[CAERN] Clareira Central

Ingrid responde para Uli e os demais:

- Sim, temos um ponto de encontro na Zona Sul, mas acho que podemos buscar alguma gruta para conversarmos logo sobre o que tem que ser conversado e sobre nosso Totem. Não podemos adiar muito isso. E quanto aos assuntos do Futuro eles são de interesse de todos, acho que todo mundo aqui quer ouvir sua história, Senhor das Sombras.

Amanda se junta aos seus na clareira central e agora, aparentemente, discutiriam sobre seu novo Totem. A Ragabash não tinha muita ideia de que espírito gostaria de seguir, mas prefere esperar para ver se Severino aprovava a ideia de conversarem sobre aquilo agora ou se tinha outra ideia em mente.

Darius ouve o pedido de Gregory e depois a ordem de Uli que ele concorda com um aceno de cabeça, seguindo-o até um ponto mais confortável da clareira.

O Senhor das Sombras ouve a explicação de Ingrid e depois que a mesma diz que todos gostariam de ouvir sua historia ele concorda com um aceno de cabeça dizendo:

- Existe uma gruta que me serviu de lar durante meu treinamento no Caern. Ela fica atrás de uma cachoeira não muito longe daqui. Não sei se alguém faz uso dela nesta época.

O Ahroun aponta na direção da gruta com o queixo, deixando claro para Ingrid de que gruta estava falando. Enquanto isso, ele esperava que Uli dissesse como iriam proceder.

Caminhou junto de Uli. As questões eram todas voltadas para Ingrid, que já tinha conhecimento do Caern do Rio de Janeiro e saberia indicar as diretrizes para a matilha. Sobre o Totem, Gregory estava um pouco preocupado. Tinham perdido um Totem e precisavam de outro o mais rapidamente possível. Greg sabia que sem a benção de um totem a matilha teria problemas maiores para lidar. Além de que ele acreditava que a benção de um Totem deixava claro que a matilha respeitava os espíritos e estreitava os laços entre os garous e o mundo espiritual.

A não manutenção do mundo espiritual traz muitos problemas e pelo que tinha estudado, estes tempos escuros não deveriam retornar. Levantou a cabeça para o céu novamente e as duas estrelas rubras cintilavam com a cor do sangue.

”Aqui elas parecem mais fortes do que dos Estados Unidos.”

Ingrid responde o Alpha e, como sempre, sem rodeios. Darius também indica uma gruta e Gregory pensa a respeito:

”Preciso conhecer melhor este Caern.”

Ela chega na Clareira Central logo após os seus irmãos de matilha e segue com eles até Severino, o Alpha. O primeiro assunto abordado, após informar que a oferenda tinha sido aceita pelo Avô Trovão, era a respeito do Totem da matilha. Comentou:

-E já temos algum totem em mente?

Olhou para Sylvia e depois para Mitty.

Severino, que estava recostado num canto da clareira esperando o retorno de sua matilha, percebe a chegada de Sylvia. Prontamente a Theurge o informa do sucesso da oferenda e o pernambucano acena positivamente com a cabeça, mas antes que pudesse dizer algo o outro Theurge complementa chamando a atenção sobre a escolha de um novo Totem para a matilha. Também se juntam ao grupo Boom e a novata que pergunta sobre a existência de algum Totem em perspectiva.

Antes de falar, Severino pergunta à ragabash que chegara em silêncio:

“- Cadê a juíza?” - suas palavras possuem a entonação de um comentário e não de um questionamento.

Ele então se volta para a novata e, amigavelmente, diz:

“- Que tal começarmos pelas apresentações? Me chamo Severino de Araujo, Lapada-na-Escuridão, Uktena, Ahrou, hominídeo, Cliath. Muito prazer.”

Ele aguarda que a novata se apresente e continua:

“- Acho arretado já olhar pra frente, procurando um novo Totem, mas tem um negoço que fiquei matutando enquanto vocês terminavam a caçada e queria ouvir suas opiniões. O que é a Arautos do Trovão? Ou será o que foi? Alguém sabe me dizer?”

