[CAERN] Clareira Central

A última lembrança que tinha era do ex-Darkness latindo enquanto ela estava no carro. Tinha lembranças de algumas falas, em especial de Hrist e do Totem. Tinha lembranças vagas do que a levara a apagar e das cosias que tinha visto e ouvido enquanto se debatia. Mas no momento a confusão era tanta que as lembranças estavam adormecidas e, confusa, Ingrid começou a acordar.

A mão direita da Theurge vai à sua cabeça enquanto usa a esquerda para se apoiar no chão e ficar sentada sobre o mesmo. Sua mão sentia a terra e isso dizia que não estava mais no carro. O que será que tinha acontecido? Onde estava? Um passar rápido de olho lhe mostrou que estava no Caern e, para sua surpresa Arthur e Kor também estavam caídos ao passo que Hrist e Ceifador terminavam de ser curados.

Ingrid agradece ao Theurge que dela cuidou com um simples:

- Obrigada.

E, em seguida, começa a se levantar com calma. Ainda não entendia o que havia acontecido. Uma multidão cercava o Garou e Ira de Thor festejava um dos Vingadores. Não sabia o que acontecera ali, mas pressentia que não havia sido algo bom e diz para Ryan:

- O que foi que aconteceu?

Feita sua pergunta, olha para todos. Se a resposta não viesse de Ryan, alguém a traria visto que falara em um tom de voz audível para todos.

Ceifador já estava puto com aquela situação toda, pelo menos o Senhor das Sombras estava silenciado agora, não teve tempo de dar o seu segundo golpe, que seja, aquilo tudo era estressante e preferia os feitos assim do que palavras e mais palavras.

Ceifdador fica calado ainda mais que depois do golpe ele absorveu a pancada que fora forte, mas conseguiu que o dano fosse menor do que o esperado. Lentamente vai em direção de Hrist e se posta ao lado dela.

OFF: absorveu 4, tomou 5 de dano.

Arthur começa a despertar depois de completamente curado. Uma dor forte em suas costas se faz presente, não como um ferimento, mas sim como uma ferida recém cicatrizada.

Ainda um pouco tonto por ter acabado de despertar o Galliard começa a colocar de pé. Estava confuso, pois podia jurar estar ouvindo a voz de Ira de Thor ali. Não leva muito tempo para perceber que sua “alucinação” era tão real quanto ele.

Rapidamente o Fianna trata de se por de pé e agradece ao Portador da Luz Interior com dois tapinhas no ombro em sinal de que já estava tudo bem.

Aparentemente Henker estava sendo parabenizado por algo. Bastou um olhar em volta para que Arthur visse o corpo de Kor estirado no chão com uma bela poça de sangue próximo da cabeça.

Um sentimento rápido de raiva passa pelo Fianna, pois havia ganhado sua terceira cicatriz de batalha para um membro da matilha... Ou melhor... Um traidor.

Arthur parabenizaria Henker pelo que fez, mas o fato de Ira de Thor estar bem perto do grupo faz com que o Fianna prefira nem se aproximar para não se irritar mais.

Hrist mal percebe o que acontecera inicialmente...estava lá, ouvindo as barbaridades de Kor - quem concluíra que era completamente burro ou absolutamente louco - quando um vulto cinza o arranca de sua mão e a derruba no chão. Leva um momento para ela perceber que tratava-se de Ceifador.

A Reação de Hrist, levantando-se do chão, era de ralhar com o lupino... Pensa em separá-los da melhor forma, com o martelo. Ele ainda não fora julgado para que fosse punido, embora a vontade da Philodox fosse matá-lo de forma bem dolorosa pela ousadia de tentar manipular suas ações. Só que não há tempo, não há tempo para quase nada...Kor transforma-se, perdendo o controle para a fúria, e investe contra quem estava na frente... Ceifador, Arthur e, claro, ela...

Tudo acontece rápido demais. 

