Caern de Cura Nível 5 - Floresta da Tijuca - Totem: Unicórnio

O Fenris havia aceitado o desafio e insultado mais uma vez as mulheres. Helene já se preparava para voar no pescoço do Fenris quando Benção de Gaia, através de um dom, lhe impede. A Ahroun remove a mão do Theurge de seu combro e apenas diz para ele, olhando-o nos olhos:

- Chegamos nesse ponto por culpa sua.

E se afasta, indo para seu lugar nas cerimônias que se iniciavam. De seu lugar, participou de todas as cerimônias, acompanhando os uivos. Quando é aberto para que todos se manifestassem, Helene pede a palavra e, quando lhe é concedida diz:

- Luz da Lua chegou pouco antes de mim nessa Seita, mas crescemos como Garous juntas. Erramos e acertamos. Fizemos parte de uma matilha que, mais do que uma matilha, foi uma Família. Nos superamos. Enfrentamos desafios que pensávamos que não íamos conseguir superar, mas vencemos. Essa Garou que parte para o País do Verão é parte essencial da minha formação como Garou. Me ensinou muito. E acho que não só a mim, a muitos aqui. É uma perda irreparável e eu espero que ela encontre o equilíbrio que sempre buscou junto aos seus ancestrais.

Dito isso, Helene volta para o seu lugar. Não era boa com as palavras. E tinha muita coisa na cabeça para conseguir articular um discurso melhor do que fizera. Ele próprio já era uma superação.

Helene estava com muita raiva por tudo que havia acontecido naquele dia. Raiva de Jimmy. Raiva de Bruno. Raiva de Sylvia. Raiva de Adan. Raiva dos Caras Esquisitos. Raiva da morte de Lauren. Raiva de Ira de Thor, que seria quem iria sentir na pele toda a raiva de Helene somada ao longo do dia.

Sempre junto de Meet, Lúcia nota que o mesmo se aborrecera com a postura de Madame Satã. Embora pudesse até tentar entender a distração, Lúcia era adepta da filosofia Lei e Ordem. Gostava de respeito às leis e gostava de respeito às hierarquias. A Garou, que permanecia junto dos seus e não fala nada durante as diversas cerimônias que acontecem uma após a outra. A energia, as sensações, as palavras bonitas emocionam, mas a Philodox se mantém séria. Quando a palavra é aberta a todos, Lúcia então decide continuar com o seu silêncio pois não tinha palavras especiais a dizer sobre nenhum dos falecidos, nem mesmo sobre Lauren com quem convivera em sua brevíssima passagem pela Devastadores da Wyrm.

A meia lua coloca a mão no ombro de Meet e, entre uma fala e outra, diz em um tom que somente ele pudesse ouvir:

- Minha filosofia é lei, ordem e hierarquia. Se quiser, no Ponto de Encontro, eu resolvo essa situação.

Aperta o ombro de Meet com cumplicaidade. Não questionara a posutra dele, apenas se coloca à disposição para resolver o problema. Em tempos de guerra, sabia que iam ter que engolir Madame Satã na matilha e, mesmo sem ter absolutamente nada contra a Roedor de Ossos, não iria desautorizar seu alfa e se mantém ao lado dele em sinal de apoio.

A Fúria Negra continuava acompanhando o desenrolar da cerimônia e ouve cada palavra de Iurd. Era um Garou que aprendera a respeitar e com quem tinha uma boa relação. Quando ele sai do centro e se fala com ela, a Ahroun responde séria:

- Se não pode esperar o desafio acabar é melhor falar agora. O desafio está feito e quando me chamarem, entrarei em combate. Não acredito que o tempo é um aliado nesse momento.

Não tinha intenção de ser estúpida, mas deixa claro para Iurd que iria para o combate quando fosse chamada e isso não seria ela quem controlaria. Ela lançou o desafio, esperaria agora pelo desafiado e pelo juiz para resolver o que tinha que ser resolvido.

O Presa de Prata se aproximava do cemitério mais uma vez e nota o clima tenso no ar devido ao desafio de Ira de Thor e Ira de Arthemis. Kiba ainda tinha muita raiva para descarregar, mas ver a Furia Negra limpar o chão com o Cria de Fenrir com certeza ja melhoraria seu animo.

