Capela Tremere - Chácara em Vargem Grande

As imagens projetadas na mente o fazem sentir ainda mais desconforto em estar no mesmo local que aquele antigo Nosferatu. Paolo só tem uma certeza. Aquele infeliz estava tentando mexer com os nervos, daqueles que não deviam ter seus nervos sequer cogitados.

Por mais incrível que parecesse, esta noite não seria a terceira vez que ele sucumbiria à besta desde que foi abraçado. Com um esforço incrível, ele resiste a besta, talvez pelo fato de não ser tão ligado aos Brujah que viera conhecer ou ouvir falar em sua primeira noite no Rio.

O salto de Stevie na direção do "demônio" faz com que Paolo de sobressalto, se afaste um pouco para trás e em seguida, Lampião é erguido, se debatendo e proferindo ameaças. Mais um passo, desta vez para o lado, é dado naquele momento e então Paolo volta seus olhos para Joanna. Mais uma vez se via na situação de torcer para que a mesma não enlouquecesse. Esperava que ela não tivesse ligação tão forte com a cena vista mentalmente, se é que ela viu o que Paolo viu.

Stevie, de um surto violento, cai naquilo que se pode chamar de Rotschreck. Que embaraçoso. O Clã Brujah tinha sido o único a não sucumbir ao frênesi do lado de fora, o que se poderia chamar de ironia, para fazer pior lá dentro da capela. Paolo não deixa de perceber que este fora o intuito de Carlent desde o início com aquela merda de cobrança de dívida em momento inapropriado.

As palavras trocadas pelos Nosferatu trazem certa esperança em Paolo de que mais uma tragédia não viesse a acontecer ali, e vê na sugestão de Natanael algo sábio.

Ele não falaria nada. Já não era de abrir sua boca a toa em momentos normais, em momentos tensos então, nem se fala. Enquanto aguardava e desejava que tudo se amenizasse, ele volta seus olhos para Joanna, segurando-a pelo braço de maneira firme e olhando-a fixamente nos olhos, enquanto com a mão livre em punho fechado, ele fica atento para tentar imobilizá-la caso sucumbisse ao frênesi.

Emilie poderia esperar que Vincent tentasse revidar sua agressão, talvez até que Natanael interviesse, mas a reação vinda da tremere pega a loira de surpresa, tanto que ela mal consegue se manter sob as pernas. Coloca a mão sobre a face atingida, encarando Eva. Pro inferno porte e respeito! Um assassino merecia coisa muito pior que uma bofetada. Um assassino de crianças então...

A acusação sobre Cláudia, entretanto, deixa a malkaviana desconcertada. Por que a menina faria isso? Ela vinha de uma Camarilla importante, era cria de um senhor influente, saberia o suficiente sobre não colocar a sociedade em risco. Só se ela fosse uma espiã, mas Emilie se negava a acreditar nisso. Além do mais, Terry teria identificado isso, depois da paranóia de confiança que havia abalado todos no Submarino. A culpa de Cláudia não fazia sentido, não intencionalmente.
Lembrou-se de que sua pequena irmã de clã estava sob surto visionário pouco antes do frenesi coletivo. Havia também todas aquelas vozes... Talvez ela não tivesse aguentado uma abertura tão grande abrupta sobre sua mente. Se a pequena tivesse ao menos sobrevivido ela poderia ao menos ter relatado o que viu, e isso seria de extrema valia nesses tempos em que a Gehenna estava próxima, mas Eva parecia ter mais interesse em acusar seu clã do que de fato apreender a verdade. Se tivesse a chance Emilie teria que fazer, discretamente, sua própria investigação assim que a reunião terminasse.

Detida naquelas reflexões, ela sequer responde à tremere, e demonstração escandalosa da magia de Bianca chama sua atenção antes que ela cogitasse dizer alguma coisa. O que segue entre os brujah e os nosferatus não é menos alarmante, e a situação estava tão tensa que ela chega até a aprovar a intervenção de Natanael, embora duvidasse que qualquer acordo pacífico poderia ser firmado. Isso tudo, considerando ainda, que havia uma forte ameaça Sabá na cidade. A Camarilla do Rio de Janeiro iria acabar sendo destruída, não pelos ataques da Espada de Caim, mas pelos seus próprios conflitos internos.

Com essa alarmante previsão, a malkaviana decidiu se levantar e elevar sua voz, junto com a de Natanael.
- Vamos parar de ficar tentando nos matar uns aos outros? Cobrar uns aos outros e nos focar no verdadeiro inimigo de todos nós? O Sabá está lá fora, aterrorizando essa cidade e ao invés de estarmos usando nossa força contra eles, estamos apenas nos auto-destruindo. Temos que reestabelecer uma trégua entre nós, nem que seja temporária, e depois que erradicarmos os demônios podemos voltar a cobrar todas essas dívidas!

Um Corolla preto blindado aproxima-se da chácara e estaciona. Nos jardins desce uma mulher negra que se encaminha para a entrada, anunciando-se.

- Boa noite - disse para aquele que guardava a entrada. - Vim para a reunião da família. Sou Francisca da Silva.

Paolo ia enlouquecer com tudo aquilo. As palavras insinuativas de Carlent, de Eva para com a doida, como se levasse a sério o que um filho de Malkav falava ou fazia e a intriga explícita evidenciando as panelinhas deixavam o Brujah muito preocupado.

