Caern de Cura Nível 5 - Floresta da Tijuca - Totem: Unicórnio

Pelo menos o silêncio de Madame parecia ter dado jeito na carranca de Herança Selvagem. Um aceno de cabeça quase que inexistente é feito para João que quase fica boquiaberto com aquela ação do Alpha da matilha. Aliviou-se sabendo que poderia se redimir em breve.

”Pelo menos as coisas estão caminhando do jeito que devem. Só esse grosso desse Galliard que ainda não merece minha educação.”

Herança Selvagem sugere que todos fossem com Links Aleatórios para o ponto de encontro da matilha. Herança Selvagem havia apresentado o Galliard a Links e a Madame e era sua deixa para se apresentar ao recém chegado, mas ele o faz primeiro. O aperto de mão para com Erik é forte, deixando de certa forma os trejeitos femininos de João de lado e a voz de Madame torna-se tão máscula ou mais do que a de Erik:

-Cuidado com a boca Galliard. Sou Madame Satã, Philodox dos Roedores de Ossos, Cliath. Acredito que educação não é seu forte. E se eu não gosto de bucetas é porque escolhi gostar de cacetes.

Depois de apertar a mão de Erik ele continua, mas desta vez na sua voz feminina:

-Já que sua educação está neste nível, irei tratá-lo da mesma forma. Sua simpatia está um pouco....como posso dizer? Errada. Depois posso te ensinar uns palavrões do morro que você pode adicionar ao seu vocabulário. Claro que se....não tiver problemas em andar com um veado.

Deu uma piscada a Erik sem estar sendo agressivo, falava mais em tom de brincadeira.

O Galliard dá uma gostosa risada com a reação do Philodox ao engrossar a voz e dá uns tapinhas realmente amistosos em seu ombro, aparentemente não se importara com nada e seus comentários não eram propositalmente ofensivos.

- Cuidado com a boca? Poucas coisas são melhores do que ter uma bu**ta na boca, mas acho que você não iria entender, ha ha ha! Está certo, Roedor... tua tribo, teu rabo! Cada um dá o que é seu e eu não tenho nada a ver com isso, Luna escolheu você para julgar e não eu.

E completa ainda sorrindo:

- Eu conheço pouco da cultura de vocês aqui desse país, mas quero aprender... E eu não tenho nada contra veados: eu conheci alguns Fianna neste mundo e eles são todos filhos do Veado não é? Alguns conseguiam até me acompanhar na cerveja, e isso não é para qualquer um

Parecia que o recém chegado começava a ganhar o respeito de Madame. Realmente ele era um boca suja, mas Madame também sabia ser tão ou mais boca suja do que ele. Os tapinhas amistosos no ombro do Philodox de quase dois metros de altura pareciam ter convencido Madame de que aquele Galliard seria um bom irmão de matilha. Agora e somente agora ele começa a gostar de ser um garou.

-Talvez seja porque você não tenha experimentado um cacete na boca Erik....mas como você mesmo disse, cada um escolhe o que quer.

Dera um sorriso e sua voz era feminina ainda.

-Qualquer dia desses te levo para o morro para conhecer nossa música e algumas bucetas se quiser. Mas por ora acredito que devamos seguir ao ponto de encontro....nunca competi na bebida....mas posso tentar. E é melhor você não falar que os Fiannas são filhos do veado perto deles...eles não gostariam nenhum pouco disso.

Madame parecia estar gostando da conversa, mas tinha certa noção de que poderia irritar Herança Selvagem e resolveu terminar a conversa com Canção de Balder.

Kor via atentamente o desenrolar daquele problema pelo rosto de Ryan e isso não era nada bom. Sua expressão só ia piorando cada vez mais com o desenrolar dessa história e ia ficando cada vez mais complicado a questão das formalidades, como Kor havia previsto. Viu seu Alpha falar sobre a tecnologia da Wyrm para Benção-de-Gaia e dizer que chegariam lá no horário estabelecido por ele. Observou também uma rápida resposta para Kiba vinda do Alpha, meio que dispensando temporáriamente sua ajuda. Pelo visto Ryan não queria pensar em nada disso agora ou queria resolver os problemas internos da matilha primeiro. Kor já estava pensando em se retirar daquele local e ir para onde Darkness estava quando Ryan diz que o que tinha pra resolver ali já estava resolvido. Captou o contato visual de seu Alpha como um sinal de que já era hora de partir.