Sem qualquer tempo de se esquivar, a Philodox é atingida no abdomen e projetada para trás...sua forma hominídea não ajuda em nada contra as garras do Galliard que dilaceram sua carne e arrancam um esgar dolorido da Fenrir. Novamente no chão, Hrist só consegue perceber perifericamente o que estava acontecendo... E no rápido instante que leva para ela entender o que acontecera, Hrist coloca a mão sobre o abdomem atingido antes de levar a mão cheia do próprio sangue para sua vista, confirmando o que não queria aceitar...e só então percebe como aquele golpe a machucara. Ardia, como se fosse feito com prata quente, e ainda assim, ela não saberia dizer qual era a origem daquela dor: se era o ferimento físico que praticamente abrira sua barriga em dois ou se era um ferimento emocional, em sentir que estava de fato perdendo a única coisa que era dela e que a tinha por completo...o filhote que ela recém descobrira a chegada e que ainda mal começara a amar.

E é este pensamento que faz com que a fúria queime no coração da Philodox... Queima tão intensamente, tão poderosamente, que se não fosse a fortaleza de sua vontade, Hrist teria sucumbido à Wyrm mais rápido que o intervalo de uma respiração... Hrist mantém-se vividamente alerta porque queria matar aquele senhor das sombras filho de uma puta. E queria estar totalmente consciente quando isso fosse acontecer.

Ela se levanta vagarosamente sentindo cada centímetro de seu corpo machucado arder em protesto, segurando a barriga cortada com a parte interna do braço, e demora um segundo para decidir como iria destroçar o Galliard... E nesta janela de um segundo, Henker pega Kor e de forma impressionante o derruba sem nenhuma dificuldade. Era demais acreditar que estivesse morto...mas não era demais desejá-lo, ou era?

Mas finalmente vê-lo caído, com a cabeça partida, faz com que algumas das  nuvens que pairavam no coração da Philodox se dissipassem... Haviam limites que ela não poderia transgredir se quisesse continuar sendo quem era, e matar um irmão de matilha - mesmo que fosse o Kor - era um destes limites rígidos.

Hrist respira fundo, olhando Henker com olhar esquisito e absolutamente raro no rosto: um olhar de gratidão, pura e simplesmente isso. Chega até a esboçar-lhe um meio sorrido diante de seu comentário quando ele se aproxima, mas de alguma  a lembrança súbita do filhote, como uma agulha em brasa atravessando seu cérebro, transforma este meio sorriso em uma expressão desolada... Ouve seu irmão se juntar ao grupo, os salvas de outros que nem sabia quem era, e uma mulher desconhecida se aproxima para curá-la... Não tinha mais muita reação, apenas olha para a Theurge de forma ansiosa, como se ela, de alguma forma louca, pudesse dizer que no final estava tudo bem... Curiosamente não olha para o lupino, como se não quisesse encará-lo agora, e no final só pronuncia-se quando Ira-de-Thor alerta o Garra Vermelha para não curar Kor, tentando voltar para a realidade e não se perder em seus próprios pensamentos:

- Não, irmão... deixe que o curem. É bom que este lixo esteja bem desperto e em ótimo estado para quando falarmos com o Juiz. Não vou querer que ele perca nem um segundo deste julgamento...

Arthur se mantinha quieto em seu canto observando Kor com um olhar assassino, mas se controlando para não dar um ponto final no Senhor das Sombras.

No entanto, quando Hrist pede para que curassem Kor, Arthur volta-se para a Fenrir com um semblante de “o que diabos você ta fazendo?”. Porem, aparentemente ela queria dar ao Galliard uma chance de falar e, com certeza, se complicar ainda mais. Pois este era o maior dom que Kor tinha.

Quando o Garra Vermelha comenta sobre o estado da cabeça do Senhor das Sombras Arthur não consegue controlar um rápido riso e o comentário sarcástico:

- Isso dai nunca funcionou direito companheiro... Fica tranquilo que isso é o normal dele.

Depois disso a chegada de Trovão Inquisidor acaba parcialmente com a confusão. O Fianna apenas se cala diante do ex Juiz e só quando o mesmo pede explicações é que Arthur toma a palavra:

- Basicamente... Trovão Inquisidor... Kor, ou Sopro da Tempestade, foi acusado hoje mais cedo por nossa Beta de ter espiões infiltrados em nosso ponto de encontro bisbilhotando cada um dos membros da matilha. Quando notaram que foram descobertos eles fugiram e obviamente avisaram Sopro da Tempestade.

