[CAERN] Clareira Central

Sylvia ouve a argumentação de Michell e não entende qual o problema de um nome de matilha ser óbvio. Não é a ideia representar o que é a matilha? Martelo de Volcano parecia tão hollywoodiano para a Senhor das Sombras que lhe parecia nome de filme de ação. Sem querer desrespeitar o irmão, fala com sinceridade:

- Não acho ruim o nome ser óbvio se o que o nome da matilha tem que representar é o que somos. A ideia de Martelo de Volcano pode até soar como algo bonito, mas o que representa? Somos uma matilha de guerra? É isso que queremos passar pra seita? Temos dois Theurges, uma Ragabash e uma juíza que não são às no combate, e estão bem longe disso. Não conheço nossa Galliard para falar sobre mas dos nossos dois Ahrouns somente Severino está aqui conosco. Um nome que remeta à ideia de guerra não nos representa, precisamos de algo que represente o que somos e o que vivemos... essa é minha opinião.

A escolha do Vulcão parece ter sido decidida rapidamente. O sorriso de Sylvia é retribuído com outro sorriso da Galliard. As coisas pareciam estar tomando um rumo e isso era bom. Quando Mitty comenta sobre Lilibeth, ela pisca para ele e juntando o dedo indicador e o do meio, beija-os e lança para o Theurge. O irmão de matilha dá outra sugestão de nome. Lili não queria ficar empacada ali escolhendo o nome da matilha, não que isso não fosse importante, mas precisavam, antes de tudo, do Totem para abençoar a matilha.

Respondendo à Sylvia.

-Sinto desapontá-los...mas não sou uma Galliard da guerra. Meu irmão sim.

Corroborando as palavras de Feiticeira das Sombras:

-Não vejo problemas quanto ao nome Renascidos do Fogo. O nome remete a um novo começo, como a Fênix que se transforma em cinzas e depois renasce com toda a sua glória. Mesmo que seja um nome óbvio...se encaixa exatamente no nosso contexto atual.

Severino se mantinha em silêncio apenas acompanhando o desenrolar da conversa entre os demais membros da matilha. Aos poucos ia ficando claro para o Uktena as relações existentes e as posições ocupadas por cada membro no interior da Arautos. O pernambucano sabia que a matilha não começara com sua chegada, longe disso, e que a historia vivida por cada um dos membros mais antigos plasmara relações contra as quais era, naquele momento, inútil ir contra.

O debate sobre o futuro totem da matilha prossegue e Sylvia vai impondo seu ponto de vista como uma típica Senhor das Sombras. Impressionava o jeito como a Theurge argumentava e deixava claro a que tribo pertencia. Até onde Sylvia seria uma típica Senhor das Sombras?

Apesar da desconfiança, Severino era obrigado a concordar com ela quando explicitou que a Arautos estava longe de possuir um caráter guerreiro. Era uma questão de matemática: só existia um Ahrou ali entre eles.
Severino balança a cabeça positivamente diante das ponderações de Sylvia e pergunta:

“Com base no que conhece do mundo espiritual, Sylvia, você acha possível que o Vulcão nos aceite? Mesmo depois de tudo que nos aconteceu na ultima noite?”

O tom das palavras de Severino é carregado de dúvida. Era uma simples pergunta e não uma tentativa de refutar o caminho que ali começava a ser traçado. No entanto, ao pernambucano a matilha ainda não estava em condições de “escolher” livremente a que totem representar.

Amanda fica preocupada com Aman quando esta começa a fazer um poema. A Ragabash não havia entendido nada, mas mesmo assim era evidente a preocupação principalmente quando Michell se manifesta para consola-la.

Realmente John havia sido completamente irracional no fim do dia, a ponto de Amanda simplesmente acreditar que se tratava de outra pessoa.

Sylvia puxa o assunto para o totem e sem querer Boom demonstra certa insatisfação com a ideia de seguirem vulcão. Mesmo com a característica “explosiva” do totem, o fato de terem que se anunciar antes de agir iria torna-la praticamente inútil em emboscadas. O nome da matilha era diferente, mas não completamente desaprovado pela Ragabash.