Kiba vai se aproximando de Anksu e Amir quando nota que seu celular vibrava com mais uma mensagem. Ele até pensa em retornar a forma glabro, mas Benção de Gaia iria dar inicio a cerimonia de Lauren.

"Por favor... Estejam bem..."

O Garou cruza os braços enquanto nota a chegada da Mestre de Cerimonias da Seita que iniciava a cerimonia de todos os que morreram naquele dia. Kiba então olha para Amir e Anksu como se liberassem os dois para agirem e vai até onde seria o tumulo de Lauren, ajudando como podia e em total silencio.

Ao termino, retorna para o mesmo local onde estava e passa a escutar as palavras de Guardiã das Lendas enquanto deslumbrava o vazio. Não teve muito tempo de convivio com Lauren como a grande maioria da Devastadores ou como seu pai, mas viu na Garou algo que não sentia a muito tempo. Era algo como ter uma familia, não de sangue, mas alguem com quem realmente pudesse contar.

Quando todos são convidados a uivarem o Presa de Prata o faz, com todo seu coração, dizendo não apenas para Luz da Lua, mas para todos que partiam aquela noite: "Até breve... E obrigado por tudo."

Então, para sua infelicidade, Ira de Thor toma a palavra para se despedir de Justiceira Implacavel. Ouviu por alto o que a Fenrir fez, e realmente gostaria de homenagea-la, mas não conseguia olhar para aquele cara... Aquele Fenrir infeliz que estava diante de seus olhos, sem ter vontade esmaga-lo.

Por sorte, ele rapidamente da lugar a outro Fenrir que se despedia também da Philodox. Sem grandes demoras é a vez de Todo Errado, lider dos Roedores de Ossos, fazer suas despedidas.

Kiba não tinha tido a chance de conhecer Faro Fino, mas com certeza deveria ser um bom Garou. Assim que os Roedores começam a uivar Kiba uiva junto a eles se despedindo do Roedor.

Logo em seguida era a vez de Coração Sabio dizer suas palavras, e suas palavras batem em Kiba com mais força do que um soco. Palavras bonitas e com um significado mais lindo ainda, mas no momento ainda era impossivel para o Ahroun controlar seu sentimento de perda e culpa. Ele abaixa a cabeça enquanto escutava o termino das palavras do Portador e logo uiva junto aos demais se despedindo de Lauen.

(Continua)

Hrist ficara quieta e fechara o olho, parecia travada na ideia de não se distrair com nada, enquanto milhares de coisas que ela não queria pensar em um momento como aquele passavam pela sua cabeça. O que a mantinha focada era a fúria que sentia crescer mais e mais conforte sua paciência ia se esgotando. Precisaria falar com alguns membros de sua tribo como Fenris, como Forseti, e como uma filha de Gogol. E quisera Gaia os outros problemas fossem assim tão fáceis de resolver...

Quando a cerimônia para os falecidos começa, a dor que sentia por dentro afeta o seu corpo, e isso deixa a Garou sobressaltada e agitada, que primeiro olha para os lados como se fosse encontrar algum espectro do mundo dos mortos a qualquer lugar, esperando ter que atacar em breve... Então, quando a dor fica difícil, trava o maxilar, respira com mais força se afastando alguns passos para trás do grupo tentando ser discreta depois de praticamente surtar na frente de todo mundo, e tenta aguentar a dor como podia.... Só que os fantasmas que via como névoa diante de si eram mais difíceis de aceitar. Nesta hora ela troca de forma, para que a emoção humana fosse suplantada em grande parte pela simplicidade do coração lupino.

A dor a fazia tremer e resmungar baixo, lambendo as patas vez ou outra ainda muito agitada...Não escuta praticamente nada do que é falado e só quando seus irmãos de tribo uivam por Justiceira-Implacável, ela parece se lembrar de onde estava e uiva também com quase imperceptível atraso.

Com os Garou de outras tribo, ela sequer se importa... Quando a cerimônia chega ao fim e eles começam a lembrar as histórias da falecida, a Meia Lua se esgueira entre eles ainda na forma lupina, agora sem dores, agonia ou a zikezira de Helgardh e começa a caminhar pelo cemitério, procurando furtivamente alguma coisa...e depois de algum tempo encontra as duas pedras dispostas lado a lado com glifos Garou que imaginava que iria encontrar em algum lugar por ali.

