseguiria descansar nunca mais na sua vida se aqueles garous morressem ali...

"-Peço o direito da palavra a todos... Pedro pigarrea limpando a garganta, ele não estava preparado para aquele momento, porém, todos os filodox nasceram para isso... "-Meu nome é Pedro coração-Sereno, sou um Filodox da tribo dos filhos de gaia, Faço parte a matilha Titãs... Pedro fica bastante sério forçando um tom mais ríspido... "-Quero primeiramente pedir que liberem a matilha Titãs de julgamento, a matilha perdeu seu filodox principal e eu faço parte desta matilha a apenas uma noite e não tenho condição de julga lá... Pedro respira fundo tentando agora carregar suas palavras com a autoridade que foi otorgada a ele por gaia... "-Peço também para que todos ao redor atentem ao que estão falando, até aqueles que estão fora da assembléia e que estão dando 'pitacos'... e pelo que eu saiba mesmo que fossem Juízes de Gaia só quem tem direito de julgar aqui é os filodox das respectivas matilhas e o juiz da seita... Peço que atentem a isso, agradeço a todos pela compreensão.

Draven entende e isso alivia a Fúria Negra. As diferenças entre ela e o Fenris deviam ser mais profundas que o Abismo, mas ela estava se esforçando para uma convivência saudável com o membro mais normal da matilha, à exceção dela e de Nymmeria. A Theurge ouve então as palavras de Aryanne sobre a esgrima e comenta:

- Dinheiro não é problema, Aryanne. Pode encomendar sua espada no melhor ferreiro que encontrar que eu arco com os custos.

Dinheiro nunca foi problema para Selene e ficaria feliz em ajudar a irmã de tribo. A assembleia começa e Selene toma seu lugar em Crinos junto com seus irmãos de matilha. Permanece séria e pensativa quando o tema das visões é tocado. O ataque da Wyrm era uma interpretação óbvia e a Theurge sabia que isso implicava mais uma ação física com matilha feridas e cansadas.

*Isso não é nada bom.*

As narrativas começam e Selene acha muito deselegante a postura de matilhas que falam das outras. Não se meteria e nem julgaria, só achava não oportuno. Fica satisfeita com os elogios vindos à sua matilha e horrorizada com os relatos sobre a Arautos do Trovão. Aquela matilha cheirava a vergonha e, apesar de Selene manter a postura e não se entregar a vaias e xingamentos, ela olha bem para aqueles Garous que não mereciam ser tratados com um pingo de dignidade pelo que era relatado. A morte de um Garou era uma tragédia, a de uma matilha algo abominável.

Sente pesar pelos que partiram mas por imaginar que a Arautos do Trovão pagaria no julgamento dos seus erros não se preocupa muito com isso. Se preocupa sim, quando nota que Pedro encerrava sua fala em defesa daqueles que eram tratados como párias. A chuva de vaias para cima do Philodox deixa a Theurge em estado de alerta. Agiria, se a Seita já não o tivesse feito, mas fica com uma expressão séria e fechada para qualquer um que encarasse com cara feia algum membro da sua matilha.

Pedro fala com toda a educação que ele tinha e esperava ser tratado com a mesma, mas infelizmente não é o que acontece, pedro é vaiado e ostracizado pela maioria dos Presentes ali, ele sente sua fúria interior crescendo a raiva consome todo o ser dele...

"Bando de viado filho da puta desgraçado, eu vou matar um por um, comer o rabo de cada filho da puta desgraçado... CARALHOOOOOOOOOU... pra que eu fui defender esse bando de inútil, era pra eu tar pouco me fudendo pra esses merdas, PORRA cês tão fudido... vou arrancar as tuas tripas pelo cu teu babaca de merda... babaca... babaca..."

Pedro deixa uma lágrima escorrer pelos olhos do grande crinos, era afinal um monstro por fora, um homem por dentro... com o coração de um menino batendo no peito...