Antes de sair do local, como estava atrás de todos, pode ver um cumprimento direto de Benção-de-Gaia colocando a mão no ombro de Arthur. Aquilo despertou uma certa curiosidade em Kor, mas não deixou isso transparecer e também não se importou, agiu com frieza e continuou seguindo até encontrar em sua visão Kiba, que cumprimentou acenando positivamente com a cabeça e seguindo em frente.

Antes que pudesse chegar em Darkness, Kor volta para sua forma hominídea, gostava mais dela, se sentia mais bonito e cheiroso. Sabia que o esporro em Darkness era certo, e foi examente o que aconteceu nas primeiras palavras de Ryan ao ver Darkness. Porém uma bondade surgiu através da paciência do Alpha para lidar com aquela situação, o que de certa forma até foi bom, porque conhecendo a forma estourada do lupino aquilo poderia até dar merda.

Diante daquela conversa, viu a comida de rabo em Darkness e também uma fala de Ryan que injetava adrenalina no sangue de Kor para que tivesse sua vingança em nome de Kathya. Os filho das putas da Wyrm pagariam por tudo que estava fazendo com ela, pelo menos daria seu máximo para que pudesse se vingar por esse fim. Preferiu pensar positivamente nessa situação, de que Kathya ainda estava viva e estava aguentando uma possível tortura, do que pensar que a Wyrm já tinha dado um fim nela. Era difícil pensar dessa forma conhecendo o pouco que a conheceu. Sabia que a garou era dura igual uma rocha e não ia deixar se derrotar dessa forma.

Ao terminar a fala de Ryan, Kor como um Senhor das Sombras que é, teve certeza de algumas coisas. Não gostou nenhum pouco da impulsividade de Darkness que multilava a hierarquia e também, principalmente, a quebra das formalidades naquela roda de conversa. Apesar de achar isso extremamente errado por parte do lobo, não fez qualquer julgamento, uma vez também que tinha errado pouco tempo atrás de forma parecida, e foi exatamente Darkness que tinha ido ajudar. Sabia como era esse tipo de situação e em algumas vezes, o sentimento de raiva e fúria acaba falando mais alto. Por um outro lado, também não gostou da forma que Benção-de-Gaia ignorou seu comentário a respeito de seu problema com Viktor, muito menos da forma que abordou sobre Kathya, dando-a praticamente como morta. Isso não era o tipo de coisa que gostaria de ouvir do Líder da Seita, mesmo que essa possibilidade exista. Kathya é uma irmã de matilha e Kor sempre espera o melhor de todos.

Isso para um Senhor das Sombras era um tanto quanto difícil de aceitar, uma vez que sua frieza deveria ser levada em consideração em momentos como esses. Porém nesse rebuliço, houve uma mistura de formalidade com sentimentos familiares, o que dificultava um posicionamento exato sobre aquela desavença.

" Acho que todos nós estamos precisando é descansar... isso sim... Tá todo mundo de cabeça quente já..."

Particularmente Kor se sentia exausto. Seu dia tinha sido pesado e carregado de coisas boas e ruins. Mesmo assim, preferiu se resguardar ao silêncio e se manter atrás do High-Tech enquanto tomava alguma decisão ou escutava uma possível resposta de Darkness para Ryan.

Kor estava com fome e com vontade de tomar alguma bebida que relaxasse seus músculos. Desejou estar no edifício da matilha sentado naquele sofá com uma garrafa de Absolut de Baunilha com algum tira gosto. Realmente precisava descansar, e toda aquela confusão parecia estar chegando ao fim, para sua alegria.

Edward move a cabeça em sinal positivo e parte da presença de Ira de Thor.

-Até logo. - despediu-se amigavelmente.

Procurou por Kiba no Caern. Quando o observou em conversa com demais Garous, achou por bem manter a distancia mas ainda as vistas do Alpha. Na primeira oportunidade de contato visual, chamaria a atenção de Kiba apenas para sinalisar que já terminará o que tinha pra fazer e estava a disposição da matilha.

