Ruas - Zona Norte

Assim que Natasha aparece, Emilie recua um passo, um pouco assustada por ela ter estado tão perto de si, mas assim que seus olhos castanhos claros contemplam mais detidamente sua irmã de clã o fascínio neles é inegáel. A cor artificial dos cabelos dela não era a mais admirada pela loira, contudo, traziam um aspecto único para ela. E o corpo dela era perfeito! A bailarina não consegue evitar olhá-lo de cima à baixo. As pernas fortes, a barriga atlética. Seria magnífica numa dança! Inclusive as mais exigentes como o ballet. Poderia até tomá-la como pupila...

Subitamente, abandona seus devaneios encarando a macabra situação, e volta a se lembrar de suas desconfianças anteriores, mas aquela voz! Ah... Poderia ser facilmente conduzida por ela, tão linda, doce e com uma sinceridade tamanha, não tinha o menor sinal de malícia.

Contudo a malkaviana aprendera a desconfiar para sobreviver, e seu olhar para Natasha ganha uma firmeza, uma concentração completa. Emilie se esforçava em enxergar o que ela tinha de mais profundo... *

- Sim, eu lembro... - ela evocar esse acontecimento era um ponto a favor dela - Natasha Romanov, sim, eu me lembro. Sua voz é ainda mais bonita pessoalmente.
Sorri gentilmente, na medida em que seu semblante abatido permite.

Porém, o rosto dela se frazne, completamente agoniado com a lembrança que ela evoca.
- Você viu? Quem seria o monstro pra fazer esse tipo de coisa. Com crianças, crianças inocentes! Pobrezinhas...
Seu lábio treme, e ela o morde, com uma enorme cara de choro.

*OFF: Emilie rolls 6 dice to Percepção de Aura (Diff 8 )10,4,9,5,7, 4 [2 successes]

Natasha dá um passo a frente com o elogio de Emilie esboçando um sorriso, afinal parecia que ela já havia conseguido obter a confiança da loira, porém quando o rosto dela Franze, Natasha instintivamente para, esperando que a mesma pudesse ter entrado em alguma nóia ou algo do tipo, afinal tinha ter que muito jeito para lidar com os seus primos, alguns deles eram bem estranhos e até imprevisíveis.
Natasha estava com lágrimas de sangue escorridas pelo seu rosto, era visivel que a garota tinha se chocado com a situação, e compartilhava da perplexidade de Emilie, mas naquele momento a maior preocupação eram quem havia feito aquilo, e se poderia estar perto, e é claro a atenção que aquilo ali pode ter causado, se houveram gritos provavelmente a policia estava a caminho, e se houvessem câmeras as duas estavam perdidas, mas não queria abater Emilie agora com estes detalhes, a pobrezinha parecia completamente transtornada e isso não era bom para Malkavianos.
A passos bem extremamente suaves Natasha vai se aproximando de Emilie, com a compaixão estampada no rosto, ela diz com a voz doce:

" - Obrigada minha linda, e eu posso dizer que nunca poderia imaginar que você era uma obra de arte ambulante!" Sorri de um jeito terno " - Mas ouça, você que esteve lá dentro, o que você viu? Será que não existe ninguém vivo lá dentro?" Balança negativamente a cabeça como se discordasse do que ela mesma disse " - Mas o que quer que tenha sido a coisa que fez essa chacina já deve estar longe, isso me parece coisa do Sa..." Contem-se no que ia dizer e volta a falar " - Enfim, você sabe... Melhor não chamarmos mais atenção, eu quero te ajudar minha linda, sei que está transtornada mas temos que sair daqui e bem de fininho, chegando em um lugar seguro a gente conversa melhor sobre o assunto, conheço um lugar, vem comigo?"

Natasha oferece sua delicada mão para Emilie, como quem quisesse dar a mão para guia-la fora dali, suas unhas eram pintadas de preto.

As lágrimas que Natasha vertia com a situação parecia ser mais um ponto em comum entre ela e Emilie, que se identificara com irmã de clã logo na primeira conversa por telefone. As visões profundas por dentro dela ajudaram ainda mais a malkaviana a baixar a guarda com ela, e até sorrir risonha com o elogio.

- Obrigada! Nada a menos pode ser dito a seu respeito. - diz com um olhar um tanto indiscreto para as coxas dela.  