Uma discussão sobre o nome da matilha começa como se realmente já tivessem chegado a um acordo sobre o totem. Amanda pragueja mentalmente por sua passividade naquele momento e então comenta com todos:

- Renascidos pelo Fogo pode servir, mas que tal...

Amanda leva a mão ao bolso da bermuda e cata seu celular, começando a digitar algumas coisas nele, buscando acessar a internet. Assim que consegue o que queria começa a falar:

- Arautos da Chama, Lordes do Fogo, Fogo e Sangue. Puta merda, não tem um nome bom nessa merda de Google!

Diz isso visivelmente irritada e guardando o celular novamente no bolso.

- Ta difícil... Renascidos pelo Fogo não é o melhor nome do mundo, mas realmente é o que mais tem a ver com a gente.

Todos preocupados com o nome da matilha e o Alpha preocupado se o totem iria aceitá-los. Boom tenta dar algumas sugestões de nome para a matilha, e parece até engraçado ela comentando. No fim, ela parece aceitar o nome Renascidos pelo Fogo. Enquanto isso Lilibeth começa a pensar em outros nomes que poderiam servir.

-Filhos do Fogo então? Filhos do Vulcão? Ah...eu poderia citar nomes para a matilha a noite toda se me permitirem. E ainda posso criar um significado para cada nome que sugerir ou que cada um de vocês sugerirem.

Olhou primeiro para Boom e depois para Mitty, piscando para ele. Mas ainda tinham que ver se o Vulcão iria aceitá-los como filhos. Lilibeth iria adorar o Vulcão como totem, já que ele parecia mais inclinado aos Galliards.

Diante do comentário de Boom sobre "não ser o melhor nome do mundo" apenas para reclamar de uma função que nem era dela e sem apresentar uma proposta melhor, a Senhor das Sombras apenas fala, depois de ouvir também a novata:

- O melhor nome do mundo, acredito, é aquele que melhor represente o que somos e o momento que vivemos.

A Theurge olha para todos e faz sua última defesa sobre o nome:

- E acredito que nosso momento seja de renascimento. Não vou criar cabo de guerra por um nome, apenas estou frisando que precisamos renascer, nos transforar e iniciar uma nova história e apresentar isso no nome é um fato que poderia ser importante.

Dirige-se então à Severino, para quem diz:

- Minha relação com o Vulcão pode fazer a diferença. Podemos ser recusados? Podemos, mas posso me empenhar pessoalmente em conseguir convencer o Totem a nos abençoar.

Acreditava que conseguiria e fala com confiança para o Uktena.

Alguns segundos depois o Presa de Prata surge no meio da Clareira Central. O lobo estava visivelmente suado, o que demonstrava ter feito bastante esforço recentemente, mas sua respiração estava normal.

O Ahroun senta e espera que seus companheiros surgissem ou que algum Vigia viesse falar com ele.

"- Acho que podemos concordar com Sylvia, nós realmente precisamos renascer, é o caminho a seguir, e que seja através da lava do Vulcão..."

Aman deixara-se ceder pela Theurge, o mais importante seria o Totem, o nome era o de menos no momento, e sim as ações que tomariam.

Finalmente Phillip vê a pelagem de Kiba em forma Lupina surgindo da Umbra, feliz em vê-lo, o Theurge se aproxima do lobo branco e fala.

"- Kiba! Que bom que voltaram... Tudo bem? Onde estão os outros?"

A Andarilha do Asfalto ouve em silencio a conversa de seus companheiros de matilha. Aman dava seu voto de confiança tanto para o totem quanto para o nome da matilha, deixando basicamente nas mãos do Alpha dar a palavra final.

Enquanto esperava Lapada se manifestar, notou a aproximação de um outro Garou. Sem nem ouvir sua apresentação já desconfiava de qual Tribo pertencia e, infelizmente, não ficou nada contente com o que ouviu.

"Caralho... Outro Fenris?"

Amanda deixaria que Lapada fizesse a recepção, mas ao menos o Ahroun parecia ser mais receptivo que o ex Fenris da matilha.

O lobo esperava seus irmãos surgirem da Umbra, mas pode notar que um Garou vinha em sua direção e, se fosse possivel perceber suas expressões, ficou visivelmente feliz de ver que se tratava de Philip.