- Nós então viemos pra cá pra ver o que ele tinha a dizer sobre isso, mas ele é um cara tão cuzão que quis empurrar a merda TODA na conta do irmão. Dizendo que ele foi quem estava colocando espiões no ponto de encontro da Vingadores pra PROTEGER o irmãozinho dele.

Um olhar de desprezo é lançado mais uma vez sobre Kor e então Arthur prossegue dizendo:

- A matilha não engoliu muito bem isso... Como da pra notar... Até que Sopro da Tempestade começou a vomitar ainda mais merda, o que só irritou ainda mais a matilha. Depois de levar uns 2 ou 3 socos pelas merdas que falou ele entrou em frenesi e... Bem... Eu não sei muito bem o que aconteceu depois, pois fui atacado pelas costas por isso ai...

Ao terminar de falar Arthur apenas respira profundamente enquanto aguardava que Hrist desse alguma informação a mais ou que Trovão Inquisidor se manifestasse.

O garou nota uma comoção se instaurando e palmas ecoando e automaticamente se levanta, percebe o olhar de Hrist mudar de gratidão para tristeza, e por isso se permite voltar a sua forma racial, a fim de saber quem era que fazia da tragédia de sua tribo, motivo de graça, e a voz que escuta é justamente de seu Earl e as palavras que lhe são dirigidas, automaticamente desconcertam o ahroun que esperava de tudo, menos aquilo.

Mas ele era um Fenrir, e uma coisa que todo Fenrir deveria estar habituado, era com o reconhecimento de suas capacidades, por isso ele acena com a cabeça ante as palavras de Ira-de-Thor, e abre caminho para que os theurges passem e façam seu serviço.

- Ninguém toca em um Fenrir se não tiver perdido o amor a sanidade Earl Ulrich.

Henker fala de forma respeitosa, mas com um timbre na voz que evidencia sua satisfação ante ao fato do lider de sua tribo ter encontrado valor em suas ações. O ahroun era tradicionalista em seus tratamentos para com os Crias e para ele, poucas coisas poderiam ser mais importantes, do que o reconhecimento de seu bom serviço... as possibilidades para aquilo eram enormes.

Quando, no entanto Ira-de-Thor se mostra contrário a cura de Kor, a resposta imediata de Hrist o alivia, pois, querendo ou não, traidor ou não, definitivamente fraco, ainda sim ele era um vingador, e cabia aos Vingadores tratar dele, e para isso ele precisava estar em plenas funções, para que não ousasse atribuir a sua queda qualquer desculpa.

Quando nota a presença do Fianna o garou abre um sorriso verdadeiro e fala...

-Aha... e agora você acorda hein seu safado, é bom que você se inteire de que aconteceu, nós temos um acordo... eu ajo, vc narra.

Ele sacode os ombros de Arthur e fala em um tom de voz que Ingrid pudesse escutar...

- Esse lorinho aqui, fez um trabalho muito decente te defendendo Ingrid enquanto você estava inconsciente, ele tentou te arrastar pra umbra, mas olha só...

Ele vira o garou de costas para mostrar a cicatriz que ficara no Fianna, balançando o garou como se fosse um boneco...

- ... o Kor atacou ele bem aqui em frenesi... e foi só por isso que você caiu.

Ele falou a ultima parte com muita seriedade, deixando claro que o Fianna fora zeloso em seu dever de guardião.

Dá um último tapa no ombro do Fianna e acena com uma expressão solene de

'bom trabalho... não foi um trabalho Fenrir, seria pedir muito de qualquer um, que faça um trabalho tão bom assim, mas ainda sim, bom trabalho!'

- Ira-de-Thor, ele deve estar pleno quando for interrogado, para que não digam que nós não somos justos e nos aproveitamos quando eles estão debilitados.

E num último momento ele olha para Ryan e fala com ele...

- Não é mesmo Ryan?

Chamando à responsabilidade àquele de direito.

Ceifador estava ao lado de Hrist e observando, se portando com a habitual falta de conversação e falas, não era muito de dar opiniões, mas também quando fazia era de forma bastante contundente. Escutara até o momento todos falarem e assim estava também voltando a sua forma homínidea e ficando prostrado ali.

