Caern de Cura Nível 5 - Floresta da Tijuca - Totem: Unicórnio

Mercador-Sombrio ficou surpreso com a recepção do Juiz do Destino. O garou que mais cedo havia friamente julgado e condenado um Presa mostrou-se mais tranquilo agora, como se mais cedo estivesse apenas no cumprimento do dever. Questionado sobre suas expectativas na Seita e na Tribo, o Theurge respondeu:

"- Eu espero que possa aprender aqui a fazer jus aos meus ancestrais em serviço à Gaia. Mas isso é o desejo de todo Garou, ou pelo menos deveria ser. - o Theurge sorri - Esse é um caern poderoso, de garous e espíritos poderosos, espero que eu possa crescer e que meu crescimento contribua para o crescimento do próprio caern. Da tribo eu espero o que se espera dos Senhores das Sombras - O garou fez uma pausa breve e prosseguiu - Vamos reerguer a tribo e assumir o local que nos é de direito diante da nação. E para isso, eu ofereço meus serviços. Soube que tivemos alguns problemas, mas vi hoje que não somos os únicos. Essa gente vai se matar antes que a Wyrm tenha que mover um músculo." - concluiu.

O Wendigo olha para Kiba e somente meneia a cabeça desejando que ele consiga encontrar e concluir seus afazeres.

Enquanto retornava, ele observa a ironia daquela menina de beleza exótica e de mente tão rudimentar, observando a resposta de Amir, o Ragabash, que não estava nada contente apenas retruca olhando nos olhos da guria:

- Muito obrigado por ter nos esperado este tempo todo, realmente esquecemos de colocar uma poltrona para você, não acontecerá novamente. Isso deve ser péssimo para o seu joanete, não se preocupe, estamos indo pra casa e você poderá descansar com um conforto excepcional. Espero que isso possa nos redimir de tamanha falha. - ele não fazia questão de esconder o sorriso sarcástico que cortava sua face.

Ele escuta o Líder Fenris.

Não demonstrou reação á falta de importância ao elogio feito e tão pouco a referência pejorativa ao líder da seita, Benção-de-Gaia.
O Cliath se conteve em responder:

-Manterei meus olhos abertos.

Ele pega um papel e uma caneta em sua mochila, anota seu número e entrega para o Líder da seita.

- Hoje em dia, se por um lado lutamos pela União das tribos e fortalecimento da nação, por outro, devemos desconfiar de todos.

Ele mantém a expressão neutra.

- Aguardarei a ligação. Bom, agora que nos conhecemos e se me dão licença, a matilha esquadrão da fúria me aguarda. Obrigado pelo alerta e ficarei esperto...mesmo por que um Fenris nunca baixa a guarda.

Ele sorri e aguarda o Ok de Ira-de-thor para ir encontrar sua matilha.

Enquanto o Wendigo falava com todo seu sacrasmo Ellen abre um sorriso de canto de boca e, com apenas o dedo médio da sua mão em riste, aponta ele para o Wendigo em um gesto muito comum na cultura das ruas que tinha um recado bem direto "vá se foder". Feito isso, Ellen simplesmente olha para o rapaz cujos traços indicavam uma tribo tão sem-teto quanto a dele e, apenas comenta irônica:

- Na verdade, um suco também ia cair bem. Se você puder preparar um quando chegarmos eu vou achar um must! Você sabe, né, é complicado quando não se tem um lugar pra chamar de seu, quando você não tem uma casa ou talvez seja expulso daquela casa que sempre foi sua, isso costuma estressar as pessoas...

Com o mais filho da puta de seus sorrisos sarcásticos, a Roedora apenas solta no ar:

- Mas que besteira minha, é claro que você compreende muito bem o que é isso...

E, como boa Galliard que conhece a história da Nação pouco se importa se o Wendigo teria ou não entendido seu recado. Se ele fizera tanta questão que ela achasse ele mais escroto do que ela já achava o resto da matilha, pois bem, ele tinha conseguido. A Roedora, então, olha pra Amir aguardando que ele guie para onde iria guiá-los mas preparada para caso o engraçadinho perdesse a paciência e tivesse um ataque de pelancas ou algo pior...