Era muito estranho encarar sua própria sepultura.

Então ela olha fixamente a inscrição com o nome Garou de Hagen e permanece assim, em um solitário silêncio contemplativo por muito tempo...até que uiva, solitária, pelo Fenris que vivera e morrera ao seu lado.

A Fúria Negra ouve as palavras de Iurd. Sabia que não estava nem perto do que já fora, mas sabia que tinha que tomar aquela atitude. A Ahroun olha para Iurd nos olhos e conforme ele vai falando vai analisando suas palavras. Séria, Helene responde:

- Treinei bastante, Iurd. Continuo treinando. Todos tivemos que recomeçar. Nós sabemos o que nós passamos.

Olha na direção de Ira de Thor, de longe, e então volta a olhar para Iurd e diz:

- Eu vou vencer, Iurd. Eu vou vencer. Com a força de Pégasus, eu vou vencer!

Falava confiante. Estava determinada.

Isack era o proximo a tomar a palavra. Ainda não sabia exatamente o que tinha acontecido com Jimmy, pois, aos olhos de Kiba, o Presa de Prata havia sido uma das pessoas mais simpaticas e emotivas que ele conheceu em toda sua vida.

Gavião Arqueiro então da a Kiba uma rapida noção do que havia acontecido. "Traido pela matilha e que não conseguia compreende-lo?". Talvez tivesse abusado da bondade e inocencia de seu irmão Tribal, ou quem sabe. Kiba lança um rapido olhar na direção dos Arautos do Trovão e logo volta a olhar para Amir que se chamava sua atenção:

- Recebi uma mensagem... Creio ser deles...

Kiba deixa então que seu então seu celular surgir proximo a sua coxa direita e o pega rapidamente, manuseando-o com muito cuidado para não quebra-lo. O Ahroun mostra o celular de forma que tanto o Andarilho quanto o Peregrino pudessem ler a mensagem. Ao termino da leitura ele absorve novamente o aparelho e diz:

- Temos que esperar... Mas preciso dizer algumas coisas...

Sua fala e sua atenção são cortadas pelo inicio do discurso de despedida de Helene. A Ahroun Furia Negra deixava sua mensagem para Lauren e, com a mesma velocidade que chamou a atenção dos Garous, partiu.

Era a vez de Iurd deixar sua mensagem para a Portadora e Kiba começa a pensar que palavras mais poderia destinar a Lauren. Não havia mais nada a ser dito que pudesse elogiar a Galliard, mas ele precisava deixar sua mensagem. Ao termino das palavras de Iurd ele olha para Anksu e Amir mais uma vez e diz:

- Preciso me despedir... Não se preocupem, não vou por uma arma na minha cabeça.

O lider da Esquadrão da Furia da um sorriso para seus companheiros e parte para onde estava enterrado o corpo de Lauren. O Presa de Prata fica alguns instantes olhando para aquele amontoado de terra que cobria o corpo de sua amiga e depois de longos segundos de silencio diz:

- Luz da Lua, é uma das melhores pessoas que conheci em toda minha vida. Buscava sempre dar conselhos sabios, se preocupava com a matilha como um todo e com cada um em particular. Sei que continuará olhando por todos da Esquadrão da Furia e, não importa onde esteja, quero que saiba que você sempre será uma de nós...

Neste instante Kiba sente que novas lagrimas começavam a surgir em seus olhos, mas ele prossegue:

- Eu jamais vou poder agradecer a você por tudo que fez por mim e por minha familia Lauren... Jamais esquecerei de seu carinho por nos.

- Eu prometo que a justiça irá ser feita... Eu nunca vou descansar até acabar com aquele desgraçado... Eu prometo... E a Esquadrão da Furia também promete. Nossa Furia agora queimará mais forte e unida do que nunca!! Juntos tornaremos isso possivel!!! - Depois destas palavras a voz do Presa de Prata se acalma e com um grande pesar diz: - Espero que esteja feliz onde esta minha amiga. Até breve...

Ao final de suas palavras Kiba lança um longo uivo de despedida para a Portadora da Luz Interior, deixando em meio ao uivo as lagrimas escaparem de seus olhos. Ao termino do uivo ele seca os olhos com as costas da mão e caminha até o tumulo de Jimmy. Não havia entendido o que aconteceu com o Presa de Prata, mas buscaria explicações com toda certeza.

