[CAERN] Clareira Central

Joshua guia todos sem grandes dificuldades até o local onde havia visto os três realizando o estranho ritual. Wolfhere lança algumas ordens a todos e o Ragabash apenas concorda com um aceno de cabeça. Todos os Garous convocados eram bem capazes de lidar com a situação, mas o Senhor das Sombras ficaria apostos para caso algo não saísse tão bem quanto gostariam.

Tudo se resolve em um piscar de olhos. Pé de Chinelo e Nano Boy são facilmente capturados e apenas Guardiã das Lendas consegue fugir a principio e é seguida por Wolfhere. Aquela ali não iria longe com certeza e muito menos teria alguma chance contra o Ahroun Presa de Prata.

Aparentemente haviam conseguido impedir que o ritual fosse concluído e dois dos três traidores descobertos por Joshua já estavam sobre controle. O Senhor das Sombras se mantém a principio no meio das árvores e olhava incessantemente na direção por onde Wolfhere havia seguido, esperando que ele logo surgisse com a traidora.

O Filho de Gaia assistia as reações em silencio. Aparentemente o fato das duas estrelas rubras acima de suas cabeças estarem brilhando mais forte naquela noite só aumentava ainda mais a fúria no coração de muitos ali. Um Fenrir começa a incitar uma confusão e Adan, como Vigia, já preparava para intervir, mas a Philodox da Vingadores parecia já estar controlando a situação.

Adan olha para Sylvia que faz um pedido para que todos esperassem próximo a Helene. Neste instante o Filho de Gaia lança um olhar por todos procurando por Danniel. O Fianna estava ocupado para ter uma conversa pelo visto. Adan então segue para próximo de Sylvia e, logo em seguida, para perto de Helene, enquanto aguardava uma manifestação.

* Ryan apenas cumpria suas ordens e aguardava a matilha se posicionar. Nem todos entenderiam o motivo da manobra em sua totalidade mas havia um, obviamente. Sem saber o que se passava, era natura que o Andarilho se prevenisse para o pior. Estavam em guerra, haviam traidores entre eles e estavam fragilizados.. suspeitava, não sem motivos, que a possibilidade de terem de agir era real. A formação de batalha se destinava a desencorajar qualquer ato idiota de fuga. Era uma demonstração de força. Uma demonstração de força necessária e preventiva. Esperava que qualquer indivíduo relutaria em abrir caminho através de uma matilha atenta e estruturada. Henker assume um lugar ao seu lado nesse instante, fazendo alguma correção engraçada sobre o próprio nome: *

"Teve sorte de não ser apresentado como Heineken.."

* Mas Ryan não sorri do pensamento, porque tinha de buscar com os olhos qualquer um que pretendesse sair dali. As ordens estavam dadas e a Vingadores a cumpriria. Um grande Hispo se aproxima, olhos inconformados. A postura agressiva do lupino não deixa de ser sentida pelo Andarilho, que meramente o encara e permanece parado no local onde já estava. Reconhecia o lobo como o antigo líder dos Fenris, era ele quem os liderava antes da chegada de Ira-de-Thor. Um pouco adiante, esse mesmo Ira-de-Thor permanecia silencioso e inerte, olhando um dos corpos caídos.. um problema a menos. Hrist se aproxima então, também tomando um lugar ao seu lado e disparando um comentário zombeteiro e baixo para o novo Fenris da matilha. Ryan ignora o comentário pois tinha um Adren diante de si e não se permitiria relaxar. Capta o olhar significativo de Hrist e meramente se mantém em silêncio enquanto a Juíza toma a frente para lidar com seu irmão de tribo. High-Tech ouve e, ignorando as bravatas sobre Fenris serem superiores, concorda com os dizeres. Observa o Hispo antecipando uma reação mas quem reage é a própria Juiza, que solta o próprio fetiche e passa a tremer intensamente. Ryan se permite observa-la, apesar da presença ameaçadora do Hispo.. aquilo era mais importante. Os gritos de Hrist entram altos em seus ouvidos já que estava ao lado dela e, apesar do incomodo, se atem ao que era dito. *

" Mas que porra é....  então é isso.. "

* O tom agourento utilizado pela Philodox de sua matilha faz com que o Andarilho lance os olhos ao céu instintivamente, e o faz apenas para vislumbrar duas estrelas rubras brilhando com força no céu. O clima era pesado, e uma sensação incomoda domina sua alma. Sabendo que Hrist estaria abalada após a revelação súbita, termina o assunto com o Fenris: *

- Escuta as palavras da tua irmã Fenris, Esmaga-a-Wyrm. Se elas não forem suficientes, olha pro céu. As Estrelas Rubras brilham com força e temos traidores entre nós. Algo ruim tá acontecendo e vamo descobrir os motivos em breve. Enquanto isso, to cumprindo ordens.

* Havia sido breve pois o essencial já estava dito. Porém reforça a ideia de que teriam que esperar o retorno de Falcão-de-Prata e de que não iria permitir que alguém se evadisse do local até terem as respostas. Estava preocupado com o bem estar de Hrist mas não se permite demonstrar, pois a Juíza certamente preferiria manter a imagem de durona do que ser auxiliada. Ouve Semblante de Aquiles balbuciar algo na fileira de trás da formação, mas não ousa virar para encara-lo. Permanece onde estava sem recuar, olhando para o lupino insatisfeito e para além dele, buscando com os olhos qualquer sinal de fuga. *

Em Crinos, Helene observa a iniciativa de Sylvia. A Ahroun das Fúrias Negras balança a cabeça de forma positiva aprovando a iniciativa enquanto observava o que parecia ser um começo de confusão entre a Vingadores e um Fenris.