Ryan não arredava o pé dali, deixando o Lupino mais impaciente. Preparado para sair pode notar o Presas de Prata que havia ameaçado Ira-de-Thor se aproximar. As informações que ele despeja fazem o semblante do Fenris se animalizar. Darkness volta a encarar Benção-de-Gaia e Falcão-de-Prata, atento aos planos traçados o ao que lhe era dirigido. Intercalando olhares com os líderes das Matilhas e os da Seita o Ahroun responde firme:

"-Fenris não descansar... Fenris fazer da guerra cama! Brilho-Prateado não ter um dia, vamos atacar agora?!"

Pedia enfático aos de posição de liderança presentes.

O Ahroun volta-se completamente para o Líder da Seita, o encarava ao mesmo nível de seriedade, era firme porém sem se exaltar:

"-Impulsivo?! Se Filho de Gaia tivesse preso, taria rezando pra nós aparecer. Se Líder ter problema com algum Fenris, ter coragem de falar com ele, e não despejar em Darkness, assim você parecer mais fraco e covarde do que Seita achar."

Darkness fala de forma natural, apenas expressando a realidade da Seita, e obviamente referindo-se a Ira-de-Thor, real motivo para as palavras do Líder. Ainda sem se exaltar ele passa a intercalar olhares com Benção-de-Gaia e Falcão-de-Prata:

"-Darkness não desrespeitar ninguém, Darkness não impor nada... Darkness sugerir algo e esperar resposta de Falcão-de-Prata, não ou sim, e não bobeiras de política, isso fica pra ocê Theurge Líder da Seita. Darkness ser Ahroun, e como os Ahroun aqui, pensar no combate. Se Darkness ta errado em pensar em agir para salvar outro Garou, ele se retira agora."

Terminava olhando respeitosamente para Falcão-de-Prata, esperava dele uma postura mais madura do que o Líder da Seita.

O Wendigo foi pego de surpresa, não espera um comentário tão afiado para alguém que tinha acabado de se mostrar tão simplório. Por algum motivo estranho ele não consiguia ficar bravo com ela. Então, não resistindo, abre um largo sorriso de satisfação.

- Tsc. Ganhou seu suco. E se não fizer cara feia ganha um lanche também. - passando por ela, ele bagunça seu cabelo com uma de suas mãos, como se estivesse falando com sua irmã mais nova, então salta seu olhar para Amir - Vamos logo, eu preciso de um banho. Mayra sabe se cuidar, não se preocupe. - ele lembra de como ela tinha feito grande diferença nos esgotos hoje.

*Como ela faria cara feia? Isso é impossível. O que eu estou falando?*

O Cria de Fenris fica extremamente frio perante o ataque de pelancas do Theurge, realmente Wolfhere havia se retirado e ele nem havia notado, dando ainda mais corda para a situação. Como Ryan demorara para se prontificar e a situação chegava onde chegou, o Lupino apenas se vira e se retira, já que de uma forma ou de outra havia sido liberado pelo Líder da Seita.

Passando por Ryan ele o fita nos olhos esperando que o Líder da Vingadores entendesse a situação. Afinal sabia que ele também achava o Filho de Gaia um párea. Saia imponente, pensando o quanto poderia estar certo, ou o quanto seria apenas uma peça de xadrez nas mãos do desgraçado. Afinal aprendera ali que questionar era uma ofensa, mais uma vez aquela Seita o ensinava que precisava evoluir, e rápido, se quisesse mudar algumas coisas.

*Ira-de-Thor é um desgraçado, mas está certo. O respeito às vezes se consegue a força!*

Enquanto saia seu corpo passava por uma transformação, chegando a forma Hominídea. Esperava o resto da Matilha para ir embora, e sabia que precisaria daquela forma para se deslocar na cidade. Sentava então em uma pedra qualquer no centro do Caern.

Antes que pudesse responder ao Andarilho do Asfalto, eis que um terceiro da mesma tribo alcança Bruno, dessa vez cumprimentando-lhe e se desculpando. O ragabash inclina a cabeça em resposta cordial, alargando um sorriso enquanto aperta a mão de John: “Claro, claro... Sem problemas! É muito bom ter um irmão tribal na matilha... Conversamos melhor depois então!”