Ele então olha na direção de Iurd, que conversava com Helene, e depois retorna para perto de sua matilha. Ao chegar proximo a eles o Presa de Prata não comenta nada, apenas espera para ver se algum deles iria dedicar alguma palavra a Lauren ou se puxariam novamente a conversa.

Off:
Mensagem mostrada para Anksu e Amir:

Estamos a caminho, o carro virou pó ao destruirmos. Estou levando amostras. Encontramos a entrada da colméia. Meu Gps vai se manter ligado para caso aconteça algo no caminho, fique de olho.

A Fenris assiste as cerimônias séria, respeitando os espíritos e os mortos. Finalmente os Garous começavam a se comportar ali no cemitério e isso agrada a Fenris que ouve todos os discursos e participa ativamente de todo o processo, uivando quando os uivos eram entoados e ouvindo cada palavra contada.

Era um dia triste e onde o comportamento dos Garous fora lamentável.

Após o fim da cerimônia e notando que os Garous começavam a compartilhar os feitos e fazer suas últimas homenagens, Sarah se afasta e segue até onde estava sua matilha. Se aproxima de Meet e diz para este:

- Todas as tarefas foram cumpridas, Herança Selvagem. Temos duas redes espirituais patrulhando nosso território e Ferrugem dos Espíritos vai conectar o computador de Links Aleatórios à um sistema que vai captar informações da região através das redes da Weaver.

Olha para Isaack, Lúcia e Joshua e os cumprimenta com gestos com a cabeça e ignora por completo Madame Satã. Na cabeça de Sarah aquilo só podia ser uma infeliz coinscidência. Gaia não lhe castigaria com aquilo em sua matilha. A Fenris para perto de seu Alfa olhando os últimos discursos e atenta para caso algum membro de sua matilha falasse consigo.

Joshua ainda observava Isack quando este tomou a iniciativa de apresenta-los. Como ja esperava, o Roedor também não havia morrido de amores pela chegada de seu "irmão" de Tribo.

O Senhor das Sombras instintivamente leva a mão aos ombros em busca de seu capuz, mas só então lembra-se que o mesmo se encontrava com Meet.

A apresentação feita por Isack sobre sua pessoa faz com que Joshua desse um sutil sorriso de canto de boca. Afinal, havia gostado das palavras do Roedor de Ossos.

Logo nota que o travesti realmente iria ignorar Meet e Joshua lança um rapido olhar cumplice para Isack como se questionasse "É sério isso?". Ja esperava por palavras raivosas do Presa de Prata e quando ela vem o Senhor das Sombras não questiona a ordem dada.

Não demonstrava antipatia pela Philodox, mas não iria contrariar Meet em uma situação como aquela. Depois, com calca, conversaria com ele.

A cerimonia acontecia e despedidas eram feitas. Não conhecia nenhum dos que partiram pessoalmente, logo não via como guardar sentimentos por eles. Todos deram suas vidas por Gaia. Era assim que tinha que ser e assim será até o fim.

Joshua modifica sua traqueia apenas para uivar junto com a Mestre de Cerimonias em despedida a todos aqueles que morreram. Logo depois que tudo "termina" nota a aproximação de Sarah e a cumprimenta com um rapido gesto de cabeça. No entanto, nota que a Theurge destina seu cumprimento particularmente a cada um, menos ao travesti.

"Sera que ja se conhecem?"

O Ragabash prefere não comentar e apenas se mantem ao lado de Meet (do lado oposto ao de Lucia no caso) enquanto aguardava uma manifestação.

*Hagen?! Aquele verme que... Mas... Essa voz... Não é possível que...*

Incrédulo com o que ouvia, lentamente o Ahroun olha para o seu lado, e a resposta para seus questionamentos era positiva. Era ela, estava viva!

*Como é possível? Como não percebi? A quanto tempo?*

Encarava Hrist sem saber o que falar, sem saber como se portar; esquecia completamente de responder a Ira-de-Thor. Porém não seria possível naquele momento, pois em um novo comentário que o Lupino não entendera, as fêmeas ao redor entram em histeria, esbravejando em uma indignação sem fim, chegando ao ponto de fazer com que Helene, uma Fúria Negra que Darkness só conhecia pelo Renome e feitos, desafiasse Ulrick. O Lupino a fita com um olhar sério.