PEDRO o tempo todo segurava o Braço de Draven, ele era o seu melhor amigo, seu irmão e uma âncora no momento!

O Cria de Fenrir olhava para Pantaneiro quando Pedro toma a iniciativa de ir à frente de todos para falar. O Filho de Gaia anuncia que não poderia julgar a matilha por não os conhecer o suficiente.

Draven já esperava por isso, mas não esperava o pedido de Pedro para que cessassem os comentários sobre a Arautos do Trovão. Logo em seguida as matilhas começam a vaiar o Filho de Gaia.

O Cria de Fenrir, que já estava com a mão no martelo, o saca e encara cada um dos que vaiavam Pedro esperando para ver quem seria o primeiro corajoso a tentar a sorte. O Filho de Gaia segurava seu braço em nítida tentativa de controlar o frenesi, mas antes que Draven pudesse agir Pantaneiro da a ordem para não fazer nada.

O Theurge olha para o Alpha e não diz nada. Havia entendido o recado e nada faria, principalmente porque não iria sangrar por ninguém da Arautos do Trovão. Então, guardando o martelo novamente o Garou diz para seu Alpha:

- Entendido...

O Cria de Fenrir olha novamente para Pedro, que ainda segurava seu braço chegando até a machuca-lo um pouco com as garras, mas nada faz. O braço se curaria com o tempo e valeria o preço se fosse para evitar o frenesi do amigo.

Hrist apenas sorri pra Mayra após sua resposta e se adianta junto com a matilha para mais perto, para ouvir melhor a assembléia e se fazer mais presente… Ela precisava se concentrar, mas então começam os relatos da noite...

Era difícil para Hrist ouvir as histórias sobre as ações da Arautos do Trovão sem sentir seu coração arder de fúria. Porém nada podia prepará-la para o que estaria por vir. Não sabia o que era pior: a Philodox tentando passar a mão na cabeça da matilha - o que para ela, que nascera sob a mesma lua, apenas a fazia tão gravemente culpada quanto o mais culpado deles - e ainda tentando justificar que tudo bem seu irmão ter morrido sem necessidade para salvar uma Garou porque no futuro ela viria a matar a Beta da Legião como se houvesse alguma profecia ou algo do tipo que os permitisse prever o futuro. Puta desculpa de aleijado querendo justificar o injustificável da forma mais baixa e humilhante possível… Ou talvez pior fosse o alpha começar a se fazer de vítima, como se as coisas que eles fizeram não fossem obrigação de qualquer servo de Gaia. Eles queriam aplausos por manter o véu? Por caçar os sanguessugas que os próprios membros ajudavam a alimentar? Eles queriam uma estrela dourada para colar no caderninho que valesse como passe livre para fazer merda? Qual a porra do problema daquela matilha?

Hrist cruza os braços e bufa pesadamente, tentando controlar seu coração para que o abismo negro do ódio não se instalasse. Eram covardes, isso sim. Covardes tentando se esconder atrás de desculpas esfarrapadas e auto-vitimização. Covardes indignos que só tinham histórias para oferecer de um passado que não honravam em suas ações... Em sua tribo, isso era uma humilhação da pior estirpe e não pode deixar de imaginar que tudo isso acontecia porque aquela seita fora liderada por fracos até então que deixava que aquele veneno de Jormungandr se instalar no coração de seus filhos. Sim, a Wyrm estava rondando o Caern...e sorria para cada um daqueles miseráveis de alma quebrada que a deixavam se aproximar.

Mas o pior ainda estava por vir... Um Galliard imbecil e um outro Philodox idiota demonstram que não tinham nenhuma empatia. Não que estivessem totalmente errados em suas ações, mas pelo visto a execução das ideias era um problema generalizado na Arautos do Trovão... Isso era algo triste de se ver e um pouco de pena começa a brotar em seu coração como uma frágil florzinha que cresce em meio ao asfalto. Aquele julgamento seria algo muito, muito difícil...e francamente acreditava que não importava que lado vencesse, todos acabariam infelizes de qualquer forma.