Ele aguardaria o chamado de seu Alpha.

Isack que até agora, comia seu sanduiche sozinho (afinal, não queria ter de dividi-lo por educação), notou que a conversa entre a Beta e o Roedor havia terminado. Levantou e enquanto sacudia a poeira das calças, viu que Meet se aproximou e logo depois, um outro Garou ligeiramente alto.

Observou de longe alguns minutos e depois, seguiu até o grupo. Chegou e ouviu Madame falar algo sobre "Cacete na boca".

Parando no meio do passo, direcionou seu olhar para Madame e depois para Eric e refez o trajeto do olhar.

"Viiiiiixi, que assunto pesadooo véi... as biba já tão cá pomba-gira...tudo.. marcando suruba..ta lôco.."

Rapidamente olhou para Meet e para Lucia tentando obter informaçoes a partir das reações dos mesmos.

Olhando para Lúcia com uma expressão de "que porra ta acontecendo?" ele diz rápido, usando a terminologia garou, procurando deixar o clima um pouco mais sério e menos pornográfico:

-Er... opa... e ai galera! Fala ai doido - Ele olha para Erik - firmeza? Sou IsackNewton...hominídeo, cliath dos roedores... e Galliard...e tu...deve ser Brother do João? Certo?

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Uma troca de insultos, que vira uma conversa exótica e termina com um bom conselho do travesti. É, aquilo era moderno demais até para a Andarilho do Asfalto que fica alguns minutos pensando em que palavras usaria naquela situação, buscando Meet com o olhar para ver se seu Alfa não iria se demonstrar insatisfeito com o que presenciava.

Quando achava que nada podia pirorar, chega o terceiro humorista da matilha. Se Lúcia fosse uma cristã, nesse momento, imploraria para Deus por clemência. Mas como não era só não entendia porque Gaia insistia em lhe castigar. Talvez pelo seu mau desempenho como Alfa, quando fora injusta com Iurd. É, devia ser isso. Isso, inclusive, explicaria Meet. Tinha um dever a cumprir e cumpriria.

Com a voz calma, Lúcia apenas diz:

- Como Madame Satã bem disse, é melhor se referir não apenas ao Totem, mas aos Fiannas com mais respeito. Nunca é demais respeitar as outras tribos, culturas e seus respectivos totens. Eu sou Lúcia Dweight, Links Aleatóriso, Beta desta matilha. Hominídea, Philodox dos Andarilhos do Asfalto. Seja bem-vindo.

Não iria se meter naquela conversa. Além do baixo e incômodo nível, eles haviam chegado a um consenso e Lúcia estava satisfeita especialmente pelo belo conselho de Madame Satã. Olhando pra todo mundo ali, a Garou diz:

- Então, vamos embora? Todo mundo já se conheceu e estávamos de saída. Acho que cabe todo mundo no meu carro, então, vamos?

Sorri, e mais uma vez cruza o olhar com Meet. Imaginava que o Presas de Prata estivesse tão ou mais estupefato que ela com aquela cena que haviam presenciado, mas não achava melhor mexer naquilo. Não por enquanto, ao menos.

A meia lua então segue para o carro, entrando no banco do motorista e esperando que os demais entrem. E, assim que estes o fazem, a Garou parte em direção ao ponto de encontro.

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off - segue no ponto de encontro (Acrópole)

Hrist não diz nada, estava realmente cansada demais para reclamar. Não desejava entrar em mais nenhuma situação de tensão naquela noite, mas por mais cansada que ela estivesse daquele dia, ele ainda não terminara.

Acompanha Ryan e os outros membros da matilha em silêncio até onde estava Darkness e ouve, pacientemente, o que o alpha falava para o lupino... Ele estava certo, ela mesma não teria feito diferente e provavelmente não de forma tão educada. Talvez pudesse se dar bem com o Andarilho, afinal... finalmente um alpha respeitável no Rio de Janeiro. Seu discurso a todos, porém, não a impressionada em nada: achava que não passava da sua obrigação, ainda mais como alpha de uma matilha chamada Vingadores, efetivamente vingar um de seus membros... Hrist não achava que vingança fosse um motivo que justificasse qualquer coisa porque achava que era uma resposta emocional imatura e incompleta. Mas acreditava na justiça natural, acreditava em punição e a perspectiva de exercê-la sobre seus inimigos a faz esquecer o cansaço que sentia por um momento.