*Afinal o que ele disse? Por que essa revolta? Fêmeas... Fúria Negra tola! O que pensa que está fazendo?*

Logo a confusão se dissipa e todos os Fenris traçam o seu caminho, deixando o Lupino sozinho. O Ahroun fica a observar Vingança-de-Freya e Hrist que até então não lhe dirigia a palavra. Passa a analisar então toda a movimentação dos demais, em especial da sua Matilha; Darkness já em sua forma Crinos obedece a ritualista. Toma seu lugar e com o corpo ereto, erguido nas patas traseiras, cruza os braços de forma firme e assiste a cerimônia.

Em um porte invejável, exibindo cicatrizes marcando seu ombro e sua face, orelhas pontiagudas erguidas, e um olhar fixo sem emoção, ele transparece o ar de sua Raça Pura. Não uiva quando os demais uivam, não sente, não se comove. Era como uma estátua viva exalando Fúria, apenas seus pelos ondulavam ao vento.

*Vá em paz grande amiga e conselheira, minha parte é vingar sua morte. Perdoe-me a pressa, mas ainda tenho contas a acertar e outra Garou importante a resgatar.*

Com o aparente término das formalidades, Darkness segue até Ira-de-Thor, onde retirando o medalhão de Justiceira do pescoço, estica o braço em direção de seu Líder, segurando em punho fechado de forma firme o artefato:

"-Isso ser de Justiceira, e ser a única coisa que Darkness encontrar dela. Darkness entregar a Líder Fenris em memória de grande guerreira."

* Ryan chega ao cemitério conjuntamente com seus irmãos de matilha. Podia notar uma profusão de garous presentes, uma série de rostos conhecidos ou não, mas via além disso. Via semblantes pesados, palavras desmedidas e tensão pairando no ar. Não demora mais do que um instante para notar que a fonte de todo o mau estar parecia brotar do líder Fenris. Não esboça reação às palavras do Inimigo da Wyrm sobre Ira-de-Thor, ao menos não inicialmente.Os corpos dos filhos caídos de Gaia jaziam prontos para o sepultamento. As cerimonias em breve teriam início, todos seriam liberados a seguir e o Andarilho já antevia o momento em que poderia esvaziar um bom copo de Whisky e acender um cigarro para organizar as ideias que ribombavam em sua mente. Infelizmente, nada era assim tão perfeito.. *

* Suas projeções para um fim de noite aceitável são dilaceradas pelas contínuas provocações do líder Fenris, que parecia incapaz de interromper as merdas que jorravam de sua boca. Nota o instante em que o jovem Alfa de uma das matilhas se revolta com a situação e, furioso, faz uma cena com potencial para piorar ainda mais as coisas. O descaso e falta de respeito para com os mortos era gigantesco. Iurd se intromete no problema e o Ryan fica satisfeito quando nota que ele apenas tentava afastar o Presas de Prata furioso para dissipar a situação. Olha por sobre os ombros para todos os Vingadores que se prostravam ao redor, certificando-se de que nenhum iria tomar parte naquela situação deplorável. O Andarilho ainda se impressionava com a limitação mental dos Garous em geral. Gabava-se de ter uma mente privilegiada mas simplesmente não compreendia como a mentalidade mediana podia se permitir participar de tamanha imbecilidade. Um simples pensamento corria em sua mente: *

" Ignorem o imbecil.. ele não merece mais do que ser ignorado como o deficiente mental que mostra reiteradamente ser.. "

* Notava que outros Garous chegavam a cada instante. Muita coisa acontecia ao mesmo tempo e Ryan preocupava-se meramente em manter sua matilha na linha, preparando-se para o ritual que se seguiria. As trocas de farpas ou ofensas diretas continuavam a ser disparadas e, com elas, o mantra mental voltava a ocupar seu lugar na mente do Andarilho: *

" Ignorem, caralho.. ignorem. "

* Chegou a ter alguma esperança de que as coisas não fugissem ao controle.. uma esperança vã. Finalmente alguém de posto suficientemente alto havia ouvido as merdas que estavam sendo ditos e os ouvidos de Ryan se enchem com o trovejar de um desafio. Helene, líder das Fúrias-Negras, pretendia colocar um fim na palhaçada. Talvez só não tenha notado que o circo havia acabado de aumentar em proporção: *