E o pior aconteceu.

Adrian perde o controle, ouvir aquelas vozes estavam inflamando aquele sentimento dentro do seu peito, aquele caern julgar daquela forma irmãos? erraram sim, mas julgar dessa forma era pior coisa que podia acontecer, ao seu entender era uma bárbarie desmedida e assim Adrian foi ficando puto, ainda mais porque a maioria dos garous ali eram burros, burros porque aquele tipo de situação só fortalecia a wyrm, isso que Adrian pensa, wyrm, wyrm, uma serpente veio estancando em sua mente e se rastejando, seus olhos ficaram negros, sua boca começou a espumar uma bile negra, raiva e mais raiva daquelas pessoas, o presas não estava mais no controle de suas ações, glifos vermelhos começam a brilhar e seu pelo que tinha uma tez prateada já não era assim, era de uma amarelado quase mofado, seu cheiro tinha um odor dos piores esgotos e seus olhos eram marejados com um amarelo degradante, um uivo é ouvido e em sua mente ecoavam frases, "irei matar todos e todos provarão o que é um verdadeiro assassino!"

Adrian parte em direção do presas de prata asas-noturna, ensandecido em sua fúria que não estava mais contida.

OFF: Frenesi da wyrm - 8 sucessos.

Amanda ouvia as vaias que eram proferidas a Arautos e seu sangue fervia ainda mais.

“Retardados, todos eles!”

A Andarilha estava inconformada com tamanha a ignorância daqueles ali presentes. Simplesmente eles eram todos uns bastardos que poderiam simplesmente ir para o inferno.

Adrian toma a palavra para tentar minimizar os ânimos negativos sobre a matilha. As palavras do Presa de Prata eram boas, mas logo as vaias voltavam. A própria Ragabash não acreditava que no que ouvia.

Amanda chega até a se aproximar do Presa de Prata para acalma-lo. É então que uma alma boa surte no meio de tantas doentes. Um Filho de Gaia fala em nome da Arautos e é vaiado também por tentar minimizar as coisas.

A Andarilha chega a abrir a boca pra esbravejar com aquele bando, mas o rosnado a seu lado lhe faz estremecer. Quando olha, Adrian já tinha sucumbido ao frenesi, um bem diferente de tudo que já viu.

O Presa de Prata dispara na direção do Ragabash que havia acusado a matilha, mas antes que pudesse chegar até ele é assassinado por Ira de Thor:

- NÃO!!!

Amanda corre na direção do Galliard enquanto o líder da Seita novamente se manifesta dizendo para que a Arautos recolhesse sua sujeira.

“ Sujeira...?”

A Ragabash olha com ódio para o Cria de Fenrir que havia atacado Adrian. Para sua sorte o Presa de Prata estava vivo, mas aquilo tudo já tinha passado dos limites. Amanda guardava bem os rostos de cada um ali, pois sabia que a Arautos iria se reerguer e teria um enorme prazer em ver cada um daqueles ali se fuderem, pelas mãos da Wyrm ou pelas suas.

A resposta de Nymmeria recebe um sorriso. A Galliard parecia muito promissora na seita e também se importava com a matilha e os outros membros. Ela oferece para ensinar esgrima a quem quisesse e isso seria muito interessante para a Ragabash, mas poderia responder isso depois. A Cerimônia já estava começando. Seguira o Alpha e já estava na formação da ferradura. Ouvira ataques a uma matilha pelos erros cometidos e que dizimara muitos garous. Isso era sério, apesar de não apontarem dedos ao garou em específico.

”Por isso as mortes exageradas.....um único erro ceifou a vida de muitos.”

Olhou para o céu e viu as duas estrelas vermelhas que brilhavam com uma intensidade enorme. O Apocalipse estava próximo e estavam travando a guerra para evitá-lo. Uma pergunta ribombava na cabeça da Portador que agora voltava seus olhos aos relatos: Estariam eles preparados para o fim do mundo? Aparentemente não.

