Ruas - Zona Norte

O toque do Garou em sua coxa a tira do mundo real e a leva para tempos que não queria lembrar, se lembra da África, de Moçambique e de sua Primeira Mudança, aquilo a deixa triste e ela se afasta para o canto da porta, o Garou então coloca uma musica e ele mesmo se deprime.

Ela então faz que deixem pra lá com a mão e sai do carro trazendo sua mochila a tiracolo, ela se dirige até a frente da casa onde era o ponto de encontro da Arautos do Trovão.

OFF: segue no tópico do Ponto de Encontro da Matilha

Joanna sorri com o modo como Virgulino dirigia, um acidente automobilisco com certeza não iria machucar ninguem neste Carro, todos eram Brujahs! (Pelo menos ela achava que todos eram resistentes como ela). O problema seria como se abrigariam do sol.
Em resposta ao que Stevie disse e com a afirmação de Lampião, Joanna diz de modo determinado:

" - Também estava estranhando não ter identificado nenhum deles lá. Se eles podem ser alianças é perfeito! Porque como eu tinha pensado antes, temos que buscar alianças o quanto antes, senão a gente vai acabar se fudendo nas mãos desses Zumbis metidos a besta, amanhã vou trocar uma idéia com a Primogenita Malkaviana, os lunáticos estão sendo tão hostilizados como nós, acho que um acordo de cooperação seria pertinente."

Olhando para o céu, verificando se o sol ia demorar muito a nascer, ela continua:

" - A gente não tem que perder porra nenhuma mesmo, po eles tão 'tan tan' com o Virgulino diz, temos que definir a Primogenia de nosso clã para requisitar pelo menos uma Votação para decidir isso mais adequadamente, porque se a gente perder esse domínio importante... Eles vão perder o apoio dos Brujah ao Principado, e vamos arrastar os Malkavians junto com a gente!"

Stevie vira a cara e a contorce quando Lampião fala que os Ventrue poderiam ser aliados, ele odiava os Ventrue, a cara de Orsi sendo destruido por Cristof ainda estava em sua mente, porém ele sabia que precisariam de aliados.

"- Damn it! Quando a gente tem que se aliar aos Sangue-Azul em um ligar as coisas nAO estAO certas. Mas a gente pode precisar deles e eles da gente."

Então Joanna toma a palavra, o contato com os Malkavianos seria muito bom, eles sempre tinham informações que ninguém parecia ter, porém a guerreira achava que era uma democracia a Camarilla.

"- Sem ofensas Joanna, mas a Camarilla nAO é uma democracia. Pelo que vimos hoje, votaçAO está fora dos planos dessa cidade, e aquele esnobe monstruoso vai controlar tudo pelas sombras, ou a gente arranja aliados e define como as coisas vAO ser no porto ou estamos fudidos e vamos ficar na mAO, chorando por migalhas"

O Brujah tinha um conhecimento político adquirido na costa Oeste americana, com a ajuda de Neil aprendera que entre seres mortos-vivos apenas a força, seja em numeros, seja em sangue, pode conseguir qualquer coisa.

Joanna balança a cabeça negativamente para Stevie e fala certa do que diz:

" - Já vi Principados caírem por abuso de Poder, basta só desagradar representantes de um clã, que a Jyhad se Fortalece, eu falo por mim quando digo isso: Eu NÃO vou ficar me submetendo a uma príncipe que não nos dá participação na seita, já fomos humilhados demais hoje para ficar aceitando de cabeça abaixa tudo o que determinam. Chorar por migalhas está fora de cogitação pra mim, esse papo pode estar parecendo um tanto quanto anarquista, mas somos o que? Cainitas ou meros cãezinhos adestrados?"

Ela faz uma pausa, e continua:

" - Não estou falando para entrar lá e tacar fogo em tudo, aliás isso vai contra a Sexta Tradição. Mas o que estão fazendo está indo contra a segunda Tradição, e podemos desenvolver um bom argumento quanto a isso, só precisamos nos reunir e chegar em um discurso esclarecedor."

Ela olha para Stevie e diz:

" - E não vejo outro mais capaz para expressar nossas idéias do que você"

Voltando a se expressar para todos no carro, Joanna diz:

" - Mas se mesmo assim retirarem nossos domínios, vamos ter que tomar uma decisão, e das sérias..."

Stevie ouve atentamente as palavras de Joanna, ela realmente parecia revoltada e lembra ele de alguns anarquistas com os quais convivera, ele sorri com essa memória, porém responde sério à D'Arc.