- Philip! É bom ver você rapaz.

Antes que pudesse continuar falando, uma outra figura se aproxima. A principio, Kiba achou que se tratava de um Vigia, mas não. Um outro Garou se juntava a matilha para substituir Hrist. A expressão do Ahroun era de duvida e assim que o recém-chegado lhe estende a mão Kiba retorna para sua forma racial, cumprimentando-o com um aperto de mão firme:

- Seja bem vindo Robbie. Kiba Valentine, Asa Solitária, Ahroun, Fostern dos Presas de Prata. Aconteceu alguma coisa com Hrist?

O Ahroun então olha para Philip, sem querer deixar seu irmão de matilha sem respostas e logo diz:

- Os outros estão na Umbra e já vão sair... Tivemos vários problemas na missão cara... Vamos precisar conversar ainda hoje. Ta tudo bem com você?

A resenha parecia ter afunilado para uma decisão: a matilha tentaria o Vulcão como totem. Severino ouve as palavras de Aman e quando se preparava para encerrar a discussão um galego se aproxima do grupo e se apresenta como o novo reforço da matilha. O estrangeiro é um Cria de Fenris, Arhou, pra ajudar no "serviço braçal".

Depois de sua apresentação o Alfa comenta:

"- Chegue!" - gesticula para que ele se insira na roda - "- Seja bem vindo, eu sou Severino de Araújo, Lapada-na-escuridão, Ahrou, Uktena e alfa da matilha. Infelizmente tu chegou nos finalmente de um assunto que tamo discutindo, mas depois posso lhe colocar a par."

Dito isso e contando com a concordância do recém chegado, Severino se volta para os demais, Sylvia em particular, e diz:

"- Como disse, pelo visto essa parte da resenha acabou. Tentaremos com o Vulcão e Sylvia ficará responsável por isso. Imagino que todos concordem também em nomeá-la nossa mestre de rituais."

O Alfa observa o semblante de todos, buscando sinais de concordância, ou não, e prossegue:

"- O que mais temos pra resenhar?"

Severino tinha questões a colocar, mas queria observar o que seus companheiros de matilha tinham como importante para aquele momento. *Não é atoa que o sujeito tem dois ouvidos e só uma boca.*

Aman vê a chegada do jovem e depois que Severino faz sua apresentação e aceita o Garou no seio da matilha, ela fala mais baixo para ele, já se apresentando.

"- Aman Guebuza, conhecida como Ubuntu, hominídeo, Philodox, Cliath, dos Peregrinos Silenciosos."

Ela é simpática e até ameaça um sorriso, seu primeiro desde os enterros da noite anterior.

Philip ouve a resposta de Kiba e então chega alguém dizendo que ia substituir Hrist, era estranho, ela havia feito o julgamento e depois sumido, não lembrava bem o que ocorrera com ela, vide que naquela hora o álcool ainda afetava seu cérebro, agora tinha passado, e outra coisa o afetava, o sangue dos inocentes, que ensopava seu colete ainda, ao menos seu rosto estava limpo, antes de responder Kiba, o Theurge busca seu tradicional cantil de whisky, toma um gole, oferece ao novato enquanto se apresentava.

"- Philip Telford, Drink-no-Abismo, Theurge, Hominídeo, Cliath dos Fianna."

Então se volta para Kiba e fala.

"- Ao menos a sanguessuga foi morta? Eu estou bem, não sei se você trombou a Mayra, o safado foi capturado e trazido a julgamento, fiquei no ponto pra resolver os perrengue que ele deixou pra trás..."

Philip parecia preocupado, mas Kiba não saberia exatamente com o quê.

O Presa de Prata consegue notar a preocupação no comportamento de Philip. Talvez por ter tido que caçar Kor ou porque demoraram para voltar a Seita, mas não dava pra ter certeza. Kiba visivelmente também não estava em um de seus melhores dias e parecia verdadeiramente cansado.

O Ahroun vestia uma camisa do time de basquete New York, uma calça jeans bem surrada e tênis de corrida azul e cinza. Ao ver o cantil sendo oferecido para o novato estendeu a mão, como quem pedisse por um gole, e disse:

- A vampira foi pro saco... Uma missão que era pra ser fácil e virou um inferno cara... A Mayra me mandou uma mensagem sobre o Kor. Que perrengues que ele deixou? O julgamento dele já saiu?