Mas logo, martiriza-se de novo.
- Eu vi... eu vi tantas coisas horríveis! - faz um gesto largo com o braço, apontando os corpos a seu redor - Vi tudo isso aqui, todas essas mortes acontecendo, mas não pude ver quem fez isso. Não pude fazer nada! - fecha o punho, agitando-o no ar, revoltada consigo mesma.

Balança a cabeça negativamente, imitando o gesto de Natasha.
- Não... eu caminhei pelo orfanato, não achei ninguém. E mesmo se eu achasse, não acho que alguém confiaria em mim. - suspira. Só aquela menina confiava nela.

Não parece perceber o que Natasha estava por dizer, apenas acrescenta com a voz meio rouca.
- A coisa que fez isso... me trouxe até aqui. Poupou minha vida, não sei porque, e me fez ver todo esse sofrimento. Poderíamos tentar descobrir melhor o que aconteceu com nossos dons de clã, mas eu não aguento! Não aguento mais ver tanta maldade!

Aceita a mão que Natasha lhe oferece, mas no mesmo impulso, lança-se até sua irmã de clã, apertando-a com um abraço.

Natasha é acometida por um turbilhão de impulsos maníacos, sentia que tinha que ajudar a sua prima, na verdade já sentia até que fosse sua irmã, a situação que ela estava fazia com que as perturbações de Natasha viessem a tona, e agora era tarde demais, estava totalmente rendida à Emilie, como se ela fosse seu amor verdadeiro, e iria desafiar Deus e o diabo por ela, ficando afoita com sentimentos tão fortes, Natasha tem uma comoção tão grande e põe-se a chorar lágrimas rubras novamente vendo o terror que sua mais nova irmã tinha mergulhado, mas tentou ser forte, Emilie precisava de um porto seguro, estava muito fragilizada, e ela sentia um dever insano de cumprir este papel, com as lágrimas voltando a manchar o canto dos seus olhos após o discurso da sua irmã, ela diz com a voz trêmula pelas emoções, levando a mão ao peito:

" - Eu posso sentir a sua dor, e como posso, crianças, eram só crianças, esse mundo está beirando ao fim, e se pelo menos eu tivesse conseguido te achar mais cedo, apenas uma hora atrás, se eu tivesse perguntado aos morcegos antes..." Ela enxuga as lágrimas do rosto, mas parece buscar forças de alguma fonte muito grande e diz com olhar decidido " - Vamos descobrir quem fez isso e porquê, vamos conversar muito minha irmãzinha, e eu não vou deixar que NADA nem NINGUÉM te faça chorar novamente!"

No momento em que ela segura a sua mão, Natasha sorri de uma maneira encantadora, e passa a outra mão no canto dos olhos de Emilie, como quem faz menção a enxugar suas lágrimas para conforta-la, e derrepente é surpreendida por um abraço, ela não esperava por isso! Emilie era especial, nenhum cainita agia de maneira tão humana quanto ela, e aquilo fez o coração de Natasha aquecer, ela retribui o abraço firmemente, como quem quisesse oferecer uma fortaleza a Malkaviana, Emilie podia sentir que a pele de Natasha não era fria, e podia sentir até o seu coração batendo, e um fato curioso era que Natasha emitia um som estranho, basicamente como o ronronar de um gato! Após alguns segundos de abraço que Natasha iria segurar por alguns instantes, mesmo que Emilie quisesse se afastar, ela se afasta vagarosamente e fala com ela face a face em tom de confidencia, e a voz mais doce e acolhedora que Emilie talvez já tivesse ouvido:

" - Vamos sair daqui irmãzinha, vamos ofuscadas até um lugar seguro e vamos nos reestruturar, vamos acompanhar uma a outra com nossa visão auspiciosa!"

Ela sorri e espera a Resposta de Emilie para que pudessem sair

OFF: Se Emilie seguir a Natasha, ela vai leva-la ao santuário de gatos

- Esse mundo está beirando ao fim... - repete Emilie, lembrando-se das profecias de Antônio Conselheiro, mas quando Natasha começa a se recriminar, tenta fazer uma expressão conciliadora.
- Não, querida. Não é culpa sua! Você chegou há tão pouco tempo, ainda não sabe quase nada sobre essa cidade. Se alguém tem culpa sou eu. - engole em seco - na melhor das hipóteses, por ter permitido isso...

Suspira pesadamente, mas se enternece com o apoio de Natasha, ainda que duvidasse que ela pudesse protegê-la de sua tristeza.
- Obrigada. É bom saber que não estou sozinha.