Os relatos sobre a Titãs são bons se comparados às outras duas matilhas. Até agradáveis do que todos os outros que falavam tanto da Esquadrão quanto da Arautos. Na verdade ela via problemas muito grandes para a Arautos na próxima noite já que um julgamento seria feito contra o garou que errara durante a missão.

Uma garou em Crinos tomava a palavra e falava sobre a Arautos do Trovão. Yasmine a observava, a analisava em cada detalhe. Ela era uma juíza e Estrela Cadente imaginava que seu relato seria bem duro, assim como os anteriores referentes à Arautos. Pensou consigo mesma:

”Os pontos positivos não são relevantes Juíza. Os Garous se atém aos erros....ainda mais contra certos garous. Uma pena que as duas Colmeias destruídas pesem tão pouco em seus feitos. Eu sinceramente acredito que se tivessem derrotado a Wyrm no Rio de Janeiro isso também não teria muito peso diante dos erros e de quem os acusa. Isso que falta à Nação Garou...união e perdão.”

A Portador da Luz Interior achou que a juíza fora leve em seu julgamento. Não era de seu feito julgar, mas era a sua simples opinião de Ragabash. Conhecera Juízes bem mais duros do que ela. Outro garou em Crinos se levanta e começa seu relato. Também era da Arautos, a matilha mais atacada da noite. Ele se apresenta como Bardo Forasteiro, com aquele nome deveria ser o Galliard da matilha, mas Yasmine se engana, ele era um Ahroun e Alpha da Titãs. Estrela Cadente olha para Pantaneiro e depois volta sua atenção ao Alpha, ainda em silêncio.

Ela ouve todo o relato do Ahroun e entende perfeitamente porque Ahroun lutam e Galliards contam as histórias. Claro que dos dois membros da Arautos iriam levar palavras amargas para casa. O Galliard da matilha, finalmente, se dirige aos presentes. Ao terminar suas parcas palavras ela tem vontade de balançar a cabeça em negativa, mas prefere ficar imóvel como uma estátua. Não estava acreditando no que ele dizia. Não mesmo. Gritos aqui e ali são lançados à Arautos e Yasmine já via o pior. Logo estariam estraçalhando os garous no meio da assembleia. Era ótimo ver que Ira de Thor e Sagittarius conseguiam, pelo menos por enquanto, conter os ânimos.

Draven parece perceber a mesma coisa que Yasmine e comenta que talvez teriam que fazer alguma coisa. As outras matilhas tinham que falar sobre si para que a atenção da Arautos fosse dispersada. Yasmine se dirige à Pantaneiro:

-Alpha.....talvez seja a deixa de nossa Galliard falar sobre nós. Se o foco da Arautos for dispersado os ânimos se acalmarão.

Mas quem pede a palavra fora Pedro.

”Pedro? Como assim? Por Gaia...nos ajude.”

Coração Sereno é inteligente em pedir a extinção do julgamento da Titãs. Yasmine o observa e percebera que ele fora inteligente, mas as vaias e os ânimos estavam muito alterados. Pedro retorna com um semblante de poucos amigos e pantaneiro intervém. Eles não poderiam causar problemas além dos que já estavam presentes.

Yasmine toca o ombro de Pedro e diz:

-Parabéns pelo seu controle Coração Sereno.

Tentava passar calma ao garou e irmão de matilha. Um dos garous que falara pela Arautos, o galliard que fora vaiado, entra em frenesi e Yasmine nem tem tempo de levantar quando o garou é atingido por Ira de Thor. O que Estrela Cadente queria mesmo era sair dali e o mais rápido possível.

Kiba observava a exaltação da Seita aumentando cada vez mais. Era questão de tempo até algo sair do controle. Nem o Juiz e nem o líder da Seita estavam sendo respeitados quando pediam para que cessassem as vaias.