Quando Ryan termina de falar, aproveitando o silêncio momentâneo, a Philodox diz para o alpha:


- Você disse sobre ações que refletem na matilha, High-Tech, e eu preciso falar com você sobre ela assim que possível... Não sei se há algum outro Meia Lua com vocês, mas pelo meu augúrio preciso conhecer os membros e evitar que aconteçam... deficiências.

Não deixa claro de quem estava falando porque estava falando, na verdade, de todos. Então, finalmente ela se volta para os outros dois membros e educadamente, depois de tudo, responde à Kor e toma a iniciativa de se apresentar à Arthur.

- E antes que eu me esqueça, me chamo Hrist. Cliath Fenrir, Meia Lua, também conhecida como Fúria-da-Justiça-Implacável.

Isack aguardou o cumprimento de Erik para, em seguida, caminhar sentindo o carro.
Percebeu o péssimo humor de Lúcia e a neutralidade de Meet. Ele realmente tinha dificuldade para entender por que Lúcia era tão anti-social.

"Patricinha mala meu...falta de piromba isso ai"

Para ele, ser sério, era muito menos importante do que levar as coisas importantes a sério. Em sua cabeça, ele já tinha algumas rimas sobre a situação:

"Véi.. na moral...
bom humor é fundamental,
na favela muitas vezes, é...
....o que te sobra pro natal."

Definitivamente, ele falaria apenas o necessário com Lúcia. Se a mina quer ser chata pra cassete, sussa, o banho quente e os sanduiches ainda valiam a pena. Isso e dirigir o carro:

-Lúcia, quer que eu volte dirigindo?


A sorte é que ela nunca perguntou, se ele tinha habilitação, apenas se ele sabia dirigir.

Hrist acaba interrompendo seus pensamentos de deleite com sua fala dizendo que quem fosse da Meia Lua provávelmente teria alguns problemas, ou deficiências como ela ressaltou. Para sua sorte sua lua não era essa, mas ficou curioso em saber que tipo de problemas seriam esses, uma vez que provavelmente envolvia outros membros da matilha, e quando o problema era da matilha, o problema era de todo mundo.

Hrist não deixou muito claro a respeito do que estava falando, mas após isso veio uma atitude que Kor não esperava: uma apresentação muito atrasada. Talvez ela se atrasou porque não estava afim de falar diante das formalidades que estava rolando ou porque talvez ela tenha se apaixonado imediatamente e subitamente no momento que viu a beleza máscula exuberante de Kor e não conseguiu se expressar como gostaria. Era meio complicado deduzir essas coisas uma vez que mal conhecia Hrist ainda. A única certeza que tinha era de que era lindo, e isso realmente mexia com o coração e a libido das fêmeas. Mas sem nenhuma demora Kor faz contato visual com ela, ainda com um semblante sério, preciso e sexy, acena a cabeça positivamente dizendo.

- É um prazer ter uma garou aparentemente astuta, corajosa e de pulso firme em nossa matilha, como você Hrist... Que a força de Gaia esteja sempre em nosso lado...

Kor sem desfazer seu semblante, dá um leve sorriso e continua focado no que estava sendo conversado entre Ryan e Darkness após ter retribuido o cumprimento de Hrist.

" Antes tarde do que nunca.... Apesar ser carrancuda como todo Fenrir, parece ser gente boa quando quer... Sem falar nessa cicatriz que a deixa mais sexy do que ja é."

Kor continuava de braços cruzados na posição que estava. Respondeu somente Hrist nesse momento para não atrapalhar qualquer discussão que houvesse entre Ryan e Darkness. Observava o desenrolar dessa história, que acabou prejudicando toda matilha, desejando estar em casa com sua Absolut de Baunilha, seu tira-gosto e seus filmes pôrnos.