Contudo, abraçar Natasha ajuda a consolá-la um pouco. Sua vontade de ajudar, sua gentileza, eram tão genuínas, bem como sua humanidade... Poderia facilmente confundí-la com uma mortal. Isso era uma prova definitiva à favor dela. Nenhum Sabá conseguia ser tão humano.
Talvez não tão humana... nota Emilie ao ouvir os ruídos felinos. Isso é um pouco estranho para ela, mas releva.

Solta-se devagar do abraço, sem força-la quando ela tenta segurar, e por fim, acena positivamente, com uma expressão até meio embevecida com a voz tão melodiosa.
- Vamos sim. Você tem razão, precisamos nos reestruturar.

Mas antes de se encobrir com as sombras, Emilie procura a mão de Natasha, segurando-a suavemente. Não sabia quanto a habilidade dela seria avançada, bem como o alcance que a visão dela teria. Não queira perdê-la.

Natasha sorri pelo fato de andar de mãos dadas com Emilie, e não malda nem um pouco a situação, segue evitando os olhares dos espectadores pelas ruas, rumo ao seu refúgio.

OFF: Continua no Tópico Santuário Para Gatos.

A Senhor das Sombras fica perplexa com a atitude da Ragabash que sai sei maiores explicações. Seria isso que sua visão lhe dizia? Não havia como saber, mas também não havia como negar que a ideia era boa. A umbra já tinha passado por muitas destruições e uma reconstrução a mais que custasse uma centelha de malditos era uma troca justa na visão da Theurge. Com a bomba em seu colo, Sylvia ouve as ponderações de Steven e imediatamente diz ao Ahroun:

- Eu não sei, mas talvez valha a pena tentar...

O carro então parte e toma as ruas da cidade, ao chegarem na região, Sylvia apenas diz para Steven:

- Eu preciso de um lugar onde não seja interrompida e nem vista. Embaixo de um viaduto, em um beco, o local não precisa ser dos melhores, só preciso que seja por aqui para colocar essa região no centro da tempestade.

Não tinha muitas exigências quanto ao local, desde que fosse na própria ilha onde se localizava o Aeroporto.

Enquanto seguiam dirigindo, Sylvia deixa para Steven a escolha do local onde seria feito o Ritual. Só precisava de um pouco de discrição e segurando a bomba começa a entoar um cântico para despertar o espírito da mesma durante o trajeto. Daria o voto de confiança à Ragabash e era da teoria que a ousadia seria compensada com grandes feitos. Era a hora da Arautos ter grandes feitos e assim que a Senhor das Sombras sente que o espírito da bomba estava desperto, haviam chego ao local.

Sylvia concorda com a cabeça quando lhe é perguntado se o local é adequado e desce assim que o carro para. A Senhor das Sombras tira do porta luvas uma tinta cinza e imediatamente começa a fazer no chão o glifo de Avô Trovão e assim que o conclui, olha na direção do carro onde estavam os três Garous e diz:

- Eu preciso de um pouco da Gnose de vocês para prosseguir com o ritual.

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Basta 1 ponto de Gnose de cada um.

O carro guiado por Stevie com outros dois Brujah passa pela Zona norte ao som de Dirty Deeds Done Dirty Cheeps, e Stevie pergunta a seus companheiros.

"- Gente, só fica de olho se tiver alguma movimentação estranha, pode ser o Sabá, mas eai, alguma preferência de lugar de caça? Bar, beco, praça?"

Stevie continuava dirigindo, em uma velocidade normal e observando o ambiente para encontrar algum lugar que houvesse humanos fáceis e disponíveis.

Joanna já não parecia demonstrar motivação com a música, apenas ficou pensando que se tivesse os sentidos aguçados como o de muitos membros, estaria agora com os ouvidos sangrando, pela altura do som, mas a sua atenção era totalmente voltada para as ruas, olhando para cada pessoa ao seu redor como o Gado que eram, sua sede só aumentava ao já sentir por antecipação o gosto ferroso do sangue passando pelas suas presas e descendo pela sua garganta, seu olhar parecia com o de uma cobra prestes a dar o bote em alguma presa.
Com a pergunta de Stevie, Joanna diz com certa displicencia:

" - Não sou sangue azul, pra mim Vitae é Vitae, contanto que não esteja contaminada ou sob efeitos de narcóticos."