Mayra fala com Kiba e o mesmo apenas vira para ela e sorri, esquecendo por um instante que ela não estava vendo. Só depois de se lembrar disso diz:

- Não precisa agradecer Mayra... Você é uma de nós...

É então que novas vaias começam, dessa vez por um Filho de Gaia que tentava evitar que a confusão continuasse. Será que as pessoas não conseguiam entender que as vaias VÃO parar se elas pararem de falar nisso?

Aquilo chega e incomodar o Presa de Prata, mas não tanto quando o fato de ver o Presa de Prata entrando em um frenesi da Wyrm. Outro frenesi da Wyrm.

- Puta que pariu...

Kiba chega a avançar um passo, mas antes que fizesse mais do que isso Ira de Thor lança seu martelo e atinge a cabeça do Galliard.

Ele sabia que alguma hora a confusão iria fugir do controle e agora tinham um irmão de Tribo desacordado no meio da Assembleia. Kiba pensa até em ir ajudar, mas uma jovem de cabelos azuis já tomava a atitude. Pelo olhar que a mesma lançou sobe Ira de Thor, até imaginou que ela tentaria uma insanidade, mas aparentemente aquilo era puramente raiva.

Cabelinho de fogo nunca tinha participado de uma assembleia antes. O máximo que ele tinha participado era de uma roda em volta de um barril em chamas onde ele estaria comendo pedaços de McDonalds que tinha encontrado no lixo com seus amigos catadors de papelão. Achava que aquilo iria ser a melhor confraternização da sua vida e que poderia comer até encher o bucho, porque o bucho dele era grande, enorme e sem fundo. Mas estava enganado.

O ragabash assiste aos relatos com um impressionante sentimento de desolação. Mesmo tendo lutado e destruído duas Colmeias a matilha Arautos era julgada por todos. Claro que a delicadeza da Philodox da Arautos era bem contrastante com o jeito da Hrist. Se fosse a Hrist ela lançaria o martelo antes e julgaria depois. Tá, não era bem assim. Mas que Hrist era dura, isso era, ou não se chamaria Fúria da Justiça Implacável, ênfase na Justiça e dupla ênfase na Implacável.

Todos mundo estava a beira de um descontrole grupal. Já via os garous presentes pulando como zumbis da série The Walking Dead em cima da Arautos em busca de carne fresca, sangue quentinho e tripas. Mas Ira de Thor e Sagittarius parecem controlar as coisas bem. Outros garous se juntam aos relatos e um deles sai em frenesi, não sem motivo. Mas é logo martelado na cabeça e o ragabash olha para Hrist, imaginando que ela poderia fazer o mesmo.

A assembleia, quero dizer, os ataques continuam e a única coisa que ele pode pensar era:

”Que coisa chata do caramba....cadê os McDonalds? Quero tubaína e alguma coisa para mastigar.....não era uma festinha?”

Mas nada diz. Apenas fica olhando os acontecimentos. Já tinha cometido erros suficientes para uma noite durante a missão.

Nymmeria dá um sorriso expressivo, misturando incredulidade e agradecimento, quando Selene se dispõe a pagar por sua espada.
- Muito obrigada, irmã. Espero retribuir seu generoso gesto assim que for possível...

Apesar da situação não ser com ela, nem sua Matilha, a Galliard vai ficando tensa com o desenrolar dos discursos sobre a Arautos do Trovão. A juíza Aman, que havia bem conduzido a Cerimônia dos Falecidos, faz um discurso preciso e impactante sobre os erros e acertos da Arautos. O alpha da Matilha, Bardo Forasteiro, fala bem sobre as Glórias que haviam conquistado, mas é desmentido pelo Ragabash, Asa-Noturna, o que só piora a situação, já tão ruim de todos eles.