-O traidor teve o que mereceu, não poderia ser de forma diferente e na minha concepção o alpha deveria ter sido mais incisivo. Se fosse em outros tempos seria o mais sensato dar a Henker a liderança em um embate justo, medido pelas glórias da batalha, não vejo melhor liderança de um fenrir e ter uma juíza fenrir.

As palavras de Ceifador saiam de forma fria, calma e compenetrada ele continua:

-Qual o nosso passo agora?

- Desculpe Trovão-Inquisidor, no afã de contar ao galliard o que aconteceu enquanto ele estava desacordado, eu acabei por não me dirigir ao senhor de forma apropriada. Não foi minha intenção faltar com respeito.

O garou falava com firmeza e de forma respeitosa, não tivera a intenção de ser desrespeitoso, mas a natureza expansiva do ahroun, invariavelmente o levava a agir de maneira em que o protocolo acabava se perdendo um momento ou outro, e como todos, ele conhecia um pouco do temperamento do ex-juiz da seita.

Ele olha então para Sombra-da-Wyld e fala com ele e com todos que estivessem ouvindo para explicar suas ações.

- Minha intenção era apagá-lo, colocá-lo para dormir... eu não sabia que ele era tão... sensível. Diante do estrago que ele causou, eu julguei que a força que deveria usar, era proporcional ao dano que ele já havia provocado.

Ele nota a presença do Ragabash de sua tribo e a mudança no semblante de seu lider mas guarda a curiosidade para sí.

- Ele se mostrou uma ameaça em potencial para toda a matilha, tinha em minha visão 4 membros abatidos e ele ainda envolto em loucura e por isso, guardei minhas garras para não matá-lo... trocando-as por meus punhos. Como disse, não imaginei que ele pudesse ser tão sensível ao toque.

De uma certa forma, ele tenta trazer para sí a responsabilidade dos atos, uma vez que, no entendimento do garou, o ex-juiz da seita se ressentia pela vergonha que Kor trouxera para sua tribo, e temia que esse ressentimento de alguma forma respingasse sobre a sua matilha.

Hrist vê Trovão Inquisidor se aproximar...estava muito quieta, muito presa à si mesma, para interagir além do estritamente necessário com qm qr que fosse. Ela admirava o ex-Juíz da seita... e não queria que a imagem que tinha dele fosse poluída pelas experiências que tivera com TODOS os outros membros de sua tribo que conhecera... Mas estava cada vez mais difícil separar as coisas.

Arthur se manifesta...dando detalhes que Hrist não sabia até então. E nem tivera a chance de saber, uma vez que Kor aproveitara a chance que Hrist dera para ele se explicar para tentar manipular a matilha contra ela... Por mais que quisesse que Kor sofresse, a Philodox não podia deixar de ver o quanto todos foram absolutamente precipitados...sem falar do quanto Ryan fora um líder péssimo e ausente, uma vez que ele fora muito claro para Hrist dizendo que conversaria com Kor antes de liberar que ela, como juíza, pudesse fazê-lo. Não apenas ele não resolvera nada quanto o resultado de mais esta negligencia fora trágica.

- Trovão-Inquisitor... se me permite, eu quero levar a matilha até o juiz... A começar por mim, muitos aqui  precisam ser julgados. Eu, por quebrar a litania...como já relatei para um Philodox da minha tribo hoje, nosso alpha por ser omisso enquanto sua matilha tentava se matar ao alcance de suas mãos... Alguns de meus irmãos, por declararem culpado e avançarem contra um membro que deveria ser julgado...e Kor, por agir de forma enganosa e traiçoeira. Ainda que ele não seja o culpado destas espionagens ele tentou jogar membros da matilha um contra o outro e foi bem claro quando disse que o atual Mestre de Cerimônias estava no caminho entre ele e a posição que desejava alcançar...Afora o fato de ter "assediado" indevidamente a juíza da sua matilha na última noite.

Ela o olha, a melhor forma de definir sua expressão era como "vazia"...mas a verdade é que Hrist estava tentando não se mostrar muito fragilizada. E até conseguia, apesar de parecer mais distante do que nunca. De alguma forma sente falta de algo vindo do lupino, alguma consideração, algum gesto mesmo que silencioso que lhe dissesse algo... Mas a única coisa que tinha era ele, prostrado ao seu lado e apenas preocupado com a liderança da matilha. A Philodox respira fundo repensando, rapidamente, que talvez ela tivesse se exposto demais, esperado demais... e chegado até um local onde estaria, ainda mais perceptivelmente, sozinha.