Severino compartilha de uma cultura na qual a vida possui um sentido. Ela não é anárquica. Tudo possui seu lugar e seu papel dentro deste grande arranjo comandado por Gaia. Embora algumas pessoas optem por tentar fugir do destino, ele um dia lhe bate às portas. Como não era seu forte identificar os sinais como os Theurges de sua tribo fazem preferiu a pergunta direta aos companheiros de caminhada.

Sem papas na língua, Ingrid que volta à forma humana para deixar seus irmãos mais confortáveis e sem olhar para cima enquanto falavam com ela, comenta:

- Pode ser uma boa ideia, assim conhecemos um pouco mais de você pela gruta que escolheu habitar. Aqui usamos grutas para reuniões tribais, rituais e coisas do tipo, mas se a que você fala estiver ocupada não deve ser difícil encontrar uma outra que nos dê paz para uma longa conversa.

Ao final de sua fala volta sua atenção para Uli, esperava para ver o que o alfa diria.

A Theurge, apesar de manter a postura e o respeito, ainda digeria a nova liderança da matilha. Tinha trabalhado muito pela ascensão e manutenção de Bardo Forasteiro e não gostava da mudança que saía totalmente ao seu controle. A Senhor das Sombras, sabia, no entanto, que era a mais experiente ali e talvez a única a realmente conhecer o que se propunha a ser a Arautos do Trovão e, com isso, Sylvia diz:

- A Arautos do Trovão nasceu para ser uma matilha de Respeito. Tivemos inúmeros grandes feitos e sempre disputamos, de forma saudável, com a Vingadores o posto de matilha prodígio dessa seita. Tivemos inúmeras formações por baixas, indas e vindas, que fazem parte da rotina desses tempos e que não temos como controlar e, na noite de ontem, que era para ser a nossa noite de Glória, erros sucessivos nos levaram à desgraça que nos fez chegar ao fundo do poço.

*Alguns mais, outros menos.* - pensa a Theurge que segue falando:

- Hoje somos a sombra do passado, mas ainda temos potencial. Boom, Ubuntu, Decodificador de Espíritos e você são estranhos para mim e é difícil apontar qual a nossa característica enquanto matilha, mas o fato é que o destino a grandiosos feitos ainda se mantém conosco. Podem nos punir, nos execrar, mas ninguém retirará o fato de que a nossa matilha, com uma formação jovem e ainda não entrosada, derrubou em uma noite duas colmeias, dando um dos mais pesados tiros no coração da Wyrm que essa seita já viu.

Sylvia respira fundo e prossegue falando:

- Então, respondendo à pergunta de Michell, eu acho que deveríamos nos manter com um totem de Respeito. Não será fácil a negociação, mas nós temos plena condição de provar a nossa honra e reescrever o nosso nome. Somos Arautos, mensageiros, temos um destino a cumprir e mesmo com a queda momentânea faremos acontecer e escreveremos nossos nomes na história da Nação.

Mais do que opinava, tentava, de alguma forma, gerar empatia nos seus. Sabia que a tarefa não era fácil. Não eram Senhores das Sombras e nem Capuletos, mas confiava que teriam brios para levantar a cabeça, reagir e reescrever a história.

Darius concorda com um aceno de cabeça diante das palavras de Ingrid que agora deixava de ser um enorme crinos e passava a ser uma bela mulher que devia ter entre 25 e 30 anos de idade.

Sem duvidas era difícil acreditar que aquela Garou ali diante de seus olhos se tornaria um monstro em alguns anos, mas se tudo desse certo a Uktena não seguiria esse caminho.

Voltou a olhar para Uli, esperando uma manifestação de seu Alpha para partirem de uma vez daquela clareira.

Amanda, que já estava junto de Severino e os outros, reflete sobre a pergunta feita pelo Alpha. Tinha tanto conhecimento do que era a Arautos do Trovão quanto ele e sem ter a Benção de Avô Trovão o nome não fazia muito sentido.