As palavras de Virgulino ameaçando mais uma vez a Tremere dentro do covil dos lobos fazem com que Paolo volte seus olhos para ele com uma expressão severamente repreensiva. Chega a pensar em lhe mandar calar-se e se controlar mas além de dever-lhe respeito sendo o Brujah de maior status presente, Paolo sabe bem que não era nada diante dos demais membros e repreender seu superior mostraria mais instabilidade instabilidade dentro do clã.

Paolo permanece dividido entre a necessidade de certeza de que Joanna não entraria em frênesi e permanecer olhando para o cangaceiro na esperança de que ele compreendesse que devia se controlar.

Neste turbilhão, a mão de Paolo permanecia firme como um cadeado a segurar o braço de Joanna.

O Brujah nunca tinha sido tão humilhado em sua vida, ele nunca tinha perdido o controle em meio a uma discussão, e não esperava que aquele fosse o momento, ele achava que era um Erudito muito controlado, raramente entrava em Frenesi, mas foi tomado pela Besta tão repentinamente que não pode nem perceber o que acontecera.

Então ele só via a face do medo, a face que aparecia nos sonhos de crianças e depois perseguia-os a noite para matá-los, face pior do que vira em toda sua Não-Vida, e ele tinha enfrentado um Tzimisce muito poderoso a não mais que 10 anos, e mesmo assim nunca tinha sentido tanto medo.

Ele recua alguns passos para o lado de Lampião e seu Clã, o Ancião estava sendo levantado, por algum poder, o medo e a Besta apavorada de Stevie faziam ele achar que o monstro que o havia assustado que estava fazendo aquilo com Lampião, eles não poderiam lutar contra aquilo, não poderiam. Alguém sugere a palavra Elysium, e o monstro fala em uma hora para decidirem, decidirem o que? Ir embora dali o mais rápido possível, era o que Stevie esperava que Lampião dissesse.

O músico balbucia alguma coisa, em um tom totalmente murmurado, ele abaixa a cabeça como havia sido mandado, mas se recusaria mesmo nesse estado que alguém ouvisse qualquer desculpa, ele estava envergonhado de ter perdido o controle, achava que estava no controle da situação, já estava planejando como responder o Ancião, já sabia o que ele usaria de argumento, e mesmo assim não tinha conseguido evitar, seu Clã não estava numa situação boa, mas Armstrong achava que eles não se feririam, o Brujah então vira as costas para a corte de bruxos e monstros dos Contos de Grim e se retira com a cabeça baixa, chutando fracamente um pedaço de madeira do móvel quebrado por Lampião.

Todos podiam ver que ele murmurava algo, estava sem o semblante de medo, porém seus olhos o traíam e demonstravam o pavor que lhe havia sido causado, ele faz novamente o sinal da cruz ao sair da Capela, e assim que cruza a soleira de volta para aquele jardim dos infernos coloca imediatamente a mão na moeda, a tira do bolso, e a trás diante dos seus olhos. Ele queria que seu Senhor estivesse ali, mas ele estava procurando Ecatherina em outros lugares, e aquela cidade era o objetivo de Stevie, ele não podia decepcionar novamente sua linhagem, a moeda e os pensamentos em seu Clã lhe lembram das palavras de Carlent, duvidando da história de seu Clã, e aquilo lhe trás fúria novamente, mas que logo é tomada novamente por tremedeiras, e, se fosse humano, por um suor frio. Queria ter encontrado Ecatherina, e ter saído dali naquela noite mesmo.

O lutador sabia que todas aquelas acusações não iriam terminar bem, e Bianca acaba por levitar Lampião no mesmo momento que o Brujah que se apresentara como Stevie tinha partido para cima de Carlent na cara dura, a situação se resolve em segundos, com o Cainita mais novo paralisando sua ação como se tivesse sido petrificado, tomado uma dura reprimenda, e demonstradamente entrado em pânico com a presença e proximidade do rosto do Matusalém, era aquilo que ele podia chamar aquela criatura, com certeza não era mais humano, talvez nem ao menos fosse um Cainita, ou algo mais, era algo que impressionava Guille e o fazia perceber como qualquer coisa que fizesse não afetaria o mundo Vampírico em nível algum, ele era apenas um reles Neófito, talvez alguns o considerassem um Ancillae, ele não tinha nem metade do poder de Carlent.

Uma Tremere se aproxima de Emilie e a dá uma reprimenda, como se tivesse saído de um gueto, e em seguida diz que a obra do frenesi tinha sido culpa de Cláudia, realmente o grito tinha sido o primeiros prelúdio da confusão, mas teria ela tanto poder? E se fosse Carlent que quisesse um frenesi generalizado? Alguém teria sobrevivido? O lutador tinha muitas dúvidas, porém sua mente tinha que se focar no que pudesse resolver no momento. Ele coloca a mão sobre o ombro da bailarina, tanto para evitar que ela se irrita-se, como para evitar que ele ficasse furioso.

Os Nosferatu começam a argumentar que as ações de Jorge refletiam no Clã todo pois ele era Primógeno, mas Guille se lembrava do Elysium, e naquele ataque ninguém era responsável pelo quer que fizesse, e convocar o Assamita para duelar longe dos outros era um ato nobre, mesmo que fosse estúpido, pois Guille vira a situação física que Jorge estava naquele momento.