Neste momento percebe Kor acordar e seu corpo todo se retesa, em alerta. Qualquer motivo que ele desse, desta vez seria Hrist quem iria apagá-lo e uma rachadura no crânio pareceria um arranhão perto de como ela o deixaria...Só que, ao invés de continuar atacando a tudo e todos com ações e palavras, desta vez ele age de forma totalmente diferente.... Ela soergue as sobrancelhas e diz, quase em um rosnado, para o Galliard recém acordado:


- Eu espero que este não seja mais um dos seus truques, Senhor das Sombras... 

Ceifador estava ficando irritado novamente, afinal, por mais que estivesse calado, frio, tentando demonstrar sutileza e defender os princípios da matilha e questões que eram importantes como quem seria mais apto a conduzir a liderança, as palavras do Trovão Inquisidor estavam passando dos limites, afinal ele violara a Litania, mas Hrist era na visão de ceifador a sua mulher, a sua garou e isso gerava um ódio descontrolado em forma de ciúmes que o faziam tirar do sério, até o momento, o Fenrir estava se controlando e tentando levar as coisas de modo lógico.

-IGNORAR O ASSÉDIO? - Ceifador elevara a voz - Um erro não justifica o outro, se Hrist violou a litania, foi por vontade própria, foi porque nós chegamos a um desejo comum, isso não justifica o abuso desse pária! - Diz o ahroun apontando o dedo para Kor.

Ceifador segura a mão de Hrist e mostra agora que estava completamente irritado com aquilo, demonstrando um ciúme imenso.

-Nem a própria Gaia poderá tirar Hrist dos meus braços e colocar nas mãos de outro! - Ceifador ri- Vou mostrar a ponderação de um verdadeiro fenrir que defende o que é dele, vamos ter uma aula de ponderação se alguém ousar pensar em encostar um dedo na minha Hrist!

Ceifador estava com a cara fechada, demonstrava estar muito irritado e tinha esquecido tudo ao ouvir palavras como ponderação, caiu um pouco a sua máscara de frieza e lógica, agora estava demonstrando seus instintos puros e sentimentos, algo que tentava controlar desde que vira Kor golpeando Hrist e ele não podendo fazer nada, Ceifador queria mesmo era se vingar disso, mas sabia que não era lógico, e ele ainda pensava de forma um pouco lógica.

Ceifador apenas o olha seriamente e não se abala com o o tom autoritário, mas sabia qual era o seu lugar.

-Eu sou um soldado, e estou preso aqui porque traidores precisam de corretivos e julgamentos, onde deveríamos apenas acabar com a serpente da wyrm - Ceifador olha para Hrist - Continuarei defendendo ela com unhas e dentes e espero que me me enviem para a boca da besta e que mate todos os demônios que conseguir e não ficar perdendo tempo com falta de pulso - Ceifador olha para o Alpha - Então, me enviem logo para uma missão digna!

Já estava mais que puto no momento, mas ceifador amava Hrist e assim ele iria permanecer calado, por mais que quisesse arrebentar a cara dos dois ele não tentaria, primeiro porque sabia que seu posto era baixo e iria sofrer e até morrer e segundo que se fizesse mais alguma coisa poderia respingar na Hrist.

-Como disse senhores, estou aguardando ordens, sua vontade, minhas mãos.

Ceifador finalmente ficara quieto, mas no fundo sua mente estava mesmo era com ódio, afinal se tinha traidores era porque não tinha uma liderança de fato boa o bastante para não haver qualquer pensamento de traição e o fenrir pensava desta forma e pensava ainda que ele como um fenrir e com raça pura elevada não tinha que ficar escutando balelas, mas por amor a Hrist se calara.

E não demora muito tempo e Trovão-Inquisidor mostra que, apesar de assertivo em muitas coisas...ainda era como os outros Senhores das Sombras que conhecera. Hrist iria respondê-lo, mas Ceifador perde a cabeça e Ira-de-Thor intervêm...e apesar de sentir-se ligeiramente mais confortável com o protecionismo do lupino, ainda era capaz de ver o quanto tudo estava absolutamente errado naquela situação. Ela volta-se para todos ali, antes de seguir seu caminho...