*Sempre os Fenris.*

A Fúria Negra mantém-se com uma postura séria e aguarda que seus irmãos se aproximassem. Para Sylvia, quando esta chega, Helene apenas diz:

- Boa iniciativa, Theurge.

E mantém-se séria, dizendo aos demais assim que estes chegam, já que Danniel estava ocupado:

- Em Crinos, Arautos do Trovão, não sei o que está acontecendo mas é bom estarmos preparados para o que quer que seja.

A Fúria Negra fica então aguardando o desenrolar dos acontecimentos.

A Uktena assume seu lugar determinado por Ryan. Estava em Crinos e responde ao cumprimento silencioso de Hrist com um igual cumprimento silencioso. Sentia uma série de energias ali e, assim que se coloca em seu lugar sofre de um súbito mal estar que a faz ter que apoiar com o joelho no chão. A Theurge dos Uktenas imediatamente começa a cuspir sangue sem parar. Tossia e cuspia sangue enquanto visões sobre postas passavam em frente aos seus olhos que pareciam fitar o chão, mas enxergavam muito além da terra suja pelo seu sangue.

Ingrid tentava manter o controle, mas não conseguia. Vomitava. Vomitava. Era muito sangue que era expelido pela boca da Theurge que ao ouvir o uivo de Hrist, começa a entender um pouco o que acontecia e balbucia em meio a uma gorfada e outra de forma audível para os que perto dela estão:

- Alguém... acalme... os... mortos.

Pouco a pouco a visão vai se esvaindo e Ingrid, ao olhar para seu sangue no chão começa a assumir uma expressão de curiosidade. A Theurge com o pé joga areia por cima do sangue, de modo a tapar o que havia se formado naquele instante mas que dificilmente alguém entenderia e tenta se colocar novamente em formação, começando a entoar um cântico tribal de louvor aos mortos na esperança de conseguir acalmar os mesmos. Enquanto cantava, Ingrid concentrava um pouco da sua Gnose (2 pontos) em suas mãos, usando a mesma de oferenda aos mortos e a oferece aos mesmos junto com um pedido de calma que era feito através da canção que aprendera com os antigos de sua tribo.

Depois das últimas palavras de Anksu, Ellen assume a forma Crinos e fica ao lado do Peregrino. A Roedora não sabia o que acontecia, mas as palavras de Hrist eram uma boa pista e Ellen, se mantendo junto do Ragabash, indaga para ele:

- Ei, sua tribo não tem boa relação com os mortos? Tem nada que vocês possam fazer não?

Fala de modo apreensivo enquanto observa tudo que acontecia ali. Não havia sinal de bons presságios e, apesar de inquieta, Ellen usava sua vontade para conseguir se manter discreta enquanto analisava a confusão que parecia acontecer naquele local.

O Philodox apenas escuta o que a Philodox, que chamará sua atenção, mesmo sem um olho sua beleza se ressaltava, estava dizendo e vê em seu rosto que a situação poderia começar a ficar um pouco ruim além da conta....

O que era para ser apenas um ritual para os mortos agora parecia não ser apenas isto... Já se preparando para qualquer eventualidade o jovem apenas lembra do que passará a muito tempo atrás com seus pais por causa de um maldito Espiral Negra...

Neto mantem-se atento ao que está acontecendo próximo dele, e fica também atento ao que o seu líder diz no momento em que Hrist se exalta e diz para que comecem a cerimônia de uma vez.

- Kiba, o que de fato está acontecendo por aqui? O que posso prever é que se os ânimos continuarem deste jeito em breve teremos que orar por mais mortos...

O jovem decide apenas assistir e tentar entender o que exatamente estava acontecendo ali. A única coisa da qual ele tinha certeza neste momento é que a situação estava se complicando cada vez mais...

Na aprazível companhia de Lúcia, Bruno havia resgatado um pouco do bom humor pelo caminho até o cemitério, embora isso fosse de certo modo, um tanto desrespeitoso pelo local a qual estavam se dirigindo. Mesmo assim, um sorriso tímido perdurava pelo trajeto até que observou despropositadamente um ponto de luminosidade rubra no céu.
O significado daquele pequeno pingo avermelhado lhe arrepiou os pelos do braço, arrancando-lhe a sensação agradável que desfrutara por brevíssimo tempo ao lado da irmã de tribo.

Logo haviam chegado ao cemitério, onde os ânimos pareciam se exaltar em mais de um ponto. Os olhos inquietos do ragabash saltaram de foco em foco, procurando pescar uma fala mais entusiasmada aqui e ali, numa tentativa de entender o que se passava. Mas a tarefa não seria fácil... Numa dessas olhadelas, percebeu sua matilha se reunir na forma Crinos à meia distância, quando teve sua atenção novamente trazida para a bela Philodox após escuta-la indagar-lhe sobre a confusão: “Odeio dizer isso, mas... Tô boiando!” Respondeu após dar de ombros.

Percorreu novamente o olhar pelo cenário, sacando o celular do bolso e digitando uma rápida mensagem para Spyware: “Hey... tá rolando umas tretas doidas aqui no cemitério! Acho que você pode querer estar aqui...”

Guardou então o aparelho no bolso da calça, ergueu novamente os olhos para Lúcia e tocou de leve as costas da Andarilho enquanto falava: “Minha matilha está se reunindo alí... Mas eu não queria te deixar sozinha... quer vir comigo?”