Sylvia explica o que era a Arautos do Trovão e mostra o quanto acreditava no retorno de seu sucesso. De certa forma, ela concordava com a Senhora das Sombras, pois se eles tiveram tantos feitos como Sylvia e Barbo Forasteiro contaram então a recuperação seria rápida.

Depois do termino das palavras de Sylvia Amanda diz:

- Chefe, eu cheguei ontem, pouco antes do inicio da missão, mas mesmo com as falhas eu pude ver o quanto os meus novos irmãos e irmãs se mantinham unidos. Mesmo que o desgraçado tenha nos enganado, eu realmente não quero perder esse sentimento de união que, mesmo sendo nova aqui, sinto por vocês.

Aman se aproxima da matilha, estavam discutindo sobre o Totem e sobre Respeito, e tudo que fizera era baseado no desrespeito, ou ao menos assim julgara Gaia na figura de seus Philodox, portanto a moçambicana se mantém calada, ao menos por enquanto.

Uli claramente ri da fala de Ingrid quanto à gruta de Darius, então comenta.

"- Só não sai falando que você vem do futuro E vive numa gruta... Basta uma coisa de maluco por vez... Bora pra lá galera... Temos uma longa conversa..."

Sorrindo o Galliard parte para as grutas, na direção que havia sido apontada.

O Senhor das Sombras escuta a piada de Uli e novamente da um sorriso de canto de boca para seu Alpha. Seria cômico se não fosse trágico o fato de que sua gruta era praticamente um "luxo" pra quem vivia em seu tempo.

- Pode deixar...

Ele então segue seu Alpha, andando pouco a frente para mostrar-lhes o caminho.

Diante das falas dos outros membro da matilha, Gregory nada diz. Não sorri diante da piada de Uli e fica aturdido que Darius vivia em uma gruta no futuro.

”Como seria esse futuro? Vivia em uma gruta no futuro? Será que eu vivi até o futuro de Darius?”

Talvez a vida no futuro de Darius não era tão agradável quanto a que eles tinham ali. Seguiu sua matilha para as grutas. Não tinha conhecimento algum do terreno e o máximo que poderia fazer era seguir os outros.

Ouviu as palavras carregadas de sotaque de Severino. Era interessante ver que o país tinha tanta cultura que se diferenciava em muitos aspectos. A primeira pergunta não é feita para Lilibeth, que resolve não responder. Quando Severino se apresenta, a voz de veludo da Galliard se faz presente:

-Lilibeth Vestrich, Sussurros de Danu, Cliath, Galliard, Fianna, hominídeo. O prazer é todo meu, Lapada na Escuridão.

Depois de se apresentar, Sylvia faz um relato sobre a situação da matilha e sobre a ideia dela de um totem. Um totem de respeito era bem interessante aos olhos da Galliard. Mitty dá duas ideias sobre quais totens poderiam adotar. O Vulcão ou Minerva. Teriam que analisar bem sobre quais totem adotar para não serem abandonados como aconteceu anteriormente. Lilibeth tinha mais inclinação para Minerva, mas a opinião dela ainda não tinha sido solicitada e por isso permaneceria em silêncio, como Aman estava fazendo.

Introspectivo, o Uktena se volta para Aman que chegara no início da fala de Sylvia e questiona:

"- E você Aman, que acha que somos?"

Aman parece devanear antes de começar sua resposta.

"- O que somos?

Sou, tácitos amigos, o que sabe
Que a única vingança ou o perdão
É o esquecimento. Um deus quis dar então
Ao ódio humano essa curiosa chave.
Sou o que, apesar de tão ilustres modos
De errar, não decifrou o labirinto
Singular e plural, árduo e distinto,
Do tempo, que é de um só e é de todos."

Era aquelas palavras que lhe vinham a mente, eram seus estudos que lhe vinham a mente, ela não estava bem, ainda não, queria dar a volta por cima mas procurava sair do labirinto, mas ele, árduo e distinto, não permitia que usasse chave nenhuma, rodava em círculos em sua mente então.