À medida que John ia se afastando após a troca de gentilezas, o sorriso de Bruno ia se apagando, dando lugar a um semblante sério. Estava diante de um homem que havia perseguido incansavelmente, antes de descobrir toda a verdade. Ponderava se para Ferrugem-dos-Espíritos aquela situação era igualmente esquisita, já que, o Theurge estava se prestando a conversar com o filho de seu maior inimigo: “Então... Acho uma boa idéia irmos pros quioesques...” Aproximou-se da porta do carona, levando os olhos intencionalmente até a maçaneta, aparentando assim certa pressa em sair dalí.

Tanta coisa acontece tão de repente que a Philodox conclui que para ela já dera: Ela estivera nos últimos meses vivendo, literalmente, no inferno. Por hora precisava de um banho quente, algo de verdade para comer e uma cama para descansar seu corpo... E ela ainda tinha Ulrick para enfrentar pela manhã antes de invadir uma Colmeia, e não sabia o que era pior.

A bronca do Filho de Gaia a elevara até um patamar estranhamente, absolutamente, intensamente... calmo. O achara errado em tantos níveis e em tantos graus, em uma profundidade tão grande, que percebera que não adiantaria em nada discutir. Era um Garou fraco, liderando uma seita de fracos feita em um castelo de nuvens que consumiria a si mesmo se ninguém fizesse nada para detê-lo. Ele ofendia os Crias de Fenris agora, mas a resposta viria pelos punhos de Ira-de-Thor... Ele seria o próximo Jarl daquela seita, nem que a última coisa que Hrist fizesse fosse leva-lo até isso. E, com sorte, ele seguiria os costumes antigos de sua Tribo e devoraria o coração fraco daquele Filho de Gaia na frente de todos.

Ela acompanha o lupino sair com o olhar. Queria falar com ele, especialmente agora, mas ela precisava ser liberada pelo alpha e possivelmente ele não estaria no humor para conversas. Ignorando completamente o líder do Caern, como se ele sequer tivesse ali, ela volta-se para Ryan e tranquilamente lhe diz:

- Já sei o que houve e amanhã teremos um dia longo. Eu tenho uma casa que não vejo há meses, minhas coisas para verificar e meu cachorro para encontrar... Posso me retirar agora?

Arthur ouvia as ordens dadas pelo Inimigo da Wyrm e por Benção de Gaia em total silencio. Porem, até mesmo para surpresa do Fianna, a reação do Fenrir vem como um trem passando por cima de todo mundo.

Realmente Kathya podia ter pouco tempo e ele também queria muito salva-la, mas a forma como Darkness falava demonstrava a total falta de respeito do Cria pela liderança da Seita. Não era tão diferente... Na verdade, nem um pouco diferente de Ira de Thor.

A resposta vem, e vem pesada sobre toda a matilha. As atitudes impulsivas e impensadas de como falar com o Lider da Seita conseguiram o que o Fenrir pelo visto queria tanto. A ira de Benção de Gaia.

"Caralho cara... Não to acreditando..."

Arthur vira-se para começar uma confusão com Darkness, mas o Fenrir ja caminhava para longe. Não tinha mais o que fazer ali. O Ahroun ja tinha fudido todo mundo ainda na frente do lider de outra matilha. O Galliard então olha para Ryan e diz:

- Vamo embora daqui antes que ele foda mais ainda a gente...

Arthur não ligava se a Philodox não iria gostar, nem se Ryan iria gostar ou o que quer que fosse. Estava puto de verdade com o problema que ganharam "de graça" por palavras impensadas. O Fianna sabia que muitas das vezes as emoções falavam fortes, mas no momento até ele controlava as suas para não piorar o que ja estava ruim.

Kiba esperava uma resposta de Ryan quando escuta a rapida manifestação de anciedade para salvar Kathya vinda do Fenrir. Era bom ver que alguns Crias ainda guardavam carinho, admiração, ou o que quer que fosse que superasse as grandes diferenças que as duas tribos estavam passando naquele momento.

O Presa de Prata, no entanto, nada diz. Sabia que não iriam conseguir nada com impulsividade e sua matilha, assim como as outras, precisariam estar preparadas para o combate.