" O filho da puta quis deliberadamente outro desafio e conseguiu. Derrotou o líder dos Presas-de-Prata e agora busca o mesmo com a líder das Fúrias Negras. Quanto tempo vai demorar pra alguém nessa porra entender que o joguinho do imbecil é fazer isso até desestabilizar todas as lideranças!? "

* Ryan mantinha um olhar fixo no desenrolar dos fatos, incluindo a intervenção do líder e do juiz da seita. Nada mais havia a se fazer, o que estava começado deveria ser terminado. Algo em seu intimo levava o Andarilho à simpatizar com a causa de Helene, que era relativamente nobre. Talvez até estivesse torcendo por uma vitória da Fúria Negra, mas de que isso lhe importava? Justiça, se é que essa era a palavra certa? Estava cansado de saber que esse mundo não era justo. Estava cansado de saber que aquilo não passava de um jogo por poder.. *

* Desvia o foco desses pensamentos tão logo as cerimonias se iniciam. Mantinha-se de pé junto aos seus irmãos de matilha, em completo e respeitoso silencio. Dois dos caídos haviam lutado ao seu lado naquele mesmo dia, respeitava-os por tomarem parte naquela dança sangrenta. Sabia que ambos haviam caído como heróis e só lhe restava prestar-lhes a devida homenagem. Os corpos são finalmente sepultados, todos eles. As palavras começam a se desenrolarem. Discursos e histórias sobre feitos se faziam ouvir. Contempla silenciosamente a beleza do momento, a emoção evidente em muitas das palavras ditas. Deixa seu peito se inflar e um sonoro uivo de despedida aos irmãos que tombaram, fazendo-o com maior orgulho ao ouvir os nomes de Faro-Fino e Justiceira-Implacável. Folhas caíam, como que a conferir uma beleza etérea ao momento. Apesar de todo o sentimento que tentava se alojar em seu peito, apenas murmura ao final de tudo, de modo que apenas os mais próximos (provavelmente sua matilha) pudessem ouvir suas breves e singelas palavras: *

- Sigam em paz, Garous..

* Julian chega ao cemitério junto com o Bonde da Vingadores. Tinha pouco a dizer durante o caminho, não sabia para qual matilha seria designado e nem sabia como as coisas se desenrolariam dali pra frente mas não se preocupava com isso. Meramente queria ver de novo o semblante de seu velho, sorrir para a ruiva que a muito tempo o havia cativado desconsiderando a raiva que ela provavelmente estaria sentindo, matar uns desgraçados da Wyrm e ver Ira-de-Thor com um cano enfiado bem fundo no rabo. Pensava levianamente nessas coisas quando as palavras raivosas do Inimigo da Wyrm lhe chamam atenção. O líder dos Fenris estava ali e, pra variar, agia como uma putinha mal paga.*

* O semblante do Roedor se fecha imediatamente ao visualizar a imagem do filho da puta que havia feito seu pai sofrer. Olhava fixamente para Ira-de-Thor, sentindo a fúria em seu peito agitar-se instintivamente. Estava tão concentrado em seus pensamentos vingativos que apenas tardiamente nota que a situação por ali estava tensa. Um reboliço começa a tomar lugar no cemitério, contrastando terrivelmente com o que deveria ser aquele ambiente solene. Julian não toma parte na confusão, limitando-se a observar seu desenrolar. Comenta alto o suficiente para que os mais próximos (vingadores) escutassem e suas palavras vinham carregadas de sátira e desprezo *

- A boneca se fazendo de machão?!

* Deixa suas palavras morrerem ao vento, ouvindo as provocações que o Fenris disparava. Nota o instante em que ele provoca Iurd e faz menção à Isaack. Torcia em seu intimo para que Anjo-Guardião partisse numa investida furiosa contra o Fenris ma isso não acontece. O Roedor estava decepcionado com a complacência geral. No entanto, nem tudo estava perdido. Não demora até que uma voz se erga em desafio à Biba-de-Thor e, para sua surpresa, era uma Fúria Negra quem o fazia. *

" Briga de garotas então!? Tomara que o desafio não seja algo relacionado à shampoo ou condicionadores, não to a fim de ver o viadinho ganhando.. "