Natanael então faz sua jogada para Primógeno, representaria o Clã Toreador na situação, Guille então se lembra de Thomas, ele não havia chegado ainda, e Emilie estava falando com ele durante a confusão, o Toreador decidiu não falar nada sobre o garoto naquele momento, esperava que ele viesse o quanto antes, para não perder toda a diversão. Estava claro que eles não chegariam a nenhum consenso ali, os Clãs estavam muito divididos, alguém iria se impor, com o apoio do Clã da Casa e de Carlent no trono, e os outros seriam coagidos a aceitar, ao menos verbalmente, e toda a intriga e tentativa de desestabilizar o Principado poderia começar, quem queria ser Príncipe e ter algum Domínio real, começou arranjando um belo inimigo, com o Clã Brujah inteiro sendo humilhado em plena corte. Os Toreador e Malkavianos já tinham feito o serviço por eles mesmos no quintal, e Guille se sentia muito mal por aquilo.

Emilie prega a paz e não agressão entre os Membros ali, a Nosferatu fala que deveriam poder usar disciplinas para se defender, realmente se todos fossem usar disciplinas agressivas ali, tudo iria para o caos, mas reais poderes só tinham sido demonstrados por Carlent e pela Tremere Bianca, ao menos dentro da casa da Capela.

Desculpas do Clã Malkavino, desculpas dos Brujah, os Cainitas ali estavam querendo pedir muito perdão, e falavam ainda em Fé, talvez soubessem da relação de uma coisa com a outra, talvez não. Tudo parecia se encaminhar para se manter mais calmo, mas então Lampião se exalta denovo, e realmente mantê-lo sob o domínio daquela disciplina não faria nenhum bem a integridade de ninguém ali, mas Guille não se pronunciaria, não era um 'major player', mas era mais um lutador 'wild card' naquele lugar, então deveria trabalhar pelas beiradas.

Olha então para Vincent, pedindo desculpas com o olhar pelo tapa de Emilie, e esperando que ele não reagisse mal, mas se reagisse poderia intervir verbalmente em favor da Bailarina.

O Brujah que tentara agredir Carlent sai com o rabo entre as pernas chutando pedaços de madeira, então Guille fala para Emilie, baixo novamente, em seu ouvido, aproveitando a distração que a saída do Brujah e os gritos de Lampião criariam.

"- As coisas estão difíceis de darem certo hoje, vou ligar para Thomas, fique calma."

Seus lábios encostavam no cabelo da Malkaviana enquanto falava sussurrando, e seu nariz toca em sua orelha, soltando o ar de suas palavras como um suspiro no ouvido da bailarina, enquanto suas palavras eram firmes e dedicadas, tentando realmente passar calma e paz para Emilie.

Guille se afasta até próximo a porta, e procura rapidamente no tablet o telefone de Thomas, e então liga para ele.

Vincent sabia se cuidar, por isso, Natan não se importou muito com a cena envolvendo Emilie, até porque ela não era uma inimiga e o tapa foi até pouco devido ao que Vincent fez com a pequena Claudia. De todo modo, a bailarina junta sua voz à de Natanael, clamando por paz e é novamente retaliada pela Tremere. Aquela mulher queria provocar mesmo a Malkaviana e não acreditava que ela era realmente bondosa. Como ela iria reagir? Natan estava curioso, principalmente porque os Nosferatu também estavam indo contra Emilie...
Depois, a Primógena Nosferatu concorda com as palavras do poeta e até o asqueroso ancião meneia a cabeça em concordância. Ponto positivo. Pena que ele não pudera ver a aura de Linda para ver um pouco de suas verdadeiras intenções. Nisso, o Brujah que parecia ser um americano aprendiz de português sai, cabisbaixo. Alguém parar um frenesi incitando o medo era novidade para Natanael. Será a Presença? Não sabia.

_O Clã Toreador é imensamente grato ao apoio do Clã Nosferatu. E como bem colocado pela Primógena Blanc, nossas desavenças, mesmo sendo grandes, deverão esperar até que a Corte seja devidamente instaurada. Peço, se possível for, que o senhor Carlent dê mais do que uma hora para que o senhor Lampião dê sua resposta caso não consigamos resolver tudo nesse tempo. Precisamos de propostas, não temos mais candidatos a Príncipe e nossos inimigos estão prontos para agir de forma ordenada. Precisamos também de ordem na Camarilla. Pensei que os Ventrue estariam aqui para se lançarem ao Principado, mas somos a maioria da Camarilla e nossa palavra terá de ser ouvida.

Olha ao redor. Era uma estratégia da retórica grega fazer a plateia pensar que todos eram ouvintes igualmente importantes. Que mentira!

_Temos mais alguma proposta de candidatura ao trono. Talvez o senhor Carlent?

Ria por dentro da sua idiotice. Até parece que um ser daqueles que emanava maldade teria cabeça para liderar alguma coisa que não um culto do Sabá... mesmo assim, era o Ancião mais poderoso e a amizade dos Nosferatu era pretendida por Natanael, que agora já falava em nome do Clã da Rosa. Não havia mais volta, pelo menos até Thomas chegar e fazer um escândalo...

Era necessário ser imparcial, mas não sugeriria o principado a Lampião pois isso seria uma provocação aos Nosferatu. Não era hora, ainda, de se lançar à candidatura. Não depois do que viu Bianca fazer com o ancião e não depois de ter conhecido o Matusalém... não mesmo!

Quer ver a ralé entrar em frenesi? Diga suas fraquezas e desonras em público. Vejo que a batalha de fora se transferiu para dentro. Me levanto de onde estou e me coloco próximo a Johanna. Certeza absoluta que algo vai acontecer, essas imagens em nossas mentes foram fortes o bastante para começar uma guerra.