A resposta de Benção de Gaia era seria, mas ainda controlada, porem quando Darkness contesta e chama o Lider da Seita de fraco o Presa de Prata arregala os olhos.

"Puta que pariu..."

Como ja imaginava, Benção de Gaia perde a paciencia e poe o Fenrir e a matilha em seu devido lugar. Sabia que a culpa não era dos outros Garous, mas graças ao Ahroun todos pagaram por sua lingua.

Por mais que se sentisse tentato, Kiba não se mete na situação, ficando apenas de braços cruzados esperando que a confusão se resolvesse. Imaginando que finalmente havia conseguido um espaço para falar (logo após Hrist) ele diz para Ryan:

- Vou preparar um treino de taticas de matilha e entrosamento amanhã... Se tiverem interessados o convite ta de pé.

Kor por um momento fechou sua cara com um semblante mais sério. Por mais que seu problema com Viktor já havia sido resolvido, não era motivo para Benção-de-Gaia ignorar o que havia dito. Isso fez com que criasse uma pequena antipatia para com o Benção-de-Gaia. A notícia da colméia realmente era algo de maior importância e algo que realmente poderia fazer com que virasse aquele jogo ao favor dos garous, mas Kor ficou sentido em não receber nenhum tipo de atenção, nem se quer um contato visual ou um simples sinal de que havia escutado sua fala. Como se não bastasse tudo aquilo que estava acontecendo, vê Darkness em sua conversa impulsiva confrontar Benção-de-Gaia com suas palavras. Sua impulsividade não assustava Kor, mas usá-la com o líder da seita é um tanto quanto complicado. O esporro que Darkness levou foi a prova viva disso. O cagaço acabou sendo pra matilha inteira.

Por mais que não concordasse com um confronto impulsivo direto com o Benção-de-Gaia, gostou do posicionamento de Darkness. Manteve sua ombridade, defendeu o que pensava, e principalmente, estava preocupado com a vivência de Kathya, mesmo que isso fosse contra os "ideais" do Benção-de-Gaia. Kor também se preocupava com a sobrevivência de Kathya, mas no fundo saberia que a possibilidade dela estar viva era muito pequena. Talvez poderia até estar viva, mas acreditava que bom parte de seu corpo haveria de estar multilada ou deformada.

Diante de toda aquela discussão, e após isso um silêncio, vê Darkness passando por todos, ignorando por completo Benção-de-Gaia, apenas fazendo um contato visual com Ryan. O silêncio é quebrado com Hrist pedindo permissão para ir pra casa tomar um banho, talvez realmente ela estivesse precisando disso, o que explicaria o seu mal humor, talvez. O fato de Hrist ter cumprimentado Kor com indiferença, tava causando uma certa angústia em Kor, provavelmente resolveria isso depois de alguma forma.

Também não deixou de notar a raiva de Arthur com a atitude de Darkness. Teve certeza disso quando comentou com Ryan para se retirarem dali, dizendo que Darkness fodeu com geral. Escutou Kiba dizendo para Ryan que treinaria táticas de matilha para o combate e achou uma boa idéia, uma vez que os ataques organizados surtiriam mais efeito. Por um instante tentou descobrir qual seria sua posição nessa "tática de matilha", mas era impossível saber se não soubesse qual era essa "tática".

Uma coisa era certa, aquilo estava virando bagunça novamente, até mesmo em um assunto sério com a presença Líder da Seita. Kor em meio de toda aquela confusão, preferiu ficar de braços cruzados com a feição séria, sem demonstrar nada, sem falar nada, mas pensando em muitas coisas, principalmente na situação que Ryan se encontraria após toda essa bagunça.

" É High-Tech, vai ter que se virar nos 30 agora pra tentar amenizar a situação..."