* Julian parecia satisfeito com o desafio. Não sabia o que iria acontecer mas a perspectiva de ver aquele imbecil humilhado o animava. Não tem tempo de ruminar o assunto, as cerimonias pelos mortos estavam sendo iniciadas e o Roedor lhes pretaria a honra que mereciam. Permanece em silencio durante todo o culto, uivando em conjunto com os demais Garous ao ouvir o nome de Faro-Fino, Justiceira-Implacável e Lauren. Não podia negar a beleza e intensidade da cerimonia. Ouve as histórias contadas sobre os Garou caídos e sente o peito inflar com as glórias mencionadas. Não sentia tristeza com a partida desses irmãos caídos já que um sentimento de dever cumprido preenchia o cemitério ao final dos discursos. Mantem-se imóvel em seu canto. Os rituais se encerravam e agora o Roedor aguardava na torcida para ver o Fenris se foder e pedir mais. *

O clima não era nada agradável. Guardião-Escarlate seguia ao lado de seu amigo Fianna e de Kor, rumo ao cemitério. Em respeito aos que morreram em combate, o Garra Vermelha assume também a forma de combate, e em silêncio permanece em memória e respeito aos falecidos, ainda que desconhecidos.

No entanto, durante o rito de despedida dos Garous que lutaram por Gaia, uma situação menos agradável ainda ocorreu. Mais uma vez, o filho de Fenris Ira-de-Thor mostrava seu desrespeito que parecia ser mais elevado do que sua força. Com toda a razão, alguns Garous se alteraram pela atitude do Garou. Semblante-de-Aquiles comenta que iria dar merda, e o lupino responde.

"- De novo ele não respeitar... se eu saber o que ser 'merda', eu também falar isso, mas eu achar que vai ter é morte e mais desrespeito..."

Seus braços estavam cruzados. Também não havia gostado da atitude de Ira-de-Thor, mas não interveio pois, da última vez que o fez, foi repreendido.

'Se ninguém fazer nada quando ele falar daquele jeito com líder da Seita, não fazer nada agora com líder de tribo...'

Guardião-Escarlate meneia negativamente a cabeça e, durante tal movimento, se depara com alguns membros de sua matilha. Se vira para os Garous ao seu lado:

"- Eu ir pra minha matilha agora, mas depois eu querer falar com você, Semblante-de-Aquiles. Fiquem com Gaia! Precisar de eu, só uivar eu."

Assim parte o Ahroun de pelos vermelhos para perto de sua matilha que chega no momento em que o líder da matilha pergunta sobre ele, num tom alterado.

"- Eu estar aqui, Herança-Selvagem. Eu encon..." - sua fala foi interrompida por ter notado a presença de Madame-Satã que, pelo que tudo indicava, iria ficar na matilha.

'Eu não acreditar... fêmea-macho ficar com nós... Sarah não gostar...'

O guerreiro de pelos vermelhos não consegue mais falar, apenas aguardava que falassem com ele.

Kiba esperava uma reação de Amir e Anksu quando nota a aproximação de Benção de Gaia. O Presa de Prata então vira-se para cumprimentar o Lider da Seita com um menear de cabeça.

Notava que o grupo de recem chegados da Seita ainda o acompanhava e quando o Filho de Gaia destina 4 deles para a matilha Kiba os olha um a um. A expressão do Presa de Prata era séria, sua Raça Pura era digna dos maiores herois de Gaia, sua pelugem extremamente branca tinha partes avermelhadas de um visivel e recente ferimento em forma de "/" que ia do peito até pouco abaixo da costela.

Depois das ultimas palavras de Benção de Gaia o Presa de Prata acena positivamente mais uma vez com a cabeça e diz:

- Muito obrigado Benção de Gaia...
E então aguarda para até que o Theurge seguisse para falar com a Vingadores. Kiba então volta sua atenção para os quatro ali presentes e diz:

- Sejam bem vindos a Esquadrão da Furia, sou Kiba Valentine, Asa-Solitária, Ahroun, Cliath dos Presas de Prata e Alfa da matilha...

Depois de sua apresentação Kiba faz uma pausa e espera que os demais se apresentassem ou que os novatos tomassem essa iniciativa.