"- Já vi Principados caírem por todos os motivos, já vi coisas boas e coisas ruins nascerem no lugar. E nAO tenho nenhuma intençAO em participar de uma dessas coisas ruins, se queremos montar algo, montaremos algo aqui dentro da Camarilla, e vai ser algo bom, justo."

Quanto a representação Joanna fala que ele deveria representá-los, Stevie não ligaria, gostava de estar na linha de frente da batalha ideológica, e não era novato em politicagens.

"- Eu também acho que os argumentos estAO a nosso favor e conseguiriamos montar um caso forte, SE alguém estiver querendo escutar, mas nenhum outro Clan vai discordar do Principado, com exceçAO dos Malkavianos e TALVEZ dos Ventrue, acho difícil. Ficaremos denovo sozinhos, mas espero conseguir reagir melhor as provocaçOEs, estaremos mais atentos, sabendo o quanto baixo eles jogam. Quanto a eu representar o Clan na Corte, nAO me recusaria, porém Luis era para ser nosso representante, então fica a seu critério Luis, e ao seu, Virgulino, também."

Por fim, comenta sobre a tomada de decisões da Brujah.

"- Eu sei o quanto somos fortes e guerreiros Joanna, mesmo assim nAO acho que sobrevivamos sozinhos, não com o Sabá forte dessa maneira, talvez a gente tenha que roll on com essa politicagem maldita e arranjar nossa base aliada, antes de qualquer decisAO, por mais doloroso que seja na honra o tratamento que foi dispensado ao nosso Clan hoje."

Joanna sorri de um modo sarcástico e diz para Stevie com as palavras cheia de raiva, quase gritando, mas visivelmente não eram para o seu companheiro de clã:

" - Bom e Justo?! Duvido muito!! O braço direito do principado é um Cainita que abandonou todo o homem que existia nele, e se tornou praticamente em um demonio! Viu o modo como ele matou o tal do Jorge Silva, acho que todos vocês se lembram bem, isso não feriu a tradição? Ou por acaso esse Jorge Silva estava sob caçada de sangue e eu não sabia? E me tira uma dúvida: A Capella Tremere naquele momento era um elísio provisório ou não? Porque se era, não deveria ser permitido o uso de disciplinas, o meu senhor era capaz de incitar o medo de modo semelhante ao que aquele maldito Carlent nos incitou, esse medo irracional nunca me pertenceu."

Joanna volta a olhar para frente puxando uma mecha de seu cabelo e diz de um modo mais calmo:

" - Mas você tem razão Stevie, talvez você seja o mais controlado aqui de nós, eu confesso que estou puta da vida com toda essa situação e minha vontade é descarregar toda a minha raiva em algum bode expiatório com toda a minha força... Mas vou fazer as coisas dessa maneira. Sozinhos vai ser foda mesmo..."

O Toreador dirigia e já chegava a zona norte, ele sorria pois Emilie estava rindo, e se ela estava feliz, o Toreador ficava mais feliz. Quando ela toca seu ombro, se fosse humano, seu corpo teria se arrepiado, sua mão ainda estava no ombro da Malkaviana reconfortando-a, porem ele move sua mão para tocar no rosto de Emilie e depois desce pelo ombro dela, acariciando-o e seu braço e antebraço.

"- Nova Malkaviana na cidade? Ela pareceu ser muito divertida, te proporcionou umas risadas no fim da noite, gostei dela por ter te feito sorrir."

Guille dá um sorriso rápido pra Malkaviana e disfarça seu olhar voltando a observar a rua a sua frente, estavam mais proximos do refugio de Emilie, e por mais que precisassem chegar lá pelo Sol, o Toreador queria extender aquela viagem de carro o máximo possível.

O rosto de Emilie se inclina na direção da mão de Guille que a toca, até ela descer pelo seu braço.

- Sim. Ela é uma graça! Tem uma voz maravilhosa e um entusiasmo contagiante. Espero que não o perca com todos os problemas dessa cidade... - comenta melancólica, antes de sorrir docemente com a consideração de Guille por ela - é... uma alegria pra essa noite tão trágica.

Segura a mão de Guille, que desliza pelo seu braço, e acompanha o olhar que ele lança para a rua.
- Obrigada por tudo o que fez por mim esta noite.

O Toreador lança um olhar melancólico para Emilie e um sorriso curto, segurando a mão da Malkaviana ele responde.

"- Acredite, você fez muito mais por mim."

Guille leva a doce mão da bailarina até seus lábios e a beija, mantendo-a firmemente segura em suas fortes mãos de lutador.

"- Sua bondade, sua pureza, me mostrou que vale a pena estar vivo durante 100 anos, que a humanidade não está perdida, mesmo num mundo onde François Carlent está presente."