Neste momento abro minha necessaire e pego um fita de seda azul, coloco ela dento de minhas mãos e começo bem baixinho um ritual. Ritual esse que impede que Persuasiva Presença seja ela Aterrorizante ou não, não funcione em mim caso eu tenha que agir. E assim que eu terminar as palavras, amarrarei essa fita em meu pescoço.


A preparação leva apenas uma hora, e o efeito do ritual permanece até o nascer do sol. O operador precisa amarrar uma fita de seda azul no pescoço para que o feitiço funcione e dure.

*Filippi acaba de chegar quando Carlent invade a mente dos brujah com a imagem da morte de Jorge. Ele demora a reagir, torcendo as mãos com força numa tentativa de se controlar. Mas finalmente aquela máquina de músculos e morte rosna expondo as presas e salta para cima de Carlent*

Ao terminar meu ritual amarro a seda em meu pescoço ao passo que cada vez mais cresce a certeza de um confronto no interior da Capela. Seremos regidos por ratos mutantes de esgoto? Foi para isso que Viena me enviou? Creio que não. Quando aquele ser que se diz do sexo feminino olhou para mim, desviei o olhar rapidamente para encontrar os de Johanna e ver sua reação. Mais que nunca quero defende-la, pois sua dignidade foi posta por terra. Espero uma ação de Johanna no momento....

François apenas olhava para todos ali presentes de uma forma quase arrogante, olhava para um ser que mal conseguia falar, seu português era pior do que o de François que estava no Rio de Janeiro a menos de 1 ano... Quando ele derre pente vê Emillie Blanc atacando um membro dentro da Capela tremere o toreador não consegue se conter e solva:

- QUE AUDÁCIA! Dentro da Capela... Já não basta o que a pequena louca fez a poucos minutos atrás?

François depois da sua misteriosa fuga na qual bateu seu carro depois de perder o controle voltou mais frio, com menos sentimentos do que tinha antes, que já eram poucos...
O Toreador estava perplexo com todos os acontecidos, quando a malkaviana resolve tentar virar o jogo a seu favor François não fala, não deu tempo, pois deram o merecido chingão do qual ela merecia, porém pensou "Não aguento mais estes loucos nesta cidade... A única coisa que posso tirar de conclusão é que além de loucos são burros..."
François vê do que Bianca é capaz quando coloca o Brujah em órbita o deixando incapaz de qualquer coisa, seu respeito pelos treme apenas aumenta na noite que passa.
François ouve tudo e a todos, e quando Natanael fala sobre a decisão de deixar Thomas como primógeno ele olha para o mesmo fazendo a PIOR de todas as suas carras, que era notável a total discordância da decisão deles, François estava perto de Beatrice para a sorte de Natanael, caso contrário ele ouviria tudo o que estava intalado em sua garganta.
Para fechar a sua noite uma negra bem vestida entra na capela, o Toreador assimila que a mesma traria comida, pela cor suponha que era uma escrava e comenta baixo com Beatrice:

- Você veste muito bem suas escravas, meus parabéns...

François volta-se aos demais até que decidem que os a Nosferatu Linda agora era a nova príncipe, ele aprova, pois não havia ninguém mais preparados para isto do que eles, de todos ali ou eram eles ou os Tremere, que eram a sua primeira escolha, porém depois da demonstração de poder de Carlent mostrara o Toreador passou a dar todo o apoio a eles, pois alguém forte no poder seria muito bom para o principado...
O Toreador fica feliz com esta decisão e triste por saber que seu clã está indo a ruínas com as decisões de seus moembros...

Quando algo tão antigo e tão próximo da perfeição encontrava um fim prematuro, Beatrice sentia a perda como se fosse sua própria carne que estivesse sendo lacerada... Oras, mogno perfeito, talhado à mão por monges bávaros, não eram tão fáceis de se encontrar quanto malkavianos e aquela mesa que o clã Brujah vandalizara tinha mais de 600 anos! A Tremere não conseguia entender a comoção que a destruição de Claudia causara, mas certamente sofrera quando Lampião destruíra sua mesa.

Beatrice estava silenciosa até demais...ela acompanhara todos os Membros com uma presença divina, captando cada detalhe e cada reação...decidindo exatamente quais membros poderiam ser úteis à corte e quais não eram necessárias. Ao contrário de todos, parecia a mais calma das almas... E após a pronuncia de Carlent sobre o principado, que não a surpreende de forma alguma, ela se pronuncia pela primeira vez, se fazendo presente para todos naquela breve reunião...

- Meus caros...

Ela faz uma pequena pausa, certamente estratégica pois cada passo, cada palavra, eram bem cuidados e escolhidos com segurança.

- ... Primeiramente gostaria de deixar claro o apoio do clã Tremere ao Principado desta cidade. A Casa dos Feiticeiros irá servir aos interesses da Camarilla com afinco e faremos o que for necessário para estabelecer a paz e a ordem nesta cidade. Os pilares da Torre de Marfim terão o suporte de minha família nesta guerra.

Significasse aquilo o que significar.