Um irmão de sua tribo apresenta todo o grupo e parecia até educado. Claro que a presença de Madame ali não agradava a todos isso era mais que perceptível. Madame havia perdido toda a atenção em qualquer garou ali presente devido ao enterro e acabara por cometer um erro terrível para com o Alpha. Zé Pilintra o havia advertido sobre isso, mas pareceu que não fora o suficiente.

O quew o surpreende é o Alpha da matilha Titãs, o mesmo que topara com ele nas ruas da cidade, ou não o era. Sentiu e se lembrou daquele olhar repreendedor que o atual Alpha havia lhe dirigido. Talvez ignorá-lo por causa dos enterros não tenha sido sua melhor atitude, mas que lhe dava um gostinho de vingança. Resolveu então responder ao Alpha, mesmo que tardiamente e ele estando de costas para Madame:

-É um prazer conhecê-lo e obrigado pelas apresentações Isack Newton. E Herança Selvagem...me desculpe se acabei ignorando sua pergunta anteriormente, não foi minha intenção. Estava com os membros da matilha por acaso apenas... estava vindo na direção do Caern e foi apenas uma coincidência.

A voz de Madame já não era tão feminina e sim masculina, quando falava sério o tom de voz de Madame mudava muito, e sua entonação continha um quê de arrependimento e respeito.

Com o menear de cabeça de Isack Madame seguiu a matilha. Mas sentia que eles tentavam ignorá-lo, menos Isack, pelo menos por enquanto. Não tinha palavras a nenhum garou que havia partido para Gaia e permaneceu em silêncio depois das suas aguardando para ver se o Alpha iria lhe dirigir alguma palavra. Sarah se aproxima de Herança Selvagem e ele percebeu que ela o ignorara o que não o impressiona. Era como benção de Gaia lhe havia orientado, Madame teria que provar seu valor para que alguém conseguisse vê-lo com respeito naquele Caern, quase se arrepende de ter vindo aquele lugar, deveria ter ficado no morro da Mangueira protegendo aqueles que ele conhecia.

O Filho de Gaia havia retornado para perto de Danniel quando terminou sua despedida a Lauren e então sentou-se em uma pedra. Estava cansado daquele dia, irritado com muitos dos Garous ali presentes, mas ainda assim permaneceria ali até o fim para honrar aqueles que partiram.

Quando a Mestre de Cerimonias começa a falar Adan fica de pé e escuta tudo com um olhar extremamente distante. Quando todos uivaram ele os acompanhou para desejar que todos tivessem uma viagem segura.

Logo após Garous deixavam suas despedidas singulares aos que partiram, mas para Adan aquilo não interessava. O Filho de Gaia volta a sentar-se sobre a pedra e mesmo depois dos comentarios ofensivos de Gavião Prateado contra matilha ele não moveu um musculo.

Sabia que Danniel ou Helene iriam questionar e logo novas brigas iriam se iniciar, afinal de contas, era disso que os Garous gostavam. Brigas, intriga, irritação, ver o outro se fuder, etc. Tudo isso era o que realmente importava.

Adan então simplesmente levanta mais uma vez de seu local de descanso e caminha até o tumulo de Jimmy. O Presa de Prata que havia sido escolhido para liderar a Arautos do Trovão quando Sylvia perdeu o poder, um Garou transtornado, torturado, entre outros problemas.

Adan olha para o tumulo e depois de um longo suspiro diz em um tom de voz baixo para que apenas Jimmy pudesse ouvir:

- Voce trouxe muitos problemas no dia de hoje... Mas sei que aquele não era o seu normal... Algo aconteceu, não entendi direito o que aquele seu dado tinha a ver com isso, mas sei que o eu que encontramos hoje não era você.

- Com certeza eu não sou um dos seus preferidos aqui nessa matilha, mas de coração, quero que vá em paz e que não guarde magoas de ninguem, nem mesmo de Bruno. Você fez parte desta matilha e lhe prometo que não permitirei que usem seu nome de forma desonrada. Você se sacrificou para limpa-la e limpa ela ficará se depender de mim... É uma promessa. Até breve Head-Shot... Que Falcão lhe leve em suas asas até os braços de Gaia.

Terminando sua despedida com um uivo o Filho de Gaia então retorna para o local onde estava, sentando-se na mesma pedra e olhando para Danniel para ver se o mesmo não diria nada para Jimmy ou se não iria até Helene.