Cabisbaixo, Darkness usava seus punhos para apoiar sua testa, com os cotovelos sobre os joelhos. Começa então a ouvir passos se aproximarem, e como um animal suas narinas já se contraem identificando quem se aproximava. O questionamento mais do que ousado de Ryan, faz a cabeça do Ahroun se levantar e seus olhos focarem-lhe como uma presa em potencial, porém o Líder aparentemente sabia comedir suas palavras perante a situação.

Darkness olha intimidador com a mão sendo posta no seu ombro, e levanta-se como o Andarilho queria. O ouve com toda a atenção sem tirar seus olhos do dele, mesmo que pela oratória Ryan tivesse que desviar para os demais. Certo que já estavam a uma distância onde Benção-de-Gaia não os ouviria (de forma normal), o Lupino responde bem calmo, porém com a imponência de um Cria de Fenris Ahroun:

"-Darkness respeitar High-Tech, achar que High-Tech não foi tão bom hoje, mas o não tão bom de High-Tech salvar um Caern, imagina então o que High-Tech pode fazer se superando."

O olhar do Ahroun não desvia, um dos seus principais defeitos era a intolerância por covardes, e isso boa parte da Seita fedia, e não poderia deixar que isso chegasse a sua Matilha, apesar de já ter...

"-Nós ter na Vingadores três Garous mais poderosos da Seita (Iurd, Kathya e Ingrid), e eles acham esse Líder um fraco de merda. Até hoje de manhã, você concordar com eles, e quebrar regras pela firmeza deles, então não amoleça na frente do desgraçado agora, e não perca o respeito e confiança que Darkness e esses três colocaram em você."
"-Darkness errou sim, perdeu a cabeça por ser provocado... Darkness foi chamado de impulsivo e insubordinado apenas por fazer pergunta a Líder presentes, foi acusado de desafiar Benção-de-Gaia só por falar o que a Seita pensa, teve sua Tribo ofendida porque o Líder dessa Seita ser um bundão e morrer de medo de Ira-de-Thor e não ter como atacar ele sem ser por um Cliath. Darkness defenderia você se fosse o contrário."

Com um semblante de decepção, considerando a postura de Ryan e Arthur a de dois hipócritas, característica incomum entre os lobos que costumam ser sinceros e espontâneos por natureza, Darkness desvia o olhar e finaliza para a Matilha e em principal seu Líder:

"-Darkness esperar que um dia de descanso salve suas vidas... Sem a perda de outra. Darkness poder ir agora?"

Kor havia acabado de responder Hrist, quando repara na forma que Darkness estava sentado na pedra. Sempre havia visto Stivie como um predador, um guerreiro sanguinário sem nenhum pudor e aquela posição de tristeza, com os cotuvelos sobre os joelhos e com os punhos na testa não combinava nada com seu perfil de garou. Começou a escutar a fala do lupino para Ryan e volta toda sua atenção para isso. Era impressionante como Darkness conseguia ser sincero em suas falas ao ponto de analisar o comando do High-Tech como razoável, porém com uma expectativa significativa de melhora, uma vez que dessa forma ainda conseguiu salvar um Caern, claro com a ajuda de todos.

Kor mantinha sua postura calma e fria perante as palavras de Darkness, até porque as mesmas não era para ele, mas não pode deixar de notar em suas palavras um pedido implícito para o Alpha de que tinha que ser mais pulso firme no seu comando para com o Benção-de-Gaia. Darkness ainda destacava três grandes guerreiros dentro da matilha, e levando em consideração o pouco tempo de Kor dentro da matilha, teve quase certeza de que não era dele que estava falando. Ficou um pouco chateado com isso, mas não transpareceu, era uma questão de tempo para mostrar pro lupino que Kor tinha condições para ser um grande guerreiro.

Ao fim da fala de Darkness, ele pergunta se poderia ir embora, e antes que Ryan respondesse, Kor solta um leve comentário, desprovido de rancor ou qualquer tipo de sermão. Fala de forma natural e sutil, como se fosse ajudar um amigo com um conselho em um momento difícil.