* Ryan aguardava um passo atrás, junto aos seus irmãos de matilha. Ouve as palavras agradecidas de Arthur e, ainda em Crinos, mostra os dentes no que seria um curto sorriso. Deixa que o Galliard se adiante e ouve todo o relato da batalha que era promovido pelo mesmo. Um som ao fundo indica que Kor estava se apresentando à nova integrante da matilha, mas não presta atenção a essas formalidades paralelas. Estava focado na história de sua matilha, avaliando o modo como os pontos eram abordados. Notava a preocupação de Arthur em tornar a história completa, embora houvesse deixado de fora alguns pontos específicos. Os feitos individuais não haviam sido explorados amplamente mas o líder não se preocupava com critérios pessoais. Para Ryan a história relatada alcançava suas necessidades e expectativas, os pontos principais haviam sido abordados e os fatos expostos. Acena uma unica vez com a cabeça, indicando que concordava com o que era dito e manifestando assim sua aprovação. *

* Olha ao redor procurando Kor com os olhos tão logo Arthur lhe passa a palavra. Nesse instante, nota o semblante pesado de Darkness, a seriedade de Hrist e o silencio do Senhor das Sombras. Não se atém a essas reações mas poderia imaginar o motivo do desgosto dos Fenrir. Conhecia o lupino o suficiente para saber que se o relato não retratasse detalhadamente o numero de inimigos que ele havia fatiado e como havia sido feito, ele não estaria satisfeito. Quase sorri, pensando em quão mais amplas eram suas necessidades e quão mais intensas eram suas preocupações. A Vingadores havia trazido glória ao seu nome, essa era a realização de Ryan. Essa era a obra pelo qual lutava. *

* Benção de Gaia e o Inimigo da Wyrm tomam a palavra e o Andarilho deixa as divagações de lado para ouvi-las. Fica satisfeito com a resolução do conflito entre Kor e Alma-Inquieta, aquele assunto ficaria melhor esquecido. Ouve as parabenizações à Vingadores e sente orgulho do feito, mesmo sabendo que havia mérito para muito mais do que um "não vou levar vocês à julgamento porque vocês arrebentaram". Mereciam aquilo. Lutaram por aquilo. Mas não foi a ausência de maiores elogios que emputecem Ryan e sim o tom conformista do líder da seita ao falar de Kathya. *

" Vamos honra-la sim. Trazendo-a de volta. "

* Preparava-se para responder Benção-de-Gaia quando Darkness joga suas palavras ao vento, dizendo algo que realmente era verdadeiro. Escuta a resposta de Miguel e presencia o mesmo ar derrotista com relação à Ragabash de sua matilha.. no entanto, era evidente que muito do que era dito era verdade. Corriam contra o tempo, como já havia dito para Hrist instantes atrás. É nesse exato instante que percebe Sopro-da-Tempestade se adiantando e, tardiamente, explicando seus motivos sobre a confusão com Alma-Inquita. Não achava a ação realmente necessária agora que esse ponto já havia sido transposto, mas prestou atenção em tudo que era dito e deu valor às palavras expressadas. Havia sinceridade no que o Galliard dizia e High-Tech não ignorava o fato de que o erro havia servido de lição. Quando Kor recua e faz contato visual Ryan acena uma unica vez com a cabeça, em um gesto curto e deliberadamente lento, expressando assim sua aprovação. *

* Ryan acreditava que toda a formalidade se encerraria ali e estava grato pela oportunidade de retornar com seus irmãos para o Ponto de Encontro, onde seu whisky e um maço de cigarros esperavam. Nota, no entanto, a aproximação de Kiba Valentine, um Presas de Prata que havia conhecido em seu primeiro dia naquele Caern. Lembrava-se da prestatividade com que o jovem alfa havia agido naquele dia em que High-Tech e Brilho-Prateado cooperavam para evitar uma quebra do Véu derivada de um atentado ao Shopping da Zona Sul. A memoria daquela atuação conjunta com a ex-alfa da Vingadores bastava para acender o inconformismo no peito do Ahroum. A despeito de qualquer coisa que Benção-de-Gaia tenha dito, trariam Kathya de volta. Precisavam faze-lo! Estava alheio ao que se passava, lembrando da eficiência da Ragabash de sua matilha quando três palavras conjuntas o trazem de volta à realidade. Encontraram uma Colmeia. *