- Depois, gostaria de reiterar a ordem vigente nos domínios do meu clã. Não serão toleradas atentados contra outros membros... todos foram convidados igualmente a participar desta reunião e serão tratados com o respeito que lhes é devido. Esta lei inclui os Malkavianos que feriram os direitos de paz deste domínio não uma, mas duas vezes...Porém, por acreditar que a má criação e costumes primitivos de cortes subdesenvolvidas possam ter acostumado de forma errada alguns membros, deixarei à Primogena Malkaviana a chance de se... retificar adequadamente... tanto com os Toreador quanto aos Tremere. Espero que não precisemos levar a quebra das tradições ao Principado e tratar de forma tão oficial os deslizes de uma mente perturbada.

Nova pausa, ela olha para Emilie com tranquilidade, mas muito séria, antes de dizer para todos.

- E por fim, peço que os Brujah controlem suas ânsias...E não pedirei duas vezes. Qualquer ameaça à um membro do meu clã será considerada uma ameaça ao meu clã como um todo e como tal será tratada...

Era verdade que Bianca era gorda, mas era sua gorda e Beatrice não admitiria que aquele..."nativo"... desrespeitasse sua irmã. Ele iria pagar e ela já sabia como. Um toreador falara alguma coisa sobre seus escravos e, para ser sincera, Beatrice achava que havia vendido todos os que tinha nas colônias há mais de duzentos anos, por isso apenas lhe abre um ligeiro sorriso e diz muito baixo, para que ele ouvisse:

- Obrigada. Trato bem meus empregados.

Depois da pronta aceitação de Beatrice acalmo meus pensamentos. Porém meu lado político esta a mil. Neste mesmo instante mando um email para meu Senhor de meu celular.

"Boa noite. Trago lhes notícias do Rio de Janeiro. A nova príncipe se chama Linda Wilson, uma nosferato. Surpreso fiquei  pois a Senhorita Meinser era candidata e creio a mais forte. Enfim, se puder interceda junto a Capela por um posto de alta relevância no principado.  Quando puder me ligue. Meu novo número é 21-8xxxxxxx."


Peço que influencie e coloque meu nome em algum cargo de importância. Ele o fará.

O jogo havia virado drasticamente. Perfeito!

Tudo estava fluindo bem, finalmente. Linda era a Príncipe e obviamente o Ancião Nosferatu já havia premeditado isso, visto que ele representa um dos seis Justicares. Era só querer colocar um dos seus no principado, embora os Tremere também fossem fortes candidatos, afinal, não haviam cometido erros tal como os Ventrue, Malkavianos ou Brujah. Os Toreador cometerem um leve deslize, nada demais... os Brujah, por outro lado, haviam descido baixo. O Ancião deles xingava a anfitriã Bianca enquanto outros dois tentam, descontrolados, atacar ao Carlent. Até Filippi? Natan fica surpreso, o Brujah vinha lançando farpas a noite toda, ele pensava que ele era superior àquilo e ficou feliz por estar enganado, pois assim como o outro, este também tinha ficado amedrontado.

Emilie não havia se defendido e a mulher com beleza surreal finalmente fala. Natanael quase ficou em fascínio novamente. A dama fala pelos Feiticeiros e isso demonstra que ela era a Primógena. Bom saber, as reuniões da Primigênie seriam mais animadas com a presença dela... Beatrice pede que Emilie se retrate com os Toreador. Isso já bastaria como uma leve vingança contra a cara feia dirigida a Natanael no submarino... aproveitando que Beatrice dava apoio à nova Príncipe, e aproveitando o sorriso de Linda, Natanael não perde tempo:

_A escolha não poderia ser melhor! - diz empolgado. _O Clã Toreador também apoia a sábia decisão do Ancião Carlent. A propósito, vossa majestade, - se dirige a Linda - a senhora já tem alguns nomes em mente para ocupar o cargo de Senescal e de Xerife? Acredito que uma das posições possa ser cumprida de forma maestral por algum dos nossos anfitriões Tremere. Infelizmente o tempo urge e essas posições são umas das mais basilares.

Começou a falar olhando para Linda e terminou olhando para Beatrice e Bianca. Era visível a tentativa de agradar, tão típica dos Toreador... mas o que importava é que Filippi não teria coragem de se candidatar como Xerife, tal como Emilie queria. Infelizmente a pequena Claudia não estava ali, mas Linda certamente não a nomearia como Senescal. A Aliança do submarino ruiu cedo, é verdade, mas ruiria naquele momento de todo modo.

O olhar de desaprovação de Durriex não havia passado despercebido, mas Natanael não sabia quem era aquele homem, logo, não se importou a princípio. Tinha coisas mais importantes acontecendo ali.

O pandemônio havia tomado conta da Capela. Brujahs insandecidos quebravam mesas - caríssimas, antiquíssimas, mais valiosas que a vida da maioria ali -, Malkavianas estapeavam Toreadores e Ventrues... bem, não havia sinal deles. Era estranho não ver os sangue azul preocupando-se com a política da corte, mas naquela cidade tudo era possível. Caminhou com Eva até a lunática loira, olhando com desprezo para a garota.

- Você provavelmente veio de uma corte pequena e irrelevante, onde não se ensina corretamente as tradições da Camarilla - pausou-se, mas sem dar chance de alguém interromper - Se esse é o caso, é claramente necessário lembrá-la que ataques contra outros membros não são tolerados em qualquer hipótese, especialmente sob o teto de minha Capela. - falava de forma seca e fria - Tomarei todas as medidas cabíveis para que esse absurdo não passe impune e você pague por essa atitude tola. - ouviu o comentário sobre a conveniência da primógena Malkaviana e crispou seus lábios em desgosto. Patético - Tremendamente conveniente, Magus Kramer. Não basta a quebra de nossas estimadas tradições, ainda são os responsáveis pela insanidade em massa que presenciamos segundos atrás? O clã dos lunáticos já viu representantes melhores que esses... - fitou Emilie por alguns segundos, o rosto imóvel - Não acredito em benevolência, especialmente quando se trata de ferir a ordem correta das coisas. Bem, talvez Beatrice pense diferente. - expirou lentamente, em escárnio - Mas duvido muito.