- Darkness, eu como Galliard que sou, posso te dizer que as formalidades são importantes. Acho que seu erro ali foi ter falado o que pensava de forma muito clara em um momento que não era certo. Isso fez com que "ele" (referia-se ao Benção-de-Gaia) entendesse como impulsividade e insubordinação, como se você estivesse desafiando. Só estou te dizendo isso porque aprendi a pouco tempo atrás o resultado dessa lição. - fez uma pequena pausa em sua fala, apontando para a cicatriz em seu peito deixada por Viktor - Então assim, só acho que você acabou se expressando mal em uma hora errada. Acabou prejudicando a matilha sim, mas isso também não é motivo pra baixar a cabeça não, precisamos de você inteiro fisicamente e 100% psicológicamente pra amanha a gente poder resgatar Kathya das mãos desses desgraçados da Wyrm! - termina sua fala com intenção de encher o peito do lupino com mais ódio contra os integrantes da Wyrm que estavam com Kathya - Vamos fazer esses filhos das puta pagar com o próprio sangue por ter capturado ela!!

Kor estava com um semblante mais sério ao final da sua fala. Formalidades era uma coisa muito importante para Kor, coisa que talvez um lobo como Darkness não entenderia seu significado absoluto, e nem era essa a intenção de seu comentário. Pouco adiantaria mais sermão nesse momento, uma vez que o próprio High-Tech, já havia feito isso. O objetivo de sua fala, foi que talvez a matilha focasse agora no resgate de Kathya que era importante e deixasse as intrigas de lado para resolver em um momento mais oportuno que não fosse ali no Caern.

Ao final das contas, Kor chegou na conclusão que Benção-de-Gaia agiu de forma correta fazendo o que fez, mas que também Darkness tinha algumas idéias corretas, só não soube expressar de forma certa na hora certa, o que acabou sendo interpretado pelo Líder da Seita como insubordinação.

Quando terminou sua fala, tava olhando para o lupino com um semblante de que aquilo que falou não era pra causar intriga, e sim fez um comentário como um irmão de matilha que se mostrava preocupado com o destino da mesma. Não tinha posto e nem moral ainda para dar um sermão em Darkness e nem foi isso que seu comentário passava, mas esperava que o lupino entendesse a forma que Kor estava pensando, não julgando o que não era necessariamente ser julgado naquele momento com tantas outras preocupações.

O Ahroun apenas olha carrancudo para Kor, porém acenando a cabeça de forma positiva...

"-Foi isso que lobo querer dizer Senhor das Sombras! Eu ser lobo, vocês macaco. Darkness tentar entender vocês, vocês tentar entender lobo."
"-Lobo melhorar e aprender muito, já ter sido muito diferente... Todos aqui dever aprender mais, até mesmo lobo."

Olhava cúmplice para única ali que conheceu a fase de desonra do Cria de Fenris, Hrist.
Voltava-se então para Ryan novamente:

"-Então guerreiro, Matilha poder encerrar?!"

Hrist estava completamente alheia ao mundo fantástico de Kor e todas as ideias absurdas, esperava Ryan falar qualquer coisa, mas basta olhar para o lupino e ela se inquieta consigo mesma... O que acontecera estava errado e sentia-se de certa forma em falta com o irmão de tribo. Quando ele a olha depois das palavras que trocara com o ‘Gilliard’, ela volta-se para ele com muita calma, tentando passar com a voz a cumplicidade que ele lhe passara no olhar:

- Eles estão certo, Darkness... mas tem muito o mais que você precisa saber e tem coisas que eu preciso que você me diga para que eu aja com justiça... Amanhã será um dia importante, em muitos sentidos, e provavelmente todos temos muito o que fazer... Mas, se possível, eu gostaria que você me ajudasse com algo.

Faz uma pausa breve, seu tom de voz era calmo, porém firme, quando emenda:

- E só uma coisa, que quero deixar bem claro: eu sempre respeitei sua raça Darkness... não comece a desrespeitar a minha.

O Ahroun para pra pensar por alguns segundos no que a fêmea falara, tentando entender em que ponto poderia tê-la ofendido. Não demora e logo se retrata aos demais, esperando que enfim pudessem encerrar aquele papo, antes que sua paciência esgotasse por completo...

"-Perdoar lobo Juíza! Lobo esquecer as vezes palavras que humanos usam... Não quis dizer macaco, quis dizer humano."