As vaias que se erguem depois da tentativa de Sinfonia-Final-da-Morte e que persistem com tanta insistência deixam a Galliard receosa de tomar o centro da Assembleia e começar suas palavras. Apesar de ver lógica na consideração de Yasmine não queria receber todas aquelas vaias gratuitamente. O pedido de Pedro, para liberar a Titãs do julgamento, é sensato, mas ela sabia que tentar limpar a barra da Arautos do Trovão, mesmo invocando um direito necessário, era perda de tempo, e ela se compadece pelo irmão de Matilha, exposto aquela humilhação.

Um suspiro entrecortado deixa a garganta da Galliard ao ver Adrian, em frenesi, ser acertado pelo martelo de Ira-de-Thor. Seus membros de contraem e ela continua silenciosa e rigidamente em seu lugar, esperando a situação se acalmar.

O alto e forte crinos negro que era Flávio escuta todo o julgamento e falas, aquela matilha que tinha audácia de usar o nome do Avô-Trovão estava agora em maus lençóis por seus erros. Ele imaginava que logo eles iriam pedir pra sair, todo vagabundo era assim, chegava a hora que pedia arrego e então só um tiro de doze na cara pra resolver.

O Ahroun não havia visto quebra da Litania, mesmo assim eles tinham feito uma bosta grande, aparentemente aquele Ahroun John era que nem aqueles playboizinho de merda que dirigem uma carranga potente e não sabem controlar, e dai bebados que nem um gambá matam uma familia. Era exatamente o que tinha feito, e por um rabo de saia, não sabia se ele tinha algo com a tal Feiticeira, e se tivesse merecia ser castrado ou amarrado pelas bolas em um precipicio, mas a cagada fora grande e o esporro merecido.

Até aquele maconheirinho imbecil do Pedro ir falar merda e fuder com a Titãs, era por essas e outras que a alguem de pulso devia controlar a matilha, e o Pantaneiro até tenta, mas era meio passivo. As vaias quase fazem o viadinho entrar em frenesi, e ele se segura no ombro do Theurge que achava que era Guardião da Seita.

Flávio estava descontente, e esboça seu descontentamento dizendo baixo para Nymmeria.

"- Termina com essa assembleia ridicula antes que alguém perca os dentes." - nesse momento o Galliard da Arautos os perde e Flavio complementa com mais desprezo ainda. - "- Pelo amor de Gaia, só tem criança nessa merda toda. Nymmeria, faz seu discurso logo, ninguem ta ligando muito pras outras matilhas, só por favor, não cita nenhuma palavra sobre aqueles imbecis. Que essa porra aqui ta virando bagunça e a Lua ta quase Cheia, a chance de virar uma carnificina é grande."

Esperava então que a maconherinha fizesse o trabalho direito. Enquanto isso olha com desprezo pro playboizinho da sua matilha que estava chorando que nem um filhote.

Severino se mantinha em silêncio acompanhando os relatos dos galiards e o julgamento dos juízes até que chega a hora da juíza de sua matilha falar, sendo seguida pelo Alfa. Pelo visto nenhuma das palavras proferidas por seus companheiros serviram para abrandar a raiva dos presentes, pelo contrário, sua Matilha passou a ser hostilizada abertamente por todos os presentes. A fala do Ragabash Asa-Noturna tinha sido decisiva para o resultado.

O líder da seita conquista o silêncio, mas a fala de outro membro da Arautos coloca tudo a perder. A hostilidade de todos volta a se manifestar até que, mais uma vez, Irá-de-Thor ordena silêncio. Para consegui-lo ele dá uma martela na cabeça do novato que parecia um demônio da Wyrm enquanto partia pra cima do chefe.

Severino chegara ao seu limite. Quando vaiaram a primeira vez e os chamaram de assassinos o pernambucano, num misto de insegurança e vergonha, até se viu dando um leve passo para trás. Estava acuado sob as duras acusações que ouvia sobre sua matilha e sobre as quais não fazia ideia. Mas ele era um Arhou e, além disso, era um Pernambucano. Definitivamente, um Arhrou Pernambucano não ficaria ali parado sendo humilhado daquele jeito. Seu sangue ferve, seus pelos se eriçam enquanto contrai suas mãos e observa quem seria o primeiro que ele iria torar a cabeça. Ele estava a uma peinha de explodir.