* A atenção de High-Tech é imediatamente restaurada e seus olhos se focam agora nos líderes da seita, aguardando uma manifestação. A tal manifestação não demora, logo o Inimigo da Wyrm se adiantava e elaborava um plano de ação que visava aniquilar a Colmeia encontrada e, ao mesmo tempo, proteger o Caern de um contra-ataque. A estratégia era simples e eficiente, como as melhores estratégias deveriam ser. Ryan concorda prontamente com a cabeça, indicando que teria ambas as matilhas preparadas no horário designado. Agora tinham real possibilidade de encontrar Kathya e a mente do Andarilho fervilhava com as possibilidades. Quase não ouve as palavras de Benção-de-Gaia, sabendo previamente de tudo que era dito.. mas havia esperança. E mais do que isso, motivos pessoais para dar força à essa convicção desesperada. *

* Kiba lhe dirige a palavra naquele momento em que Ryan efetivamente se prepara para sair. Pretendia responder mas uma outra cena lhe chama atenção. Darkness avança com um pedido de ataque imediato e a recusa de Benção de Gaia vem pesada. Como se não bastasse, o lupino insiste no ataque além de chama o Filho de Gaia na frente de inúmeros outros Garous. Era tarde demais para intervir.. era tarde demais para partir. High-Tech sabia exatamente o que se seguiria: retaliação exemplar. A mão da liderança da Seita cai pesada sobre o lupino e atinge também a matilha como um todo. Entendia a motivação de Darkness mas naquele momento estava furioso com o desenrolar das coisas: *

" Tão querendo me foder mesmo! Segunda vez no mesmo dia, porra! "

* O semblante de Ryan se torna absolutamente fechado. Era a segunda vez em pouquíssimo tempo que um garou de sua matilha trazia penalidades colaterais para a Vingadores. Darkness encontra gelo no olhar de High-Tech quando se retira. Aguarda o lupino se afastar e responde com seriedade para Benção de Gaia, não transparecendo nada além de frieza: *

- Trouxe fragmentos da tecnologia dos desgraçados. Eu e minha Tribo vamos resolver o problema.

* Não desvia os olhos do líder da seita, acrescentando a seguir: *

- A Vingadores e sua matilha de apoio estarão aqui no horário fixado. Não temos nada mais a acrescentar.

* Mantém contato visual com o Filho de Gaia por mais um silencioso instante, garantindo assim que Benção-de-Gaia não teria mais nada a dizer e que pudessem partir. Tão logo se certifica disso, ouve o que seus irmãos lhe diziam. Digere todas as palavras com o semblante ainda fechado e volta-se inicialmente para Kiba, que não tinha culpa de nada do que ocorrera ali: *

- Valeu pelo convite, mas a Vingadores vai ter o um dia cheio e não tenho resposta por enquanto. Te ligo ou mando alguma mensagem se for rolar.

* Não queria ser tão direto e demonstrar uma reação tão dura, mas sua cabeça ainda fervilhava com os acontecimentos recentes e Kiba teria que perdoa-lo pela momentânea falta de diplomacia. Ameniza minimamente a situação dando um tapa no ombro do Alfa do Esquadrão da Fúria, embora sua face permanecesse fechada. Volta-se então para Semblante-de-Aquiles: *

- Vamos embora porque resolvemos o que tínhamos que resolver aqui.

* Com essas palavras, Ryan deixa claro que não aprovava a exposição que Arthur havia gerado ao se manifestar abertamente sobre um membro da matilha na frente de outras pessoas. Não diz, no entanto, mais do que isso. Por fim, responde a solicitação de Hrist : *

- Você ainda tem que ouvir mais uma coisa antes que eu te libere.

* Com um sinal de cabeça, indica que os Vingadores deveriam partir e lidera o caminho em direção ao local onde Darkness estava. Hrist, Kor e Arthur podiam notar que Ryan não estava nem um pouco satisfeito com a punição recaída sobre a matilha e seus gestos demonstravam isso. Tão logo se afastam do local onde estavam, High-Tech retoma a forma hominídea sem interromper os passos firmes que guiavam o Grupo. Seus pelos, focinho e grandes músculos recuam gradativamente, revelando um homem alto, de porte atlético, barba por fazer, aparência impressionante e roupas casuais. Se aproxima de Darkness, convicto de que os demais o acompanhariam. O lupino estava sentado e o alfa não o espera levantar, dizendo sem gritar, mas em tom bastante duro: *

- Que porra foi essa!?!?