Hrist olha para Darkness de forma grave, ela aprendera muito com os lobos, seu próprio pai era lupino...mas algumas coisas não podiam ser deixadas em branco. Ela diz calmamente, poucas vezes lhe chamara a atenção e esperava não precisar fazer mais isso:

- Darkness... quando não souber o que dizer: não diga nada. Isso vai te poupar de muita irritação desnecessária.

* Ryan ouvia a resposta de Darkness e observa seus gestos, ainda que inicialmente não fizesse referencia alguma à eles. Por vez ou outra, nota que havia uma fúria e um orgulho intrínseco alojado no peito do Ahroun, ambos refletidos nos olhares que ele desferia e no postura imponente que parecia fazer questão de ostentar. Os modos diretos do lupino e sua sinceridade chegam aos ouvidos do alfa na forma de uma crítica construtiva ao seu modo de liderar. Recebe a opinião em silencio, olhando para o lupino sem deixar que seu semblante transpareça nada, embora acreditasse que havia atuado impecavelmente na medida do possível. Sabia que estava no rumo certo e não tinha duvidas de que, resolvidas algumas particularidades, a matilha poderia se alçar para a Glória. *

* É, no entanto, a complementação das palavras do Fenris que lhe chamam atenção e não de uma maneira positiva. Esperava que o lupino, apesar de todo o orgulho que carregava, fosse capaz de entender a amplitude de seu erro e a intensidade com que isso atingiria a matilha.. pelo visto, estava parcialmente errado, e odiava estar errado. Darkness admitiu o erro mas o fez de modo bastante restrito e, acima de tudo, tentou se justificar apoiando-se em motivações alheias e de tribo. Esperava uma conduta diferente depois da oportunidade aberta que foi dada ao lupino e, mais do que isso, gostaria de se fazer entender. Não permitiria que a Matilha pagasse mais do que já havia pago. *

* O Alfa balança a cabeça negativamente ao final de suas palavras. Iria novamente se manifestar mas Kor e Hrist se interpõem. Ouve as palavras do Senhor das Sombras e enxerga sentido nelas, falavam de um modo bastante leve parte daquilo que o Alfa gostaria que fosse assimilado. Se demora com os olhos em Sopro-da-Tempestade, satisfeito em vê-lo exercendo sua função de Augúrio com maturidade. Hrist também concorda com a linha de abordagem e junta o peso de suas palavras às do Alfa, atendo-se também à sua função de Augúrio e solicitando respeito entre as raças. *

* Ryan concordava com a manifestação de ambos os hominídeos que o acompanhavam e espera que eles concluam antes de retomar e finalizar o assunto com Darkness. Ainda estava de frente para o lupino e transparecia uma seriedade firme enquanto diz: *

- Não se trata mais de mim e de Você, Darkness. Não se trata da sua opinião, da minha ou de qualquer outro. Você fez com que isso se tornasse um problema da Vingadores.

* Olha-o com profundidade, com igual força de caráter à que o Fenris já ostentava. Seu semblante estava endurecido, reforçando as palavras que dizia, mas não havia descontrole algum em sua face ou em suas palavras: *

- Eu quebrei regras hoje de manhã pra manter o Véu intacto, enquanto você quebrou regras por orgulho e motivação pessoal. Desrespeitar líder, desrespeitar posto mais alto e questionar ordens em Tempos de Guerra são crimes graves e você fez tudo isso. Você diz que eu não te defendo mas, mesmo que você ainda não entenda, foi exatamente o que acabei fazendo. Tornei a matilha conivente com sua insubordinação fora de hora. As Ordens já haviam sido dadas pelo inimigo da Wyrm e, ao contesta-las da forma que fez, você pensou em você e não na matilha. São tempos de guerra e a Vingadores sofrerá as consequências de seus atos impensados. Quando eu cheguei nessa Seita a Vingadores estava sob a tutela do Senhor das Sombras Trovão-Inquisidor; você quer a vergonha da porra da tutela de volta ou alguma outra punição pra matilha?! Quero acreditar que não.