Telepaticamente, mandou uma mensagem para Beatrice relatando o que havia acontecido e pedindo que intercedesse como primógena do clã. Isso foi prontamente respondido no discurso da irmã que pediu retificação para a lunática, não apenas com os Toreador, mas também com os Tremere. Sentia vez ou outra que a concentração de Bianca fraquejava um pouco - não apenas estava as mantendo em conexão, como também mantinha o Brujah descontrolado no ar -, mas era o bastante para que, como sempre, trabalhassem em perfeita sincronia. Assim, a ascensão da Nosferatu ao cargo de príncipe não a pegou de surpresa. Beatrice já havia a avisado minutos atrás da imposição do clã e Johanna graciosamente havia aceitado não contestá-la. Oras, a área era de um Justicar do próprio clã deles, quem seria tolo o bastante para desafiar algo assim? Parou ao lado de Carlent, um sorriso malicioso no rosto.

- Faço minhas as palavras de Beatrice. Vocês terão nosso apoio incondicional para reerguer a Camarilla local e garantir que a ordem volte a prevalecer. - virou-se para Linda e respeitosamente continuou - É um prazer, Príncipe Wilson. Finalmente teremos alguém para punir devidamente os infratores que surgem em todos os cantos. Tenho certeza que a Torre de Marfim estará em ótimas mãos com você como nossa representante máxima.

Estampou um olhar de contento ao ouvir o discurso do Toreador sobre feiticeiros para os cargos de Senescal ou Xerife. Finalmente parecia que alguém ali sabia o que estava fazendo. Era até melhor assim: estaria longe dos holofotes, armando estratégias intrincadas no backstage, sua especialidade. E com um nome de peso como François Carlent por trás da príncipe local, só podia esperar o melhor: punições diversas para os tolos. Ah, música para seus ouvidos.

Os xingamentos de Lampião poderiam incomodar outras de mente mais fraca, mas Bianca estava em paz com sua boa forma, e sabia que ali não havia nenhuma mulher com contornos melhores que os dela. Botticelli jamais teria feito um quadro com uma magrela sem sal como Emilie, e nem mesmo sua bela irmã Beatrice passaria no seu crivo apurado. Bom, talvez hoje sob efeito desse ritual. Mas ficou irritada com as ameaças de agressão física. Estava pronta para arremessa-lo para fora da capela quando Fillipe caiu em frenesi. Malditos Brujahs, tudo que tinham de força física, tinham de fraqueza mental. Já descia lampião em direção ao suscetível Brujah quando Carlent deu um jeito nos dois. Seu poder era incomensurável e Bianca ficou muito animada de poder presenciar essas demonstrações. Percebeu que ainda havia muito a aprender e precisaria cortar caminho se quisesse ter esse nível de poder. Precisaria procurar seu criador. Voltou-se para o ancião Nosferatu, feliz que não precisava mais de tanto esforço para manter o Brujah no ar, e descendo-o levemente.

-Obrigado por cala-lo Senhor Carlent, não aguento gritos histéricos e desrespeito.

Observou Eva, Beatrice e Johanna exigindo reparação da pobre Malkaviana. Não a via como uma ameaça e tinha intenção de se aproximar dela, mas como ela tinha vindo de uma corte provavelmente desestruturada, não deve ter recebido educação adequada e por isso cometia erros constantes. Ou era louca. Tentaria interceder por ela se houvesse a oportunidade e sem desrespeitar as irmãs. Se ela tivesse crescido na corte de Moçambique, onde o ancião Osebo Boolo Cacoa disciplinava a Gangrel Baba Hamma Nana arrancando um membro dela todas as vezes em que entrava em frenesi no domínio de outro membro, já teria aprendido. Também depois de passar uma semana se locomovendo como uma minhoca sem membros e arrastando suas tetas de vaca no chão, a Gangrel teve que aprender alguma coisa. Será que Emilie ficaria bem se arrastando como uma larva até seus membros se regenerarem? Não pode deixar de sorrir com a imagem mental.

Natanael se pronunciava com elegância e Bianca ficou feliz que ele representasse os Toreador. Tinha arrepios só de imaginar o pequeno Thomas em uma reunião no Ellisium. Será que ele finalmente tinha sucumbido ao ataque do Sabá? Não devia ter esperanças, a morte das duas crianças demônias em uma única noite seria bom demais. Que Thomas ficasse para amanhã.

O telefone não era atendido e Guille via cada vez mais aquela Corte se tornar inumana e singular, Carlent puxava as cordas e os outros seguiam, Principe, Primigênie, Toreadores, Brujahs, Tremeres, todos estavam na sola do sapato do Nosferatu. O Toreador acreditava que até mesmo Cook Robin poderia ser totalmente desrespeitado pelo Ancião sem mais problemas.

Aquilo, a posição ativa que Natanael estava assumindo, a falta total de chances de qualquer um do submarino conseguir alguma coisa, tudo aquilo havia ruído a aliança deles, a esperança de montar uma Camarilla coesa, e o ultimato de Carlent deixava isso muito claro, ou vocês saem da frente e não interfiram ou serão mortos, e todos podiam acreditar pela maneira que ele matara Jorge que ele mataria qualquer outro sem problema.