- Trovão-Inquisidor, apesar de ter violado a litania, eu jamais violei a vontade de ninguém... peço que não compare meu erro com a atitude abusiva de Sopro-da-Tempestade, assim como jamais pedi que minha culpa fosse desconsiderada em detrimento de nada. Eu sou Philodox e sei quais os meus erros, fui a primeira a vê-los, a primeira a assumir, a me colocar sob o julgo dos mais velhos... Porém não posso aceitar, com a desculpa de instintos, um Garou - seja homem ou mulher - viole a vontade de outro, seja sexualmente ou moralmente... Eu sei me defender e as gracinhas do Galliard foram corrigidas na mesma hora, e eu sequer acho que ele deva ser punido por elas... porém são exemplos da conduta de seu irmão de tribo, que você mesmo disse que desejava saber para poder fazer seu julgo dentro da tribo... ele se comportou com a matilha de forma abusiva, manipuladora, enganosa e traiçoeira. Eu já cometi erros, Trovão-Inquisidor, mas nunca fugi deles...e você sabe meu histórico de conduta para saber que não estou mentindo. 

- Então é isso né? Já sabemos o que devemos fazer, e não estamos necessariamente com tempo pra ficarmos conversando e mostrando quem tem o canino maior que o outro não é mesmo?

A ultima fala é direcionada exclusivamente para Ceifador, com um sorriso que, curiosamente mostra que os dentes do negão além de brancos, tinham os caninos bem projetados dada a sua selvageria e fúria considerável.

Assim, o garou se coloca em uma posição onde ele fica em primeiro plano que os demais, de forma a ficar, aparentemente, entre Trovão-Inquisidor, e os demais membros da matilha.

- Trovão-Inquisidor, ANCIÃO desta seita e ex juiz da mesma já concordou com o que você falou Hrist, e devemos pegar o bastar... digo, o Sopro-da-Tempestade alí, e leva-lo ao juíz da seita para que ele julgue a todos nós.

A situação estava começando a sair do controle, o ciúme exacerbado de Ceifador, gerava uma preocupação em Henker, que começava a pensar que teria q, daqui a pouco colocar outro pra dormir. Olha para cada ahroun alí, Ira-de-Thor, Ceifador e então olha para a lua, e finalmente para Kor... com uma cara de:

*Sabem contar quanto é 1+1?*

No fundo, o próprio Henker começava a se irritar, estavam perdendo tempo, e agora vinha o ex-juiz para apontar as falhas de sua matilha, que ele tinha como irrepreensível, e pra piorar, a porra do alpha entrara num silêncio absurdo e revoltante.

- Obrigado Ira-de-Thor pela ajuda, e aos theurges, mas agora acredito que a matilha precisa... enfim...

Bate uma mão na outra e fala para seus irmão...

- Então cambada, vamos... ou VAMOS!?

A Theurge se mantém completamente alheia ao bafafá que acontecia ali entre membros da matilha. Era completamente desnecessária a forma como se tratavam e como deixavam que a maldição de Luna lhes tomasse os corações. Ingrid nunca foi de sentir simpatia de ninguém, mas chega a sentir um pingo de dó de Kor diante do acontecido. Uma sequencial humilhação que levou o Garou ao Frenesi por atos que, agora, eram revelados que não foram culpa do mesmo. Ingrid desde sempre dissera que Kor não tinha capacidade intelectual para espionar a todos ali, mas não fora ouvida e agora a matilha inteira estava exposta e o alfa, em silêncio.

A Uktena caminha lentamente até onde estava Kor enquanto os outros discutiam. Em sua forma hominídea, Ingrid diz para o Senhor das Sombras:

- Não faça nada, apenas confie.

Fala olhando nos olhos dele, imaginando que seria difícil confiar mas sem paciência para argumentações do Galliard. Ainda tinha fatores de sua visão lhe martelando à mente, mas faz o que considerava ser sábio naquele momento e com as duas mãos, toca as maçãs do rosto do Senhor das Sombras, fixando os olhos no fundo os olhos de Kor e dizendo:

- Et liberavit eum de dolore animi, sollicitudines et sequelis. Ecce dedi vobis memoriam revocat, et futura elit.