Emilie sorri um pouco incréula, mas não refuta as palavras gentis de Guille. Sua mão também aperta a dele com força, enquanto sua cabeça inclinada no banco fica virada para ele.

- Fico feliz em saber que considera isso. Essa noite foi tão dura que quase me fez pensar que a errada sou eu em me manter com esses valores. Me conforta muito ver que existe alguém nessa cidade que ainda se mantenha mais humano.
Dá um belo e cúmplice sorriso para Guille.

O Toreador não tinha o que dizer, apenas olha para a Malkaviana sorrindo como se nunca tivesse visto algo tão belo. Ele mantem seu olhar nela, e depois aproxima seus lábios da testa da bailarina e lhe dá um beijo tenro, voltando depois sua atenção à rua, porém, coloca seu braço em torno dos ombros dela, a mantendo próxima de si, querendo sentir sua pele tocar e pele dos braços dela, desejando guardá-la num pote, para nada a ferir, nunca mais.

Emilie retribui o sorriso de Guille e fecha os olhos por um momento quando ele beija-lhe a testa. Assim que ele envolve o braço em torno dela, a bailarina se aninha ao peito do lutador e fica alisando o pescoço e o rosto dele com a ponta dos dedos. Mantêm-se absorta naquelas carícias até visualizar o prédio de subúrbio onde ela mora. Aponta-o com o dedo.

- É ali... - diz com a voz meio mole, sem se afastar do toreador.

Guille encosta o carro em uma vaga próximo ao prédio de Emilie. Então ele olha para a garota profundamente nos olhos, sua mão direita tocando os cabelos dela, a esquerda busca a outra mão da bailarina e a segura firmemente, e então ele fala.

"- Entregue sã e salva."

O Toreador dá um sorriso e seu rosto se aproxima dela, seus lábios tocam os lábios da Malkaviana, ele a desejava, mas mais que isso, desejava protegê-la acima de tudo e seu beijo apaixonado nada mais era que ele se agarrando desesperadamente a esse sentimento, essa humanidade que tentava lhe alcançar depois de muito tempo.

Assim que Guille estaciona, Emilie segura o rosto do toreador, virando o seu completamente para ele. Os olhos castanhos claro, que o fitam intesamente, escancaram que ela tinha a mesma intenção que ele.  

- Obrigada, meu cavaleiro.

Os lábios da malkaviana se entrabem, e se lançam na direção do toreador. É difícil dizer quem beijou quem, já que ambos aproximaram-se um do outro no mesmo momento. O beijo é longo, apaixonado, intenso. A mão da malkaviana envolve a nuca do toreador enquanto a outra ainda aperta a mão dele. Suas pernas ágeis de dançarina logo deixam o banco do carro para irem se sentar no colo do lutador, e nisso ela encosta seu peito ao dele, abraçando-o, beijando-o, envolvendo-o junto a si como se fosse sua última chance de fazer isso antes da Gehhena.

O Toreador mantem o beijo por muito tempo, segurando a Malkaviana em seu colo bem proxima a si. Nao querendo nunca larga-la. Ela lhe beijara ao mesmo tempo e com a mesma intensidade, Guille interrompe os beijos com uma palavra de cada vez, pausada por um minuto beijando.

"- A gente... Devia... Entrar... O sol... Vem!"

Ele abre a porta do carro e a trás ainda em seu colo, levantando seu peso sem nenhuma dificuldade, como se eles tivessem num balé e ela estivesse sendo levantada por ele. Então ele começa a andar em direção ao predio dela, sem ver onde ia, sem nunca parar de beija-la. Mantendo seus sentidos aguçados, o que fazia o tato e o cheio, e a visão e audição daquele momento serem a maior sensação que o Toreador tivera na vida, mais do que suas lutas, que sempre considerara sua paixão unica. Estava apaixonado por Emilie e demonstrava isso na luxúria e desejo em seus beijos.

OFF: segue no refugio de Emilie

O beijo de Guille envolve Emilie completamente por um momento, de forma que ela não responde às palavras dele de imediato. Deixa que ele a carregue, envolvendo os braços ao redor do pescoço dele, rodeando a cintura dele com suas pernas, beijando-o sem sequer ver para onde ele a levava.

Num curto momento de lucidez, percebe que eles já estão dentro do prédio. O elevador precário estava parado no térreo, esperando que Emilie o direcionasse para o andar onde ficava seu apartamento. É nesse instante que a consciência da bailarina encontra espaço em meio a luxúria. Suas pernas delicadamente se desprendem de Guille. As pontas de seus pés tocam o chão, como se representassem mais um passo daquela coreografia que só eles sabiam. Suas mãos deslizam pelo rosto do toreador e, ainda hesitante, ela pára de beijá-lo, dizendo em meio a um suspiro.