Guille queria que as coisas fossem melhores, queria que as coisas dessem certo, que o Sabá fosse eliminado, que a existência em sua não-vida deixasse de ser um caos e destruição todas as noites, mas sabia que não seria ali, pelo menos não agora que teria essa paz, pois a Corte era monstruosa, e com o Frankenstein no poder ficaria cada vez mais.

Ele queria saber como enfrentariam o Sabá, o resto não interessava mais ao Toreador, cargos, etc, afinal, Carlent dominaria todos com mão de ferro, das sombras, então o importante era que papel cada um ia representar na luta, e o que sobraria da Camarilla depois dela. Temia Guille que os Brujah não colaborassem, e ele sabia que em uma batalha eles eram importantes.

Stevie nunca ia se conformar com seu comportamento dentro da Capela, ele nem ao menos sabia porque tinha ficado tão furioso e quisera discutir, nunca ele iria discutir com um ser tão assustador daquele. NÃO, aquilo estava errado, ele lutara em Nova York, enfrentara Sabá, enfrentara uma criatura horrenda no subterrâneo, o que era aquele Ancião perto daquilo? Era a falta de Christof e Wilhelm, ele sempre se achara forte e importante por ter ajudado a eles naquela batalha, porém na verdade não fora o fator determinante, ele sabia daquilo naquele momento, sem seu Senhor e seu Mentor ele era apenas mais um Membro da Ralé, não tinha Status, não era conhecido, e naquele momento estava envergonhado e e apavorado.

Ele queria somente sair dali, queria partir para outro lugar, mas sabia que era ali que estava Ecatherina, ali que estava o segredo de Cartago, ele não envergonharia os Prometeanos, nunca!

Então, segurando forte a moeda na palma da mão direita, Stevie cruza novamente a soleira da porta voltando para dentro da Capela, Lampião havia sido solto no chão, e alguém que o Brujah imaginava ser uma Tremere havia chamado a Nosferatu Linda de Príncipe, ou seja, tudo continuava a beirar o caos, e nada estava dando certo. Os Brujahs estavam tendo um tempo ruim, e teriam muito o que discutir, haviam vindo despreparados e fizeram bosta. Então, enquanto ainda pensava em como agir, seu olhar cruza com a figura de Freddie Kru... François Carlent novamente, e o Brujah quase treme de medo, 'mas que merda, você é um homem ou um rato?', nem um nem outro, era um Cainita afetado por um poder muito mais antigo que pudera imaginar, Stevie se força até perto dos Brujah, e percebe em seu caminho que Luiz, a quem Lampião referira-se anteriormente estava abalado e temendo também, teria ele atacado Carlent? Que merda, aquilo não estava bom, precisavam conversar todos os Brujah, e Stevie olha para Paolo segurando Joanna, ainda não sabia como ela estava, parecia nervosa e pronta a explodir, mas ela sempre parecia daquele jeito. Ele gostaria de saber por que Lampião parecia tão quieto nesse momento, será que tinha sido alvo de poderes também? Até Lampião? Era possível?

O Brujah fica parado próximo de seus outros companheiros, evitando totalmente olhar para Carlent, fitando o teto, ou as paredes da Capela. Ele normalmente era simpático e de muitos sorrisos, mas estava totalmente carrancudo, e concentrado, segurando fortemente seu punho direito fechado.

Diferentemente do seu companheiro de Clan, Calebros fazia questão de demonstrar quão deformado uma Cria da Noite pode ser... Os sensiveis que sofressem....
O Nosferatu a tudo assistia com certo desconforto.... Completa perda de tempo tentar fazer acordos com Brujahs e Malkavianos... Sempre foram o pior tipo para se negociar...
Percebia que discutiam assuntos bairristas que nada tinham a ver consigo... Mas que bolas... Talvez prestasse para retirar algo que servisse....

Por um instante ela parecia perdida. Tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo ao seu redor. A crise lá fora, os brujah enfurecidos, a demonstração incrível de poder do nosferatu Carlent. Fátima pôde perceber, com clareza, que apesar da confusão instaurada no Rio haveria uma luz no fim do túnel. Seu rosto, não perdeu, por um instante, um pequeno sorriso. Já tinha sido seu tempo, não iria questionar a líder da capela, mas estava realmente satisfeita com o fato de que Johana não ocuparia o cargo de príncipe. Os tremere não ficariam diante dos holofotes.

O belo servo de Beatrice era simplesmente magnífico. Vincent apenas não sabia como e porque ele o era. Quando os levou até a sala de estar e infelizmente não os seguiu, Vincent deu uma última olhada para trás para vislumbrar aquele belo homem de carisma tão contagiante e que fascinara o Toreador por alguns segundos. Suspirou fundo e estavam, ele e Natanael, na sala de estar com todos os outros membros. Esperava com certeza que fosse apontado como o assassino de Claudia. Mas não tinha sido os gritos dela que causaram o frenesi coletivo?

Uma Nosferatu com o nome de Linda se apresenta, estava acompanhada de dois outros, um pelo menos usava máscara e estava mais apresentável e o outro era tão ou mais feio que “Linda”. De Linda ela não tinha absolutamente nada, isso era verdade. Mas Vincent não iria comentar nada. Ganhar o desgosto do clã Nosferatu não era seu objetivo. O primeiro a falar era o horrendo Nosferatu François Carlent. Ele era conhecido como implacável, asqueroso e difícil de lidar. E só de estar em sua presença Vincent tem vontade de sair da sala e ir embora, mas ele se contém e permanece ouvindo as palavras do cainita deformado.