"- SEUS FIOS DE RAPARIGA, CAMBADA DE FRESCOS, VÃO TUDO DÁ OS CÚ PROS CACHORRO.... SEJAM HOMI SEUS CABRAS SAFADO E VENHAM CÁ QUE EU VOU DISTRIBUIR TABOCADA NO TOITIÇO DE TUDINHO."

Bil falava pra todos aqueles que acusavam sua matilha.

"- VÃO MAMAR NO JEGUE SUA CAMBADA DE FÉLA DA PUTA!!!"

O pernambucano tava pronto pra abrir o bucho do primeiro engraçadinho que olhasse atravessado pra ele.

Bardo Forasteiro - Todos

O Fianna não tinha mais o que falar sobre aquele circo, irmãos? Não, aquilo era um bando de crápula e aproveitadores, gente que só queria ver sangue e morte, resolve ligar o foda-se e ouvir tudo calado, se eram uma matilha tão vergonhosa que a desfizessem e pronto, ponto final, dessem a carga para as matilhas que realmente merecem e que nunca erraram na vida.

Como se tudo não bastasse os novatos começam a falar, um deles entra em frenesi e logo Ira de Thor o desacorda, sem falar uma palavra, o Ahroun caminha até seu irmão desmaiado e pega seu corpo, não olha para mais ninguém, meneia a cabeça para Boom como quem diz para que ela volte, apenas focava em seu irmão caído e logo quando volta, olha para todos da Arautos e diz, após as palavras de Steven:

-'Ninguém abre mais a boca para falar um "ai" nesse Caern, me ouviram? Ninguém'

O Fianna estava sério, não tinha porque falar mais nada, não tinham porque abrir a boca.

Sombra Fatal - Todos

Kevin estava junto com os Andarilhos no início da Assembléia, logo que Link diz para procurá-lo ao final o Ragabash meneia a cabeça positivamente e á volta para perto de seus irmãos de matilha para ouvir o estupro coletivo. A matilha abençoada por avô trovão havia feito muita merda e tudo estava pesando naquele momento.

O Alpha tenta amenizar a situação enaltecendo todos os feitos dignos da matilha porém aquilo não adianta de nada, o que fizeram fora absurdo e tudo que eles estavam colhendo foi o que plantaram. Kevin não era a favor daquelas atitudes e nem se manifesta, apenas ficava observando tudo acontecendo, esperando que Nymmeria começasse logo para acabar com aquela palhaçada sem limites.

A rispidez de Nunca-Mais desagrada Nymmeria, mas ela pôde ver certa sensatez no pedido dele. O assunto precisava ser desviado, antes que a fúria se elevasse ainda mais, provocando tragédias.

Galliards não podiam ser tímidos. Gaia havia dado a eles a missão de ser útil com suas palavras, e é com essa convicção que a Fúria Negra começa a tomar coragem para cumprir o seu papel.

Porém, antes que ela avançasse, um outro Garou tem a péssima ideia de inflamar ainda mais os ânimos tão exaltados e a martelada de Ira-de-Thor não mais a surpreende, ainda que ela se contraia pela violência do golpe.

Achou que o choque havia sido o suficiente para controlar definitivamente a situação, e então, ela se prepara para ir.
- Pode apostar que não vou... -  murmura em resposta para Flávio, sobre o pedido de não falar nada sobre a outra Matilha.

Em passos largos e pesados, a Fúria Negra avança até o centro da Assembleia. Lança um rápido olhar para todos os que estavam ali, e diz em voz firme.

- Meu nome é Nymmeria, da Tribo das Fúrias Negras. Galliard da Titãs. Gostaria de falar sobre os feitos da minha Matilha...

Com a cabeça erguida, ele espera que os clamores cessem e ela tenha silêncio e ordem para começar.