- Espere... hoje não, ainda não. Eu adoraria apenas convidá-lo para entrar, para ficar comigo durante o dia... mas eu passei por muita coisa hoje, preciso entender tudo o que aconteceu. Tem coisas que eu preciso fazer, coisas que você não vai entender... Eu devo isso para Cláudia, devo para as minhas irmãs...

O rosto de Emilie ganha mais uma vez a tristeza melancólica de antes, mas os carinhos dela sobre o rosto dele não cessam, e conforme fala, o olhar dela ganha firmeza.
- Você está prestes a entrar na casa de uma louca. Precisa ter consciência de que sua mente pode não sair daqui do mesmo jeito que entrou... Posso deixar que durma na minha cama hoje, se achar que o sol vai te pegar no caminho para o seu refúgio. Posso deixar que veja o que eu vou fazer, se não tiver medo do que venha a acontecer com sua mente. Ou você pode me esperar, até que eu realmente esteja pronta para você, o que não sei se será essa noite... Só não posso deixar que você se envolva comigo, sem que saiba antes com o que está lidando.

O olhar da malkaviana fita-o profundamente, aguardando a resposta dele.

O Toreador fita Emilie nos olhos acompanhando o olhar da garota, ele sorri para ela e a responde, em voz baixa, quase um sussurro.

"- Você já me mostrou tanto com o que não estava acostumado com esses anos de não-vida. O que eu mais queria era acordar e te ver, ver que tudo foi verdade, que você realmente existe, e eu tenho um motivo para continuar a levantar todas as noites. Eu não temo o que eu veria de você, e anseio por tudo que puder me ensinar. Mas obviamente se você quiser usa privacidade eu entendo perfeitamente, mas já estou ansioso para te ver na noite de amanhã, mesmo antes de nossos corpos se separarem."

Guille permanece com seu corpo forte muito próximo a Emilie, e ainda acaricia o rosto delicado da Malkaviana.

A resposta de Guille faz Emilie sorrir. Suas mãos deslizam do rosto do toreador, e uma delas segura a mão dele novamente.

- Se você quer assim, podemos achar um jeito que seja bom para nós dois...

Sorri, antes de beijar de leve os lábios dele novamente, e o conduz para dentro do elevador, apertando o botão que os conduziria ao quinto andar

*Segue em Edifício Torre de Babel - Apt 502*

O garou olha para o relógio, as horas estava adiantadas mas seu trabalho ainda não. Encosta seu carro próximo a uma das guaritas da PM, retira seu celular e manda uma mensagem para o alpha da matilha.

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OFF
Mensagem enviada via MP com cópia para narração

Kamuriel percebeu que o taxista não era de falar muito, isso era bom para Kamuriel mas não bom para o Tremere. Ele precisava de informações e não tinha paciência pra ficar interrogando um mero homem. Ele pergunta brevemente:

- Tem jornal?

Espera a resposta, se o homem tiver jornal ele já o pegará para ler as noticias e ficar por dentro.

A ausência de consciência de Emilie vai ficando para trás, mas a percepção em que a bailarina emerge é completamente diferente de sua própria. Ela não tem tempo de se acostumar com o fato de estar na pele de outra pessoa, pois logo esta se vendo em meio a tanta violência que só consegue querer se encolher, com medo de ser atingida. Queria fechar os olhos para não ver os corpos sendo mutilados, o sangue jorrando para todos os lados, os ossos e músculuso brutalmente separados dos corpos, as órbitas oculares vazias a encarando. Mas não consegue, as imagens vêm sem aviso, sem permissão, estuprando sua frágil mente fragmentada.

Quando enfim consegue um mínimo de reação, um suspiro depois das imagens turbulentas, o que ela vê é apenas o cenário concreto daquele pesadelo. Crianças orfãs como ela, mortas como ela, mas mortas para sempre, enterradas pela dor, sem nunca mais terem a chance de encontrarem algo de bom nesse mundo.
Seu corpo nu, coberto de sangue se arrepia de terror, de enjoo, de aflição. Caminha, sentindo o sangue preencher ainda mais os vãos de seus dedos do pé. Observa os cadáveres mutilados tentando não olhar para o rosto de nenhum deles. Procurando em vão qualquer sinal de vida, qualquer saída daquele cenário grotesco, que enchia seu coração de angústia.