O Ahroun ainda mantém o pedido da bebida, precisava relaxar um pouco antes de ir falar com Ira de Thor, mas antes que as respostas viessem fez uma ultima pergunta:

- Sei que é meio foda perguntar isso depois de hoje, mas ta tudo bem?

Tinham tantos problemas acontecendo que não se espantaria se Philip falasse que a FESN invadiu o ponto de encontro da matilha ou que havia um cometa vindo em direção ao Caern, por exemplo.

A Ahroun sai da umbra e retoma sua forma racial. Se depara com um novo membro da matilha que indica que Hrist não faria mais parte da Esquadrão da Fúria e se apresenta a ele:

- Muito prazer, sou Mayra Hildebrand, Voz de Taranis, Ahroun Adren dos Fiannas.

Sorri para o novo membro mas não se alonga para não interromper a conversa de Kiba, Phillip e o novo membro.

Aman concorda com Sylvia e isso arranca um discreto sorriso da Theurge dirigido á juíza. O sorriso, no entanto, se esvai rapidamente quando um Fenris se apresenta à matilha. A liderança da Seita parecia querer jogar contra o reerguer da matilha, mas não seria nenhum Fenris descerebrado que iria atrapalhar o renascimento da antiga Arautos. Sylvia olha para o homem que se apresenta e se apresenta a ele falando:

- Sylvia Capuleto, a feiticeira das Sombras. Hominídea Theurge Adren Senhor das Sombras.

Não se alonga, não queria intimidade com membros daquela tribo. Severino, por iluminação Gaiana, não volta tudo diante da chegada do novo membro e Sylvia responde a ele com tranquilidade:

- Acho que agora temos que decidir se o nome será um dos propostos mesmo e ir para a Umbra para que eu possa invocar o Vulcão para negociar a bênção dele.

Saber que Hrist mais uma vez seguia um caminho fora da Esquadrão da Fúria era desanimador, mas felizmente o Andarilho do Asfalto parecia ter potencial e tinha uma visão positiva sobre a matilha, mesmo se tratando inicialmente apenas sobre os Philodox.

A explicação sobre Kor faz Kiba ficar alguns segundos a mais em silencio e apenas menear a cabeça como se tivesse entendido o recado. Por mais que fosse um desertor ele foi um bom amigo, isso era inquestionável, mesmo com seus problemas de não saber a hora de falar e a hora de ficar quieto.

- Entendi... Ao menos ele foi julgado pelo juiz da matilha... Seja bem vindo a Esquadrão da Fúria Robbie.

O Ahroun o cumprimenta mais uma vez com um aceno de cabeça, e assim que Mayra se junta a eles o Presa de Prata diz:

- Vou lá ver o líder da Seita... Você faz um resumo pra eles? Dependendo de como for a conversa a gente discute o que vai fazer no ponto de encontro.

Ainda queria um gole da bebida de Philip antes de partir, mas também se preparava psicologicamente para ouvir um Garou que até hoje era difícil de engolir como líder.

Amanda vê que seu Alpha e sua Beta já se apresentavam, assim como Aman. Não podia fazer desfeita com o recém-chegado, mesmo ainda estando desconfiada. Com um sorriso nos lábios a Andarilha diz:

- Bem vindo grandão. Sou Amanda, mas os amigos me chamam de Boom. Andarilha do Asfalto, Ragabash e hominídea.

Depois que termina de falar, vira-se para Severino e diz:

- Eu queria falar sobre a segurança do nosso ponto de encontro Chefe... Quero passar um pente fino lá junto com Michell quando terminarmos por aqui. Já era uma coisa que pretendia fazer quando Daniel era o Chefe... Isso é, se você topar.

A Andarilha parecia se esquecer temporariamente da dor de seu ferimento e agia com um pouco mais de tranquilidade. Amanda vestia uma camisa branca de manga curta visivelmente bem maior que ela, uma bermuda que terminava pouco antes de seus joelhos e tênis allstars pretos.