* Para em frente ao lupino, também em hominídeo, e o olha diretamente nos olhos. Não havia ódio naquele olhar, embora houvesse uma implacabilidade latente. Não diz nada por um instante, com olhos tão fixos que quase não piscavam. Era visível que o Andarilho estava prestes a dar vazão à todo o inconformismo que agitava seu peito, mas não o faz. Parado e sem desviar o olhar, respira profundamente, expirando de forma deliberadamente lenta. Passa a mão direita pelos cabelos e finalmente fecha os olhos, abrindo-os apenas para revelar um ar bem menos passional. As palavras que se seguem demonstram a eficácia do líder em controlar seus sentimentos, saindo calmas e deliberadas: *

- Eu entendo seus motivos e não vou ficar te falando merda porque você sabe o que fez e até onde isso foi uma foda no rabo da Vingadores. Não é assim que vamos conseguir alguma coisa. A cena toda só fodeu a matilha e o cara (Benção-de-Gaia) ganhou uma chance mesquinha de mostrar poder. Pensa, lobo.

* O Andarilho coloca suas duas mãos nos ombros do Fenris, fazendo-o se levantar para olha-lo da mesma altura: *

- A filha da puta da Wyrm tá torcendo por um ataque desesperado. Ela nos quer desorganizados. Quando entrarmos naquela Colmeia, vamos entrar preparados. Vamos entrar com a certeza de foder aquela porra toda. Então guarda sua fúria e seu ódio por mais um dia. Amanha a noite você vai ter sua vingança.

* Olha fixamente nos olhos do Ahroum por mais um instante, lendo sua reação. Solta o lupino e se volta para todos os Vingadores que o acompanhavam; falava com convicção e seu semblante estava marcado por uma determinação implacável. : *

- Agora escutem! Brilho-Prateado vive. Benção-de-Gaia acha que eles vão mata-la, mas não vão. Não por enquanto. Eles querem informações sobre o nosso Caern e por isso vão interroga-la mais de uma vez. Vão querer detalhes sobre nossos números, nosso ponto de encontro e sobre cada detalhe que ela possa saber.. e ela sabe muito. Eles vão tortura-la. Eles vão machuca-la. Eles vão tentar quebrar a alma dela.. Mas ela é forte e vai resistir. Tem que resistir. Vingadores, amanha nós vamos encontra-la. Ela vai voltar pra essa matilha e os desgraçados vão morrer. Todos eles.

Mercador-Sombrio fixou os olhos no cutelo do Juiz do Destino com estranheza quando este falou que precisava fazer interrogatórios. Na face do Theurge surgiu uma expressão de surpresa quando fez a associação. Sabia que um senhor das Sombras possuía métodos mais eficazes de obter informações, mas se esse era o método do Juiz, que assim fosse. Ainda tinha uma última pergunta para o líder tribal.

"-Claro, claro... Não desejo lhe atrapalhar. - O Theurge sorriu - Apenas uma última coisa: Gostaria de conhecer os outros Senhores das Sombras da Seita, alguma previsão para reunião?

O Cria de Fenris tira seu olhar de Lúcia, após a apresentação que o Alpha fizera e pela primeira olha o tal travesti e percebe humildade no que dissera Meet sobre ele vestir-se de mulher e ingenuidade em sua própria opinião quando vira Madame-Satã de longe: aquilo estava tão perto de parecer uma fêmea quanto um boi estava perto de miar. Com um sorriso, ele se volta primeiro para Lúcia e então para o outro...

- Você deve ser a Beta, é um prazer... – Faz um aceno com a cabeça, elegante. Então estende a mão para o outro “macho” e diz de forma simpática – E você deve ser o tal cara que não gosta de bu**ta... não me diga que você também não come carne, He He He...

E sem nunca perceber que estava sendo grosseiro, ele responde à pergunta do alpha:

- Eu tenho um filhote, ele foi deixado no caern... Eu posso ir, mas amanhã eu precisarei vir vê-lo assim que possível. Ele nunca ficou muito tempo sozinho.