Um vento muito forte toma conta do local. Kor sente as mãos de Ingrid ficando quentes e por alguns instantes entra em um transe, saindo do mesmo em menos de dois minutos depois, recuperando sua memória, mas ainda com o cérebro danificado. Ingrid olha para Kor e para os que nela tivessem prestando atenção (se é que havia alguém) e diz:

- Eu tentei corrigir as sequelas mais graves. Acho que consegui. Pelo menos a memória dele deve ter sido restaurada, mas o cérebro jamais será o mesmo. Está muito ferido. Ferido de forma permanente.

Dito isso, a Theurge mantém-se ali próxima ao Senhor das Sombras enquanto deixava os que queriam continuar discutindo, discutindo. Iria aproveitar os momentos de DR da matilha para pensar e refletir sobre as visões que tivera há pouco e que lhe deixavam muito preocupada com o futuro daquele Caern e daquela matilha.

O Fianna infla o tórax diante das palavras do Senhor das Sombras, porem não responde, deixando a bola baixar aos poucos.

Estava realmente muito puto com Kor para fazer qualquer coisa muito diferente, mas para ele merda era autoexplicativo.

“Merda é igual a tudo que sai da boca de Kor...”

Lançando um longo suspiro para se acalmar e se preparar para falar com o Juiz de verdade da Seita, o Fianna olha para Henker que vinha falar com ele com seu jeito engraçado de ser.

Quando Henker fala sobre cicatriz, Arthur tenta olhar as costas para ver o tamanho do estrago que aquele infeliz havia feito, mas infelizmente era impossível fazê-lo.

O Cria de Fenrir parecia ter entendido os planos de Arthur, algo que o Fianna fica feliz de ouvir.

“Pelo menos alguém...”

Sem tentar resistir, o Galliard se deixa ser movido como o referido boneco de pano, tentando dar um certo do de graça aquele clima já pesado. Ao final do gesto Arthur se recompõe e deixa escapar um comentário em tom de piada:

- Também te amo cara... Valeu.


As coisas estavam acontecendo rápido, mas o Fianna apenas volta a sua posição anterior para ouvir o que seria dito.

Quando Hrist fala de levar a matilha para a presença do Juiz o Galliard simplesmente a encara com um semblante de “não acredito”. Aquela definitivamente não era a noite da Vingadores e, se as coisas continuassem assim, poderia ser o fim da Vingadores.

Arthur não consegue esconder o desapontamento e deixa escapar um riso rápido e único, mas o sorriso ainda permanece em seu rosto enquanto ele massageia as temporas com uma das mãos e balança a cabeça negativamente.

Ele iria se manifestar, mas Darkness resolve intervir no que havia sido dito por Trovão Inquisidor e logo o Senhor das Sombras e o Fenrir começam uma nova novela sobre a Juíza da matilha. A confusão era tão sem noção que o Galliard nem faz questão de dar atenção a Kor, que ainda estava caído no chão.

No fim das contas Henker se manifesta e Ingrid parece querer ajudar a curar a cabeça do Senhor das Sombras.

- Perdade tempo...

Arthur deixa escapar um pensamento em voz baixa enquanto olhava o que a Uktena fazia, mas logo volta-se para Henker e diz:

- Simbora... Já perdemos tempo demais aqui e agora vamos perder mais ainda... To vendo que essa noite vai ser tão produtiva quanto tentar tirar água de pedra.

Depois do que viu ali era inevitável fazer este comentário para o companheiro de matilha. Arthur ainda estava irritado com a falta de companheirismo que a matilha estava demonstrando, mas tudo seria dito na hora certa.

Ceifador no momento permanecia mais calado, com um gesto mais amistoso ele apertara de forma carinhosa a mão da Hrist e soltava aos poucos de forma lenta até ficar com as suas mãos livres. Seus companheiros de matilha tinham razão e aquele stress todo só o deixara um pouco entediado, com os nervos à flor da pele.

-Entao, vamos?

Diz Ceifador olhando para os outros membros.