Boom ressalta a união, mas é Michell quem rouba a atenção de Sylvia. Teria o Andarilho mais potencial do que ela tinha visto num primeiro momento? Talvez. A Theurge não era de desistir fácil dos membros da matilha e as palavras de Michell saem como música aos ouvidos de Sylvia que já emenda na fala dele, comentando:

- O Vulcão me parece um Totem muito apropriado para a nossa matilha. Suas bênçãos nos tornariam mais hábeis com as palavras, mais perigosos fisicamente, mentalmente e desenvolveria nosso lado lobo. Seu dogma é um exercício diário para os Galliards, pois seríamos impedidos de agir sem nos anunciar, mas ainda sim é um totem de respeito cuja bênção desenvolverá nosso lado físico e mental também. Eu já lidei com o Vulcão por mais de uma vez, posso conseguir convencê-lo a nos tornar seus filhos mas aí teríamos que mudar de nome, deixarmos de ser a Arautos do Trovão para ser alguma coisa nova, algo como Renascidos pelo Fogo, por exemplo.

Era uma ideia apenas, mas coloca para que os outros possam ouvir. Lhe doía abandonar o nome da matilha e ter pedido o Totem, mas Sylvia sabia que chorar pelo leite derramado não ajudava em nada para que fosse escrita uma nova história.

Lilebeth se apresenta mais uma vez, dessa vez após reprimenda de Severino que, por sua vez, cobra Aman que resolve fazer poesia na hora do debate objetivo. Não culparia a juíza que passou por muitas coisas, mas no fundo esperava dela a mesma frieza que demonstrava e por isso se decepciona um pouco. Michel demonstra pena de Aman e puxa assunto, mas Sylvia não faria isso. Pera era para os fracos e os fracos não correriam ao lado dela por muito tempo.

Aman é questionada e fala um poema a respeito da matilha. A Galliard fica impressionada com o conhecimento da Philodox. Estaria ela no augúrio errado? Abriu um imenso sorriso e comentou:

-Jorge Luis Borges...Sou.

Michell bate palmas rapidamente e cessa logo em seguida. Talvez tímido por ser o único fazendo aquilo. Sylvia responde sobre o totem da matilha. Ela realmente não conhecia o Vulcão, mas o breve relato dela sobre o dogma do espírito faz com que Lilibeth pensasse a respeito durante alguns momentos, respondendo:

-Desculpe minha ignorância diante dos espíritos, Sylvia. Mas não conheço os dogmas, nem do Vulcão e nem de Minerva. Mas pelo que comentou sobre o Vulcão...eu acho que seria bem interessante tê-lo como nosso Totem. O nome que sugeriu para a matilha também me parece bem coerente com o novo começo da matilha.

Sorriu amigavelmente para Sylvia e depois olhou para Severino. Não sabia se o Alpha era aberto à comentários ou votações, mas como tinha pedido a opinião dos outros membros a respeito da Arautos, resolveu se pronunciar diante do totem. Até poderia influenciar os outros membros da matilha a escolher o Vulcão, mas isso não seria justo com nenhum deles.

Philip chega à Clareira Central e procura se a Esquadrão da Fúria já havia retornado.

Aman sorrira para Michel à ele elogiar o poema que declamara, Borges sempre a tocara, quanto ao totem fala.

"- Acho realmente o Vulcão uma boa ideia, para aqueles que já o viram em ação sabem que um Vulcão sempre se anuncia antes de chegar, o que seria ideal para o nome Arautos, obviamente não seriamos do Trovão, e do Arautos do Vulcão não sei se ficaria adequado, porém a ideia de Arautos se encaixa perfeitamente com o Dogma e a ideia do Totem, acho que agradaríamos com a manutenção, pelo menos de Arautos no nome."

Sylvia ouve as palavras da novata e apenas sorri para a mesma, se focando em responder à Ubuntu e defender sua ideia:

- Arautos são mensageiros. Mensageiros carregam a mensagem de alguém, ou representam algo. Não faz sentido sermos Arautos se não formos Arautos de algo ou alguém. Acho que nosso momento pede renascimento, recomeço, novo nome, novo totem, nova história. Sem esquecer do passado, mas apontando para o futuro.