Joanna olhava pelas janelas do carro e diz com uma grande naturalidade:

" - Passa do lado de algum vagabundo menos zuado na beira da rua, que provavelmente ninguem vai dar falta, eu puxo ele pra dentro do carro e a gente canta pneu pra longe." Ela se acomoda esparramando no banco de trás e diz com naturalidade " - Esse é o meu jeito de caçar, a base da força, se vocês tiverem uma idéia melhor... Mas não tô a fim de ficar trocando idéia com o gado e nem fazendo muitas estripulias."

A Senhor das Sombras recebe a gnose dos três membros de usa matilha. Sentia aquela energia espiritual e sabia que ela era a necessária para o rito sem que ela tivesse que dispender da sua própria reserva. Concentra a energia em suas mãos. Era uma sensação boa a de ter todo aquele poder e enquanto se concentrava ouve as últimas palavras de Steven se despedindo e acena para ele. Agora poderia começar seu ritual sem interrupções, era o que pensava até John fazer questão de lhe interromper para dizer que não deixaria que ninguém lhe interrompesse.

*Evidente que não*, ironicamente pensa a Theurge que volta a se focar apenas na energia à sua frente clamando pela fúria da maior de todas as tempestades, apelando àquele país tropical que mostrasse a face da fúria vinda das forças de Gaia:

- Clamo por ti, ó tempestade que limpa a terra de todas as mazelas da profanadora! Vide a min, em nome de Avô Trovão, em nome de nossa Mãe e em meu nome! Eu, Feiticeira-das-Sombras clamo em nome dos espíritos do vento, do furacão, da tempestade, recaia sobre essa cidade com sua fúria Grande Mãe, expurguemos a devoradora de almas e suas feras nessa noite que oferendamos à ti!

Ao terminar de clamar, Sylvia deixa que a Gnose se dissipe no ar, rumando em direção aos céus para que a maior de todas as tempestades tomasse conta do Rio de Janeiro.

Dois raios caem próximos à Theurge e ao Ahroun e Sylvia não se move. Segue até o fim impassível ate sentir as primeiras gotas da bênção de Avô Trovão tocando sua pele. Sorri enquanto olha para cima se banhando na chuva que tomava conta do lugar, deixando suas roupas mais justas as eu corpo e fazendo com que ela sentisse aquele poder, aquela energia. Era hora de ementar o terceiro ritual seguido, esse para lhe dar a sabedoria que precisava e para que seu pai lhe desse alguma pista sobre a missão de derrubar duas colmeias.

Com os braços erguidos na chuva, olhando para o ceu e deixando que as gotas batessem com violência em seu rosto, a Senhor das Sombras brada:

- Avô Trovão, Senhor da Tempestade, Pai dos Senhores das Sombras, templo da Honra de Gaia. Eu invoco sua sabedoria e seu poder para liderar as forças de Gaia para profanarmos dois covis da Wyrm. Vide a mim, Senhor da Fúria de Gaia e mostrai-me o caminho a seguir! Brinde-me com sua sabedoria e envolva-me em seu manto de fúria!

A Senhor das Sombras fecha os olhos e começa a se concentrar para entrar em comunhão com a tempestade. Ela e a tempestade seriam um só e a sabedoria e fúria de uma das mais belas manifestações da força de Gaia seria o diferencial dos Arautos do Trovão naquela noite.

O Brujah assim que começa a chuva pragueja, ele estava escutando Joanna quando aquela tempestade inesperada começa e um trânsito automático se forma prendendo-os a uma avenida.

"- Holy shit... Motherfucking storm!"

Stevie puxa seu carro para uma rua lateral, a primeira que aparecera, de preferência relativamente plana, se possível logo depois de uma subida, para garantir que seu carro não seria levado numa enxurrada.

"- Não vai dar pra seguir de carro, o transito vai estar infernal, mas a gente pode aproveitar esse caos pra caçar, bora?"

Antes de sair do carro e começar a se molhar ele espera seus companheiros.

Ao ouvir o que Stevie dissera, Joanna não espera duas vezes e já sai do carro, as suas roupas que já estavam umidas ficam completamente encharcadas, com certeza isso era resposta que sim, e ela aguardava Fillipi sair para tomarem as decisões, seu olhar percorria toda a redondeza em busca de um local isolado onde pudesse pegar gente sem chance de reação ou de pistas, afinal a chuva era tanta que Joanna achava que seria uma boa distração para este fim.