* Ryan para por um instante, sem desviar o olhar do lupino. Da mesma forma feita pelo Fenris, o Andarilho agora também havia adotado um discurso bastante direto e transparente. Por fim, mantendo a firmeza em suas palavras conclui enfaticamente: *

- O que eu quero que você entenda é simples: tenho uma obrigação com a matilha e não vou permitir que ela se foda. A Vingadores não vai sofrer por atitudes individualistas imotivadas e qualquer um que a prejudique será punido.

* Com essas palavras, termina o que tinha para dizer para o lupino. Se aproxima de Hrist a seguir e acrescenta: *

- Você é a única meia-lua da matilha e amanha será apresentada à todos os outros membros. Tá liberada, mas quero pegar seu celular antes. Talvez eu precise de você ao longo do dia. E, de novo, bem-vinda.

* Pega o celular de Hrist e passa seu próprio numero conjuntamente com o endereço do ponto de encontro da Vingadores. Volta-se para os demais, dizendo a todos, concluindo e preparando-se para partir junto com os que forem para o Ponto de Encontro: *

- Vingadores, liberados.

O Wendingo acabara de chegar ao Caern anunciando sua chegada através da floresta, sua conversa com Mãos-que-Curam ainda latejavam em sua cabeça, e checava o celular a todo momento. Parecia extremamente ansioso, como um adolescente que aguarda uma msg de seu primeiro amor.

Quando uma msg chega em seu celular ele rapidamente o olha em ímpeto, mas sua expressão muda ao ver qeu era apenas Kiba enviando uma msg coletiva. Eles estariam vindo para cá logo e ele não tinah muito tempo.

Ele então começa a procurar alguém de sua Tribo, especificadamente Aurora-Boreal.

Tão rapido quanto um piscar de olhos uma abertura na pelicula surge e dela saem Asa da Morte, Oraculo do Abismo e Duas Caras. O Senhor das Sombras olha para seus irmão de Tribo e depois em volta, certificando-se que não haviam curiosos por ali e acima de tudo que não haviam sido seguidos.

Joshua estava visivelmente sujo de sangue e suas roupas levemente rasgadas, contudo o Ragabash não tinha ferimentos pelo corpo. Depois de dar alguns segundos para que a dupla recuperasse o folego ele uiva:

- Asa da Morte, Cliath, Ragabash dos Senhores das Sombras, Oraculo do Abismo e Duas Caras entrando nas divisas do Caern...

Dada a devida apresentação o Senhor das Sombras olha mais uma vez para Duas Caras. O Senhor do Cume estava em pessimas condições, mas eram ossos do oficio quando se invade uma Colmeia como aquelas, principalmente se você não é um Iluminado. Enquanto aguardava uma reação dos Garous o Ragabash apenas faz sinal com a cabeça para que seguissem, pois precisavam encontrar Benção de Gaia o quanto antes.

A conversa com Ethan acabou tão rápido quanto imaginava que terminaria. O Filho de Gaia apenas observa o companheiro de matilha caminhar para longe até finalmente sumir de seu campo de visão. Algumas coisas ditas ali o deixaram pensativo, mas preferia acreditar que o Senhor das Sombras apenas estivesse paranoico de ver inimigos onde não haviam. Seus pensamentos no entanto, não poderiam ser ignorados, pois poderiam estar caminhando entre inimigos neste exato momento.

Finalmente sozinho, o Filho de Gaia finca seu bastão no chão enquanto olha para seu reflexo no lago. Em instantes o Garou desaparece do plano físico restando apenas seu bastão no lugar onde esteve.

Off: Segue no Tópico UMBRA

O Ahroun havia chegado ao Caern desde cedo, passara o dia se preparando para a missão que faria aquela noite. Estava nitidamente mais forte e concentrado, ainda mais conectado com seu lado animal e seu potencial. Aguardava agora a chegada de sua Matilha, ao qual mal havia tido contato aquele dia.

O grande lobo de pelagem cinza e negra caminhava pelo Caern, se dirigia para o cemitério onde parara frente a tumba de Justiceira-Implacável. Sentava-se, olhar ao solo, sério, compenetrado.

*Hoje irei atrás do que levaram a sua vida guerreira... Farei de suas garras as minhas. Espero honrá-la. De onde estiver, não me perca de vista no campo de batalha.*