E então ele vê Emilie caminhando em sua direção. Abriu a boca para falar com ela, mas ela não estava para conversas. Um tapa atingiu a face do Toreador que não sente absolutamente nada, mas ele vira o rosto para fingir que fora vigoroso. Leva a mão direita na parte estapeada e suspira fundo, olhando diretamente para a Primógena.

-Não deveria ter feito isso Primógena Blanc. Agressões em domínios alheios não são bem vistos perante as leis da Camarilla.

E olha para ela visivelmente chateado e depois para Guille. Não iria revidar, afinal não era de seu feitio partir para agressões físicas. Seria bem interessante o descontrole de Emilie. Poderia ser usado no futuro. Uma Tremere se aproxima, era Eva Kramer da qual Vincent conhecera apenas pelo tablet, e dá um tapa na face de Emilie que a joga no chão. Vincent arregala os olhos e as palavras de Eva deliciam o Toreador que apenas sorri e responde à Eva:

-Obrigado pela defesa mademoiselle Kramer.

E François Durriex também fala algumas palavras em sua defesa e Vincent se vira para ele, sorrindo. Não o tinha visto ainda, em meio a tantos membros. As palavras de Carlent eram deliciosas. Lampião parecia começar a perder o controle com todas as acusações que o Nosferatu vomitava no colo do Brujah e Vincent teve vontade de rir pela segunda vez desde que entrara naquela sala. O Nosferatu poderia ser horrendo, mas sabia muito bem jogar.

Natanael já havia deixado Vincent há tempos. E ele percebera que o poeta fora beijar a mão asquerosa de Linda. Fechou sua mão com força e apenas pensou que deveria ficar de olho na Nosferatu. Perdeu para uma menininha de cinco anos não era de seu feitio, perder para uma horrenda criatura então, nem estava em seus planos. Se fosse necessário outro frenesi, ele o faria com toda certeza.

Era até engraçado. Outro Brujah toma a palavra e Vincent tem vontade de se sentar, pegar uma pipoca e um refrigerante e assistir aquele desfecho de camarote. As coisas estavam ficando muito interessantes na capela Tremere. A resposta de Carlent é direta e tão brutal que as imagens jogadas na mente de Vincent o fazem cambalear por alguns segundos. Tudo que acontecera com Jorge, Thomas e Ian quando do incêndio são mostrados com a sutileza de uma bomba. Ao fim das imagens, Vincent poderia imaginar que alguns Brujahs não gostariam de ver aquilo. Ele se apoia com o braço direito na parede mais próxima e suspira fundo. Recobrava-se da invasão mental.

Um dos Brujahs perde o controle e ataca Carlent. Era delicioso ver que outros perdiam o controle de si mesmos. Vincent tem até um alívio diante disso. Muitas coisas estavam acontecendo ao mesmo tempo e Vincent percebe Lampião voando em um canto da sala. Natanael e Linda falavam sobre alguma coisa a respeito do Elísio enquanto Eva, Vincent, Emilie e Guile pareciam formar um grupo ali. É então que Emilie levanta a voz junto de Natanael e Vincent abre um sorriso sarcástico, respondendo à Malkaviana, não sem antes outra Tremere, da qual ele conhecia do tablet, Johanna Meisner, também falar contra a lunática:

-Primógena Blanc.....por gentileza se acalme. Como mademoiselle Kramer explanou, estamos em domínio Tremere e qualquer perda de controle ocasionará a quebra de mais uma das leis da Camarilla, novamente.

O tapa não o atingira, na verdade ele nem sentira o tapa de Emilie, o que fora machucado era o ego de Vincent. Ser estapeado no meio de toda a corte era lastimável. Eva Kramer fora uma luz diante do ataque de Emilie. Mas as palavras de Eva eram mais vigorosas, mais poderosas e muito mais deliciosamente verdadeiras. Percebeu Guile olhando-o co um tom de perdão. Mas ele tinha feito o que para agredi-lo? Nada. Vincent apenas meneia a cabeça positivamente à Guile, afinal de contas o pintor tinha apreço pelos outros membros do clã, mesmo que fossem blefadores.

Em meio as brigas entre os Nosferatu e os Brujah, Luiz Fillipi perde o controle.

”Mais um? Que delicioso.....”

E seus olhos se voltam para o ataque de Luiz em Carlent. Que não tem efeito algum. Carlent então, apoiado pelo Justicar Nosferatu, nomeia Linda Wilson como príncipe do Rio de Janeiro. Vincent sorri e agradece que não seria um Malkaviano o novo príncipe, afinal de contas, o príncipe poderia incitar novos frenesis coletivos e acabar de uma vez por todas com a cidade.

Beatrice com uma beleza estupenda toma a palavra. Vincent pisca algumas vezes, meio embasbacado pela beleza exuberante da mulher. Seria ela uma estátua talhada pelas mãos de Michelangelo que ganhara vida? O fascínio Toreador não toca a alma do pintor e ele se sente tão inútil que suspira fundo. Beatrice era belíssima, como uma rainha.

E o show continuava interessante. Queria ouvir as próximas palavras de Emilie e então seus olhos ficam sobre ela.